Pray For Love escrita por Lizzie-chan


Capítulo 20
Capítulo 19 - Carry On My Wayward Son


Notas iniciais do capítulo

Yeeey, mais um capítulo (e adivinhem? Duas mil palavras, uhuuuuuul o/) kkkkkkkk
Estão gostando? Estão? Mais momentos tensos nesse capítulo e aparição de personagens que ainda não deram as caras por essas andas, mas vão dar, tudo aqui embaixo ;D
Oook, continuo já já, até lá em baixo ;D

Boa leitura!
(Título: Continue, meu filho desobediente)
➢ Dia 24: Carry On My Wayward Son - Kansas



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/591453/chapter/20

— Claro que você não vai me deixar ir — zombou Lucy, nervosamente bolando uma estratégia em sua mente enquanto ria. Estava tão ansiosa que até mesmo sua visão parecia deturpada, ou então Natsu ficava embaçado quando chegava muito perto de seu rosto. Ele não pareceu perceber suas intenções quando chegou perto a fim de roubar outro beijo.

A garota rapidamente enfiou o calcanhar no pé descalço do mago. Ele estremeceu e uma exclamação deixou seus lábios enquanto cambaleava um passo para trás, livrando-se do sapato de salto alto da loira.

Aproveitando a deixa, Lucy jogou a mão engessada para cima, acertando-o no nariz, levando-o a resmungar novamente e afrouxar o aperto em seu pulso, que mais do que rapidamente libertou de suas garras. Seus cabelos compridos esvoaçaram por suas costas enquanto ela rapidamente se virava e seguia pelo corredor.

— E-ei, Lucy! — chamou Natsu, a voz alta demais para aquela hora da noite. A Heartfillia descaradamente o ignorou, virando na dobra do corredor e seguindo na velocidade máxima até o hall de entrada, no qual chegou derrapando após descer dois lances de escada. O recepcionista do turno da noite a olhou de modo interrogativo, mas não fez quaisquer indagações quando se aproximou esbaforida e exigiu a documentação do check-in “urgentemente”.

— Seu quarto é o trinta e nove — informou, direcionando-lhe a chave do respectivo cômodo. — Você já deve saber, tem que subir três andares.

Claro, provavelmente havia assumido alguma coisa de seu surgimento alucinado pelo corredor do segundo andar, mas Lucy ficou imensamente agradecida que não quis lhe perguntar coisa alguma, porque assim agilizava a transação. Tomou a chave de suas mãos e voltou |ás escadas, dando uma olhadela preocupada para o caminho do segundo andar antes de subir o mais rápido possível para o terceiro.

Seus saltos batucaram durante todo o caminho até a porta de madeira com os números três e nove pendurados. Assim que a trancou atrás de seu rabo de cavalo, Lucy encostou as costas a ela e escorregou até o chão, suspirando para si mesma durante o processo. Estava aliviada e, de certo modo, chateada com o resultado.

Afinal, a noite com Natsu possuía muitas promessas silenciosas.

Balançou a cabeça, espantando quaisquer pensamentos impróprios, e fechou as mãos em punho, dizendo a si mesma que depois de um bom banho, dormiria como um anjo, ainda mais agora que sabia que Romeo provavelmente estava vivo.

Banho... Espere.

Ah. Meu. Deus. Não.

Sua maldita bolsa estava amavelmente estocada em cima da cama do quarto... De Natsu.

Praguejou para si mesma, iniciando um debate interno sobre dormir suja de chuva, choro e suor ou descer um andar e entrar na toca do dragão — sorrateiramente, diga-se de passagem. Todos os pelos de seus braços já se eriçavam ao se lembrar do punho quente que ele usara para segurá-la contra a parede. Parecia... Selvagem.

Não é necessário dizer que a ideia de dormir suja era muito mais atrativa. Por outro lado, uma hora ou outra ela teria de descer lá e pegar suas roupas estúpidas. Consolou a si mesma, pensando que talvez Happy poderia abrir a porta e pegar para ela sem que Natsu precisasse ficar sabendo.

Levantou e abriu a porta lentamente, dando uma olhada no corredor antes de sair e fechar, sentindo-se muito mais como uma presa do que como uma pessoa pacata saindo de seu quarto de hotel para pegar sua bolsa com um amigo.

É, é isso aí, amigo, ninguém poderia condená-la por se iludir.

Desceu as escadas, sentindo uma vontade imensa de jogar seus saltos pelo corrimão devido ao barulho que faziam contra o piso, por mais baixo que fosse. Natsu tinha uma audição muito apurada e com certeza seria capaz de ouvir qualquer movimento, mesmo estando, quem sabe, dormindo, ou na sacada, ou conversando com Happy de costas para a porta...

Quando parou frente à porta de seu quarto, engoliu em seco. Estava fechada, mas não tinha certeza se a luz no interior estava ligada — talvez ele estivesse por aí procurando sua fugitiva loira. Assim que esticou a mão para bater, no entanto, ela foi aberta enquanto Happy voava para o lado de dentro:

— Vou mostrar pra Charle e volto já, Natsu! — Então virou e se deparou com a garota. Estava estalando a língua para dizer seu nome, quando ela o interrompeu, nervosa:

— P-posso entrar enquanto você vai lá? — Deu seu melhor sorriso falso, ao qual o gato ergueu as sobrancelhas antes de assentir e voar para fora. — Até já...

