Família Dixon escrita por Andhromeda


Capítulo 6
O despertar do Sr. Dixon


Notas iniciais do capítulo

Esse é um cap. enorme - não foi intencional, só aconteceu!
Mas quero que o encare como um presente! - adorei os comentários, serio, ate agora não acredito na quantidade =^,^=
Leiam as notes finais - tem algumas explicações....



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Acordar com dor não era uma coisa chocante para um homem que levou a vida de Daryl Dixon – mesmo antes do mundo virar uma merda. Mas acordar com dor, cercado por calor e grogue de analgésicos, isso sim era uma novidade para ele.

O caçador pensou que estava sonhando com a vez que tinha acordado na fazenda Greene após Andrea tentar atirar nele. Porém, por mais que o sentimento fosse igual, ao mesmo tempo tudo era diferente.

Havia um corpo suave e quente por perto e um bebê fazendo pequenos sons excitados – sons que tinha nascido para adorar secretamente.

Bravinha.

Abrindo os olhos, viu-se em um quarto simples, com paredes de tijolos pintados de branco e uma cruz de madeira pregada em cima da porta. Não tinha moves a vista – a não ser uma cadeira e uma mesa cheia de coisas para curativos – a janela estava aberta e a brisa que vinha de fora balançava suas cortinhas verdes.

Daryl estava deitado em uma cama que cheirava a limpo – não limpo como empoeirado e fora de uso, mas como lençóis que acabaram de ser lavados.

Era uma sensação tão malditamente boa.

Boa demais.

Imediatamente, ele empurrou-se em uma posição sentado – o desejo por uma arma martelava em seu cérebro. Mas mãos delicadas e pequenas foram gentilmente pressionadas contra o seu peito e o empurrou para que deitasse novamente. Daryl estava muito dolorido e cansado, no tanto, ainda assim lutaria se não fosse pela voz doce de Beth.

Calma, você não pode levantar – o caçador caiu de volta para a cama, mordendo um gemido de dor.

Cacete, estou tão fraco quanto uma maldita criança.

Sua boca estava seca, seus olhos ardiam como se estivessem pegando fogo – por isso voltou a fechá-los – seu corpo inteiro estava duro e quente como o inferno, algumas partes estavam dormentes e ele sabia que deveria ser por causa do remédio – não estava muito ansioso para saber como seria quando o efeito passasse.

Ficou imóvel por um momento, reuniu toda a energia que tinha - que não era muita – e voltou a abrir os olhos de forma mais lenta que a primeira vez.

O rosto preocupado de Beth foi à primeira coisa que viu, uma sensação de alegria – e mais alguma coisa que não estava interessado em entender no momento – engolfaram seu corpo e mente.

Beth? – resmungou em forma de pergunta, a Greene balançou a cabeça afirmativamente, alivio iluminou suas feições.

Cristo Daryl, você me assustou pra caramba – sua voz embargada era pouco mais alta que um sussurro.

A garota o ajudou a sentar-se com cuidado e em seguida, ofereceu-lhe um copo de água. Daryl tomou um gole – por mais que estivesse sedento, sabia que com o estomago vazio, mesmo a água não cairia muito bem.

Judith? – perguntou assim que bebeu mais um gole, dessa vez mais generoso.

Beth manteve uma mão em seu ombro e acenou com a cabeça para o outro lado do quarto. A bebê estava sentada em cima de um lençol forrado no chão, segurava entre as pequenas mãos um cachorro de pelúcia branco e preto, seu rosto redondo brilhava com animação.

Acho que ela teve febre porque estava colocando dente – disse Beth – não temos mais leite, mas ela tem comido frutas e acho que ta tudo bem...

Ele deu um longo suspiro de alivio.

O que aconteceu – perguntou após um momento, sua voz mais rouca que o habitual, por falta de uso – sinto como se tivesse sido atropelado por um maldito trem.

A Greene ficou tensa.

– E onde inferno estamos?

Daryl...

A porta do quarto se abriu, antes que a garota pudesse terminar a frase.

Um homem grande, com ombros largos e um Stetson, segurava a maçaneta da porta aberta. Ele sorriu quando viu Daryl sentado, mesmo que os olhos do caipira não passasse de um lago furioso e desconfiado.

Ah, Senhor Dixon, é um prazer vê-lo acordado – a voz do homem parecia retumbar na cabeça do caçador – sua esposa fez um inferno pra te salvar, me chamo Ranger, como esta se sentindo?

