Endless Love escrita por STatic


Capítulo 47
Epílogo


Notas iniciais do capítulo

Então é isso, último capítulo!

Eu preciso agradecer vocês por esse ano (e alguns meses) que vocês estiveram aqui, que perdoaram meus sumiços e minhas maldades, que aliás nem foram tantas. Cada um de vocês foi importante demais, cada comentário me motivava e me deixava descobrir que arram, eu amo escrever, amo mesmo. Embora Castle tenha acabado, nós não acabamos, então enquanto tiver história eu vou escrever e enquanto tiver leitores, eu vou postar... Não vão se livrar de mim!

Eu conheci muitas pessoas através de Castle e Endless Love, fiz colegas, fiz amigas que eu amo demais, encontrei uma prima perdida, consegui um futuro casamento (onde o primeiro acordo foi quem vai pagar a internet e quem vai pagar o netflix, então nós sabemos que vai durar), aprendi coisa demais e vou levar para sempre. Então, por tooodo amor e paciência, obrigada!! Vocês são importantes para caramba. E obrigada Soraia que favoritou!
Não vou chorar, não vou chorar e aaaaa boa leitura!

P.S.: Tem uma pequena referencia a greys em algum momento aí embaixo. Não são as palavras exatas - não me lembro delas -, mas a ideia está sempre comigo. É importante, crianças!



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Kate POV

Eu havia acordado para uma cama vazia. Meu sono, diferente dos últimos dias, havia sido pesado e – aparentemente – longo. Eu já podia sentir as mudanças que aquilo provocara, meu corpo mais leve e descansado, pronto para qualquer coisa que pudesse encontrar.

Após alguns segundos encarando o teto, tentando aguçar meus ouvidos para escutar além dos limites do quarto e não ouvindo nada, me lembrei da babá eletrônica. Liguei-a e um segundo depois a voz de Castle encheu o ambiente, um resmungo infantil e familiar no fundo.

— Ei, carinha. – ele disse. Eu devia me levantar e ir até eles, mas parecia que Rick tinha tudo sob controle agora. – Como está indo?

Escutei um chorinho fraco. Boa resposta. 

— Você quer a mamãe, hã? Ah, eu entendo você. Eu também sinto falta o tempo todo quando ela não está por perto, não fica mais fácil.

Ele parou por um segundo e eu sabia a expressão que estava fazendo sem nem precisar estar olhando.

— Ótimo, Rick, faça um discurso otimista de madrugada para o seu filho! – eu ri um pouco do quão adorável ele era se reprimindo. – Não parece que eu ganharei um premio de super pai em algum momento próximo, não?

Ele ficou em silencio por um segundo.

— De qualquer maneira, nós devíamos deixar ela dormir um pouco, hã?

Aquilo era fofo. Eu havia mesmo estado exausta. Mesmo com a participação ativa de Castle, eu ainda precisava estar sempre por perto, acordar quando ele estava acordado, esse tipo de coisa, e era cansativo. Não que eu fosse reclamar. Valia a pena. Totalmente. 

Castle continuou seu monólogo, sussurrando para o bebê como se ele pudesse entender cada palavra dita. A conversa continuou por um tempo e eu podia voltar a dormir a qualquer segundo, embalada pelo som de suas vozes. O sussurro constante de Castle e o resmungo ocasional de Matt. Mas então me foquei novamente no assunto.

— ... E eu não podia ler sobre Nikki para você! Tudo bem, eu entendo, mas qual é! Talvez eu possa te contar um pouco, se poupar detalhes.

Tudo bem, eu não voltaria a dormir.

Balancei a cabeça e levantei-me da cama, colocando o robe e o amarrando ao redor do corpo. Subi as escadas lentamente, encontrando todos os cômodos escuros, com exceção de um quarto. Na ponta dos pés, parei na porta, me encostando e observando a cena na minha frente. Era familiar, acontecia sempre, mas eu não podia me cansar da imagem de Castle com nosso filho nos braços.

Matthew ainda resmungava baixinho de vez em quando e Castle o segurava contra o peito, concentrado no seu discurso sobre Nikki Heat. Após alguns segundos passados onde ele não notou minha presença, eu falei.

— Nikki as quatro da manhã... – balancei a cabeça. – Não pode ser saudável.

Ele pulou quando ouviu minha voz e eu segurei o riso. Sua expressão pego-no-flagra era impagável.

— Eu não... Hã... É saudável, digo por mim mesmo. – desistiu das desculpas. – Há quanto tempo está aí?

— Tempo suficiente. – disse e entrei no quarto de uma vez. – O que aconteceu com o bom e velho Peter Pan? Ou... Cinderela?

