Perseverante Professor escrita por Sakuraya


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

Olá~
Bom, sou uma autora novata nas fanfics de Haikyuu!! peguem leve comigo, ok? Também estive meio enferrujada para escrever coisinhas fofas, mas com o Takeda-sensei envolvido não tem como algo não soar fofo ♥ Espero que eu não tenha deixado nada muito OOC e torço para que gostem...
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Boa leitura...



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O treino com os garotos do Karasuno havia acabado cerca de meia hora atrás e após garantir que tudo estava organizado perfeitamente, Ukai já estava livre para retornar para sua casa. O caminho era feito em um confortável silêncio, a rua por onde caminhava estava deserta como sempre e a pouca iluminação favorecia muito para que pudesse obter vislumbres do belíssimo céu estrelado daquela noite de verão agradavelmente quente. Embora fosse um cenário aparentemente muito bonito para se estar, ele não o apreciava tanto quanto poderia, pois bastava estar sozinho e sem a ocupação que ser treinador lhe trazia que seu cérebro começava a lhe trazer novas questões e coisas com que se preocupar.

Como se já não fosse cansativo o suficiente para si, dia após dia, ter que pensar e desenvolver novos métodos de ensino para lidar com aquele time repleto de jogadores com habilidades e personalidades incomuns, agora Ukai havia passado a ter que descobrir meios para evitar contato com certo professor insistente e com complexo de stalker que estava tomando conta de seus pensamentos e de sua vida recentemente. E tudo isso por quê? Porque por ter sido pego de surpresa acabou deixando que palavras saíssem por sua maldita boca no pior contexto possível, palavras que não deveriam ter sido ditas. E agora estava passando por maus bocados enquanto tentava lidar com Takeda.

–Ei... – Ukai suspira e se vira para trás. – Não se cansa nunca?

Durante todo o percurso desde que deixara o ginásio o treinador esteve ciente de que estava sendo seguido de perto pelo professor. Takeda não era a melhor pessoa do mundo em ocultar sua presença, na verdade, com tantos tropeções e esbarrões dados em latas de lixo, o moreno estava mais próximo de ser um dos piores nesse âmbito. Takeda ainda tentava inutilmente se ocultar atrás de um poste e Ukai revira os olhos, como se já não bastasse a bolsa que o mesmo carregava na lateral de seu corpo estar totalmente visível, o professor ainda tentava dar algumas espiadas enquanto o treinador não havia tirado os olhos dele ainda.

–Sensei, eu estou te vendo... O que quer? – Perguntava como se realmente não soubesse qual o interesse do outro.

–Ah, Ukai-kun... – Takeda sai de trás do poste um tanto sem jeito e se enrolando com as palavras enquanto caminhava em direção ao loiro. – A-A noite está bonita, não é?

–Estava me seguindo para falar da noite? – Ukai arqueia uma das sobrancelhas.

–Não. E-Eu ainda quero saber quem é essa pessoa!

–Já disse, desista. – O loiro revira os olhos. – Sem chances de eu te contar.

–M-Mas por que não?! – O moreno fazia uma expressão suplicante.

–E por que eu te contaria?!

–Para manter nossa boa relação no trabalho. – Takeda falava seriamente enquanto ajeitava seus óculos.

–Eu gostar de alguém não tem nada a ver com o trabalho!

–E se pensar nessa pessoa prejudicar seus treinos?

–Não vai prejudicar. E outra, só está curioso, não é? Pare de usar o Karasuno como desculpa.

–Ok. – Takeda suspira. – Estou curioso sim. E quanto mais você nega, mais curioso eu fico.

–Pois se acostume. – Ukai vira as costas.

–Ukai-kun! E-Espere!

Ukai apenas o ignora enquanto voltava a seguir seu caminho. Estava há apenas alguns metros de chegar à sua casa que ficava ao lado da sua loja de conveniência que agora estava nas mãos de sua mãe, já que gastava maior parte de sua tarde treinando o time de vôlei e durante a madrugada trabalhando em uma plantação. Quase não tinha mais muito tempo de descanso e ultimamente durante o pouco tempo que tinha sua mente era tomada por aqueles assuntos que apenas serviam para lhe gerar dores de cabeça. Mas não tinha muito do que reclamar, pois no final das contas a culpa de não ter controlado a própria boca era sua.

