Annabeth ainda estava tomando café quando ouviu algumas buzinas no lado de fora de sua casa.

–Que barulho todo é esse?- Pediu Frederick indo em direção à janela e vendo uma SUV preta em frente. – Acho que temos visita filha.

–É meu chefe. – Falou ela pegando mais uma colher de cereal. - Já mandei mensagem pra ele entrar.

Quando ela acabou a frase, a campainha tocou e Frederick abriu a porta sorrindo e ao ver o garoto em sua frente não se conteve e comentou:

–Você que é o chefe da minha filha? Deve ter no máximo 21 com essa cara. – Percy sorriu.

–Obrigado pelo elogio senhor, mas na verdade, tenho 25. – Falou estendendo a mão para cumprimentá-lo. – Percy Jackson a seu dispor.

–Frederick Chase e a não ser que precise de um professor de história, não estarei a sei dispor. – Disse o homem sorrindo enquanto respondia o cumprimento. – Soube que você veio buscar essa mocinha pra um trabalho sujo.

–Não é sujo, quando se trata do bem da profissão.

–Tuche! – Disse o homem fazendo Percy rir. – Já tomou café?

–Sim, parei em uma padaria no caminho. – Falou enquanto observava o local onde eles moravam.

–Percy, estou pronta já. – Disse Annabeth indo em direção ao rapaz, de uma maneira rápida.

–Se cuida filha. – Falou Frederick sorrindo. – E se algum engraçadinho tentar alguma coisa.

–Pode deixar que ai vai ter trabalho sujo. – Disse Percy sorrindo. – E vai feito pela minha mão na cara dele.

Eles saíram da casa conversando, onde o tema principal era o bom humor do pai de Annabeth, mas quanto mais perto chegavam do seu destino, mais pesado ficava o clima dentro do carro.

–Notei que dessa vez você ta nervosa. - Comentou Percy tirando os olhos da estrada.

–Pior que estou. – Respondeu ela. – Não to com uma boa impressão.

–Eu também, mas acho que hoje é um dia estranho.

–Como assim? – perguntou ela confusa.

–Te vi tomando café, e isso não é nada normal. – Annabeth corou, mas essa brincadeira de Percy serviu para acalmar um pouco. – Falando sério agora Annie, você sabe o que fazer, então é só chegar la e mandar ver.

–Mas e você? – Perguntou ela preocupada.

–Eu subo na hora certa. – Disse ele sorrindo. – Só mantém o celular ligado na chamada comigo, que eu vou saber exatamente o que fazer afinal eu sou teu namorado, não?

–Não né! – Respondeu ela rindo.

–Claro que sim! – Respondeu ele a deixando sem entender. – Na ficção ué! Que parceira melhor eu ia achar pra entrar nas roubadas comigo? E ainda por cima se passar por minha namorada?

–Pois é Percy, você teve muita sorte de mim ter pisado naquele escritório pequeno e fedido. – Falou ela o fazendo rir.

–Não é fedido! – Disse ele sorrindo.

–Mas é pequeno. – Falou ela encarando o garoto com um sorriso.

–Eu sei disso. – Respondeu ele. – Quanto a você, todas as noites eu rezo agradecendo ao anjo que te mandou até la pra ajudar um cara ferrado em dividas.

–Pois é, se não fosse por mim, nem esse caso você teria! – Falou ela sorrindo.

–Agora magoou garota, vai dizer que você trouxe sorte pra mim?

–Claro que sim. – Respondeu ela, convencida. – Depois que eu cheguei você conseguiu em minutos um caso que vai pagar muito bem, e que estamos prestes a desvendar.

–Tomara Annie. – Disse ele rindo. – Porque não iria aguentar ter que ficar sem gasolina.

–Ou sem comprar roupas! – Comentou ela vendo a cara de revoltado.

–Só tenho um guarda roupas de muitos anos, por isso nunca repito, mas não fico comprando. – Disse ele emburrado

Annabeth estava rindo e Percy a acompanhou, porém, notaram que alguém saia do prédio de onde havia o estúdio de Octavian, então pararam as brincadeiras no carro.

–Pelo jeito, é modelo. – Disse ele.

–Quase certo que sim. – Respondeu ela ao ver a garota se afastar. – Vai falar com ela, que eu subo.

–Certeza?- Perguntou ele de forma apreensiva.

–Sim. – Disse ela. – Lembra ta tudo no esquema.

Quando ela estava abrindo a porta para sair, algo de diferente aconteceu, com um movimento rápido, Percy puxou a garota loira em sua direção e a beijou, de maneira calma, a deixando confusa.

–Isso é pra você ter sorte. – Respondeu ele sorrindo.

–Então serve pra nós dois. – Complementou ela dando um selinho no garoto e indo em direção ao prédio.

“Tudo bem, beijei a Annie, porque fiz isso mesmo? Ah nervosismo, certo! E agora, o que mesmo eu tinha que fazer?” Perguntou-se ele enquanto olhava confuso pela janela, “Já sei, a modelo! Tomara que ela não tenha ido longe, se não a loirinha vai me matar”.

Percy começou a caminhar em direção ao lado em que a modelo havia ido, e a viu, parada em um café “Te achei! Agora, vamos descobrir se o Nico age assim com todo mundo”.

–Bom dia. – Falou ele com um sorriso galanteador, o que fez com que a garota prestasse imediatamente atenção naquele jovem. – Posso me sentar?

–Her.. Hum.. Claro. – Disse a jovem de cabelos ruivos, olhos verdes e algumas sardas em seu rosto.

–Obrigado. – Respondeu ele ainda sorrindo. – Te vi saindo do estúdio do Octavian e queria saber se ele é uma boa pessoa sabe. – Ele começou a contar à mentira que havia planejado com Annabeth. – Afinal, minha namorada sempre quis ser modelo e foi hoje conversar com ele.

–O que?! – Perguntou ela indignada. – Eu se fosse você subiria e a traria de volta.

–Por quê? – Percy fingiu surpresa.

–O Octavian e aquele assistente dele, Nico, não prestam! – Disse ela. – São uns pervertidos.

–Como assim? – Perguntou Percy se fingindo de desentendido.

–Eles QUEREM que as modelos iniciantes façam coisas nojentas na frente deles, sério, é horrível! – Disse ela em choque.

–Você é iniciante?

–Sim! – Disse ela enquanto começava a chorar. – E nunca mais quero pisar naquele lugar em minha vida, vai até lá e trás sua namorada de volta, a menos que queira ver ela devastada.

–Tudo bem. – Disse Percy realmente aflito “Tomara que nada de ruim aconteça a Annie, se não vou me culpar a vida toda”. – Vou subir.

Sem esperar muito, Percy começou correr, afinal, se acontecesse alguma coisa para aquela linda garota, a culpa seria sua, pois foi ideia do próprio fazer com que ela se passasse por modelo para descobrir os podres de quem trabalhava nesse lugar. “Por favor, que nada tenha acontecido a Annie, afinal, ela só subiu porque eu pedi, além de que, ela não pode ficar louca e sair da minha vida, não agora que não sei o que seria de mim sem a presença dela”, pensava ele, em pânico enquanto esperava o elevador.