O que?! Matemática?! escrita por Triccina Ofner


Capítulo 5
Semanas e semanas de aula.


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura a todos ^.^



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Nunca cheguei a perguntar a verdade para aqueles dois, pois se realmente estivessem namorando, o que eu tenho haver com isso? Ele era um rapaz bem resolvido, empregado e ela linda e perfeita, uma verdadeira criatura da floresta, bela e encantadora. Eu uma nerd estranha e levemente gordinha, minha barriga possuía uns pneuzinhos e minhas coxas um pouco flácidas por causa do sedentarismo. Ainda bem que fazia alguma coisa no domingo, se não estava virada em uma bola.

Renan continuou a me atormentar e ridiculamente a ir em minha casa com Alexandre e Guilherme, para jogar videogame, totalmente insuportável. Paula que amou a sua presença, ela sempre foi um pouco pedófila, por mais que Rena já tem vinte anos, cursa administração. Ele é primo de um amigo nosso, Willian, que está fora da cidade morando com o pai. Tudo o que eu merecia era passar meus domingos com ele dentro da minha casa e abusadamente querendo ir no meu quarto. Apenas Rebeca, Lolei e Guilherme tinham esse direito.

Luke ama e sempre amará me atormentar, na ultima aula de matemática ele me fez passar as contas pra ele no quadro, pois ele iria corrigir um trabalhinho nosso. Abusado! Ao total dez exercícios com três ou mais contas e gráficos. Pedi pontos extras!

– A minha gratidão já lhe o suficiente. – Disse ele corrigindo o meu trabalho. – Olha só. – todos já estavam olhando para mim, eu queria empurra-lo da janela e ver seu corpo virar um tomate, mas a queda do primeiro andar até o térreo não realizaria o meu desejo. – Pra quem só dorme nas minhas aulas e é uma nanica você até que é espertinha. – Adivinha, todos deram risada, menos Clarisse que estava se remoendo de ciúmes.
– Isso é bullying! – Exclamei voltando para o meu local, ele adorava fazer da minha vida um inferno.

O mais interessante desta aula foi ver Clarisse levar um belo corte de Luke, pois como uma vadia sênior tinha que dar em cima dele de alguma maneira. Como eu queria que Christina entrasse na sala e a arrastasse pelos cabelos. E ele levasse uns tapas também por não ter cortado antes.

Falando em minha doce Christina ela passou um trabalho para nós sobre tribos urbanas e personalidades dentro delas, ela queria que nós lêssemos um livro que expresse a nossa personalidade e de nossa “tribo”. Para mim seria extremamente difícil achar tal livro, ela nos deu um mês. Pois ler novamente Senhor dos anéis ou algo do mesmo gênero seria muito óbvio, mas eu não gostava apenas da cultura celta e nórdica. Gosto de tecnologia, desenhos e animações japonesas como também meu doce videogame. Sem contar meus bons amigos Rock e Jazz. Sou uma criatura miserável mesmo.

Falando em livros, meu professor de artes, Thiago, começou a lecionar teatro. O que era muito divertido, pois fazíamos improvisações e releitura de alguns textos clássicos. Meu professor era bem esquisitão. Sempre com o violão e aquele cabelo comprido e bem hidratado, seu cavanhaque ralo mostrava nitidamente seu jeito hippie. O melhor professor de artes do mundo.

–Ok crianças. – Disse ele ajeitando vários papeis em mãos. – Façam uma dupla, de preferencia menino e menina, - eu e Guilherme já nos olhamos, depois de mim, varias outras da minha sala olharam. – vamos fazer um trabalho de estudo sobre obras clássicas como Shakespeare e Alexandre Dumas e até mesmo o pai de Peter Pan, James Barrie.

A proposta era o seguinte, deveríamos ensaiar durante uma semana uma determinada cena que o professor aleatoriamente passaria para nós, podíamos ou não, fazer a releitura. Entre as cenas tínhamos O balcão, de Romeu e Julieta, como também a cena em que eles morrem. Ainda falando de Will tínhamos Otelo, Hamlet e Sonhos de uma noite de verão. Na questão de Peter Pan, a cena em que Wendy costura a sombra de Pan. Tinha algumas cenas de o Conde de Monte Cristo e até mesmo da Odisseia. Seria bem complicado para alguns. Dependendo da cena em que eu e Guilherme pegássemos tiraríamos de letra.

Eu tirei o papelzinho da caixa e Guilherme o abriu. E para sorte/azar pegamos a cena do balcão. O problema é que o professor exigiu o beijo no final, estava até em negrito no roteiro. Era só o que me faltava. Final de semana ensaiar e possivelmente beijar meu amiguinho de infância, ele que tomasse proveito que eu iria estrangula-lo.

Sexta-feira sempre tem duas aulas de matemática o que me deixava frustrada e um pouco idiota, pois eu ficava entusiasmada. Acho que meu diagnostico estava ficando cada vez mais preciso.

