Felicity estava na sala da presidência da QC, há sei meses Robert a nomeou como mais nova presidente da QC. Ele finalizou o discurso dizendo que confiava em Felicity e que ela seria tão boa quanto ele foi. Felicity olhou ao seu redor, a enorme sala com uma decoração moderna e vários certificados de prêmios que a empresa ganhou ao longo dos seus 40 anos, um daqueles, era de Felicity, ela também ganhou um. Seu nome estava no papel, a jovem mais talentosa empreendedora de Starling, é uma líder nada e eficiente no que faz.

– Snrt. Smoak. – Milla a secretária de Felicity estava parada no batente da porta, Felicity levantou o rosto e viu o enorme buquê de rosas brancas mescladas com rosas vermelhas nas mãos de sua secretária. – Isso acabou de chegar, e tem um bilhete. – Milla se aproximou e colocou o buque sobre a mesa de Felicity.

– Obrigada Milla. – agradeceu sorrindo. Milla deu um tímido aceno de cabeça e saiu da sala com passos largos, fechou a porta e se dirigiu a sua mesa.

O sorriso de Felicity se estendeu pelo seu rosto. Ela pegou o buque e viu cada detalhe dele, inalou o aroma das flores, pegou o cartão e fixou os olhos nele. Largou as flores na mesa e abriu o envelope, tirando um pequeno bilhete retangular de dentro manchado de tinta preta e escrito em letras de forma, a letra de Oliver.

“Espero que não tenha se esquecido do nosso compromisso ao meio dia e meio, vou esperar você. As flores são lindas, não são? Espero que você goste.”

Felicity olhou para o relógio no seu pulso, já era 09:30 da manhã, precisou ir para a empresa por causa de uma emergência com algumas papeladas, mas logo já tinha resolvido tudo. Foi Milla que a avisou e ela saiu às pressas de casa para logo resolver o problema. Respirou tranqüila quando percebeu que tudo estava ocorrendo bem.

Seu compromisso com Oliver era ao 12:30 em ponto, no sitio. Daria tempo para ela se arrumar e estar lá há essa hora. Pegou sua bolsa e seu casaco e saiu do escritório, encontrou Milla e as duas saíram juntas. Quando saíram da empresa Felicity viu seu carro sendo guinchado, correu e quase caiu por causa do salto que se quebrou, chegou na frente do homem que dava as coordenadas ao motorista do guincho. Estava ofegante e seus cabelos estavam desgrenhados. Colocou as mãos no bolso e respirou fundo.

– Hey, senhor, por favor, não faça isso. Eu tenho um compromisso muito importante, com certeza eu não posso faltá-lo. – falou ofegante. O homem gordo e alto que estava comendo um cachorro quente deu de ombros.

– Seu carro estava estacionado incorretamente. Não posso fazer nada. Aqui está sua multa. – entregou o papel para Felicity.

– O que!? Estão me cobrando U$ 1000,00, por que estacionei por 3 horas em frente da empresa que sou presidente? – ralhou. O homem olhou para ela e bufou.

– Senhora tome o seu lugar e admita que esta errada. – disse apenas. Felicity bufou, sua expressão ficou raivosa e isso fez o homem se encolher.

– Eu preciso desse carro agora! – exclamou, o homem deu um pulo com o grito forte dela.

– Senhora mantenha a calma. Eu não posso lhe ajudar, ordens são ordens. – disse andando para dentro do carro do guincho. – Desculpe-me. – acrescentou.

– O que eu vou fazer agora? – sussurrou para si mesmo, com a expressão derrotada.

– Felicity... quer dizer. Snrt. Smoak eu posso lhe ajudar. – sentiu a pequena mão afagar suas costas. – Claro se a senhora aceitar a minha ajuda. – completou.

– Eu preciso estar no sítio daqui 2 horas. É compromisso que eu não posso faltar. Com certeza, aceito sua ajuda. – argumentou sem alternativas.

– Meu namorado está me esperando no estacionamento e nós vamos à casa do tio dele, que também fica no interior, se quiser nos acompanhar. – Felicity olhou abruptamente para a garota.

– Claro que quero. – disparou rapidamente.

– Então, vamos. – as duas dirigiram-se ao estacionamento onde um camaro 1960 as esperava. Um homem com cabelos compridos e barba mal feita, usando jeans rasgado e um chapéu de cowboy as esperava. – Jack, amor. – Milla correu e se jogou nos braços do homem. – Essa é minha chefa, ela vai conosco. – disse Milla. Felicity olhou para o rosto do homem, marcado com uma pequena cicatriz no nariz.

– A pequena e indefesa Felicity Smoak? – alcançou a mão para Felicity.

