Entre o Espinho e a Rosa escrita por Tsumikisan


Capítulo 23
A Queda do Lorde das Trevas


Notas iniciais do capítulo

Penultimo cap :< ai gente, vou sentir tantas saudades disso aqui ;u;



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— Potter não está falando sério. Não é assim que ele age, é? Quem você vai usar como escudo hoje, Potter?

— Ninguém – respondeu Harry, com simplicidade. – Não há mais Horcruxes. Só você e eu. Nenhum poderá viver enquanto o outro sobreviver, e um de nós está prestes a partir para sempre...

— Um de nós? – caçoou Voldemort. Era notável o quão tenso ele estava. – Você acha que vai ser você, não é, o garoto que sobreviveu por acaso e porque Dumbledore estava puxando os cordões?

— Acaso, foi? Quando minha mãe morreu para me salvar? – Eles começaram a se movimentar, indo para lados opostos e formando um circulo mortal. – Acaso, quando decidi lutar naquele cemitério? Acaso, quando não me defendi hoje à noite e, ainda assim, sobrevivi e retornei para lutar?

— Acasos! – berrou Voldemort, mas ainda assim não atacou. – Acaso e sorte e o fato de você ter se escondido e choramingado atrás das saias de homens e mulheres superiores a você, e me permitido matá-los em seu lugar!

— Você não matará mais ninguém hoje à noite

— É o amor de novo? A solução favorita de Dumbledore, amor, que ele alegava conquistar a morte, embora o amor não o tivesse impedido de cair da Torre e se quebrar como uma velha estátua de cera? Amor, que não me impediu de matar sua mãe sangue-ruim como uma barata, Potter; e ninguém parece amá-lo o suficiente para se apresentar desta vez e receber a minha maldição. Então, o que vai impedir que você morra agora quando eu atacar?

Tentei me mover, mas o feitiço escudo era poderoso demais. Draco me lançou um olhar de censura, como se pedisse que eu ficasse quieta. Bufei. Eu tinha que confiar em Harry, ele sabia o que estava fazendo.

— Só uma coisa – Harry respondeu.

— Se não for o amor que irá salvá-lo desta vez – retrucou Voldemort –, você deve acreditar que é dotado de uma magia que não tenho, ou, então, de uma arma mais poderosa do que a minha?

— Creio que as duas coisas.

— Você acha que conhece mais magia do que eu? Do que eu, do que Lorde Voldemort, capaz de magia com que o próprio Dumbledore jamais sonhou?

— Ah, ele sonhou, sim, mas sabia mais do que você, sabia o suficiente para não fazer o que você fez.

— Você quer dizer que ele era fraco! – berrou Voldemort. – Fraco demais para ousar, fraco demais para se apoderar do que poderia ser dele, do que será meu!

— Não, ele era mais inteligente do que você, um bruxo melhor e um homem melhor.

— Eu causei a morte de Alvo Dumbledore!

— Você pensa que causou, mas se enganou.

Todos ao meu redor prenderam o fôlego ao mesmo tempo. A revelação deixou até mesmo Draco de boca aberta.

— Dumbledore está morto! – Voldemort cuspiu, sem tirar os olhos de Harry.

— Dumbledore está morto, sim. – o outro respondeu, calmamente. –, mas não foi você quem mandou matá-lo. Ele escolheu como queria morrer, escolheu meses antes de morrer, combinou tudo com o homem que você julgou que era seu servo. Severo Snape não era homem seu. Snape era de Dumbledore, desde o momento em que você começou a caçar minha mãe. E você nunca percebeu, por causa daquilo que não pode compreender. Você nunca viu Snape conjurar um Patrono, viu, Riddle?

Apertei o braço de Draco, chocada. A explicação de Olivaras veio a minha cabeça de repente, mas eu não conseguia entender por que. Tinha algo a ver com a varinha das varinhas, mas eu não conseguia ligar os pontos entre o que Harry falava e o que o senhor havia dito.

— O Patrono de Snape era uma corça, o mesmo que o de minha mãe, porque ele a amou quase a vida toda, desde que eram crianças. Você devia ter percebido, ele lhe pediu para poupar a vida dela, não foi?

— Ele a desejava, nada mais – desdenhou Voldemort.

— Naturalmente foi o que Snape lhe disse, mas ele se tornou espião de Dumbledore a partir do momento em que você a ameaçou, e dali em diante trabalhou contra você! Dumbledore já estava morrendo quando Snape o matou!

