— Bem o plano é esse, o Olimpo não tem chances e pretendo convencer os deuses disso. Apesar de ser um plano arriscado é o único que não erradica a população humana no processo. - Digo.

— E onde nós entramos nessa história? - Fury cruza os braços.

— Preciso de proteção. - Fixo meus olhos no homem do tapa-olho.

— Posso providenciar uma equipe qualificada de agentes para protegê-la, desde que me deixe à parte de tudo o que acontece. - Ele sustenta meu olhar.

— Feito. Mas tudo o que eu preciso é de um agente - Disse olhando para a figura do Capitão América.

— Por favor, entenda, senhorita...

— Não - disse o interrompendo - entenda você, Nick! Não preciso de mais mortes de inocentes na minha consciência. Humanos não podem ver através da Névoa ela os engana e ilude. Se não podem ver, não podem lutar.

Me levantei e desfilei até o Capitão, parando a centímetro de seu corpo.

— Mas você consegue ver, não é mesmo, Capitão? - Então me volto novamente para Fury - A escolha deve ser dele - disse firme, me virando para sair - Não cometa a burrada de mandar qualquer outro agente, Nick, minha lista de mortos já está grande o suficiente. Quando se decidir, Capitão, sabe onde me encontrar.

A cidade inteira parecia prender o fôlego, como se preparasse para a grande queda da muralha e... eu fui fazer compras.

Fala sério é difícil encontrar uma jeans skinny perfeita.

Voltei ao meu apartamento antes que ficasse escuro (posso ser louca, mas não a esse ponto) e já sabia que ele estaria lá. Conheço um herói quando vejo um; são lindos, mas morrem cedo.

— Não é que ele veio! - Faço uma falsa expressão de surpresa.

— Você sabia que eu viria.

— Claro que não - Disse, fazendo a desentendida, abrindo a porta da frente e dando espaço para ele passar - Afinal, ainda não consegui uma bola de cristal, tá difícil achar uma no mercado.

— Belo apartamento – Disse ele ignorando completamente meu comentário sarcástico.

— Imaginei que iria gostar, já que é velho igual a você.

Ele, novamente, me ignorou. Qual o problema desse cara?

            Meu pai podia não vir muito aqui, mas cada canto desse lugar tinha um pedaço dele. Não imaginei que iria doer tanto ficar aqui quando tive a ideia; agora já não consigo mais sair.

— Vai morar comigo, nada de apartamento do lado ou qualquer outra coisa - disse atraindo sua atenção - O duplex é enorme; se for a sua vontade nem precisa ver a minha cara. Tenho um sistema de alarme que avisa ao sinal de qualquer DNA não humano que se aproxime. Então não se preocupe com possíveis ataques surpresa, sua única obrigação será enfrentar uma única... criatura.

— Não entendo... - Ele franze o cenho.

— Pois então a tia Heather te explica - Disse cortando-o (eu sempre fui sem educação assim?) - Você não sabe lutar contra essas coisas, eu sei. Mas tem uma dessas criaturas que eu não posso enfrentar e quando elas ou ela, se você der sorte, chegar, você vai me proteger. Só isso! Não é muito, certo?

— Certo - disse ele meio desconfiado.

— Não se preocupe te ensinarei como matá-la. E afinal de contas a barreira nem se rompeu ainda...

Naquele exato momento a barreira se rompeu. Não foi nem um pouco da maneira que eu imaginei que seria, não teve gritos de monstro furiosos, nem um terremoto monumental, nem mesmo um clarão no horizonte, uma grande onda de magia pareceu quebrar sobre Manhattan e eu soube que ate mesmo os mortais sentiram a diferença.

— Acabou de quebrar não foi? - O Capitão me olhou, com ar convencido e eu tive vontade de bater naquele rostinho bonito.

— Merda!