Laços de Guerra - 4ª Temporada escrita por nywphadora, nywphadora


Capítulo 11
Epílogo.




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02 de Outubro de 2014.

Wigtown, Sudeste da Escócia.

Era 1 hora da manhã e uma mulher ruiva dormia em uma posição pouco confortável, sentada em frente a uma escrivaninha, com a cabeça apoiada nos braços.

A mesa estava cheia de livros, papéis soltos, frascos de tinta e penas secas. Na parede do lado esquerdo da porta do escritório, havia uma longa estante de madeira presa à parede, era exclusivamente de livros, assim como o resto dos armários do cômodo, exceto por quatro portas-retratos.

Um deles mostrava a foto de uma menina de cabelos castanhos e brilhantes olhos verdes, deveria ter em torno de cinco anos de idade e sorria mostrando a falta de seus incisivos superiores.

O outro porta-retrato mostrava dois adolescentes, que deveriam ter em torno de quinze anos, uma garota ruiva abraçada a um garoto moreno de cabelo bagunçado e óculos redondos.

O terceiro mostrava a mesma ruiva, vestida com o uniforme de quidditch da equipe do Puddlemere United, beijando um garoto de cabelos castanhos.

O último mostrava o mesmo casal da foto anterior, mais velhos, em seu casamento.

A porta abriu-se lentamente e logo depois entrou o homem das fotos. Ele parou no batente da porta e sorriu levemente ao ver a cena. Depois, ele aproximou-se da escrivaninha e balançou levemente o seu ombro.

— Amber... — sussurrou Oliver.

Amber respirou fundo e levantou a cabeça lentamente, piscando os olhos com força.

— Já é 1 da manhã. Você prometeu que ia deixar isso para amanhã — ele repreendeu, passando a mão pelo cabelo dela.

— Desculpe. Eu perdi a hora — murmurou Amber, levantando-se lentamente — Minhas costas estão doendo...

— Ninguém mandou dormir aqui.

— Estava cheia de coisas pra fazer...

Oliver suspirou e deu um beijo na cabeça dela.

— Vamos dormir, vem — ele sussurrou, colocando um braço em volta dos ombros dela, guiando-a até a escadaria.

6 horas mais tarde...

Amber sentou-se na cama rapidamente, olhando para o despertador, em cima da mesa de cabeceira.

— Oliver! — gritou, jogando o edredom para o lado e levantando-se da cama apressada — Por que você não me acordou?

— Hoje você entra às 8 — ela ouviu o grito de Oliver lá de baixo.

— Ah — exclamou, parando, antes de gritar — Mas mesmo assim! Eu tenho que me arrumar!

Ela ouviu passos pelo corredor e seu marido entrou no quarto.

— Você dormiu tarde e nem demora tanto assim — ele disse.

— Já dormi mais tarde quando joguei no Puddlemere — retrucou.

— Exagerada.

— Bom dia para você também.

Amber foi até o armário para pegar o uniforme do St. Mungos, mas foi segurada pela cintura.

— Cadê o meu beijo de bom dia? — perguntou Oliver.

— Não sei se merece não — brincou Amber, antes de ter um beijo roubado.

Não importava quanto anos tivessem, continuavam agindo como dois recém-casados. Continuaram se beijando até que faltou o ar.

— Tá, agora eu tenho que me arrumar, tchau — disse, empurrando-o para fora do quarto, batendo a porta logo depois.

Assim que tomou um banho rápido e se vestiu, desceu até a cozinha para preparar o café da manhã.

Oliver estava sentado na mesa, lendo o Daily Prophet. A primeira página destacava duas matérias “A Lei Dobby” e “O Caso Sectumsempra”.

— A lei da Hermione vai passar a vigorar amanhã e vão formatar a lei das Maldições Imperdoáveis — resumiu Oliver, fechando o jornal.

— Algum Death Eater ou sangue-purista usou o Sectumsempra? — perguntou Amber.

— Uma criança encontrou o feitiço em um dos livros dos pais, aproveitou que deixaram a varinha largada e testou — disse Oliver — Seria um grande feito, se fosse outro feitiço.

