Scorpius Hyperion Malfoy é um idiota.

Bem que papai sempre avisou que a família Malfoy não prestava, mas eu tinha que desobedecê-lo e me tornar justamente a amiga dele?!

Maldito primeiro de setembro que eu fui procurar uma cabine com o Albus e acabar me enturmando com a doninha júnior! Ah, mas ele era só um garotinho e estava sozinho... eu mesma não gostaria de ficar sendo ignorada por aí...

Humpt!

Rose, Rose, Rose... para de pensar naquele albino! Ele nem ao menos estava pensando em você quando se enroscava com a víbora da Lara Brown Finnigan!

- O que você está fazendo aqui, Rosie?

Ah, não! O que o James faz aqui? Achei que ao menos no campo e Quadribol eu poderia ficar sozinha para espairecer e lá vem ele!

- Estou treinando, não está vendo, James Sirius? – fui seca, curta e grossa.

Joguei a goles no ar e com o bastão arremessei em direção ao aro do meio. Ouvi James atrás de mim dar um suspiro e aplaudir. É, até que foi uma boa tacada.

Melhor ainda se tivesse sido em direção à cabeça loira oxigenada de um certo sonserino que não nota a garota certa na frente dele!

- Pode dizer, ruiva.

Bufei.

O James é um chato. Ele me conhece bem demais e sabe que eu não estaria desperdiçando meu tempo livre no campo de Quadribol se estivesse tudo bem. Eu estaria na biblioteca, como sempre.

Interrompi meu treino e fui com a vassoura em direção à arquibancada em que James sentara. Desci da vassoura e sentei ao lado dele, afastando uma mecha da frente do meu olho antes de começar a chorar.

- Ei, ei, calma, Rosie. O que aconteceu?

- Lara aconteceu. De novo.

Ele bufou e me abraçou de lado. Eu só precisava de um abraço.

Um abraço de James Sirius Potter.

- Rose Jane Weasley, eu já te falei várias vezes que aquele sonserino não presta! Não vê que ele só te faz sofrer? Ele não percebe a garota incrível que está bem na frente dele! Você tem que parar de tentar correr atrás do Malfoy, Rose! Tem tantos garotos legais em Hogwarts loucos por você! Uma garota meiga, inteligente, bonita e que é a melhor artilheira que essa escola já viu! Se dê ao valor, ruiva!

James nunca havia falado assim comigo antes. Eu estava surpresa com tudo o que ele acabara de falar, mas ele estava certo. James sempre estava certo. Eu tinha que parar de ficar tentando me mostrar para o Scorpius e deixar que ele passasse a perceber no que tantos rapazes em Hogwarts reparam em mim.

Eu tinha que deixar a doninha quicante júnior pra lá e me dar ao valor.

Afinal, eu sou uma Weasley.

- Quer saber, Jay? Você está certo.

Ele sorriu e eu o abracei. Ele tinha um abraço reconfortante e um cheiro único. Ele cheirava à tortinhas de abóbora recém saídas do forno. Ele tinha cheiro de conforto. Era um porto seguro para todos os momentos.

E quer saber? Quem precisa de um Scorpius se pode ter um James?

Quando ele se levantou, o puxei pelo cachecol vermelho e amarelo e tasquei um beijo de cinema no Potter mais velho.

A minha surpresa foi ele não ter excitado em aprofundar o beijo. E nossa! James tinha um beijo sereno e doce. A língua dele acariciava a minha com carinho e suavidade, como se não tivesse pressa de interromper o momento.

Mas o oxigênio faltou e nós tivemos que nos separar. Porém, ficamos com as nossas testas coladas uma na outra.

E eu percebi naquele momento em que meus olhos cruzaram com os do moreno à minha frente que eu não precisava de Scorpius Malfoy.

Eu precisava de James Sirius Potter.

Porque ele sempre ia ser meu porto seguro.

Meu amigo.

Meu Potter.

James sempre esteve ao meu lado em todos os momentos que eu precisei. Ele sempre esteve comigo quando eu sequer pensava que precisava de conforto. Ele sempre foi sincero comigo e sempre me ajudou no que eu precisasse. E por isso, não pareceu errado beijá-lo. Pareceu até certo.

Porque era certo.

Porque James era certo.

Ele sempre seria o cara certo. Ele sempre seria o Jay, da Rosie.