O Convidado da Festa escrita por FireboltVioleta


Capítulo 3
Tudo novo de novo




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HERMIONE

A perspectiva de, em breve, sentir outra vez chutes delicados ecoando dentro de mim me fazia querer chorar de alegria.

Eu nunca achei que poda ser mais feliz do que aquilo. Mas, pelo jeito, podia.

Eu e Rony já havíamos contado a novidade para toda a família. Previsivelmente, papai apertou os olhos e mamãe teve um piripaque de alegria. Os pais de Rony só faltaram fazer uma festa improvisada com bolo e tudo. Fleur me ajudara na contagem da gestação; eu já estava na terceira semana.

Eu mal sabia como seria aquele novo bebê e já o amava insuportavelmente. Havia começado uma mania de colocar as mãos em meu ventre, imaginando que estava afagando a pele macia e delicada do meu novo filho.

Peguei Rose no colo, já que ela reclamava de fome, com aquela vozinha potente de filhote de gato.

– A nenê está reclamando a comida, é? - sorri, beijando sua testinha. Rose balançou a mãozinha descoordenadamente, até segurar uma mecha de meus cabelos e puxar ai, sua pentelhinha...

Para minha surpresa, Rose teve uma contração mínima na boquinha, que formou um rápido sorriso banguelo e adorável.

– Você acha a mamãe engraçada, é?- ri, aninhando-a em meus braços e baixando o sutiã. Rose estava esfomeada, pois só foi eu aproxima-la e ela já começou a mamar.

– Oi!

Me assustei, sacudindo Rose em meus braços. Virei o rosto para a porta, fechando a cara para Rony.

– Seu animal! Quase nos mata do coração!

– Desculpa - Rony deu uma risadinha envergonhada - não assuste o bebê...

– O bebê está ótimo - resmunguei, verificando se Rose já havia terminado de mamar - estou preocupada é com o pai destrambelhado dele.

– Ai... maldade - ele se aproximou, segurando minha cintura e tascando um beijo na minha boca. Se virou para Rose como se fosse beijar sua cabecinha, mas recuou a cabeça - opa... desculpa... você está almoçando, florzinha, foi mal...

– Ela estava com fome - dei de ombros.

– Será que sobra um pouco pra mim? - me boquiabri e tentei chutar a canela de Rony, sem sucesso - ai, Hermione, tô brincando!

– Seu pervertido doente! - arfei.

Rony gargalhou, plantando um beijo carinhoso no meu ombro.

– Adoro quando fica brava assim - me odiei por gemer quando ele desceu a boca de encontro para meu queixo.

– Rony... - murmurei - a Rose ainda está no meu colo, seu predador tarado.

– Olha o linguajar, sua anormal - foi a vez de Rony arregalar os olhos - a Rose está aí, tá?

– Hipocrisia - bufei - se encaixa perfeitamente para nós dois. E depois, Rose dormiu. Olha só... - indiquei-a com o queixo.

Rose capotara no meu colo, ainda sugando o leite por reflexo.

Rony estava encarando demais a fronteira entre Rose e sua "fonte de alimentação" para estar só admirando a filha.

Num movimento rápido, recoloquei o sutiã, estreitando os olhos para Rony, e ajeitei Rose de volta no bercinho. Recuei, encarando o papel de parede de hipogrifos rosados.

– Vamos ter que mudar o quarto... - comentei, inclinando a cabeça.

– Que tal pintar uma metade de verde ou amarelo? - sugeriu Rony, brincando - assim não precisamos fazer outro quarto... ou você não liga que reformemos sua biblioteca?

– Ligo sim - funguei - mas os livros podem ficar na estante da lavanderia... pode reformar o que você quiser...

Revirei os olhos quando meu corpo foi pescado pelos braços fortes e assanhados de meu marido. De lá, eu jurava que íamos para um lugar bem previsível.

Mas até o bebê deve ter se arrepiado quando me encontrei no banheiro, onde uma suspeita e já pronta banheira cheia de água me esperava.

– Ah, não... - gemi, tentando fugir de Rony - não, não e não... dá licença...

Rony tampou a porta com o corpo antes de tranca-la com um feitiço. Tentei escapar, mas o piso me traiu, fazendo minha bunda ter um contato bem macio com o chão. Rony me içou delicadamente, dando um sorriso maquiavélico que já estava me deixando toda arrepiada.

– Ai, minha santa Wicca - choraminguei quando senti a blusa carmim escapar pelo meu corpo acima - me solta, seu brucutu!

– Não... você não vai se safar dessa, Sra. Weasley... - ele riu.

Funguei, exasperada, quando minha saia foi fazer companhia para a blusinha. Fiz uma última tentativa desesperada de fugir pela porta, mas Rony balançou a cabeça, puxando meu corpo para seu colo e descendo-o sem cerimônia na água quente da banheira.

– Eu ainda te mato, seu jurássico! - cruzei os braços quando Rony entrou na banheira.

– Não sei por que toda essa vergonha - ele chegou perto de mim - não há nada aí embaixo dessa lingerie que eu ainda não tenha visto...

Ele pegou a mão que eu tentara plantar em sua cara e, para meu choque ainda maior, mordeu a ponta dos meus dedos, dando uma risada divertida.

– Safado - fiz biquinho enquanto Rony me abraçava dentro d'água.

De lá, aí sim, a coisa toda se desenrolou de modo completamente previsível - e maravilhoso - outra vez.

Amar Rony era uma coisa. Agora, ter que amar Rony, Rose e aquela nova pessoinha imprevista dentro de mim era algo completamente insano e delicioso.

Parecia que, às vezes, não existiam limites para o quanto uma pessoa pode ser feliz.


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Notas finais do capítulo

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