Alma Gêmea escrita por Yumenaya


Capítulo 3
Doce Vingança




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"O amor começa com um sorriso, cresce com um beijo e morre com uma lágrima. Mas não é por temer ao sofrimento que devemos deixar de viver" (P.A)  

 

 

 

  

AYA'S POV

   Já que meu queridinho pai estava aqui, decidi provocá-lo um pouco. Lembrei do dia em que tirei umas fotos com minha mãe, Alma Rey.

 

FlahsBack On 

  Eu estava no camarim de minha mãe, mas ainda escutava o que se passava a alguns passos dali.

- Um pouquinho mais de pó aqui, por favor. - Minha mãe falava. Cara, ela era obcecada em beleza,  Afinal ela é uma cantora famosa, e um símbolo sexual. Isso mesmo símbolo sexual, pois com aquelas roupas mínimas que ela usava nos seus shows causava grande prazer aos garotos. Ela é a minha mãe, mas não sabe fazer o seu papel. É trabalhadora, independente, inteligente, segura de si mesma e muito solidária. Mas não uma mãe exemplar.

 - Você está linda Alma, tá maravilhosa. - Aquele fotógrafo falso dizia. Sabe porque falso? Porque ele falava aquilo só para agradar a minha mãe, não que ela não seja linda.

- Eu divia tomar um pouco mais de sol, não acha? - Alma falava, não duvidava nada que ela estava se olhando no espelho.

- Não, não se preocupe não. Deixa isso comigo, relaxa que eu cuido do resto.

- Aí que bom que chegou, me dá essa água.

- Tá, todo mundo lá fora, você já sabe câmeras, fotográfos, repórters, fãs, tudo perfeito amiga. - Reconheci de imediato aquela voz, era Karina, amiga e ajudante de minha mãe, e quando eu era mais nova, também era minha babá. Com a fama de minha mãe, ela passava pouco tempo comigo. Karina é loira, bem magrinha.

- Está tudo bem? Que bom. - Minha mãe estava preocupada como sempre.

- Sabe por que isso? Sabe por quê? Ser a artista mais importante do país tem o seu preço. - Não falei? Aquele fotógrafo além de ser falso, era bajulador.

- Ai fofo, você é um amor. - Minha mãe como sempre com esses apelidos ridículos. Ela me chamava de queridinha, amorzinha, fofinha, bebezinha.

- Quer saber o que mais? A ideia de ter sua filha na revista é sensacional. Vai ser um sucesso! - Fotógrafo bajulador, não sei o nome dele, nem quero saber.

- Tá mais cuidado com a Aya porque ela é uma menina. - Menina? Hahá, era o que minha mãe pensava, ela nem imaginava o que eu andei preparando.

- Não se preocupe, eu vou cuidar dela como se fosse minha própria filha. - Fotógrafo de araque.

- É bom, se não eu acabo com a sua raça. - Gente como ela é preocupada.

- Juro que é sério, você vai ver.

- A propósito cadê ela? Tá demorando. - Mamãe perguntou.

- É... é.. eu acho que teve um pequena probleminha hm, com as roupas. - Karina falava nervosa. Ela sabia o que eu tinha aprontado, e eu fiz ela promoter que não contaria nada à ninguém. Nem a minha mãe. Ninguém resistia aos meus encantos.

- Problema?

Foi então que eu decidi entrar para o lugar aonde tirariam as fotos de mim e de minha mãezinha. Entrei usando um roupão rosa.

- Oi minha filha, Aya, vem me dar um beijinho. - Mamãe vinha em minha direção com os braços abertos. Muito grudenta, era o que ela era. Dei um beijo nela. - O que aconteceu com a sua roupa?

- Ops - murmurei descontraída - eu doei pras carmelitas descalças.

A expressão preocupada da minha mãe era maravilhosa, tive que me segurar para não rir.

- Como asism doou? É tudo Versati! - Ela falava mais alto.

- Ah perfeito, ele que vista aquilo. Por que eu não vou andar fantasiada. - E notei a roupa que minha mãe usava, aquilo não era roupa, era um biquini podemos dizer, colorido. Parecia que ia desfilar no carnaval, aquilo não cobria nada.

- Como assim fantasiada?

- Além disso eu botei outra coisa. - Comecei a abrir o roupão.

- Que coisa? - Ela perguntava. E então eu tirei o roupão, e mostrei à ela o que havia preparado. Estava com um conjunto de calcinha e sutiã minúsculos vermelhos. Menor que o da minha mãe. Joguei o roupão no chão, os olhos da minha mãe se arregalaram - O quê! Aya, pela amor de Deus, cubra-se. Virem todos pra lá! Eu proibo você de posar assim, vá trocar de roupa agora! Vai logo!