...

A noite possuía uma brisa suave, perfeita para relaxar sua mente e tentar pensar consigo mesmo no que deveria tentar fazer nos próximos treinos. O time tinha uma enorme perseverança e isso era mais do que notável para qualquer um, mas os seus corpos não conseguiam acompanhar essa insistência, não tinham resistência o suficiente para isso, precisava estimular mais esse lado com algum treinamento diferenciado. E era isso que tentava desenvolver durante aquela caminhada de volta para casa, mas suas taxas de sucesso eram totalmente nulas com o alegre professor Takeda tagarelando ao seu lado sem cessar.

Devido ao cansaço, mesmo que não fosse algo intencional, seu cérebro havia entrado em um modo de bloqueio onde mal escutava o que o outro dizia e se limitava a dar respostas curtas. Já podia visualizar a loja de conveniência, sua mãe estava na frente da mesma varrendo o chão e não havia notado a aproximação dos dois até ouvir o som das suas vozes – a voz de Takeda principalmente, já que Ukai mal falava – e erguer o rosto portando um sorriso em face.

–Voltou cedo hoje. – Ela comenta com o filho. – Como vai Takeda-sensei? – Ela se vira para o professor.

–Vou muito bem, e a senhora?

–Bem também. Ukai não está lhe causando muitos problemas, não é?

–Mãe, eu não sou uma criança.

–Pra mim sempre vai ser. – Ela cruza os braços e vira o rosto, Ukai apenas revira os olhos e Takeda solta um baixo riso enquanto isso. – Ah sim, Takeda-sensei, você não acha que já está mais do que na hora dele arranjar uma namorada e se casar?

–M-Mãe! – Ukai fala com a voz mais alterada e fica levemente ruborizado.

–O que foi? Inclusive uma cliente minha veio aqui hoje, a filha dela é muito bonita e um pouco mais nova do que você. Então eu pedi o telefone dela para você marcar um dia e saírem. – Ela retira o papel do bolso. – Aqui está.

–E-Eu não preciso disso!

–É claro que precisa, você já tem 26 anos e não tem uma namorada! Dê uma chance a ela!

–Ukai-kun, você acabar desapontando ela. Sair não custa nada. – Takeda se pronuncia pela primeira vez, poderia não demonstrar, mas estava se divertindo horrores com aquela situação.

–Sim sim, ligue para ela. – Sua mãe pega o papel com o telefone e coloca em suas mãos.

–Chega! – Ukai devolve o papel. – Eu não vou sair com ela!

–Me dê um bom motivo para isso! – Sua mãe coloca ambas as mãos na cintura em uma posição intimidadora.

–E... E se eu estiver gostando de outra pessoa?!

...

E fora desde este fato ocorrido há uma semana, que além de em casa conviver com sua mãe o pressionando para conhecer essa tal pessoa, nos treinos Takeda também começou a pressioná-lo para descobrir a sua identidade. Agora passava boas partes do seu tempo pensando na burrada que havia feito ao ter dito aquilo e tentando pensar em algum jeito de consertar tudo. Sabia que sua mãe logo esqueceria e pararia de importuná-lo, no entanto com Takeda era diferente, o professor insistiria e não se daria por vencido até ouvir pelos lábios de Ukai quem era aquela pessoa.

E Ukai não teria nenhum problema em revelar a ele, pois nunca teve o perfil de pessoa que esconde sentimentos, sempre pensou que expor aquilo que sente e o que pensa fosse a melhor solução, no entanto desta vez não era um sentimento qualquer, era um sentimento maior e mais forte e ao mesmo tempo mais delicado, frágil e sujeito a danos, algo que nunca havia sentido antes e temia esse desconhecido. Apesar de ser uma pessoa autêntica, um verdadeiro livro aberto, não estava disposto a correr nenhum risco, não quando a pessoa que havia gerado esse sentimento tão complicado dentro de si havia sido o próprio professor Takeda.