Nesse momento, uma coruja entrou pela janela e deixou uma carta em cima da mesa.

Oliver passou a carta para Amber que suspirou, pegando a carta com o símbolo de Hogwarts.

— Não temos notícias por Livy, mas da McGonagall... — resmungou.

Oliver deu uma risada. A verdade era que nenhum dos dois se estressava realmente com as brincadeiras de sua filha única, Marlene Sarah Wood. A Amber lhe lembrava muito Sarah, só se intrometia quando a garota passava dos limites. Livy era uma coruja-dos-pagodes, mesma raça de Halo (antiga coruja de Sarah), que pertencia a

Marlene.

— O que ela explodiu dessa vez? — perguntou Oliver.

— A estufa 2 e também pintou o cabelo das Slytherin — respondeu Amber.

— Não é tão ruim, suponho.

— O Neville estava dentro da estufa.

— Já tivemos piores, não?

— Não tem problema fazer como os gêmeos, brincadeiras para descontrair, mas humilhar as pessoas eu não posso admitir.

— Ela não faz as coisas sem motivos.

— Então ela explodiu a estufa 2 porque Neville deu nota baixa para ela?

— Está bem, a gente vai conversar com ela.

— Ela tem um comportamento muito parecido com a Sarah, alguma coisa deve estar incomodando-a.

Oliver desviou o olhar e Amber olhou-o fixamente.

— O que foi? — perguntou, fazendo-o suspirar.

— É que você passou muito tempo no trabalho durante as férias — ele disse.

Amber colocou as duas mãos no rosto.

— Sou uma péssima mãe, não é? — perguntou com a voz abafada.

— Não, só que essas férias ela chegou toda animada de Hogwarts e invertemos os papéis — disse Oliver, esfregando o braço dela.

— Ser medibruxa não é fácil... Eu não tenho férias quando quero.

— Nem eu, mas não traz mais trabalho para casa. Sei que eles vão reagir ao tratamento, mas ela só passa 2 meses de férias e algumas semanas durante o ano, temos todos os outros dias para isso.

— Tem razão. Amanhã vamos a Hogwarts conversar com ela. Agora eu tenho que ir.

Levantou-se, tirando as mãos do rosto e beijando Oliver, antes de pegar sua bolsa e aparatar em um beco próximo da Purge and Dowse, Ltd.

Assim que comprovou que nenhum muggle a tinha visto, foi até a frente da loja e atravessou a vitrine, entrando na recepção.

— Bom dia — cumprimentou, enquanto seguia para o 5º andar, na Ala Jano Thickey.

Respirou fundo, antes de empurrar a porta dupla e ir andando até o final do corredor.

— Eles estão dormindo — disse a enfermeira que estava lá no momento.

— Tudo bem. Quando eles acordarem, me avise — disse, antes de sair e descer as escadas até o 3º andar.

Fazia cerca de 12 anos que ela trabalhava no St. Mungos. Começou em Envenenamento por Poções ou Plantas, mas depois passou a trabalhar também na Ala Jano Thickey, que era seu objetivo desde o começo.

Tudo iniciado por uma promessa feita há 19 anos, mas que ela jamais esqueceu.

Quando chegou ao Centro de Criação de Poções, esbarrou em uma pessoa.

— Ai! Desculpe! É que eu vim falar com Draco — desculpou-se Astoria.

— Não tem problema — respondeu Amber, dando de ombros.

— Você ainda não contou a Neville?

— Não quero dar mais falsas esperanças, já bastam as minhas.

— Vai dar certo... Agora eu tenho que ir.

Parecia incrível a todos que haviam conhecido Draco e sua família.

Depois da guerra, Narcisa e ele foram inocentados por terem ajudado a Harry na Mansão Malfoy e na Floresta Proibida, já Lucius não teve perdão e foi preso em Azkaban, que já não era mais guardada por dementors.

Sem Lucius para sustentar a família, Draco começou a trabalhar no St. Mungos na Enfermaria Dilys Derwent também no Envenenamento por Poções ou Plantas. Ao parecer, os elogios de Snape por ele não era apenas implicação com os Gryffindor.