Isso era informação demais para tomar de uma vez só, então Daryl apenas se acomodou de uma forma que suas costelas não doessem tanto, e estreitou os olhos ao invés de responder.

Droga – sussurrou a garota, talvez se não estivessem tão perto um do outro, o caçador não teria ouvido a palavra.

Beth, o que esta acontecendo? – rosnou a pergunta ao mesmo tempo em que tentava balança suas penas para fora da cama.

Tinha que se levantar e se por entre a garota e o estranho. Não confiava nele.

Não confiava em ninguém – não depois do Governador.

Porém, seus planos foram frustrados, quando a Greene o empurrou novamente para a cama.

Não pode levantar, vai abrir seus pontos – sua voz tinha um Q de desespero.

Para reforçar suas palavras, o caipira sentiu o puxão familiar dos pontos recém costurados em sua perna e cintura.

Que merda esta acontecendo aqui? – perguntou cada vez mais irritado, odiava estar tão vulnerável. Principalmente em uma situação que poderia se tornar perigosa a qualquer momento. Não estavam lidando com errante, por isso era pior.

Os zumbis eram perigosos, mas Daryl sabia como lidar com eles. Naqueles tempos, humanos eram imprevisível e invariavelmente mais cruéis.

Por favor, é só esperar e ouvir – suplicou, seus olhos azuis se encheram de temor –Ranger – se virou para o homem com o Stetson – poderia nos dar um minuto? – seu tom era doce de mais para o gosto do caçador.

Claro – Ranger respondeu prontamente, estava franzindo a testa enquanto encarava Daryl – vou estar esperando do lado de fora.

A ameaça velada fez o caipira abrir a boca com uma retórica venenosa, mas a garota se movimentou pelo quarto e se colocou na sua frente, entre a cama e o cara na porta.

Quem esse miserável acha que é pra se meter entre a gente.

Obrigado, Ranger – o homem acenou e saiu do quarto.

Esse idiota acha que eu vou te machucar, filho de... – Daryl esbravejou, assim que a porta se fechou, pouco se importando se outro ouviria.

Não – Beth o interrompeu, seu tom tão curto e incisivo quanto uma lamina – ele me ajudou, salvou a sua vida e a de Judy, então só não seja um cretino, ok?!

O que você contou pra ele?

NADA!

Ele sabe o meu nome.

E o meu também, mas só – Beth suspirou e sentou-se pesadamente na beirada da cama, estava pálida demais, seu cabelo uma bagunça e seus grandes olhos estavam marcados por olheiras – não me de um sermão agora, Daryl, estou tão cansada.

Por um tempo, ele não disse nada, simplesmente deixou que a garota tivesse seu tempo. Tinha vagos flashes de escadas e Judith chorando, alguns errantes tentando derrubar uma porta, o rosto preocupado de Beth e seu toque suave em seu rosto, logo depois, suas mãos ensanguentadas enquanto o segurava na cama.

Ele tinha tido alucinações com Merle e com seu velho nós dias ruins da sua infância.

O caçador fez um esforço para espantar as lembranças e focou toda a sua atenção em Judith, para não precisar encarar a Greene. Não conseguia suportar a vergonha de saber que mesmo por breves momentos febris ele tinha corrompido a garota, trazendo-a para o seu passado miserável.

Sente dor? – a voz doce se intrometeu entre seus pensamentos, o puxando de volta a realidade.

Não – respondeu de forma brusca.

Tem certeza, por...

Já disse que estou bem – o corpo da loira se encolheu.

Inferno, essa maldita garota vai agir como um cão acuado toda vez que gritar com ela?!

O que aquele idiota quis dizer quando te chamou de minha esposa?

Ela fez uma careta e olhou para a porta fechada, antes de se levantar e ir ate ele. Com suas mãos delicadas, Beth o empurrou novamente para que deitasse na cama e se inclinou sobre o caçador.

O toque queimava contra a sua pele nua e Daryl esperava fervorosamente que ela não sentisse o quão rápido seu coração estava batendo.

Ele sabia que a Greene já não era uma menina há muito tempo, mesmo assim nunca a tinha considerado uma mulher, como Lori ou Carol.

Ate agora.