Sabia que esses supostos riscos eram em grande parte fruto da sua paranoia gerada pela insegurança, mas quando se tratava de Takeda não conseguia ficar seguro de nada. Deveria manusear aquele sentimento da forma correta, mas ele não sabia como o fazer, acabando então por evita-lo. Ukai tinha medo de ferir a si mesmo, mas acima de tudo medo que de alguma forma acabasse por ferir Takeda.

(...)

–Ukai-kun!

Takeda vinha em sua direção. Estava sentado em um dos degraus da escada que levava a porta do ginásio analisando algumas planilhas de treinos durante uma pausa que havia dado aos garotos, mas que era totalmente ignorada por alguns – Hinata, Tanaka e Nishinoya – que preferiam não sair da quadra por nada até que realmente fosse dada a ordem do fim do treino.

–Já falei, desista! Será que nem no meu intervalo você dá um tempo?

–Mas no intervalo você pode me contar sem que os garotos escutem.

–Sensei, eu não vou te contar. Esqueça isso. – Ukai revira os olhos.

–Eu não vou conseguir esquecer.

–O que ganha por saber?

–Nada, mas você me deixou curioso. Agora eu sei o que você ganha.

–Ah, o que?

–Paz.

–Tentador, mas não é não.

(...)

–Ukai-kun!

O loiro havia acabado de entrar na quadra e já começou a ser bombardeado por Takeda. A quadra estava vazia, pois os garotos ainda estavam tendo as aulas, mas não tardariam a chegar por ali. E era bom que chegassem rápido, pois Ukai já não sabia mais como lidar com aquele par de olhos curiosos que se escondiam atrás daquelas lentes. Não apenas lidar com os olhos, mas lidar também com o portador deles que ficava extremamente adorável com aquela expressão expectante por saber a verdade. Tão adorável que Ukai por muitas vezes continha a si mesmo para simplesmente não jogar a coisa toda no ventilador e falar a verdade para Takeda.

–Não. Vá lá ajustar a rede.

–Ajustamos juntos e enquanto isso você me conta.

–Você ajusta a rede. Eu pego as bolas.

(...)

–Ukai-kun!

Ukai estava tão distraído fumando seu terceiro cigarro do dia enquanto molhava as flores do jardim e os legumes da horta de sua mãe que leva um susto ao ouvir a voz do professor atrás de si. Por reflexo acaba mirando o jato de água no mesmo, quando se dá conta do equivoco ele rapidamente abaixa a mangueira, mas já havia o deixado molhado, felizmente não muito, logo secaria principalmente com o insuportável calor que fazia naquela tarde.

–Caramba! Hoje é domingo! O que diabos você está fazendo aqui?! Não tem uma vida?!

–Você me molhou! – Takeda olhava para suas próprias roupas molhadas.

–Não apareça assim do nada!

–Me desculpe. – O moreno tinha a voz chorosa.

–Ok, ok. – Ukai respira fundo e vai até a torneira para fecha-la. – Por que está aqui?

–Achei que como hoje é domingo você estaria relaxado e mais disposto a me contar.

–Sensei, vá para casa. – O loiro revira os olhos.

–M-Mas por que não conta logo e termina com isso?

–E por que você não desiste e termina com isso? – Ukai rebate.

–E-Eu não posso. – Takeda fica levemente corado. – Insistir é a única coisa que eu sei fazer e-

–Insista em algo que valha a pena. – Ukai interrompe a fala do mesmo abrindo a porta dos fundos e voltando para dentro de casa.

(...)

–Ukai-kun!

Ukai estava saindo de casa para ir até a escola treinar o time de vôlei e não tarda a escutar a animada voz de Takeda que vinha correndo em sua direção com o provável intuito de acompanha-lo em sua caminhada até a escola, infelizmente o que deveria lhe deixar contente apenas começava a lhe deixar irritado, Takeda havia virado o mais novo sinônimo de irritação em seu dicionário, toda essa insistência estava começando a fazê-lo perder a paciência. Mas não culpava o professor, essa era a sua personalidade afinal e Ukai já a conhecia inclusive bem mais do que gostaria. Embora que realmente não conseguisse compreender todo o súbito interesse de Takeda, deveria ter imaginado que algo assim aconteceria antes de abrir a boca e deixar uma coisa tão comprometedora daquelas sair.