Pegou o roupão do chão e jogou em cima de mim. Me cobrindo.

- Mamãezinha querida, calma eu já ouvi. Está bem? Calma, quer parar de falar comigo nesse tom de desesperada. Não sei como consegue ficar tão nervosinha! - Joguei de novo o roupão no chão, para provocá-la.

- O que tem o tom a ver com isso! Aya para de fazer pirraça de menina idiota e vai trocar de roupa agora! Vai logo! - Pegou de novo o roupão em cima de mim desesperada, como se eu estivesse no meio de vários tarados, ou coisa do tipo.

- Mamãe eu visto o que eu quiser, está bem? - Eu já estava ficando nervosa com tudo aquilo, minha mãe estava me tratando como uma criança boba e ingênua, uma coisa que de fato eu não era.

- Aah, é? Sou sua mãe, Aya. Eu sei o que é conveniente. Por favor.

- Ah é né. Pois é você vai sair linda quase peladinha e quer que eu saia como uma menina recém saída do jardim de infância. - Falei enquanto apontava para o traje dela.

- Você vai sair como uma menina, linda, mais uma menina. Vai trocar de roupa...

- Menina é a vovozinha, me ouviu bem? - Tenho 17 anos!

- Aya, meu amor, por favor, minha filha. - Falou com uma voz manhosa; se ela pensava que com aquele jeito iria conseguir fazer com que eu mudasse de ideia estava muito enganada!

- Minha filha nada. Vai ser assim ou nada - Disse abrindo um sorrisinho.

Ela fez uma cara de "não acredito que minha filhinha está fazendo isso comigo!"

- Decide mamãe.

- Vai botar uma roupa! - Isso já estava me deixando atordoada ela jogava o roupão em cima de mim várias vezes, e eu tornava a retirá-lo. Ela devia saber que eu não iria desistir. Não tão fácil.

- Eu já disse que não vou mamãezinha - E joguei o roupão no chão.

- Você quer acabar com a minha carreira - Ela falava enquanto colocava a mão na testa, fazendo um teatrinho idiota - Com a minha vida inteira, Filha! - Ela saiu correndo atrás daquele fotógrafo puxa-saco - Fofo, por favor, diz pra ela que não pode sair assim, como uma ordinária. Isso vai ser um escândalo!

- Aí fala sério! - Pra completar a ceninha fiz uma pose de menina ingênua.

- Seria um escândalo, que nos daria muito dinheiro. Acho que devemos fazer as fotos. - Consegui, ganhei! O fotógrafo puxa-saco serviu para alguma coisa.

- Mas.. Como? - Mamãe estava decepcionada, finalmente alguém que não seja eu, discordou com ela.

- Tá vendo? - Fui me sentar no sofá branco que tinha ali ao lado. - Como quer que eu pose? Quer assim? - Apoiei minha mão em meu queixo.

- Assim, bem natural. Vamos fazer alguma coisa com as duas. - Minha mãe fez cara de inconformada - Vão ficar lindíssimas, vamos fazer alguma coisa juntas. Juntinhas... Sorrindo para a câmera... vão ficar lindas assim, isso!

Minha mãe tentava me cobrir, mas na vedade eu que cobria ela.

Depois de algumas fotos, eu fiquei exausta, não sei como ela aguentava ficar sorrindo para a câmera o tempo todo, ô coisa chata, entediante!

- Mãezinha não quer pegar um refrigerante? - Falei provocando-a.

- Shh, fica quietinha criança. A estrela aqui sou eu. - Ela nem se achava, né? 

- Desculpa interromper, mas é que... - Karina completou - Temos problemas. Tem um homem insistindo em entrar.

- Ah não, não quero -  Resmunguei.

Um velhinho entrou, todo vestido de terno. Reconheci ele, era o ser que eu mais odiava na face da terra.

- Eu sou o pai da Aya.

- Quem doou o espermatozóide melhor dizendo. - Falei irritada, além de interromper o nosso ensaio, vem falar que é meu pai. Ele me abandonou no mundo, apenas me fez, e agora quer dar uma de papai? Fala sério! Suspirei.

 - Aya, deixa comigo. - Mamãe disse.

 

FlashBack Off

Enquanto terminava de dançar, me lembrei de quando estávamos no apartamento da minha mãe e ela me falou sobre o que meu pai havia lhe "pedido", por isso estou aqui nessa escola no meio de um monte de patricinhas e mauricinhos.


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Notas finais do capítulo

Continua... Se vocês quiserem mais por favor reviews, ok?



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