Snape... Quando Harry descobriu a verdade, fez questão de colocar o quadro de Snape na sala da McGonagall, junto com todos os outros diretores de Hogwarts, ao lado do de Dumbledore.

Harry era uma pessoa bem melhor que Amber, esqueceu todos os anos de rivalidade dos dois. A ruiva ficou agradecida, mas não esqueceu tudo o que ele fez. Se Snape realmente amasse sua mãe, teria ficado feliz pela felicidade dela e não tentar estragar tudo, deixando-a triste. Isso era obsessão. Mas jamais disse isso para ninguém, já que todos concordam com Harry e se ele que era o mais prejudicado o perdoou, por que ela não poderia?

Estava acrescentando ingredientes com funções específicas em um caldeirão com água quando a enfermeira entrou correndo na sala.

— Eles acordaram! — ela exclamou, tentando tomar fôlego.

No mesmo instante, Amber largou a poção e seguiu a enfermeira correndo até a Ala Jano Thickey, onde uma das outras medibruxas avaliava os pacientes. Amber mordeu a unha do dedão nervosamente, enquanto observava pela janela da porta. Cinco minutos depois, a medibruxa saiu da ala.

— E então? — perguntou a ruiva, fingindo neutralidade.

— Parecem estar agindo bem ao tratamento — disse a medibruxa, como se não pudesse acreditar nas próprias palavras — Estão formulando frases coerentes pela primeira vez desde que chegaram aqui.

Olhou assombrada para Amber, antes de seguir para avaliar Lockhart. A enfermeira dedicou-lhe um sorriso, antes de seguir a medibruxa.

Isso era uma ótima notícia.

Amber foi para a sua sala e pegou um pedaço de pergaminho e pena para escrever uma nota a Neville. Quando terminou, pegou Ownie, uma das corujas do hospital, e mandou-a com a carta presa na pata.

O resto do dia passou sem maiores informações. Alguns pacientes em envenenamento por poções e o resto do dia passou no Centro de Criação testando novas receitas para usar no tratamento dos pacientes da Ala.

No fim de seu turno, viu Neville e Hannah indo para o 5º andar. Imaginava que Neville tinha ficado desesperado para vir, mas precisava da permissão de McGonagall para sair. Já Hannah não podia deixar o Leaky Cauldron sem ninguém vigiando em plena atividade, deve ter pedido uma ajuda a Susan.

A medibruxa chefe teve que praticamente ameaçar demitir Amber para que ela não ficasse de plantão essa noite e que tirasse o dia seguinte de folga, assim ela aproveitaria para conversar com Lessa em Hogwarts.

Eram oito horas da noite quando chegou em casa e Oliver estava exausto por causa do treino do Puddlemere United. Ela observou-o enquanto trocava de camisa, até que resolveu anunciar sua presença:

— Já pensou na proposta da McGonagall? — perguntou.

Um tempo de silêncio aconteceu, até que ele sentou-se no sofá.

— Eu ainda não sei — disse, hesitante.

— A única vantagem que você encontrou até agora foi vigiar a nossa filha, não é? — disse Amber, franzindo levemente as sobrancelhas — Só deveria lhe lembrar que você não gostou muito quando Harry resolveu ficar de olho em você.

— É diferente! Ela só tem 12 anos e sacou o jeito da Sarah, isso é preocupante! — defendeu-se Oliver.

— 11 anos, ela só faz 12 daqui a oito dias — corrigiu Amber.

— Isso não é realmente relevante.

Amber suspirou, sentando-se do seu lado.

— Se eu aceitar, vou ficar longe de você — disse Oliver, colocando uma mecha do cabelo dela atrás da orelha — James vai cuidar da Lessa.

— Coitada. É praticamente uma Weasley — brincou Amber, antes de se levantar — Vou fazer o jantar.

Ela preferia fazer ao modo muggle do que com magia, porque usar magia com coisas tão banais era para quem estava com pressa (ou com preguiça). E esse tempo em que ela preparava a comida, muitas vezes muggles também, tinha tempo para pensar.