–Oi, sensei. – Ukai suspira ao responder. – Chegou tarde hoje.

–Estava no médico, tive que pedir o dia de folga, mas vim para o treino deles. – Takeda responde quando já estava caminhando ao lado do treinador.

–Entendo. Não está doente, né?

–Não, apenas uma consulta de rotina mesmo. Agradeço a preocupação.

Após isso tudo fica em um completo – e bastante constrangedor – silêncio. Ukai até estranha o fato do professor não entrar no assunto através do qual o viera perturbando já fazia um bom tempo, mas claro que não reclamaria, havia conseguido estar na presença do mesmo com um pouco de paz então isso já era mais do que o suficiente. Gostava de estar na presença animada do professor, sempre havia gostado e quem sabe este havia sido o pontapé inicial para que o amor que nutria pelo mesmo se desenvolvesse, mas toda aquela pressão para falar havia tornado isso algo torturante até porque mal aguentava mais conter seus próprios sentimentos dentro de seu peito sem falar absolutamente nada para o moreno.

–Ukai-kun... Você não confia em mim, não é? – O moreno parecia cabisbaixo.

–O que? Confio sim.

–É que você se recusa a me contar, acho que não passo muito a impressão de confiança. Devem pensar que por eu ser tagarela, eu não vou conseguir guardar um segredo, mas eu consigo! – Takeda levanta o rosto e olha com firmeza para Ukai. – Eu posso guardar o seu segredo e se você realmente gosta dessa moça eu posso tentar te ajudar.

–Eu sei que posso confiar em você, mas não é pelo segredo que eu não quero contar. – Ukai remexe nos cabelos nervosamente e para a sua sorte ele nota que já estavam próximos à porta do ginásio. – Deu desse assunto por agora.

(...)

–Ukai-kun! – Takeda aparece atrás do treinador enquanto o mesmo tentava deixar o ginásio após o treino sem ser seguido.

–Olha, por que você quer tanto saber? – Ukai se vira para o professor e fala em um tom mais sério, mas não chegava a ser intimidador, apenas queria entender, saber se havia algum motivo plausível por trás de tanta insistência, pois se recordava-se bem Takeda nunca havia insistido em nada sem ter um bom e belo motivo.

–E-Eu estou curioso. – Takeda fica um pouco sem jeito com a mudança de postura de Takeda.

–Não. Você já passou todos os limites daquilo que seria uma simples curiosidade, fale a verdade. Se você me contar a verdade agora, eu vou te contar quem é essa pessoa...

E estava falando sério, havia decidido que assim o faria, pois já não aguentava mais toda aquela pressão sobre si, quem sabe falando a verdade as coisas se acalmassem, quem sabe algo bom não poderia resultar vindo da sinceridade. Seria uma troca de informações, sabia que a informação que ofereceria poderia acabar soando pior do que aquela que receberia em troca, mas no final a insistência foi de Takeda, se o professor ficasse sem jeito, constrangido ou se passasse a evitar Ukai, o problema não era do loiro. Bom, tentava se enganar com esse pensamento, pois no fundo sabia que o “problema” era mais seu do que do professor.

–Mas só se me convencer de que está falando a verdade. – Ukai completa.

–M-Mas eu sempre disse a verdade... É-É curiosidade, apenas isso...

–Sensei... – Ukai o segura por um dos ombros e o coloca contra a parede. – Eu disse para me convencer. Você é um péssimo mentiroso. Se você quer ouvir a verdade, deve ser verdadeiro também. Se não vai me contar então esqueça tudo isso. Mas pense bem, não deve ser nada demais, não é?

