Crimson Thorn escrita por Vit


Capítulo 17
Tuesday's Gone


Notas iniciais do capítulo

Dia 19: Tuesday's Gone - Metallica



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"Won't you, please, take me far, far away?"

Ficar no Santuário estava se tornando sufocante, não apenas para Manigold, que não havia recebido nem uma missão em um período de tempo que julgava longo demais, mas também para o parceiro calmo e paciente do italiano.

O lugar o lembrava de tudo que lhe trazia felicidade, calma, esperança e todos os diversos sentimentos bons que existem, como seus amigos, a deusa por quem lutava, seu falecido mestre, flores inofensivas e o canceriano encrenqueiro por quem havia se apaixonado, mas também o lembrava da promessa que havia feito para o mesmo e que não poderia cumprir, da batalha que custaria sua vida, da tristeza que as pessoas iriam sentir se ele triunfasse ou falhasse, das vidas inocentes que estavam em suas mãos.

Ele sabia que isto fazia parte de ser um guerreiro de Atena, que todos estavam passando pelas mesmas situações, que estavam se sacrificando pela guerra e perdendo pessoas amadas, mas isto não diminuía o sentimento de angústia que sentia, não gostaria de causar tristeza a deusa, a Shion, as pessoas do vilarejo e ao italiano com algo que era sua responsabilidade, e que não se importava em fazer, daria a vida por eles quantas vezes fossem necessárias.

O pisciano ficava inquieto com esses pensamentos, e o cavaleiro de Câncer percebia claramente que algo afligia o companheiro, apesar de não saber o que era, tentava de qualquer maneira distrair o menor.

— Você tem que sair desse templo! Como vamos aproveitar o tempo que temos se você só fica trancado aí dentro? — perguntou e bufou, encarando o parceiro como se ele tivesse feito algo errado.

— Perdão, eu lhe darei atenção hoje, como prometi. — respondeu e sorriu, dando um beijo rápido no rosto do mais velho como cumprimento, o fazendo sorrir enormemente e esquecer a bronca que queria continuar dando.

— Tenho que te mostrar uma coisa que encontrei, garanto que você vai adorar! — disse animado, logo segurando a mão do menor e o puxando pelo Santuário, contando a história de como havia descoberto algo incrível.

Logo saíram adentraram a mata que cercava o lugar, porém não era a trilha que conhecia, não havia nada que marcasse o caminho além de algumas marcas em árvores, e se surpreendeu como o canceriano conseguia seguir com facilidade os pequenos cortes, quase cobertos pela folhagem, nos troncos.

Após alguns minutos caminhando pelo bosque chegaram em um rio próximo a uma pequena cachoeira, onde havia uma piscina natural formada pelas pedras, e era possível ver alguns peixes nadando nas águas cristalinas e pequenos animais saciando a sede.

— Pronto, pode ir brincar, Alba-chan. — disse alegremente e soltou a mão do mais novo.

— Brincar? — perguntou e arqueou uma sobrancelha.

— É, peixes gostam de água, não é? Você tem até uns amiguinhos aqui! — respondeu animado e foi observar os animais coloridos nadando, arrancando uma risada baixa do parceiro.

— Agora eu sou um peixe? Esta é apenas minha constelação, Manigold, não significa que eu realmente seja parecido com o animal que a representa. — explicou suavemente, se aproximando e se sentando ao lado do maior.

— Mas o pirralho de Leão parece um gato, e o imbecil do Kardia parece um escorpião, você poderia ser um peixe! — riu e levantou o olhar, observando o menor com suavidade e levando uma das mãos até o cabelo do mesmo, brincando com as mechas como sempre fazia. — Ou poderia ser uma sereia, parece mais com você já que elas são bonitas e perigosas.

— Isso é um elogio? — questionou e voltou a arquear a sobrancelha, sorrindo em seguida.

— Pode ser se você quiser. — piscou um olho e parou de brincar com os cabelos claros, se levantando e tirando a camiseta que vestia, para então se jogar na água, molhando o pisciano.

— Tome cuidado, Manigold.

— Você não vai nadar, peixinho? Estou te esperando! — riu e se aproximou.

— Eu não vim preparado para isso, você terá que nadar sozinho.

— Deixe de ser chato, Alba-chan! — respondeu e puxou o mais novo pelas mãos, o jogando dentro da água, recebendo um olhar severo quando este voltou a superfície e tirou os cabelos do rosto.

— Você é impossível, Manigold, minhas roupas estão molhadas.

— É só tirar, o sol irá secar para você. — sorriu enormemente, o que fez o olhar rígido que recebia desaparecer.

— Você deveria me avisar quando irá fazer algo assim, iria evitar diversos problemas. — repreendeu, mas tirou as vestes molhadas, apesar de não gostar de ficar exposto desta maneira, e as estirou nas pedras sob o sol.

— Mas a surpresa é que deixa tudo divertido! — brincou e se aproximou, levando uma das mãos até o rosto claro, acariciando a pele macia. — Agora você parece ainda mais uma sereia.

— Eu não posso ser uma sereia, não sei cantar. — disse e colocou as mãos na cintura do maior.

— Não tem problema, você não precisa seduzir ninguém. — sorriu de lado e o beijou com a habitual suavidade que o fazia, porém se surpreendeu quando o pisciano abraçou-lhe a cintura e pressionou os lábios contra os dele, encerrando o beijo pouco depois.

— Estou ciente disso, Manigold. — respondeu e juntou a boca a dele em um beijo rápido, se afastando do abraço em seguida. — Espero que você consiga acompanhar minha velocidade, caranguejo. — provocou e mergulhou, se movendo com facilidade na água.

O canceriano pretendia dizer alguma coisa sobre o beijo ou talvez sobre eles, mas ele não conseguia ignorar uma provocação dessas, e também, eles ainda teriam muito tempo para conversar agora que encontraram um novo refúgio.


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Notas finais do capítulo

Demorei, mas estou de volta! O desafio vai ficar todo desregulado daqui para frente, mas pretendo ir até o fim.



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