O som da água da torneira abafava quando chorava. A verdade é que nunca superamos o que perdemos, não importa quanto tempo tenha passado.

Ela não podia evitar lembrar-se deles em várias coisas que ouvia ou fazia. Conseguia esquecer quando jogava no Puddlemere United, mas durante a noite não estava com a cabeça ocupada em mais nada. Então, ficou grávida de Marlene Sarah e teve que sair do quidditch, mas não se arrependia. Essa menina travessa foi um dos motivos que a fizeram se esforçar para seguir em frente, que a impediram de se derrubar.

Nesse momento, Livy entrou pela janela aberta da cozinha, derrubou a carta no chão, pegou um pedaço de pão e saiu voando de volta pela janela aberta.

— Essa coruja abusada — resmungou Amber, abaixando para pegar a carta.

— O que houve? — perguntou Oliver, entrando na cozinha.

Amber entregou a carta para Oliver, enquanto voltava a fazer a comida.

— Molly enviou uma carta dizendo que Domingo tem almoço em The Burrow — disse Oliver, depois de ler.

— Isso vai ser ótimo. Com a rotina, nem tive tempo de falar com o meu irmão — disse Amber sorrindo, ela não chorava escondida na cozinha há dois anos — Só me pergunto por que enviaram por Livy. Ela não está na escola com Lessa?

— Fred só entra no colégio ano que vem — lembrou-lhe Oliver — Acho que George e Angelina estão viajando. Molly deve ter aproveitado para usar a coruja.

— Realmente, me surpreende o fato de que Errol ainda esteja viva — disse tirando a panela do fogão.

Oliver não respondeu nada, apenas ficou observando-a enquanto ela arrumava as coisas desengonçadamente.

— Para de me olhar — reclamou Amber, tentando não se desconcentrar.

Ele deu uma risada e voltou para a sala.

Amber estava cansada, então decidiu deixar a magia terminar o jantar por si só.

E pensar que uma simples carta poderia mudar tantas coisas. Uma carta que a possibilitou ir a Hogwarts, uma carta que a fez conhecer o seu irmão, uma carta que a fez conhecer o amor da sua vida...

Também foi uma carta quem lhe trouxe sofrimento. Levou sua melhor amiga e madrinha, que lutaram até o fim sem abaixar a cabeça para que a guerra acabasse.

Mas Amber entendia. Foi o melhor que poderia ter passado às duas. Marlene já não era mais a mesma sem Sirius e se Sarah estivesse viva, estaria no mesmo estado em que a mãe ficou, já que Fred também tinha morrido.

Uma vez tinha dito a Sarah, quando Marlene tinha morrido:

“Eu prefiro que os dois estejam mortos que um deles estivesse vivo. Uma pessoa nunca é completamente feliz novamente quando o amor da sua vida morre”

Agora ela sabia o quanto tinha razão.

— Fique bem, irmã — ela sussurrou, antes de apagar a luz do abajur.

Amber não sabia, mas Sarah sorria. Porque quem amamos nunca nos abandona de verdade.


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Notas finais do capítulo

Um epílogo pequeno comparado aos capítulos normais, mas espero que tenha ficado bom. Não queria forçar demais, só mostrar um dia normal na vida de Amber.

Agradecimentos especiais:
— A todos os leitores que me acompanharam até aqui desde a primeira temporada.
— Aos leitores que me acompanharam nas duas primeiras temporadas, mas sumiram com o tempo.
— Aos leitores fantasmas, que lêem os capítulos, mas não comentam.
— Aos leitores que me adicionaram aos favoritos.
— Aos designers que fizeram as capas.
— Aos designers que criticaram as fanfics, me ajudando a melhorar muito.
E, por fim, agradeço a Isabel Leal por ter me ajudado a montar várias cenas pelo facebook. Sarah Black é inspirada nessa menina, em seu jeito completamente marauder.
Lembrem-se: vocês, leitores, são a força de nós, escritores. São as pessoas que mais nos animam em nossos momentos de depressão, quem nos ajudam a melhorar com suas críticas...
Vocês quem fazem o Nyah!Fanfiction.
Obrigada.



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