–Ukai-kun... – Takeda que estava com as bochechas coradas se retrai e abaixa a cabeça. – Eu não quero falar... Eu vou só atrapalhar seus planos... Sua mãe tem razão, você precisa ter alguém e eu quero muito que isso se realize.

–Por que quer tanto? Você deveria pensar na sua felicidade primeiro, idiota.

–Se a pessoa que você ama está feliz, você também não deveria ficar feliz? – Takeda levanta o rosto com o sorriso mais falso que já havia portado em toda a sua vida. – Mesmo que a felicidade dela esteja com outra pessoa e que doa estar sozinho, você fica feliz e reza para que tudo dê certo. Ao menos eu sou assim.

–Mas que sentid-

Ukai para instantaneamente de falar no exato momento em que a sua ficha cai e ele passa a compreender melhor as palavras de Takeda que somadas ao seu comportamento recente poderiam querer dizer apenas uma única coisa. Seus olhos se arregalam levemente ao se dar conta do que possivelmente estava acontecendo ali enquanto o professor apenas corava mais por já ter notado o fato de que Ukai havia descoberto seus reais sentimentos e suas intenções por trás de tantas insistências. Nunca havia planejado contar a verdade para o treinador, afinal Ukai já gostava de uma pessoa e a última coisa que queria era que o loiro sentisse pena de si por estar amando alguém que não o correspondia.

O loiro dá um passo para trás tirando da parede a mão que antes estava apoiada ali para não dar chances de escape ao professor até que obtivesse a sua resposta. O loiro estava com uma face pensativa enquanto olhava fixamente para o chão. Takeda engole seco enquanto apenas o observava em silêncio, sentia que havia feito uma bela burrada, mas infelizmente aquele era o seu carma, seu aspecto mais forte que também era a sua fraqueza. Takeda poderia ser bastante insistente, mas cedia fácil a qualquer mínima pressão como a que Ukai havia lhe feito.

Uma risada que começa baixa tira Takeda de seus devaneios e o faz olhar para o loiro que ainda estava fitando o chão e que agora já ria um pouco mais alto, mas não o suficiente para que fosse considerada uma gargalhada. Takeda fica um pouco incomodado e constrangido, provavelmente ele era o motivo daquela risada, ele era a piada da qual Ukai ria e não tiraria a razão do treinador de rir, era de fato uma pessoa deplorável.

–Ukai-kun... O-O que é tão engraçado? – O professor se pronuncia com a voz vacilante.

–É que... – Ukai já se normalizava. – Eu passei essas duas ultimas semanas pensando tanto em meios de evitar esse assunto e evitar você. Foi a coisa mais idiota que eu poderia ter feito.

–E-Eu acho que não entendo o qu-

Ukai não deixa brechas para que Takeda terminasse de falar e logo já havia se aproximado novamente, fazendo-o se encolher contra a parede mais ainda. Sua mão esquerda busca segurar a cintura do moreno enquanto sua mão direita ia até o seu rosto. Com um movimento tão de súbito assim era óbvio que Takeda se assustaria e cerraria os olhos com força, mas Ukai não tinha a menor intenção de se conter justo no momento em que finalmente havia tido a certeza que precisava para agir. Com as pontas dos dedos faz um suave carinho ao longo da pele macia de sua bochecha corada e aos poucos Takeda volta a abrir seus olhos e olha fundo dentro dos seus às vezes desviando-se para olhar para os lábios que estavam quase se tocando.

–Vai entender... – Ukai sussurra.

O treinador sente Takeda estremecer ao ter seus lábios selados, devido a proximidade em que estavam podia sentir com clareza os batimentos do menor. Mas poderia afirmar com toda a certeza que Takeda não era único que estava a beira de um infarto, apesar de demonstrar menos, seu coração também parecia que saltaria para fora de sua boca a qualquer momento. Seus lábios sobre os do moreno começam a se mover de forma lenta e suave enquanto a sua mão que ainda tocava o rosto do mesmo se retira dali para se juntar a outra em um abraço em torno da cintura de Takeda. O que acreditava ser de muita utilidade, pois o professor estava tão trêmulo que apenas não havia caído ainda por estar contra a parede e por ter sido envolto pelos seus braços.