— Nikki é melhor. – ele respondeu, a confiança inabalada.

Eu ri. – Claro!

— Além disso, – disse enquanto me passava Matt. Eu o coloquei contra o peito e cheirei sua cabeça, instintivamente. Ele cheirava tão bem! – eu não acho que ele estava muito interessado.

— Não? – perguntei.

— Ele só ficava procurando por você, acho que está com fome.

Me sentei na poltrona no canto, aconchegando o embrulhinho sonolento no meu peito. – Você está com fome? – perguntei à ele como se esperasse mesmo uma resposta. – Você está sempre com fome.

Matthew me olhava com aqueles olhinhos idênticos aos meus enquanto mamava. Passei meu dedo indicador em todo o comprimento do seu rosto e ele fechou os olhos, e então peguei sua mão, que imediatamente agarrou meu dedo. Eu amava fazer aquilo, amava a sensação.

Era estranho no começo, mas instintivo, e logo eu estava acostumada, basicamente um expert, como se fizesse aquilo durante toda a minha vida. Eu, Kate Beckett, que não era lá uma “pessoa de bebês”, seja lá o que isso significasse. Mas Matt... Ele era o amor da minha vida, o de mais precioso que eu tinha, uma das poucas coisas que havia feito certo.

Observei seu rostinho concentrado, embora seus olhos estivessem fechados.

— Ele é mesmo seu filho, Cas.

— O que, tem uma obsessão pelos seus seios? – ele perguntou e eu não pude evitar rir.

— Eu ia dizer que ele come muito, mas... Claro.

— São duas boas coisas. – ele se defendeu e eu levantei meu rosto para olhá-lo. Ele sorria e seu rosto parecia brilhar na luz fraca.

Castle parecia transbordar alegria, me olhando como se eu iluminasse todo o mundo, quando na verdade era ele quem o fazia. Como sempre, exceto que agora tinha uma nova adição e todo aquele brilho que nos cercava estava ainda mais forte, duplicado.

Voltei meu olhar para o bebê nos meus braços. Matthew era lindo. Absolutamente perfeito. Seus olhinhos se abriram e ele me olhou com aquela atenção infantil, e eu encarei de volta aquela réplica perfeita dos meus olhos. Eu havia jurado que seus olhos seriam como os de Castle, mas estava feliz de estar errada. Ele era uma mistura perfeita e meus olhos completavam aquele serzinho único.

Após alguns minutos, cada vez que ele piscava seus olhos demoravam mais para se abrir e eu sabia que logo estaria dormindo.

— Você pode... – sugeri e Castle pegou o bebê do meu colo, trazendo-o para o peito e batendo de leve em suas costas. Recostei-me na cadeira, colocando meus pés para cima e observando-os.

Não havia sido fácil chegar até ali e demorou para que eu descobrisse que o “felizes agora” importava mais do que o “felizes para sempre”. Quer dizer, quem poderia saber o que o futuro nos reservava? Havia sido um longo caminho, mas nós tínhamos conseguido.

Depois de apenas alguns dias no hospital, nós pudemos voltar para casa. No momento em que cruzamos a soleira da porta, ambos Castle e eu sabíamos que aquele marcava um novo começo para nós, mas também uma continuação. Tudo o que havia acontecido não seria apagado, e eu era grata por isso. Já tinha perdido muito e levou tempo demais para ter de volta.

Embora fosse difícil e mais cansativo do que eu esperava, a experiencia era a melhor da minha vida. Cada pequeno sorriso, cada gesto e cada vez que eu pegava meu filho nos braços eram um sensação nova. Seu cheirinho de bebê era hipnotizante. Eu sabia que Castle era mais experiente que eu, mas dessa vez era diferente e nós dois aprendíamos coisas novas todos os dias, comemorando as vitórias e prometendo ser melhores na próximas vez quando errávamos algo.

Eu estava muito atenta enquanto Castle colocava o embrulhinho de volta ao berço. O bebê sequer se mexera, e eu me surpreendia em quão rápido ele dormia quando no colo no pai, quão profunda era sua ligação com Castle. Por outro lado, não devia ser tão surpreendente. Não fora sempre assim? Mesmo antes de nascer, mesmo antes de ter um nome só eu, Matt já se mostrava responsivo à Castle. Ele costumava se acalmar – ou se agitar, dependendo do nosso objetivo cúmplice – com apenas a voz de Rick, o toque quente de suas mãos sob minha barriga.

— Ele é tão garotinho do papai! – sussurrei quando ele se virou após se certificar que o bebê estava mesmo dormindo.

