O Convidado da Festa escrita por FireboltVioleta


Capítulo 11
Renovo - Parte 2


Notas iniciais do capítulo

E aí, pessoinhas lindas?
Prontas para fortes emoções (só que não kkk)?
Penúltimo capítulo, para fazer leitor chorar (só que não parte 2)... rsrs
Boa leitura!



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HERMIONE

Fui orientada até a sala obstétrica, sentindo meu coração disparar.

Eu mal acreditava que meu pequeno Hugo finalmente iria vir ao mundo.

O medibruxo me auxiliou a deitar numa mesa de operações muito parecida com a que eu havia deitado para ter Rose.

– Relaxe, Sra. Weasley.

Guinchei baixinho. Era fácil falar para alguém relaxar quando não se estava tendo contrações e morrendo de ansiedade.

A falta de Rony parecia cair aos poucos em mim. Ele não estaria lá para ver nosso garotinho nascer.

Mas eu não podia esquecer que ele não era o único lá fora que me aguardava. Minha florzinha precisava do pai mais do que eu.

– Levante a coluna, Sra. Granger.

Ergui levemente as costas, arfando quando me dobrei sobre a barriga. Como se fosse para zombar de mim, outra contração sufocante disparou naquele ponto, quase me fazendo cair de volta na mesa, não fosse a curandeira prestativa que me segurou.

– Calma, querida... Grimmer, por favor... - a moça apertou minha mãe - vamos dar a anestesia... relaxe a coluna...

Suspirei, respirando pela boca e tentando ignorar a dor das contrações.

Senti a pequena agulha perfurar, suave mas dolorida, num ponto próximo de meus quadris. Após a dor da picada, senti a poção anestésica se espalhar da minha cintura para baixo. aliviante como uma cachoeira de água.

A enfermeira riu.

– Melhor?

– Nossa... muito - sorri.

– Agora só vai sentir as contrações, tudo bem?

Deitei-me de volta na maca, respirando fundo. Mal cabia em mim de expectativa.

O cutucão suave e carinhoso abaixo de meu busto me pegou de surpresa.

Eu não parecia ser a única a estar ansiosa....

Meu menininho estava avisando que ia sair...

Eu não via o que estava acontecendo ao redor. Estava olhando fixamente para o teto, apenas aguardando, após sentir mais uma contração surgir.

– Batimentos cardíacos regulares... batimentos fetais normais.

– Previsão de expulsão?

– Cinco minutos, pelo ritmo atual.

Arfei baixinho, arregalando os olhos. Faltava muito pouco.

Porém, senti uma dormência estranha tomar conta de meu peito.

Meu coração palpitou num solavanco assustador,e ouvi algo apitar estridentemente ao meu lado.

– O qu... - tentei falar, mas algo me engasgou no meio da frase.

Minha visão anuviou. Tentei me erguer, mas uma fraqueza repentina tomou conta de mim. Da cintura para baixo, já não sentia mais nada.

– Peggie! - ouvi alguém falar - insuficiência cardiorrespiratória!

Não, não, não!

Eu estava sufocando? Não, eu não podia estar... não, eu tinha que ficar...

Hugo!

Meu bebê!

– Tirem... - tentei dizer, minha voz saindo num sussurro estrangulado.

Senti alguém colocar algo em meu rosto, mas não enxerguei. o que era. Não enxerguei nada. Tudo estava branco.... e eu não conseguia me mexer.

Meu bebê... meu garotinho...

Ele tinha que ficar bem. Eles tinham que tira-lo logo....

Eu não podia partir, ainda mais numa situação tão ridícula. Meus filhos precisariam de mim...

Aquilo não podia estar acontecendo. Queria chorar, mas estava perdida dentro da branquidão de meu próprio corpo.

Meu Deus...

Não. Decididamente não.

Depois de enfrentar cães de três cabeças, ser petrificada, quase ser mordida por lobisomens, morrer afogada, quase ser cravada de cacos de vidro, quase morrer assada e quase ter meia dúzia de mortes num único ano e sobreviver á uma batalha, eu não ia deixar algo tão besta quando uma falta de ar me levar para longe da minha família.

Mesmo assim, toda a claridade desapareceu, deixando um mero rastro, em meio á escuridão que me engoliu.

_____________O______________

Eu tinha morrido?

Tudo ainda estava preto... mas...

Eu ainda estava ali.

Hugo! Hugo... onde meu bebê estava? Será que..?

A escuridão se dissipou aos poucos.

Pisquei, tentando reagir.

O que havia acontecido?

– Batimentos retornando a normalidade...

Não... eu estava viva.