A compreensão veio como uma luz. Me virei para Draco, entusiasmada demais com a idéia, pisando no pé de muita gente ao redor.

— Você por acaso desarmou Dumbledore aquele dia, na torre?

— Talvez. Sim, eu acho. – Ele resmungou, impaciente. Seus olhos estavam vidrados na cena.

— Dumbledore tentou me impedir de possuir a Varinha das Varinhas! Queria que Snape fosse o verdadeiro senhor da varinha! Mas passei à sua frente, garotinho: cheguei à varinha antes que você pudesse pôr as mãos nela, compreendi a verdade antes que você a percebesse. Matei Severo Snape há três horas, e a Varinha das Varinhas, a Varinha da Morte, a Varinha do Destino é realmente minha! O último plano de Dumbledore falhou, Harry Potter!

— Ouso, sim, porque o último plano de Dumbledore não saiu às avessas para mim. Saiu às avessas para você, Riddle.

As pessoas ofegavam todas as vezes que Harry chamava Voldemort pelo nome de batismo, admirando sua coragem, mas eu estava ocupada demais raciocinando para pensar em uma bobagem dessas. Tudo começava a fazer sentido para mim.

— A varinha não está funcionando corretamente para você, porque você matou a pessoa errada. – Harry continuou. - Severo Snape jamais foi o verdadeiro senhor da Varinha das Varinhas. Ele jamais derrotou Dumbledore.

— Ele matou...

— Você ainda não entendeu, não é, Riddle? Possuir a varinha não é o suficiente! Empunhá-la, usá-la, não a torna realmente sua. Você não escutou o que Olivaras disse? A varinha escolhe o bruxo... A Varinha das Varinhas reconheceu um novo senhor antes de Dumbledore morrer, alguém que jamais tinha posto a mão nela. O novo senhor tirou a varinha de Dumbledore contra sua vontade, sem perceber exatamente o que tinha feito, ou que a varinha mais perigosa do mundo lhe dedicara a sua fidelidade...

— Draco, Draco! – chamei, puxando a manga dele.

— O que foi? – ele perguntou, nervoso.

— É você! Não esta vendo. Era você o...

— O verdadeiro senhor da Varinha das Varinhas era Draco Malfoy. – Harry terminou antes de mim.

Por um instante Voldemort pareceu tão chocado quanto o próprio Draco. Mas o momento passou rápido e logo ele recuperou o sorriso frio.

— Que diferença faz? – perguntou, brandamente. – Mesmo que você tenha razão, Potter, não faz a menor diferença para você nem para mim. Você não possui mais a varinha de fênix: duelaremos apenas com a perícia... E depois de tê-lo matado, posso cuidar de Draco Malfoy...

— Mas é tarde demais. Você perdeu sua chance. Cheguei primeiro. Subjuguei Draco faz semanas. Arrebatei a varinha dele. - Harry fez um gesto com a cabeça, indicando a varinha que antes era de Draco. Todos olhavam para ela, abismados. – Será que a varinha em sua mão sabe que o seu último senhor foi desarmado? Porque se sabe... Eu sou o verdadeiro senhor da Varinha das Varinhas.

Apertei o braço de Draco com mais força. Harry conseguiria, eu sabia que sim. Os dois finalmente pararam de girar. Voldemort parecia inchar de fúria. A luz do sol começava a incidir sobre as janelas quebradas, iluminando todo o salão disformemente. Quase em sincronia, os dois gritaram seus feitiços:

— Avada Kedavra!

— Expelliarmus!

Ambos os feitiços se encontraram bem no centro do circulo, mas era visível o poder que Harry tinha. Não durou nem um segundo: A varinha das Varinhas voou da mão de Voldemort no exato momento em que o próprio feitiço ricocheteou e o atingiu. O bruxo caiu debilmente no chão, seu corpo já vazio não representando mais perigo algum. E Harry, com maestria, capturou a varinha no ar.

Estava terminado. Aos poucos todos pareceram notar isso. Urros de felicidade invadiram o salão. As pessoas choravam, se abraçavam e comemoravam de um jeito nunca visto antes. O sol já estava alto no céu, mas ninguém tinha sono mais. A alegria era contagiante, os gritos poderiam ser ouvidos de Hogsmeade. Dali em diante a paz reinaria e todos poderíamos ter um futuro.

E eu? Eu não estava prestando muita atenção em nada daquilo. Estava muito ocupada, beijando Draco o máximo que podia.


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