Em algum momento enquanto estavam na estrada, algo mudou, ela havia matado errantes e lutado ao seu lado por mais de uma vez, tinha confiado nela para guardar o seu sono – uma honra que não daria nem mesmo ao seu irmão.

Definitivamente, Beth Greene não era mais uma menina.

Ele balançou a cabeça furiosamente espantando os pensamentos proibidos e observou quando a garota se sentou novamente na cama – agora ao seu lado.

Eu disse a eles que você é meu marido e que Judy é nossa filha – disse com pesar.

VOCÊ FEZ O QUE?!

– Fale baixo, Daryl – ela o repreendeu e lançou um olhar preocupado para a porta.

Você só pode ter comido merda, garota – esbravejou o caipira, sua raiva fazendo com que esquecesse dos machucados – que porra de ideia idiota foi essa.

Por Deus, Daryl – suplicou a garota, cada vez mais apreensiva – Ranger vai acabar te ouvindo.

– Pelo santo inferno – blasfemou, mas mesmo com a veemência de suas palavras, ele diminuiu o tom de voz – que droga de idéia foi essa?

– Eu não estava pensando direito, Sr. Dixon – ela se levantou em um rompante, lagrimas de raiva e magoa deslizavam pelo seu rosto – você estava morrendo em uma droga de quarto de hotel, no meio de uma porcaria de cidade – soluçou – e tinha a Judy.

Ela parou e olhou para a menina, que havia parado de brincar e agora só os observava, com olhos inteligentes demais para um bebê de 5 meses.

Eu não tive escolha, eles me ofereceram ajuda e você... – os ombros da garota caíram, como se carregasse o peso do mundo, só então Daryl percebeu o quanto ela parecia frágil – não podia deixar que morresse, você e Judy são tudo que me restou.

Ele a observou, seu coração perdeu algumas batidas quando registrou suas palavras.

Tive medo deles não te ajudarem, não podia contar sobre a prisão, ou o grupo – o encarou com olhos suplicantes – eles parecem boas pessoas – o caçador bufou ao ouvir essas palavras, Beth deliberadamente o ignorou – mas poderiam não ter te salvado se não entendesse o quanto você é importante pra mim.

Então disse que eu era o seu... marido – a palavra arranhou na sua garganta.

Me pareceu mais legal do que o cara do meu grupo, que caça e não consegue falar uma frase com mais de dez palavras seguidas – fez um sinal de aspas com os dedos e tentou dar um sorriso, não deu certo.

– É.

Fazia sentido, mas mesmo assim, aquela situação toda era um inferno de confuso, ele havia acabado de perceber que Beth era uma mulher e agora descobrira que estava casado com ela.

Não de verdade, não invente merda, Dixon.

Beth foi pegar Judy – que agora chorava – no chão e começou a niná-la, fazendo sons reconfortantes.

Com um grunhido, Daryl se sentou novamente e jogou para o lado o lençol que o cobria, para dar uma olhada no ferimento em sua perna. Encolheu-se quando percebeu – demasiadamente tarde – que não só estava sem a camisa, como também seus jeans tinham sumido, dando lugar a uma cueca boxe de algodão.

Daryl não usava cueca desde seus 12 anos de idade.

Onde inferno esta a minha roupa?!

Secando, as tirei pra fazer os curativos e tive que lavá-las porque estavam sujas de sangue.

Ele ponderou por quase 10 segundos, em seguida todas as implicações da declaração dela bateram nele como uma pedra.

Mas que caralho!

– Não xingue – a garota ralhou – e fale baixo.

– O que inferno você acha que estava fazendo me vendo sem roupa? – ele se lembrou da sua mentira e obrigou-se a baixar a voz.

Se essas pessoas pensavam que eram casados e inclusive já tivessem um bebê, eles se perguntariam por que ele estaria arrumando um escarcéu por ela o ter visto nu.

Poderia não querendo admitir nem para si mesmo, mas uma pequena parte sua – a parte ruim e pervertida – não havia se incomodado com o fato, tanto quanto deveria.

Ela é a filha do Hershel. E só isso bastava para colocá-la em uma categoria intocável.

Pare de agir como se eu nunca tivesse visto um homem nu, Daryl – Judith arrulhou no seu colo – bom, Senhor.

Ele a encarou, enquanto a garota se abaixava para pegar o cão de pelúcia do chão e o entregava para Judy, que a recompensou com um sorriso de dois dentes minúsculos.

