–Olha aqui garoto, espero que você não esteja de brincadeira. – Disse Percy encarando Frank.

–Confie em nós senhor Jackson. – Disse Hazel, obtendo para si um olhar de reconhecimento vindo do detetive. – Temos um caso e precisamos de alguém que esteja disposto a ir contra as investigações da polícia.

–Quanto a isso, sempre estou disposto. – Disse ele sorrindo. – Annabeth, prepare um café, e vocês venham até minha sala.

Os jovens seguiram Percy até um cubículo o qual ele chamava de sala, com uma mesa e a cadeira para si, além de duas poltronas para seus clientes.

–Sentem-se. – Ao notar que um deles estava em pé, pediu para Annabeth trazer outra cadeira. Após os três estarem colocados em seus lugares Hazel começou a falar.

–Senhor Jackson, nossa amiga morreu...

–Tudo bem, pessoas morrem todos os dias e eu não sou de nenhuma funerária, então me diga o que os trouxe até aqui. – Disse ele impaciente.

–Se o senhor não percebeu. – Começou Léo, de maneira irônica. – Ela estava começando a contar a história, mas quis ser mais rápido que o trem, mas acabou se atrapalhando.

Percy olhou o garoto confuso “quem esse moleque pensa que é pra agir comigo dessa forma?”, porém, não expressou nada, e olhando novamente para Hazel voltou a falar.

–Desculpe-me pelo mau jeito, é que às vezes, sou meio afoito quando quero resolver algo. – Sorriu. – Diga-me então, o que a faz duvidar da morte de sua amiga.

Hazel olhou-o impressionada, pois sabia que mentes de detetive devem trabalhar rápido e usar como provas qualquer coisa que aparente ser suspeita.

–Ocorreu o seguinte, na noite de ontem estávamos nos três, mais a Piper em uma boate perto da casa dela, mas ai, o ex-namorado dela apareceu e tiveram uma discussão das feias, então ela foi pra casa abalada, e pela manhã o porteiro encontrou o corpo dela no quarto. – Uma lágrima insistiu em escorrer pelo seu rosto, fazendo com que Frank a abraçasse.

–Suicídio? – Perguntou Percy.

–É a hipótese deles, mas nós não acreditamos. – Disse Frank.

–A Piper nunca teria coragem de fazer isso. – Continuou Léo. – Ela tinha uma filosofia em que as pessoas nunca devem se matar porque é errado e faz mal pra si mesmo, nunca entendi isso, mas era o que ela dizia.

–Deixe-me ver se entendi. – Disse Percy coçando o queixo, enquanto Annabeth deixava os cafés sobre a mesa e se retirava da sala. – Vocês querem que eu investigue essa morte, pois acreditam que foi homicídio e que a policia não esteja averiguando bem as coisas. – Com a afirmativa dos três, ele continuou. – Pra vocês há algum suspeito?

–Talvez o Jason Grace. – Diante do olhar de dúvida de Percy, Hazel prosseguiu. – ex-namorado dela.

–Com quem ela discutiu.

–Isso mesmo senhor.

–Mas há algum motivo especifico para duvidarem dele? – Perguntou após tomar um pouco de café.

–Às vezes o Jason era agressivo com ela, a ameaçava em nossa frente. – Disse Frank.

–Mas ele bateu nela alguma vez que vocês saibam?

–Nunca. – Disse Léo. – Ela só se queixava por ele ser muito ciumento, e a profissão dela de certa forma, não admite muito pessoas assim, porque como ela tinha eu mostrar o corpo e tal.

–No que ela trabalhava? – Perguntou Percy fazendo algumas anotações.

–Modelo. – Disse Frank. – Fazia uns cinco meses que ela tinha assinado com a Victoria Secret’s.

–Certo. – Disse Percy voltando à atenção ao trio. – E ele, é famoso também?

–Jogador de basquete. – Respondeu Léo.

–Tudo bem, e sobre a família dela, existe alguém que poderia querer o dinheiro dela ou algo assim?

–Não que a gente tenha conhecimento. – Disse Hazel. – Os pais dela morreram em um acidente de carro, ela não tinha irmãos, nem tios.

–Pelo menos não tinha tios pelo lado do pai. – Disse Frank. – Não sabíamos nada sobre a família da mãe dela.

–E quanto a esse namorado dela, fazia tempo que eles estavam juntos antes do relacionamento acabar?

–Uns três anos acho. – Disse Hazel. – Mas não tenho certeza.

–O senhor acha que o Jason é culpado? – Perguntou Léo enquanto mexia em um globo de neve da cidade de Londres que estava sobre a mesa de Percy, que o olhou de maneira agressiva, mas o garoto ignorou-o.

–Para te falar a verdade garoto, qualquer um pode ser culpado. – Disse Percy os olhando de maneira ameaçadora. – Inclusive algum de vocês.

Os amigos ficaram assustados com a acusação tão repentina, pois, nunca imaginaram que um detetive poderia desconfiar deles, que conheciam Piper há tanto tempo.

–Mas agora tenho uma coisa a lhes dizer, essa investigação não vai custar nada barato.

–Temos dinheiro Senhor Jackson. – Falou Léo desafiador. – Muito mais que você imagina.

–Bom saber. – Disse ele sorrindo. – Me deixem os telefones de vocês, que qualquer avanço, serão avisados.

Após passarem os números para Percy se retiraram do escritório, deixando somente ele e seus pensamentos e uma pequena lista sobre a mesa:

Assassino: Suspeitos – Jason

Família da mãe da garota.

Como era a residência? Haviam passagens além das vigiadas?

Em que posição o corpo foi encontrado?