Os lábios de ambos se roçavam com suavidade, Ukai sentia que Takeda estava confuso com tudo aquilo e que não sabia o que fazer ou como prosseguir, portanto tentava guia-lo com o máximo de calma o possível. Em um movimento tímido ele sente o professor levar suas mãos – que até então haviam estado ao lado de seu corpo – até os seus ombros, fazendo com que Takeda se apoiasse ali. Com isso o professor parecia mais relaxado e Ukai se aproveita disso para aprofundar mais o beijo adentrando a boca do mesmo com a sua língua. Sente Takeda estremecer com aquela atitude, mas ao contrário de se afastar o professor apenas se segura com mais firmeza em seus ombros enquanto Ukai também passava a segurar sua cintura com mais força o mantendo o mais próximo que podia de si.

Ambas as línguas se roçavam dentro da boca de Takeda de forma tímida e pouco invasiva. Não conhecia muito bem o professor nesse aspecto, mas ele sempre pareceu ser do tipo que tinha pouca experiência apesar de seus quase trinta anos, portanto não poderia exagerar. Ukai abre um de seus olhos minimamente, os óculos atrapalhavam um pouco, mas nota que Takeda já não estava mais tão vermelho quanto antes apesar de que aquele gracioso rubor em suas bochechas ainda era notável. Aos poucos o loiro começa a interromper o beijo, dando uma mordida no lábio inferior de Takeda ao se separarem.

–Hm... – Ukai olhava para o mesmo que estava vermelho e um tanto trêmulo. – Isso está nos atrapalhando.

Ukai retira os óculos de Takeda e os guarda no bolso do seu próprio abrigo de moletom voltando a segurar a cintura do professor e selando seus lábios com maior intensidade do que anteriormente. Sente Takeda passar a abraçar o seu pescoço enquanto adentrava a boca do mesmo com sua língua dessa vez se permitindo explora-la mais do que anteriormente. Takeda tinha um gosto doce, exatamente como havia imaginado que tinha, combinava perfeitamente com a personalidade também doce do professor que havia passado a acariciar seus fios loiros enquanto correspondia ao beijo que lhe era dado com mais vontade. Os lábios de Ukai tinham gosto da nicotina que provinha dos cigarros que o loiro fumava, sempre fora contra o uso desse tipo de droga, mas nos lábios do treinador parecia ser bastante aceitável.

(...)

–Ukai-kun... – Takeda chama a sua atenção enquanto estavam sentados nos degraus do ginásio. – Você ainda não me disse quem é a tal pessoa.

–Você não está falando sério. – Uma veia salta na testa do treinador.

–É... Que... – Takeda volta a ficar um pouco corado e desvia o olhar. – Se você não me disser, eu vou continuar inseguro e... – Takeda engole seco. – Tem razão, n-não precisa.

Ukai suspira e apaga no chão o cigarro que estava aceso entre seus dedos. O loiro se vira para o professor que havia apenas o acompanhado com os olhos desde então e segura suas bochechas com ambas as mãos colando as suas testas. Como já era de se esperar, Takeda logo fica corado com o movimento tão repentino. Ukai olhava fundo nos olhos que estavam por trás daquele par de lentes, aquele olhar que quase era capaz de enxergar a sua alma. Constrangido, o professor apenas desviava seus olhos para todos os cantos tentando evitar aquele contato visual, mas logo fugir se tornava mais impossível então ele se obriga a também olhar nos olhos de Ukai que abre um pequeno sorriso.

–É você.

O que se seguiu àquilo já era de se esperar, um Takeda tão vermelho quanto um tomate, um Ukai sorrindo divertido com a situação do outro, um alívio em ambos os peitos, um beijo, outro beijo e mais outro de muitos que ainda viriam pela frente.


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Notas finais do capítulo

E então, gostaram? Fui bem para uma primeira fic nesse fandom? Agradeceria se comentassem com críticas e sugestões para que eu possa me basear nelas e melhorar :)
Beijos e até uma próxima~



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