Também não é como se tivesse tido tempo pra ficar olhando, com você sangrando por todos os lados – assim que disse as palavras, o rosto da garota ficou vermelho como tomate, balbuciou algo entre uma defesa e um pedido de desculpa – não que eu tenha pensado nisso, quero dizer, por Deus, você estava ferido e eu não olhei nada – ela virou o rosto, afastando os olhos dele – claro que olhei quando tirei a roupa, mas...

Se ele não tivesse sentindo uma dor do cacete, talvez tivesse sido uma cena ate engraçado.

Não esquenta – grunhiu, e voltou os olhos novamente para a sua coxa antes que pudesse pensar muito em Beth o vendo pelado.

Daryl fechou os olhos e se amaldiçoou, por pensar em Beth e pelado na mesma frase.

Inferno.

Voltou a abrir os olhos abruptamente e encarou as linhas do ponto em sua perna com um interesse obsessivo. A pele em volta estava agressivamente vermelha e quente como o inferno, manchas doentiamente amarelas ainda envenenavam as feridas, mas nada que o mataria. A Greene sentou-se novamente na cama – um pouco mais distante dele, ainda sem o encarar – enquanto o caçador verificava o corte em seu braço.

Não era profundo, mas ainda ardia.

Quão perto foi? – Daryl perguntou.

O que você se lembra? – Beth entregou Judy para ele, quando o caipira fez um gesto para ela.

A bebê cheirava a limpo e riu quando sua barba rala fez cócegas em suas pequenas mãos curiosas. Daryl a mudou cuidadosamente de lugar, para afastá-la de suas costelas doloridas antes que ela pudesse chutar, ou algo do tipo.

Errantes, o maldito pára-brisa, uma dor do cacete, eu queria continuar e você...salvou a minha vida, não disse as palavras, mas elas pairaram no ar como se as tivesse gritado a plenos pulmões – mas você me deixou quando as coisas ficaram realmente uma merda.

Ele não se surpreendeu quando ela pegou a bebê de suas mãos, fazendo Judy chorar.

Te abandonei? – ela virou-se para encará-lo, seus olhos azuis em chamas – eu pedi a ajuda de estranhos, tive que trancar Judy no armário.

A culpa por não poder protegê-las o dominou por um momento, mas logo foi substituída por raiva.

Você não conhece essas pessoas, não deveria confiar neles.

– Eu não confio!

Não foi o que pareceu quando aquele vaqueiro idiota entrou aqui.

Ele odiava estar deitado, odiava não poder se movimentar como queria, sempre foi um sujeito inquieto, mesmo quando criança. Essa imobilidade forçada só servia para deixá-lo ainda mais furioso.

Não me importa o que você pensa, essas pessoas são boas – defendeu com uma força férrea – e assim que você puder ficar em pé sem correr o risco de abrir os pontos, vamos embora.

E se eles não deixarem – ele devolveu o fogo.

Você acha que depois de Woodbury, depois do que ele fez com a minha irmã, que não pensei no que poderia acontecer? – ela se aproximou dele como uma alcateia de lobos famintos e se inclinou sobre o caipira, por mais que suas palavras não passassem de sussurros, ele podia sentir toda a sua força – se eles não nos deixarem sair, não importa, porque temos as nossas armas e eu tenho um carro escondido a poucos quilômetros daqui – estavam tão perto que Daryl podia sentir o cheiro de creme dental de hortelã, sobre sua respiração quando ela soltou um silvo irritado – não sou uma menina boba, Sr. Dixon, não mais – sua voz carregava uma espécie de orgulho, que ele nunca tinha percebido antes, se perguntou o que ela teve que fazer para manter a sua bunda segura – vou pegar as suas roupas e arrumar alguma coisa pra você comer, tente não abrir os pontos! – Beth terminou seu discurso com frieza e saiu do quarto.

Uma voz profunda perguntou algo a ela do lado de fora – não deu para entender as palavras por causa da distancia – a Greene grunhiu algo mordaz e o caipira se encolheu.

Ranger enfiou a cabeça cautelosamente para dentro da sala.

Bem, não poderia ter sido mais gentil? – ele perguntou levemente.

– Isso não é da sua conta – Daryl rosnou a resposta, testou um pouco de peso em sua perna ferida e se colocou sentado na beira da cama, com os dois pés no chão.