Gráficos e parábolas e mais equações. Queria colocar fogo na sala e vê-la queimar junto com aquele cara! Luke me usava de exemplos para explicações e outras coisas, e antes que eu pudesse notar, alguns comentários maldosos começaram. Eu sabia que aquilo aconteceria, Luke não sabia o mal que ele estava causando.

– Ela é tão ridícula. – Era uma das coleguinhas de Clarisse. – Aposto que ela deve ser louca pra dar pro professor! Totalmente sem noção. Feia do jeito que é apenas um cachorro iria querer comer ela. – Quando eu digo maldoso, não é apenas maldoso, são enojadores.
– Luke dá bola pra ela por pena. – Clarisse não ia deixar apenas sua amiguinha me humilhar. – Lembro quando Luke namorava a Clara, ela vivia atrás dele, totalmente carente. – Aquelas risadas me entristeciam mais do que eu imaginava.

Lolei estava longe conversando com uma garota e Guilherme apenas reparou no jeito em que elas fofocavam e me olhavam. O que eu podia fazer? Bater nelas e chorar? Era isso que elas queriam, nunca desceria de nível para deixa-las feliz. A decisão a ser tomada era bem simples.

Durante o intervalo fui até a sala dos professores e pedi para falar com Luke. Ele s aproximou e Christina ficou de olho, com um olhar preocupado.

– Diga pirralha?- perguntou ele com aquele sorriso de canto de lábios e seus olhos azuis brilhantes e alegres.
– Quero que você pare de me fazer de piadinha e entre outras coisas, além de você não ter esse direito, você está atrapalhando o meu relacionamento com os meus colegas de classe, eu posso protocolar isso na secretaria se desejar... – Ele sorriu e ficou serio percebendo que não era piada. – Para de fazer da minha vida um inferno e me deixa em paz.

Eu sai da secretaria com uma imensa vontade de chorar. Por que as pessoas têm que lhe odiar ou achar que você é um saco de pancadas e que podem fazer todo tipo de brincadeira ou comentário maldoso? Sempre quis apenas ficar quieta no meu canto e terminar logo essa besteira de colegial. Ir para uma faculdade estudar sabe-se deus o que. Garotas idiotas, Luke idiota. Se fosse a primeira vez que elas tivessem feito isso comigo.

Havia um lugar no colégio que quase ninguém ia, por mais que era um local aberto e impossível de fazer alguma coisa mais intima. Era do lado da quadra de vôlei, perto das grades, quase ninguém ia lá, um ou dois alunos fiavam encostados nas grades, e eu, naquele dia era um deles.

Estava evitando chorar, eu devia deixar os mimimis para quando chegasse em casa, ai poderia surtar, jogar alguns travesseiro e berrar dizendo que eu odeio a minha vida chata e tediosa. Por enquanto abaixar a cabeça e tentar concentrar em outra coisa era o melhor a fazer.

Na ultima aula Luke ignorou a minha presença e me deixou quieta, desenhando, sem nem ao menos citar o meu nome. Ele estava serio e pensativo, não deu nem meia hora de aula. Ficamos apenas esperando o sinal tocar para irmos embora.

Guilherme percebeu a minha angustia e me acompanhou até em casa. Luke passou por nós de bicicleta e apenas acenou. Mas minha cara de choro me entregou. Acho que finalmente teria sossego.

– Se eu tivesse ouvido não teria deixado, você sabe. – Estava deitada no colo de Guilherme enquanto ele acariciava meu cabelo e eu jogava um pouco. – Aquela guria é ridícula, coisa de criança falar deste jeito.
– Eu sei, mas mesmo assim magoa. Principalmente quando metade da sala ouve o que elas estão falando, eu odeio aquelas vadias. Poderiam morrer que não fariam falta a ninguém.
– Sua mãe deixou almoço? – Eu concordei com a cabeça. – Vou lá esquentar ai a gente come e jogamos um pouco. – Ela levantou e saiu do quarto. – Vou dormir aqui hoje! Pra gente ensaiar! – Ele gritou lá de baixo.

Almoçamos e passamos a tarde jogando videogame e comendo pipoca. Dizem que amizade entre homem e mulher é impossível, mas eu acredito que não. Está certo que eu e Guilherme já demos uma colorida em nossa amizade. Paramos apenas quando eu comecei a namorar.

Eu namorei durante quatro meses um garoto. Eu estava no primeiro ano e ele no terceiro. Nós nos dávamos bem, gostávamos das mesmas coisas, divertíamo-nos juntos e principalmente competíamos muito. E esse foi o decline, começamos a brigar e discutir. Resolvemos que era melhor terminar antes que começasse a pancadaria física, não apenas verbal. Tornamo-nos amigos, mas depois que ele foi trabalhar na empresa do pai não nos falamos mais. Isso há um ano. Mesmo depois do termino eu e Guilherme nunca mais ficamos, sei lá por quê. Talvez a resposta seja porque ele não pediu de novo.


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Notas finais do capítulo

Obrigada por lerem ^.^
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Bjos meus lindos.



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