– Jack o grandão. – murmurou embasbacada.

– Quer dizer que a garotinha que bateu em mim com um livro de matemática vai ir conosco? – indagou olhando para Milla.

– Vocês já se conhecem? – questionou a mulher olhando para os dois.

– Sim, eu conheço o lado indefeso e o lado brutal dela. – disparou passando o dedo pela superfície da cicatriz.

– Então ela é a garota que rasgou sua cara? – Milla soltou uma gargalhada. Felicity estava vermelha como um pimentão, não consegui encarar Jack.

– Não exagere Jack, você ia matar o Oliver. – Felicity tentou amenizar.

– Você jogou um livro grosso e de capa dura na minha cara, ainda bem que apenas cortou o meu nariz e não quebrou. – explicou. – E eu não ia matar o Oliver, nós éramos apenas crianças e ele tinha falado que eu era otário, ele merecia uma lição. – completou.

– Você andava com um canivete Jack, tinha 12 anos. Cara de assassino e era enorme. – retrucou.

– Okay. Eu era um cara mal. Admito isso, mas agora eu sou um cara tranqüilo. – ele abraçou Milla e beijou a testa da mulher. – Ela me mudou.

– A carona ainda está de pé? – indagou a loira, visivelmente sem paciência para aguardar.

– Claro que está. – disse Milla. – Entra. – puxou o banco dianteiro para que Felicity entrasse no traseiro.

– Preciso que passe na minha casa antes. Preciso pegar algumas coisas. Importam-se?

– Claro que não. – Jack girou a chave e pisou fundo no acelerador. O transito estava calmo e rapidamente Jack estacionou o camaro na frente da casa de Felicity. Ela pulou para fora do veiculo e correu até sua casa. Entrou nela e subiu as escadas até seu quarto, sua mãe deixou tudo organizado, ela pegou uma mala e jogou as coisas dentro dela. Desceu as escadas correndo e saiu da casa. Quando chegou no carro Milla e Jack estava discutindo por causa da musica que tocava no veiculo. Milla saiu do carro para Felicity entrar e em seguida os três saíram rumo ao sitio dos Queen’s.

Já estavam na estrada a mais de meia hora. Só escutava o rock que Jack escutava e as bolinhas do chiclete que Milla mascava estourando. Jack tirou os óculos e olhou pelo retrovisor, para Felicity que estava longe olhando para o lado de fora.

– Então você e Oliver estão juntos? Quando eu fazia as piadinhas dizendo que vocês eram namorados eu não estava errado. – comentou. Felicity olhou para Jack e esboçou um leve sorriso.

– Nós éramos apenas amigos, Jack. – falou. Jack ergueu uma sobrancelha esperando mais explicações da parte dela. – Isso começou depois que ele voltou para Starling. - acrescentou.

– Mas você já gostava dele antes, não é? – indagou Milla. Felicity ajeitou a postura.

– Sim. Eu era a melhor amiga dele, porem, mantinha meus verdadeiros sentimentos por ele ocultos. – Milla assentiu. Novamente ficaram em silencio apenas escutando o som de Iron Maiden.

A viagem estava seguindo tranquilamente quando o carro engasgou e parou no meio do caminho. Jack saiu do carro para tentar resolver o problema. Felicity estava olhando para o celular que não tinha sinal. As horas estavam passando e seu compromisso era inadiável. A cara de decepção de Oliver rondava sua cabeça.

– Vai dar tudo certo Felicity. Jack é mecânico ele sabe o que fazer. – Milla deu um leve aperto no braço de Felicity. Jack fechou o capo do carro com força e deu um chute nele, deu a volta no carro e colocou a cabeça para dentro da janela.

– É o seguinte, o filtro de combustível entupiu e o combustível não chega ao motor. Isso quer dizer que não posso fazer nada, por que não tenho as ferramentas necessárias. – falou rapidamente, fazendo Felicity ter vontade de chorar.

– E o que vamos fazer agora? – perguntou Milla. Jack tirou um cigarro do maço e colocou entre os lábios o acendeu e tragou até seu pulmão encher de fumaça, em seguida soltou.

– Tem uma mecânica há meia hora daqui. E vou até lá e vocês ficam aqui. – respondeu.

– Okay. – Milla saiu do carro e os dois se beijaram por dois minutos.

– Cuidem-se. – disse.

[...]

