Minha vida com Peeta está indo de maguinífica para perfeita, amo aquele homem cada dia mais e cada dia descubro algo nele que também amo.

Às vezes eu nem me reconheço. Katniss Everdeen de alguns meses atrás que desconfiava de tudo e de todos, a menina insegura e que passava uma imagem de durona para todos, a garotinha escondida e com medo que vivia dentro dela porque ela mesmo a prendia, a garota que passou por uma arena e estava condenada a mais uma, ela simplesmente ficou no 12.

Meus pesadelos nunca me abandonaram eu sei disso. Sei também que meu passado me assombrara pelo resto de meus dias mas eu não tenho medo, não mais, porque eu tenho Peeta ao meu lado.

Para ele eu posso revelar meus medos e anseios, nele eu confio todo meu ser, é ele quem tem meu coração por inteiro e ele é minha primavera e meu amanhecer, minha esperança de que o mundo pode ser melhor.

Mas um medo nunca irá passar e eu sei que uma hora ou outra isso vai acontecer e nós não teremos para onde fugir, não mais.

Não. Meu medo não é de ser mãe, esse medo de carregar alguém dentro de mim, desse alguém ser dependente de mim, de uma criança entrar nesse mundo, esse medo ainda me assombra, mas não da mesma forma que antes, sei que se acontecer Peeta estará ao meu lado me apoiando e tenho certeza que ele seria um pai perfeito.

O meu medo mesmo, que me assombra todas as noites nesses últimos dias é que a capital nos ache que ela venha atrás de nós e que tire Peeta de mim, que o torture, tenho medo de sermos novamente uma peça no jogo de Snow.

Peeta tem tentado me tranquilizar dizendo que eles devem ter inventado um acidente para que Panen não se de conta de nossa fuga, e automaticamente o símbolo da revolução estaria morto e as faíscas se apagariam e tudo continuaria como antes e isso me deixa ao mesmo tempo aliviada e com um peso em meus ombros. Enquanto estou aqui feliz, todo um país está a mercê de um crápula, já devem estar acontecendo os anúncios da colheita para o massacre quartanário.

Pelas minha contas falta menos de três semanas para a colheita e eu e Peeta e nossos nomes estariam novamente no pote e mais uma vez tirariam minha vida e não só a minha a de Peeta também e só a possibilidade de perdê-lo me desmorona.

E depois que reflito meu egoísmo fala mais alto e agradeço pela chance de estar ao lado do amor da minha vida e por viver com ele cada segundo.

Sorrio quando vejo Peeta, com a cara toda amassada, sair da barraca e vindo em minha direção ainda bocejado, ele sorri e abaixa para beijar meus lábio.

– Acordou cedo amor, pesadelo?

– Não, hoje não. Só perdi o sono e vim aqui fora pensar um pouco.

Ele balança a cabeça e se senta ao meu lado me aconchegando em seus braços.

– E no que a senhora tanto pensa em senhora Mellark.

Suspiro não quero contar o real motivo de meus pensamento além do medo de sermos capturados.

– Só alguns pensamentos bobos, nada demais.

Mentira, minha mente acusa. “Já pensou que Peeta ficaria feliz com isso?” “sim mas eu não sei se fico feliz ou aterrorizada, além de que são só suspeitas, sim apenas suspeitas”

– Ok, quando quiser pode me contar tudo bem?

Ele sabe que estou mentindo, não sei mentir para ele.

– Tudo bem.

Ele sorri e beija meus cabelos, olhos pelo horizonte pouco visível entre as arvores e vejo que o sol já está mais alto, diferente de quando eu acordei que ainda estava completamente no escuro.

– Kat ?

– Sim?

– Você me ouviu?

Levanto minha cabeça e olho no fundo de seus olhos e vejo que se diverte com minha falta de desatenção.

– Desculpe não te ouvi.

Ele solta um risada linda e eu sorrio o admirando.

– Sabe você está bem desatenta desde ontem, certeza que não quer me contar?

Suspiro.

– Espere só um pouco tudo bem? Eu irei te contar eu prometo, mas preciso ter certeza de algumas coisas antes.

Ele apenas assente e sorri de lado e olha para o horizonte enquanto eu olho para o nada, os minutos passam e sinto que Peeta se meche, pelo que conheço dele está pensando ou preocupado com algo.

Olho para cima e vejo sua testa enrugada, ele está pensando, algo está o incomodando, mas sua testa ao poucos vai voltando ao normal e seus olhos clareiam e um sorriso forma em seus lábios. Rapidamente ele desvia seus olhos para mim e seu sorriso é maior.

– Kat, por acaso você não está desconfiando que está.....

Ele deixa a frase morrer no ar mais eu compreendo muito bem.

– Que eu estou....

Ele não desvia seus olhos do meu mas uma de suas mãos que estava em minha cintura vão para meu ventre e o sorriso em seu rosto diz que sim, era o que imaginava.

– Você pode estar grávida Kat?

Desvio meus olhos do seus para onde sua mão está. A felicidade e o terror me invadem com essa possibilidade que me ronda desde ontem quando percebi que minha menstruação atrasou duas semanas e ela sempre foi regulada.

Coloco minha mão sobre a de Peeta e volto a olhar para ele.

– Sim Peeta eu posso estar grávida.

A felicidade é nítida em seus olhos e no sorriso enorme presente em sua face .

– Meu amor você me faz mais feliz a cada dia.

Sorrio, mas é por isso que não falei com ele, não tenho certeza ainda e ele está cheio de esperanças ao quero que ele se decepcione.

– Peeta vamos com calma, eu ainda não tenho certeza.

– O que você acha meu amor?

– Só sei que estou apavorada, não por não querer um filho com você. Eu estou apavorada porque a capital pode nos achar pode tira-lo de nós além de que aqui onde estamos não há nenhum recurso para criarmos um bebe Peeta.

Nem percebo mas estou chorando, Peeta limpa minhas lagrimas e me beija delicadamente.

– Eu te entendo, mas o que for pra ser será, e eu estarei aqui ao seu lado. Sempre!

– Sempre!

Mais uma vez nos beijamos. E passamos mais alguns minutos assim sinto que Peeta não deixou de sorrir em momento algum.

Olho para Peeta e ele me beija e ficamos assim até que o que eu mais temia acontece.

– Olá senhorita Everdeen e senhor Mellak.

Eu e Peeta rapidamente olhamos em direção da voz, e eu conhecia aquele homem, vejo alguns outros atrás dele e com armas em mãos.

– O que querem?

Eu e Peeta estávamos em pé e ele estava na minha frente como um escudo.

Nesse momento Haymitch sai da barraca e quando vê o homem se assusta e a preocupação é nítida em seus olhos assim como nos nossos.

– Senhor Haymitch, como está?

– Olá. Estava bem não sei se estou mais.

– Não se preocupe não faremos nenhum mal. Acho que se lembram bem de mim. Sou Boogs comandante do distrito 13.

NOVIDADE! leiam as notas finais :D