Pouco se importava com o lençol que se enroscou em sua perna e caiu no chão, o deixando quase nu.

Se lembrou tarde demais das cicatrizes.

Foda-se, esse idiota vai saber que não esta lidando com a porra de um caipira mole.

O caçador olhou em volta e só percebeu o que estava procurando quando seus olhos caíram sobre a sua besta que estava ao lado da cama – já carregada e ao alcance de suas mãos.

Talvez ela não seja mesmo uma menina boba.

Ele esticou a mão e pegou a arma.

Sua esposa salvou a sua vida – Ranger caminhou ao redor da cama para que pudesse ficar de frente para Daryl e não encarando as suas costas – a menina mal dormiu por dois dias.

Dois dias? – perguntou, indignado – por quanto tempo eu fiquei fora?

– Pelo que Beth disse, você esteve dentro e fora da consciência por cinco dias, pelo menos – o homem o encarou – trouxemos você pra cá a dois dias, bem de manhãzinha, foi um inferno difícil limpar seus ferimentos da infecção com as coisas que tínhamos a mão, achei que a garota não fosse aquentar, mas ela é tinhosa.

Daryl não gostou da forma quase afetuosa que Ranger falava de Beth, ou daquele brilho de orgulho e humor que acendeu nos olhos verdes dele.

A situação estava bem ruim quando chegamos.

Daryl cerrou o punho em volta do cabo da besta e apertou os lábios. Beth tinha ficado sozinha – com Judith para cuidar – por quase uma semana. Com o estômago enjoado, ele desejou que o outro homem calasse a maldita boca.

Era seu trabalho. Ele deveria proteger Beth – não o contrário – e certamente não um estranho.

Daryl se lembrou do olhar frio que tinha lhe lançado antes de sair do quarto e quis chutar a sua própria bunda por ser tão idiota.

Obrigado por ter cuidado da Beth e do... nosso bebê – o pronome possessivo arranhou a sua garganta quando saiu e a sua postura defensivo era totalmente o oposto de suas palavras, mas o outro só acenou com a cabeça.

Só queremos ajudar – ele deu um sorriso condescendente – Beth é uma menina doce, não seja tão duro com ela.

Daryl endureceu e levantou o queixo de forma que pudesse encarar os olhos verdes de Ranger, sua perna latejava, suava igual a uma bica e estava seminu. Mas ambos os homens se encararam como dois lutadores em um ringue, indiferente a desvantagens do local, ou oponente.

– Ela não é nenhuma criança, John Wayne – o caçador disse as palavras com toda a convicção que um marido de verdade deveria ter, mas foi difícil, já que realmente concordava com o vaqueiro.

Quantos anos ela tinha quando vocês dois se casaram? – Ranger perguntou.

Daryl abriu a boca para responder, mas foi interrompido pela porta sendo aberta e a voz de Beth.

O suficiente, senhor Ranger – seu tom era duro como aço, quando entrou no quarto, equilibrando um prato e Judy enganchada em seu quadril.

Seus olhos azuis estavam estreitos e fixos no vaqueiro.

Uma vez, Daryl tinha visto um rottweiler encarando um intruso com aquele mesmo brilho estranho no olhar.

Isso o fez sorrir, porque naquela situação, Ranger era com certeza o intruso.


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Notas finais do capítulo

Então, espero realmente que tenha gostado!
Eu sou uma pessoa bem humorada - ou pelo menos gosto de pensar que sou - mas TWD não é um seriado engraçado, o contrario, é um drama, com suspense e terror!
Porem, eu ñ tenho o nível de genialidade necessária para o 100% drama, suspense ou terror, por isso tentei dar um toque da minha personalidade a fic - sem perder os traços originais de TWD! Concluindo, resolvi que os momento engraçados ficariam mais pelas situações, que os diálogos em si ( esse papo todo foi só p/ me justificar a respeito da cena da cueca e tal...)
Sobre o Ranger: posso não ter deixado muito claro - desculpe por isso - mas o interesse do vaqueiro pela Beth é só uma coisa paternal, por assim dizer. Porem, o cap foi pelo ponto de vista do Daryl e todas as suas conclusões foram manqueadas por uma grossa camada de ciume. - espero q ele supere isso!
Provavelmente, me esqueci de explicar algum detalhe - pq sou dessas - por isso, se tiver alguma duvida, pode perguntar nos comentários!