Meia hora depois Jack estava voltando em uma picape com o dono da mecânica e as ferramentas necessárias. Pararam em frente ao camaro e desembarcaram, tanto Milla quanto Felicity soltaram um suspiro de alivio. Felicity olhou para o relógio e os ponteiros marcavam 11:30 da manhã, já estavam a mais da metade do caminho. O mecânico arrumou o carro em poucos segundos e ela e Jack racharam a conta. O velho camaro voltou a funcionar tranquilamente. E a viagem seguiu em silencio, até:

– Posso te perguntar uma coisa? – Milla olhou para Felicity com expectativa. Felicity fez que sim com a cabeça e a mulher sorriu. – Aquele envelope que chegou ontem, da clinica da mulher de Starling. Era um teste de gravidez? – Felicity engoliu em seco e tossiu constantes vezes. Até Milla lhe entregar um litro de água mineral, ela tomou metade do liquido e se recompôs. – Desculpe-me. É que minha amiga recebeu um igual, da mesma clinica e era um teste de gravidez. E senti curiosidade.

– Tudo bem. – disse Felicity. – Era sim um teste de gravidez. – sorriu amarelo. – E ele deu positivo. – acrescentou.

– Uhhh meus parabéns! – exclamou Jack alegre.

– Oliver já sabe? – quis saber Milla.

– Não, deixei para falar hoje. – Felicity passou a mão pela barriga lisa.

Sentiu-se imensamente feliz quando abriu o envelope e viu o resultado. Um filho com Oliver era tudo que ela queria. Arquitetou um plano, e ia falar hoje mesmo para ele. No dia mais especial da vida dos dois. A gravidez era mais um motivo para o dia ser ainda mais perfeito.

– Chegamos. – Jack falou parando o carro na frente da entrada do sitio. Milla desembarcou do veiculo e puxou o banco para Felicity sair. Rapidamente Felicity estava do lado de fora com suas coisas.

– Muito obrigada. Eu vou ser para sempre grata a vocês. – disse rapidamente. – Vocês querem ficar? Oliver vai adorar revê-lo.

– Não estamos vestidos apropriadamente. E meu tio está nos esperando para o almoço. Eu não quero levar um sermão. – respondeu Jack. – Desejo toda a Felicidade para você Felicity. – acrescentou.

– Obrigada... Jeck! – ele olha para Felicity. – Obrigada, foi por sua causa que conheci Oliver. - disse o fazendo rir.

– De nada.

– Eu disse que ia dar certo. – Milla abraçou Felicity. – Boa sorte. – deu um leve beijo na bochecha rosada de Felicity e em seguida embarcou no carro. – Tchau. – acenou com a mão e Felicity fez o mesmo.

– Menina onde você estava? Já esta em cima da hora. Você tem que colocar o vestido, fazer a maquiagem e arrumar esses cabelos que francamente... – Felicity olhou para sua mãe que vestia um vestido vermelho longo. Usava os cabelos soltos e uma maquiagem leve marcava o seu rosto. – Felicity é o seu casamento lembra? E você está parecendo uma estatua. Mecha-se! – ordenou.

– É o meu casamento. – sussurrou Felicity.

***

Oliver estava dentro do seu quarto. Andava de um lado para outro. Já era quase 12:30 e Felicity havia sumido. Ninguém vinha dar resposta para ele. Pensava que Felicity tinha desistido dele. Que não queria mais casar com ele. Pensava em algo grave. Saiu atônito do quarto, vagou pelo corredor até parar na porta do quarto de Thea. Segou a maçaneta e empurrou a porta.

– Speed! Você sabe... – faltou a voz quando viu Felicity, de costas para ele. O vestido branco de rendas que caia muito bem em seu corpo. O vestido era lindo, longo. Perfeito para a sua mulher. Um decote V nas costas.

– Oliver saia já daí. – Thea o puxou pelo paletó e quando Felicity percebeu soltou um grito e se escondeu atrás da porta.

– Oliver você não sabe que ver a noiva antes do casamento dá azar?! – diz Donna furiosa.

– Desculpem-me, mas eu estava nervoso e ninguém me deu noticias a ultima foi que Felicity ainda não tinha aparecido. Eu precisava de noticias. – se explica.

– Não importa agora. Só sai daqui, Oliver! – ordena Nyssa, Oliver obedece e desce as escadas. Entra na cozinha e John está sentado em um banco.

– O que foi. – indaga.

– Eu a vi, ela está maravilhosa. – disse sorrindo como um bobo. John sorriu e bateu no ombro do amigo.

– Sei como você se sente amigo. – disparou.

– Oliver, está na hora de você subir no altar. – lembrou Robert, entrando na cozinha.

Dirigiram-se os três até o altar que estava montado no jardim. Decorada com rosas brancas e vermelhas. A luz do sol iluminava divinamente o local. Os convidados já estavam sentados, esperando o inicio da cerimônia. O juiz de paz estava sobre o altar.