Abriu a porta devagar, colocando a cabeça para dentro antes do corpo e verificando os arredores.

O banheiro estava fechado e o som de água corrente era claramente audível. Oh, meu Deus, ela era tão sortuda!

Entrou o mais rápido que pode, pronta para surrupiar sua bolsa da cama e partir. A mesma estava jogada sobre o travesseiro bagunçado, o zíper um pouco aberto. Franziu a testa e a abriu, a fim de verificar rapidamente se as roupas estavam abarrotadas — nunca se sabe, talvez Happy tivesse resolvido descobrir o que era um sutiã no fim das contas.

Quando estava colocando a mão dentro para remexer o conteúdo, a água do chuveiro fechou em um piscar de olhos. Ficou tensa, puxando o zíper o mais rápido possível, mas não foi rápida o suficiente, já que em instantes a porta do banheiro estava aberta.

— Happy, esqueci de pegar minhas roup... — reclamou Natsu, saindo do banheiro com uma toalha ao redor da cintura, os cabelos pingando sobre os ombros. Parou instantaneamente de falar, os olhos injetados registrando a presença nem tão desconhecida assim em seu quarto. — Luce.

— A-ah... Oi — cumprimentou, fechando a bolsa e colocando-a de qualquer jeito sobre o ombro enquanto sorria distraidamente. — Desculpe incomodar, estava querendo a minha bolsa. Agora que achei, vou embora.

— Lucy — chamou, franzindo a testa, passada a surpresa, e mudando a postura tensa para uma despojada que convenientemente impedia o caminho para a porta. Seus dedos tocaram a parede do pequeno corredor entre o banheiro e o quarto, tornando bem claro que por ali ela não iria passar.

— E-eu estou indo — informou, esperando que seu comando de algum modo fosse intimidá-lo a deixá-la em paz. Pura ilusão, óbvio, mas não custava nada tentar!

Ele levantou uma sobrancelha de modo cético e suas palavras de mais cedo ecoaram em sua cabeça para uma maldição particularmente eficaz: “Não vou te deixar ir pra longe de novo, Luce.”

Riu internamente do modo mais sarcástico possível. Claro que ele não iria.

Natsu deu um passo para frente, parecendo testar a tolerância da loira, que rapidamente procurou em sua cintura o molho de chaves brilhantes, puxando a de leão com a maior convicção possível. O rosado fez um movimento na intenção de impedi-la, mas estava longe demais quando invocou o espírito da constelação de agosto.

— Loki! — chamou, assim que ele apareceu todo sorridente a seu lado.

— Vejo que está sendo assediada por fãs hoje também, Lucy. — comentou o ruivo, dando um de seus sorrisos sedutores ao observar a pose tensa de Natsu do outro lado do quarto. — Eles não conseguem entender que seu coração já pertence a mim?

— Uma ova que pertence! — reclamou o dragão de fogo ao fundo.

Lucy franziu o nariz, mas guardou quaisquer exclamações para si mesma, optando por se livrar primeiro do problema mais urgente.

— Natsu não me deixa sair. Pode dar um jeito de tirá-lo do meu caminho?

Dois minutos e alguns gritos irritados depois, o Dragneel estava com a cara enfiada contra a parede e um dos braços torcidos às costas. Ignorando seu estado deplorável, Lucy deu a volta e saiu em disparada pelo corredor. Loki sorria atrás dele e assim que o eco dos sapatos da loira não podia mais ser identificado, escorregou os dedos para longe dos braços do mago de fogo.

— Não me lembro de você ser tão forte, seu desgraçado — resmungou o rosado, virando-se para ele e esfregando o pulso dolorido.

— Quando lutávamos antes, eu estava enfraquecido. Graças à Lucy, posso ir e voltar do mundo dos espíritos e obter assim a minha força original, que em muitos dos casos ultrapassa a sua — acrescentou apenas para vê-lo bufar de modo infantil. — Não ligue pra Lucy, ela só está meio nervosa. Você está pressionando um pouco ela — explicou, dando um sorriso calmo.

— Ela me pressionou por causa desse negócio de luto — retrucou o garoto, torcendo os lábios em impaciência.

— Sim, mas existe uma diferença entre a natureza dos seus objetivos — afirmou o Leo, levantando uma sobrancelha questionadora. — E eu acho que a dela tinha fins bem mais inocentes.

— Eu nunca disse que íamos fazer coisas — murmurou Natsu, estreitando os olhos para qualquer ponto no chão enquanto praguejava baixinho.

— Natsu, Natsu, você não precisa dizer. — O espírito riu antes de desaparecer numa nuvem de fumaça.

Ok, agora estava tomando sermões de criaturas centenárias... Natsu definitivamente estava evoluindo de algum modo. Cruzou os braços, encostando-se à parede e ignorando o quanto a estava molhando. Ainda saía um pouco de vapor do banheiro, a seu lado, enquanto chutava a porta do corredor fechada.

