ㅤㅤㅤToda essa história de lendas serem reais, e não mitos, estavam me confundindo ainda mais. Eu tentava encaixar as ideias, mas elas não se ligavam. Meus sonhos, as histórias, os livros, a cigana, os contos, as lendas, os Cullens... eram peças que tinham alguns pontos em comum. Os sonhos, eles devem ter alguma finalidade, porque neles eu me sentia como se eu fosse outra. Em outra vida. Mas isso é possível? Quando era mais nova, minha mãe, Alma, ficava lendo vários livros que retratavam sobre o retorno da alma. Mas isso só acontecia quando eles precisavam terminar algo. Mas o que será que eu devo fazer? Arriscar? Falar que tudo que eu sei, que eles na verdade são vampiros e não humanos? O mais terrível que poderia acontecer seria eles pensassem que eu fosse louca.
ㅤㅤㅤEu poderia aguentar, eu iria aguentar. Tinha que esclarecer tudo isso, de alguma forma. Ouvi um leve sussurro de vento sobre a janelinha que estava próxima de mim. E majestosamente surgiu na minha casinha, o Edward. Ele estava mais encantador e sedutor com gotículas de água, passeando por seu rosto.
ㅤㅤㅤ- Olá. Bom dia. - O tem aveludado rompeu o silêncio. Aquilo fez com que eu esquecesse dos pensamentos que a poucos segundos atrás rodeavam minha cabeça.
ㅤㅤㅤ- Bom... Dia. - Era falha e pulsante minha respiração cortando por imediato minhas forças, o que fez com que ele esboçasse vitoriosamente um sorriso sincero e torto no rosto.
ㅤㅤㅤ- Preciso te contar toda a verdade. - Ele falou e se aproximou de mim. Tocou meu rosto com suas mãos.
ㅤㅤㅤSenti percorrer por todo meu corpo e anciosamente me aproximei dele, não me importando sobre o fato de ele ser vampiro. Já podia sentir o frio romper meu corpo, e lentamente ele desarmava todas as minhas defesas.
ㅤㅤㅤ- Aya... - O ouvi sussurrar sem ao menos me impedir de dar um "bom dia" mais correto, mais intenso, mais.. Real.
ㅤㅤㅤEu precisava dele, perto de mim. Não seria meu sangue o muro sobre nós, não seria o passado que nos condenaria. E eu não aceitaria um não, nem mesmo se ele fosse um vampiro.
ㅤㅤㅤ- Edward... - Ele sorriu ao me ouvir falar seu nome, e por mais idiota que pareça, meu coração lentamente aumentava sua velocidade, dando início a sentimentos comuns na presença dele. Ele pousou delicadamente um de seus dedos na minha boca.
ㅤㅤㅤ- Em que está pensando? - Ele apronfudava a imensidão do seu olhar sobre o meu, e eu tornei a ficar sem palavras, perdida completamente imaginando no doce sabor de ter sua respiração junto da minha, seu corpo próximo do meu, e seus sentimentos focados em mim. Mesmo que isso soe impossível. - Aya? - Ele tocou com suas mãos meus ombros, e eu ainda me perguntava onde minhas palavras havia sido escondidas. Tornei a me concentrar antes de falar o que me veio a mente de imediato.
ㅤㅤㅤ- Quem é Bella, Isabella Swan? - Falei desesperada, eu precisava, necessitava saber quem era ela.
ㅤㅤㅤ- Bella Swan, era uma garota que eu conheci há alguns anos atrás. - Foi tudo que ele falou.
ㅤㅤㅤ- Era? Ela já morreu? Como era ela? - Falei apressadamente, reparei que por seus olhos se passaram um pouco de dor. - Fala alguma coisa Edward! Porque tenho sonhos com ela?
ㅤㅤㅤ- Sonhos?
ㅤㅤㅤ- Sim, sonhos. E esses sonhos são especialmente com você.
ㅤㅤㅤ- Comgio?
ㅤㅤㅤ- Edward, eu sou ela não sou? Eu sou a Isabella Swan?! Por favor me fala a verdade.
ㅤㅤㅤ- Sim, você é ela. Mas vocês não são as mesmas, não por dentro pelo menos. Porque por fora são idênticas. Eu conheci ela, há 1 século atrás, e ela foi assassinada por James.
ㅤㅤㅤ- Por isso que você se "interessou" por mim? Por que eu sou a reencarnação de uma antiga paixão? - Estava magoada, ele não gostava de mim, e sim daquela maldita Bella. Senti uma lágrima escapar de meus olhos, mas não me dei por vencida. - James era um vampiro. Igual à você.
ㅤㅤㅤO choque atravessou por seu rosto ao perceber que aquilo não era uma pergunta, e sim uma afirmação. Não tinha nem como disfarçar estava na cara, ele estava abismado.
ㅤㅤㅤ- Não, Aya. Eu me sinto verdadeiramente atraído por você. Esse seu jeito rebelde de ser, me encanta. Depois de vários anos morto, você conseguiu trazer um pouco de vida para mim. Nesses anos, nunca sequer conseguia dar um risada, conversar civilizadamente. Mas, agora, só de pensar em você, um sorriso escapa da minha boca. Aya, eu te amo. - Edward começou a aproximar de mim, como se fosse me beijar. Mas eu me afastei dele, o que o deixou confuso.
ㅤㅤㅤ- Edward, você precisa me prometer, que nunca mais irá mentir ou ocultar algo para mim. Odeio mentiras.
ㅤㅤㅤ- Combinado. - Ele disse.
ㅤㅤㅤObviamente me dando tempo para me afastar novamente caso quisesse. Edward lentamente se aproximou e me beijou delicadamente - como se eu fosse algo quebrável. Seus lábios eram frios, e ele tinha um cheiro maravilhoso. O beijo foi suave, ótimo. Acabou cedo demais, mas ele não se afastou de mim. Estávamos perto e eu me dei conta de que estava com as mãos no peito dele. As dele estavam pousadas em meus ombros. Eu sorri para ele.
ㅤㅤㅤ- Que bom que você me contou a verdade. - Eu disse.
ㅤㅤㅤ- Que bom que você aceitou toda a verdade. - Disse ele.
ㅤㅤㅤEntão ele me beijou de novo, só que desta vez sem hesitação. Foi um beijo mais intenso, e eu envolvi seus ombros e pescoço com meus braços. Eu o senti, mais do que ouvi, gemer enquanto me dava um beijo longo e forte, e foi como se ele ligasse um interroptor em mim, e eu senti um doce, quente e elétrico desejo. Era um coisa louca e impressionante, além de que já havia sentido em qualque outro beijo. Eu adorava o jeito com que meu corpo se encaixava com o de Edward, e apertei meu corpo contra o dele, esquecendo dessas histórias de vampiros e da minha vida passada, e do resto do mundo. À medida que eu retomava o bom senso, percebi que estava totalmente agarrada a ele e que estava lá, na casinha, no meio da praça. Me desvensilhei dos braços dele.
ㅤㅤㅤ- Não acredito que me apaixonei! Isso é impossível, mas temo dizer que isso é sim possível. Eu te amo, Edward Cullen. - Falei sem pensar, então ele abriu um sorriso torto.
ㅤㅤㅤ- Também te amo e muito, Aya! - Ele disse apertando os braços ao meu redor.