***

Felicity se olhou no espelho mais uma vez, um sorriso lindo se ampliando em seus lábios. Afagou a barriga, limpou com um lenço a lágrima teimosa que caiu do seu olho. Pegou o buque com lírios brancos e hortênsias roxas sobre a cama. Sua mãe abriu a porta e sorriu para a filha.

– Vamos meu amor. – esticou a mão e Felicity segurou-a. Do lado de Fora Nyssa, Thea e Caitlin as esperava. Caitlin tinha conseguido um tempo para comparecer ao casamento da amiga. As três vestiam o mesmo vestido, rosa com estampa de flores. Eram as damas de honra de Felicity, seguravam cestas com pétalas de rosas vermelhas. Desceram as escadas e Robert esperava Felicity, ele ia entra com ela. Felicity encaixou o braço no do homem e seguiram até o altar.

– Está pronta? – murmura Robert.

– Sim. – as damas entram pelo tapete vermelho, jogando as pétalas pelo caminho a musica toca e Felicity e Robert seguem logo atrás delas.

Quando Oliver enxerga Felicity se aproximando, suas mãos suam e seu coração dispara. Ela está maravilhosa, seus olhos brilham intensamente. Escolheu sua melhor amiga para se casar, a pessoa ideal a pessoa que ele ama e deseja estar junto dela para sempre.

Felicity viu Oliver e seu coração quase saiu pela boca, era ele que a esperava, é o homem que ela verdadeiramente ama e vai amar para sempre. Chegou ao altar e entregou o buquê para sua mãe. Robert deu um beijo na testa dela e entregou para seu filho.

– Você está linda. – sibilou Oliver.

– Você está ótimo. – devolveu Felicity.

***

– Prepararam os votos? – os dois assentiram. Oliver pegou na mão de Felicity e olhou dentro dos olhos dela.

– Acho que eu deveria agradecer o Jack, foi por causa dele que eu conheci você. Não tanto assim, por que se eu não tivesse o chamado de otário ele não ia querer me bater e você não ia bater nele com um livro. Mas, o que importa desse dia é que eu conheci você e a partir daí nós nos aproximamos cada vez mais. Eu tive um lindo passado ao seu lado e quero construir um futuro ainda mais lindo com você. Quero dormir e acordar todos os dias do seu lado. Quero fazê-la a mulher mais feliz do mundo e quando você estiver velha e rabugenta eu vou continuar te amando, por que só existe uma mulher para mim e essa mulher é você.

Felicity respirou fundo, cada palavra que Oliver lhe disse a fez se apaixonar ainda mais por ele. Soltou o ar dos seus pulmões. Essa era a hora de falar sobre a gravidez e dizer o quanto ama o homem a sua frente.

– Pra constar, já agradeci o Jack, longa historia, prometo te contar depois. – sorriu sem jeito. – Tenho certeza que eu não vou ser uma velha rabugenta. – todos riram, inclusive Oliver. – Tenho certeza que nosso futuro juntos vai ser maravilhoso. Eu estou me casando com o meu melhor amigo, com o homem que eu amo muito. Com o homem que eu desejo construir uma família. – Felicity leva a mão até a barriga, Oliver acompanha cada movimento dela. – Nossa família começou a seis semanas e 4 dias atrás. E eu tenho certeza que você vai ser um ótimo pai, um maravilhoso pai o melhor. Eu adiei para lhe dar essa noticia e sei que valeu a pena. – ela deu uma breve pausa. – Eu estou esperando um filho Oliver, um filho nosso. – Oliver a fitava embasbacado. A noticia lhe deixou sem reação e ao mesmo tempo pequenas explosões aconteceram dentro de si.

– Um filho? - queria ter certeza. Felicity assentiu, as lagrimas caiam do seu rosto. Oliver acabou com a mínima distancia que existia entre os dois, aproximou o corpo do dela. A boca avançou até a de Felicity e ele a beijou urgentemente.

Todos os convidados levantaram aplaudindo o casal.

– Sendo assim os declaro marido e mulher. O noivo pode beijar a noiva. – falou rapidamente o juiz.

Oliver afastou os lábios dos de Felicty, suas testas continuavam unidas. Ambos com os olhos fechados e a respiração descompensada. Oliver beijou a ponta do nariz da mulher e se afastou para poder olhá-la nos olhos.

– Acabo de receber a noticia de que sou o homem mais feliz do mundo. – limpa as lagrimas do rosto de Felicity. – E tudo isso é sua culpa. – planta um beijo casto nos lábios dela.

– Você também me faz a mulher mais feliz do mundo.

Os dois se beijam novamente com amor e com a certeza de que serão para sempre felizes um do lado do outro. E que não importa o que aconteça, eles sempre vão passar pelos obstáculos juntos.