O torpor diminuiu.

E meu bebê? Onde ele estava? Ele estava bem?

– Taxa de Apgar do recém-nascido?

– Nove no primeiro, dez no quinto.

Minha mente sonolenta se inundou de alívio.

Se haviam medido a taxa, Hugo estava bem.

E estava fora de mim.

Meu menininho tinha nascido.

A raiva de ter perdido aquele momento tão especial só não me dominou por que minha felicidade foi maior.

Quando a luz da sala clareou minha visão, a minha primeira reação foi me erguer.

Mas a anestesia já devia ter perdido o efeito, já que o esforço quase me sufocou outra vez.

– Não, Sra. Weasley!

A curandeira surgiu em meu campo visual, assustada.

– Hugo... - grasnei, sentindo meus olhos lacrimejarem.

– Está bem... se acalme, senhora. Você acabou de acordar de uma parada cardiorrespiratória... não se esforce.

Ela em ajudou a levantar suavemente na maca.

Eu já não estava mais na sala de operações. Deviam ter nos transferido para um dos quartos pós-parto, como o que eu e Rose havíamos ficado meses atrás.

Aquilo tinha sido assustador. Não havia sofrido nada daquilo no parto da minha filha...

Pensei que nem sequer veria o rostinho de meu menino... só o pensamento me horrorizava agora.

– Meu bebê... - ofeguei.

A curandeira revirou os olhos, mas sorriu.

– Já vi que não vai se acalmar, mocinha... - ela virou a cabeça - Peggie, traga o bebê para ela, sim?

Ansiosa, me endireitei na maca, começando a sentir as dores abaixo da cintura.

– Cesárea? - indaguei, enquanto uma das curandeiras ia até o outro lado da sala.

– Não, Normal - ela sorriu de novo - teve sorte... você nos assustou, Sra. Granger. Que bom que voltou para cuidar de sua família...

Um nó se formou em minha garganta.

– Nem me fale...

A moça finalmente voltou, trazendo algo envolto num cobertor.

– Ele dormiu - a moça disse, dando um sorriso encantado - estava esperando por você, mamãe...

Minha vontade de chorar de susto e alegria, depois daqueles dois momentos apavorantes, quase me impediu de enxergar dentro da coberta que foi aninhada em meus braços.

E o que eu vi não me ajudou muito a parar de chorar.

Céus...

Era igualzinho á irmã...

Mas o rosto era do pai.

Era pequeno; qualquer um que olhasse notaria que ele nascera menor que Rose. Os cabelos revoltos e muito ruivos rareavam perto de seus olhinhos fechados. Ressonava tão tranquilamente que nem parecia ter sofrido nenhum problema enquanto nascia. Pequeno aventureiro...

Meu bebê. Hugo Weasley.

– É um lindo menino, Sra. Weasley...

Choraminguei, inclinando naturalmente minha cabeça para beijar sua testinha.

–Sim...

Vi, ainda meio atordoada com minha recuperação pós-inconsciência, as pequenas palpebrazinhas de Hugo tremerem.

Os olhinhos, com os quais eu sonhara por meses, finalmente se abriram, revelando as íris claras pelas quais eu me apaixonara à tanto tempo.

Era exatamente como eu havia imaginado... um pequeno Rony em meus braços.

A porta do quarto se abriu com tal velocidade que bateu na parede, fazendo todos ali pularem de susto, e Hugo começar a chorar. O som estremeceu minhas bases já meio tensas, mergulhando em minha cabeça e me fazendo arfar com os sentimento maternal que me corroeu.

Olhei para a porta, aonde já haviam duas auxiliares tentando recepcionar o garoto ruivo atônito que estava ali.

– Rony!

Ele correu até nós, com os olhos vidrados.

– Hermione!

O abraço que eu recebi foi o suficiente para quase me fazer chorar outra vez.

E pensar, após o susto, que quase havia deixado Rony e Rose para sempre...

As curandeiras não pareciam tão contentes por Rony ter invadido o quarto, mas tampouco pareciam ter coragem ou vontade de intervir. Apenas assistiram, parecendo maravilhadas, meu marido abraçar a mim e ao nosso filho, com tantas lágrimas nos olhos quanto deveriam haver nos meus.

Não houveram palavras naquele momento.

E nem foram necessárias, no final.

Pois o simples fato de todos estarmos bem e de meu pequeno garotinho finalmente estar conosco era o suficiente para dispensar qualquer coisa não dita.


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Notas finais do capítulo

E aí, pessoas? Comentários, sapatadas e afins? Fiquem á vontade!
Kissus e até o epílogo!



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