–Gato dos infernos! – Gritou Percy para o animal que arranhou seu braço. – Seu desgraçado.

Com seus gritos, uma garota de cabelos negros e longos, olhos castanhos, corpo escultural e uma roupa de ginástica saiu da casa ao lado.

–Oi. – Disse ela tímida. – Algum problema por ai?

–Só esse gato desgraçado que me arranhou. – Disse Percy enquanto ia em direção ao carro em busca do kit de primeiros socorros que estavam no porta malas, afinal, nunca se sabe quando iria se machucar.

–Desculpa pelo que o Bob fez com você. – Disse a garota pegando o gatinho. – Eu não sabia onde ele estava ate ouvir seu grito.

–Eu que peço desculpas pelo modo como agi. – Respondeu Percy olhando-a pela primeira vez, o que o fez abrir um sorriso devido a beleza da mesma. – Geralmente não tenho medo de animais, mas quando eu estou concentrado, eles tendem a atrapalhar meu trabalho.

–Então, o senhor é da polícia? – Perguntou ela o olhando furtivamente em busca de algum distintivo.

–Não, sou detetive particular. – Respondeu Percy fazendo a garota sorrir. – Percy Jackson a seu dispor.

–Reyna Ramirez-Arellano. – Respondeu ela sorrindo enquanto apertava a mão do jovem. – Sei que minha curiosidade está indo além do limite aceitável, mas quem contratou o senhor?

–Hazel Levesque, creio que a conhece? – Perguntou ele analisando o semblante de Reyna.

–Sim, era amiga intima da Piper.

–E você, como vizinha devia conviver bastante com ela, estou certo? – Perguntou Percy.

–Na verdade, não. – Respondeu Reyna. – Mas esse assunto não é nada agradável pra ficar falando na rua, você aceita entrar?

–Não sei quanto tempo o porteiro vai demorar, então acho bom não arriscar Reyna, pelo menos não por hoje. – Disse com um de seus melhores sorrisos “galanteadores” que faziam com que as mulheres sempre aceitassem suas sugestões.

–Sem problemas Percy. – Respondeu Reyna brincando com Bob que estava em seus braços. – Passa amanhã as dez aqui em casa que vou responder tudo o que você quiser.

–Vou passar. – Respondeu ele, ao ouvir passos.

–Então, até amanhã. – Disse ela lhe dando um beijo estalado na bochecha e entrando em sua casa o que fez Percy sorrir.

–Vejo que a senhorita Ramires-Arellano foi com a cara do senhor. – Disse o porteiro.

–Também percebi isso. – Falou Percy sorrindo de maneira safada. – Mas voltando ao assunto, não me apresentei anteriormente, sou Percy Jackson.

–Gregor Montgomery a seu dispor a partir de agora.

–Então Gregor, como já deve ser de conhecimento do senhor a jovem McLean foi encontrada morta sob sua cama.

–Sim, fui eu mesmo que a encontrei. – Disse ele olhando para o chão.

Ao ouvir isso, Percy pegou imediatamente seu celular e ativou o gravador.

–O senhor poderia me explicar essa história?

–Claro. – Disse Gregor, sentando nos degraus que levavam a varanda de Piper.

“Como é ocorre todas as manhãs, que venho ao trabalho fico na portaria e a abro pra quem tem a permissão dos moradores para entrar, como o senhor terá amanhã, enfim, eu estava fazendo meu trabalho normal, até que um senhor chamado Ares chegou e se apresentou como tio de Piper e queria falar com ela.”

–Tio? – Perguntou Percy confuso.

–Também estranhei na hora, pois não sabia que a jovem McLean ainda tinha alguém da família.

“Mas como eu ia contando, ele se apresentou como tio da garota, mas eu não podia deixar entrar pois não tinha autorização. Então interfonei para a casa dela umas cinco vezes, e nada dela atender, o que não é normal, pois já passavam das onze e não havia recado nenhum que ela se ausentaria de casa. Então eu pedi para o senhor aguardar que eu viria checar se a menina estava em casa, bati varias vezes na porta e nada dela atender, mas ouvi um barulho estranho vindo do segundo andar, não pensei duas vezes, abri a porta e subi correndo.”

–Como era o barulho Gregor?

–Era como se alguma coisa tivesse batido no chão. – Respondeu ele confuso. – Mas não sei dizer o que era, ou se foi só minha imaginação.

–Continue então.

“Então, como eu estava falando, eu subi até o segundo andar da casa de Piper, e não havia a encontrado em nenhum cômodo, só que eu fiquei em dúvida se entrava ou não no quarto dela, e quando entrei, vi aquela cena horrível! Um buraco pequeno no lado direito da cabeça dela, muito sangue no chão e a arma na mão dela, eu fiquei assustado, e não sabia quem procurar, então, sai correndo, sem encostar em nada e fui até a portaria, onde menti pro homem que Piper não estava. Depois, liguei o mais rápido pra polícia e fiquei esperando na portaria”.

–O senhor fechou a casa antes de voltar para a portaria? – Perguntou Percy com receio.

–Só encostei a porta, mas não cheguei a trancar. – Respondeu o homem assustado. – O senhor acha que havia alguém dentro da casa?

–Não garanto nada, mas como o senhor disse que havia ouvido um barulho, cheguei a essa conclusão, só que não posso ter certeza sem ver como é a casa por dentro.

–Eu mostro pra você. – Disse o homem suando frio.

–Tem mais alguma coisa que você quer me contar Gregor? – Perguntou Percy o olhando de forma ameaçadora.

–Não, pelo menos nada que tenha acontecido no meu turno.

–Então aconteceu alguma coisa que esta te fazendo se sentir culpado. – Concluiu Percy. – Você prometeu guardar segredo pra alguém e agora isso esta te consumindo.

–Não, nada haver. – Falou o homem nervoso.

–Gregor, se você realmente gostava de Piper e sabe de alguma coisa que possa fazer limparmos a sujeira que estão fazendo com a memória dela, sugiro que me diga, antes que seja tarde e eu coloque o senhor na lista de suspeitos.

–Tudo bem! – Falou ele assustado. – O Patrick, que é o outro porteiro, que trabalhou na noite em que ela morreu deixou um desconhecido entrar.

–E esse desconhecido disse pra casa de quem ele iria? – Perguntou Percy ansioso.

–Pra casa da senhora Ramirez-Arellano.

–Por acaso temos filmagens desse cara?- Perguntou Percy ansioso.

–Sim, tudo foi filmado pelo circuito interno. Mas eu não tenho permissão pra mostrar a ninguém. – Disse ele ainda suando. – São regras do condomínio.

–Tem certeza que não vai me mostrar isso Gregor? – Perguntou Percy de maneira fria.

–N.. Nã..Tudo bem, eu mostro ao senhor, mas só se prometer que meu nome não vai estar envolvido.

–Fique tranquilo. – Disse Percy. – Mas me responda uma coisa antes, a senhora Ramirez-Arellano aceitou a presença desse homem? Ou ele entrou do mesmo modo que eu?

–Entrou como você. – Ao dizer isso o senhor seguiu para a portaria, com Percy em seus calcanhares.