Castle sorriu um sorriso orgulhoso e se recostou no berço, bem de frente para mim.

— Ele só acha que dou um bom travesseiro. – comentou.

— Bom, nesse caso eu não posso culpá-lo. – apontei e ele riu.

— Não se preocupe, você tem os seios.

Eu tive que cobrir a boca com as mãos para impedir a risada que tentava escapar.

— Pervertido.

Castle deu de ombros e depois virou a cabeça para olhar o filho, logo depois voltando seu olhar para mim. Ele me olhou daquela maneira especifica, aquela de quem podia ver minha alma, que deixava-me me sentindo nua. Aquele olhar que ele só tinha para mim, de completa adoração que constantemente me deixava constrangida, sem saber direito o que fazer com as mãos.

— O quê? – tentei que ele dissesse algo. Ele se endireitou.

— Eu já disse antes que você é extraordinária, mas jamais pude imaginar o quanto.

— Rick... - comecei e é claro que ele me interrompeu.

— Você se lembra naquela primeira vez, quando eu disse que nós seríamos ótimos juntos? – perguntou e eu sorri com a lembrança. Como poderia esquecer?

— Eu disse que você não tinha ideia.

Ele assentiu. – Depois que nós ficamos juntos, eu pensei que finalmente tinha uma ideia... Eu estava errado. Eu estava errado porque todos os dias eu aprendo algo novo, vejo algo novo sobre você que eu não fazia ideia, e então eu sei que jamais terei completamente. Você é extraordinária, e ainda me deixa boquiaberto o quanto e eu amo isso. Amo você.

Droga, como ele podia ser assim? Ele não havia feito qualquer movimento para se aproximar de onde eu ainda me sentava, e eu também não o fiz. Era interessante, essa intensidade as quatro da manhã quando estávamos há passos de distancia, e eu gostaria de manter assim. Toda uma nova perspectiva.

— Eu disse isso, e realmente acreditava. Você não fazia ideia. Mas eu também não, eu não tinha a menor ideia... Não tinha ideia do quanto eu era capaz de amar, do quanto era capaz de mudar, de crescer. E, ah, eu não imaginava o quanto você mudaria minha vida. Talvez eu desconfiasse, mas eu é que não fazia ideia.

Terminei de falar com a voz baixa, meus olhos afastados dos deles e quando voltei a fitá-lo, o sorriso que quase escondia seus olhos estava ali, mais uma vez provando como ele era capaz de revirar meu estomago mesmo agora, aquele frio jamais desaparecendo.

Castle então caminhou até mim, sentando-se no braço do sofá e eu me aconcheguei mais perto dele, suas mãos em meus ombros e minha cabeça descansando em sua cintura.

— E eu amo você, também. Amo nossa família, amo o que construímos, amo a ideia do que o futuro guarda para nós... Eu não podia imaginar que estaria aqui algum dia, mas eu estou, então obrigada. – levantei a cabeça e ele me encarava atento. – Obrigada por não desistir de mim, mesmo quando eu dei motivos.

Ele se abaixou e me beijou de leve, encostando nossas testas por um minuto.

— Eu não poderia... Desistir de você era como desistir de mim, e todos sabemos que sou charmoso demais para alguém desistir de mim. –acrescentou e eu ri, nossas respirações se misturando. – Eu amo você, Kate Beckett. Nós vamos ser ótimos juntos.

Ele me beijou novamente e se afastou. Voltei para meu lugar encostada em seu corpo.

— E eu amo você, Rick Castle. – olhei para o bebê dormindo tranquilamente. – Você não tem ideia.

Nós jamais teríamos ideia. Sempre haveriam obstáculos, sempre haveriam momentos e sempre haveriam coisas novas a se descobrir. A surpresa estava ali, e era o que fazia tudo valer a pena. O sentimento de maravilha a cada dia que passava, o de encantamento ao se abrir os olhos de manhã e ver a pessoa que mais ama, de notar que tem tudo o que jamais desejou.

No final das contas, tudo o que precisamos é de alguém que não desista de nós. Alguém que continuará lá mesmo quando nos odiar, que continuará lá quando o magoarmos – porque nós vamos –, alguém que te guiará, mas que te deixará seguir com seus próprios passos, alguém que estará lá quando cairmos e esteja disposto a nos ajudar a levantar, a pegar os pedaços. Alguém que não desista de nós mesmo quando nós mesmos já o tenhamos feito.

Alguém disposto a simplesmente amar você, um amor sem fim, sempre.


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Notas finais do capítulo

E então, pela última vez, me contem o que acharam??

Amo vocês, até a próxima!