Ainda podia se lembrar de Igneel falando, a voz grave ecoando em seus pensamentos: “Continue tentando sempre, meu filho. Mesmo que você seja tão desobediente às vezes, ainda assim tenho certeza de que quando terminar o que você tem que fazer, você poderá ter a paz. Então não chore mais.

Escorregou até o chão, de modo semelhante a Lucy mais cedo, e colocou as mãos no rosto. Não ia mais chorar, não enquanto ainda tivesse algo que podia fazer. Ele não era um garoto, era um homem. Igneel havia dado tudo de si, de sua sabedoria, de seu tempo, de seu carinho, para criá-lo, para instruí-lo, e no final seu último conselho fora que encontrasse algo que se tornaria seu motivo para viver.

E, de um jeito ou de outro, ele havia encontrado.

— Romeo está vivo — murmurou para si mesmo, sentindo os olhos arderem, e torcendo para que as lágrimas de felicidade fossem permitidas. — Romeo está vivo... Graças a Deus.

~*~

— Então, a conclusão é, temos que procurar pistas sobre os falsos assassinos de Romeo? — questionou Evergreen, fazendo o máximo para ignorar a presença de Elfman, que havia chegado naquela manha e se acomodava nervosamente a seu lado no sofá da recepção. Colocou uma mão sob o queixo e direcionou seu olhar para qualquer lugar no outro lado do hall.

— É isso aí — concordou Wendy, que por qualquer motivo parecia estar coordenando o grupo. — Vamos nos dividir e procurar, deve haver algo pra nós por aqui. Mas tem algo realmente muito estranho, andei pensando sobre os últimos acontecimentos e realmente não entendo o que alguns ladrões poderiam querer com Romeo. Afinal, se eles apenas queriam roubá-lo ou qualquer coisa do tipo, não teriam que ter o trabalho de fazer um corpo falso tão convincente pra ele. A notícia foi divulgada, mas muito mais por boatos do que por notícias oficiais, então ninguém sabe muito bem o que aconteceu...

— Não faz sentido mesmo — anuiu Lisanna, balançando a cabeça para dar ênfase. — O que o Romeo tem de tão importante pra valer a pena sequestrá-lo?

— Já que Levy não vai sair por aí caminhando a esmo com ladrões perigosos pela cidade... — começou Gajeel, ao que a azulada protestou avidamente. Jogou um braço sobre sua cabeça, ignorando-a efetivamente, o que fez Lucy sorrir. — Ela pode ficar aqui pensando nisso com Lily.

— Parece bom pra mim. — Gray deu de ombros displicentemente enquanto levantava da poltrona na qual de algum modo Juvia havia conseguido se sentar a seu lado. A maga de água caiu no chão com seu movimento, mas rapidamente pulou de pé quando ele se desculpou baixinho e estendeu a mão para ajudá-la. Seus dedos não se soltaram mesmo quando já estava ereta e estável.

— Então... — iniciou Lucy, fazendo um movimento em direção a porta, ao sinal do qual Natsu rapidamente já estava de pé ao seu lado, sinalizando para o mundo e o universo que o time de busca dela definitivamente o incluía, e também ao Happy que voou confuso para seu lado. — Vamos lá!


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Uhul, aaacabou ;D
Queria ter feito alguma revelação bombástica nesse capítulo, mas acho que vou guardar pro próximo kkkkkkk O conteúdo de amanhã devia ser mais comprido, mas do jeito que anda a minha sorte, vai acabar ficando mais ou menos que nem esse aqui pela falta de tempo kkkkk (e olha que hoje eu tive mais tempo que ontem, meu Deus xD).
Gente, adorei demais fazer essa briguinha do Natsu e da Lucy kkkkkk Queria ter feito algo mais, digamos, interativo da parte da Lucy, mas isso seria problemático pra minha classificação etária kkkkkkkk. Então, deixei o Loki resolver as tretas, afinal, essa é a especialidade dele (quando não está criando elas, claro kkk).
Yeeey, quero aproveitar e agradecer de coração à nova recomendação que recebi, Kikajimo, muuuito obrigada por dedicar seus elogios gentis a isso aqui. Mais uma vez, o feedback de vocês está me pondo pra trás kkkkkk. Não esperava, sério, de verdade kkkk. Eu nunca fui popular nessa categoria, nem sei porque escolhi ela pra fazer a fic, deve ter sido por causa da morte do Igneel no mangá (a maior facada do ano, se querem saber a minha opinião, e provavelmente vai continuar a ser até o final kkkk).
De qualquer jeito, obrigada a todos que estão aqui comigo, lendo, comentando, favoritando, recomendando e por aí vai :) Vou partir aqui e responder o máximo de reviews que eu conseguir antes da meia-noite kkkkkk

Beijitinhoooooooooooooos
PS: Queria ter usado mais a música no capítulo, mas me perdi um pouco no meu objetivo inicial T.T Desculpem. Mas saiu mais ou menos como eu queria... kkkk Afinal, um "pai" narra a música, mas eu não poderia por o Igneel no meio agora... De qualquer jeito, espero que tenham gostado kkkkk.