"Tell me more, tell me more
Was it love at first sight?"

Cada signo tem suas características, positivas e negativas, que influenciam nosso comportamento e personalidade, influenciam nossos sentimentos, como reagimos as coisas e até mesmo nossos relacionamentos, ou é o que a astrologia diz.

Vendo por essa perspectiva, os cavaleiros dourados deveriam ter todas as características de seu respectivo signo, certo?

Errado.

Você poderia dizer que Asmita era realmente de Virgem, El Cid de Capricórnio e Sísifo de Sagitário, mas você não diria que Manigold era um canceriano ou que Albafica fosse pisciano.

O homem grande com cabelos azuis escuros e arrepiados não era sensível ou sentimental, muito menos tímido e introvertido. Ele adorava provocar os companheiros, principalmente Kardia de Escorpião, que respondia a tudo, era alegre e chegava até a ser barulhento, chamava a atenção mesmo sem querer, e era sinônimo de encrenca.

Já seu parceiro de madeixas claras, que deveria ser avoado, indeciso e maleável, era sério, não perdia o foco e era realmente muito difícil fazê-lo mudar de ideia ou convencê-lo de algo, principalmente se o assunto tivesse algo a ver com seu sangue.

Eles eram opostos, como Degel e Kardia ou Sísifo e El Cid, e talvez por esse motivo todas essas duplas fossem tão boas, eles se completavam.

Era isso o que Manigold havia pensado enquanto observava o arco-íris de flores que o menor havia lhe mostrado, lugar que se tornou especial para ambos.

Ele não pensava nisso, era algo bobo em seu ponto de vista, mas ouvir o comentário de que era parecido com o dourado da oitava casa o fez pensar nas semelhanças deles com os outros cavaleiros e o motivo de terem se tornado próximos.

— Eu achava que você era meio doido se excluindo daquele jeito. — disse e sorriu para o parceiro, como se tivesse o elogiado.

— E você decidiu se aproximar de um “doido”? — devolveu o sorriso.

— O Shion me explicou, então eu me interessei por você.

— Você se interessou após saber do meu sangue? — perguntou incrédulo, mas sem expressar isso em seu tom de voz.

— É, eu não gostei de você ao saber, achei que era idiota ou algo assim, então tinha que descobrir se era mesmo. — disse com simplicidade.

— E quais são suas conclusões? — perguntou interessado, agora observando a face do outro de forma cuidadosa.

— Você é idiota sim, mas consegue ser um idiota diferente de mim. — explicou.

— E que tipo eu sou?

— O idiota que me completa, é claro! Eu penso a besteira, e você é idiota o suficiente para tentar me impedir. — disse, fazendo o mais novo dar uma risada baixa.

— Isso não faz sentido, Manigold. — falou suavemente.

— Faz sim, nós somos como a metade boa e a ruim.

— Não me referia a esta parte.

— Ah, sobre você ser idiota? Eu quis dizer que responsabilidades são idiotas. — sorriu mais abertamente.

— Eu deveria ter suspeitado. — suspirou, mas continuou sorrindo.

— E você? Por que se interessou por mim?

Albafica ficou em silêncio por algum tempo, escolhendo o que dizer ao maior e se realmente iria respondê-lo, ficara surpreso com a pergunta.

— Porque você foi diferente. — respondeu por fim, recebendo uma sobrancelha arqueada do parceiro.

— Diferente?

— Você ignorou meu sangue e minhas ordens para se manter afastado.

— Ah, achei que você ia falar algo sobre eu ser sua alma gêmea, ou algo romântico e chato, estou decepcionado, Alba-chan. — brincou e riu.

— E então eu descobri que não conseguia te recusar, você precisava de alguém para te impedir de se matar. — continuou com calma, fazendo o outro sorrir de forma calorosa.

— Era isso o que eu queria! — disse animado. — Finalmente me sinto em um romance com meu belo príncipe!

— Você deveria admitir que apenas se interessou por mim por causa de minha aparência.

— Mas você sabe que pessoas bonitas só me causam transtornos. — piscou um olho para o menor.

O pisciano suspirou, mas não deixou de sorrir, e pela primeira vez ofereceu a mão ao italiano, que não demorou a aceitá-la, porém, este não esperava que o outro a levasse até seus lábios e a beijasse, um beijo rápido e leve, que ele quase não sentiu.

— Irei retornar ao Santuário, aproveite o tempo livre. — disse e fez uma reverência, se despedindo como os príncipes o faziam.

Manigold não deixou de perceber a provocação no ato do companheiro, ele estava ficando cada vez mais perigoso, e isso o alegrava, gostava de vê-lo relaxado e com o sorriso discreto em sua face.

O canceriano continuou em seus devaneios sobre como chegou a ficar próximo do menor, mas ele não se importava realmente, afinal, o que realmente era importante é que agora sabia parte do que o outro sentia por ele, e que ele não havia negado completar o maior.