We Both Changed escrita por MsNise


Capítulo 7
Perdendo


Notas iniciais do capítulo

Olá!
Mais um pouquinho da jornada do Kyle!
Boa leitura :*



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Estávamos roubando uma casa, como costumávamos fazer. Precisávamos de mantimentos se quiséssemos permanecer vivos e saudáveis, ou alguma coisa perto disso. Entramos discretamente pela janela ao percebermos que a casa estava vazia. Tudo ocorria perfeitamente bem, até os donos da casa chegarem. Seu carro entrou na garagem. Não tínhamos tempo de sair da casa.

Peguei Jodi em meus braços e corri para trás da porta de um quarto. Não era a melhor ideia e eu sabia disso, mas não tínhamos tempo e nem opções. Ian estava em outro cômodo e deveria ter sido esperto o suficiente para encontrar um esconderijo. Eu confiava isso a ele.

Sentia os tremores de Jodi contra mim, enquanto ela estava abraçada à minha cintura. Suas lágrimas molharam a minha camiseta. Meu Deus, o que seria de nós?

— Eu vou protegê-la — prometi, beijando a sua testa e a deixando escondida pelo meu corpo. Tentei controlar a minha respiração descompassada e obriguei lágrimas idiotas a ficarem presas dentro de mim. Ela soluçou baixinho.

— Não quero te perder — ela confessou apertando o tecido de minha camiseta. — Não quero perder mais ninguém. Kyle… me perdoa. Aquilo que eu disse antes…

Eu também não queria perdê-la. Embora tivesse começado a lutar sem ela e quase entendido que ela não me salvaria sempre, eu a amava profundamente. E precisava salvá-la naquele dia. Nunca desistiria dela. Tinha prometido. E não estava nem aí para aquelas palavras idiotas que ela tinha dito. Ela não se entregaria. Eu não permitiria.

— Shh — limpei as suas lágrimas e fiz um esforço sobre-humano para não começar a chorar naquele mesmo instante. Não tínhamos tempo para isso. — Vai ficar tudo bem. Prometa que se eles nos encontrarem, você vai fugir imediatamente — sussurrei em uma voz apressada. — Ian vai encontrá-la e vocês vão fugir juntos. Nunca parem, nunca se arrisquem tanto como estamos fazendo agora. Prometa-me isso.

— Eu não posso — sua voz era um lamento.

— Deve — encostei as nossas testas e acariciei sua nuca. Um sorriso forçado surgiu em meu rosto. — Eu vou sair dessa. Sempre saio, não é? Mas, se algo acontecer, qualquer coisa, saia correndo sem olhar para trás. Fique com Ian. Ele vai protegê-la como eu não pude fazer… — engasguei-me com as minhas próprias lágrimas. — Você tem que me prometer isso. Fuja. Quando eu der o aval, fuja.

— Kyle…

— Por favor — balbuciei com a voz embargada. — Eu… estarei logo atrás de você — menti para tranquilizá-la. Eu não a seguiria. Eu morreria.

— Eu te amo — ela sussurrou.

Como se fosse possível, meu coração partido se quebrou em mais um milhão de pedacinhos.

— Prometa.

Ela fungou.

— Atrás de mim? — confirmou, fazendo-me assentir. — Então eu prometo.

Cerrei meus dentes, ouvindo os donos entrarem animadamente em sua casa. Empurrei Jodi mais para trás e me virei de costas para ela, protegendo-a com o meu corpo. Eles conversavam alguma coisa sobre não terem tido muito trabalho hoje e por estarem felizes. Ainda por cima são preguiçosos, pensei acidamente antes de perceber do que realmente se tratava. Então eu gelei.

— Ainda acha que tem humanos escondidos por aí? — era uma voz masculina que perguntou isso. Que alienígena se importava com os humanos escondidos?

— Sempre têm, não é? — a mulher estava com uma voz cansada. — Eles ainda insistem. O mundo das almas é muito melhor, apesar disso. Nós os erradicaremos, não se preocupe, querido. Eles se renderão a nós. E então teremos de procurar outro trabalho — ela soltou um riso, como se isso não fosse um grande problema.

Procurar um outro trabalho? Eles estavam demasiadamente preocupados com os humanos rebeldes para serem alienígenas normais. Os normais geralmente se assustam com os humanos, muito longe de caçá-los impiedosamente para se juntarem ao mundo das almas.

Só podia ser um tipo de alma. Aqueles que haviam nos tirado Doris e Warren. Como eles eram chamados mesmo? Procuradores? Caçadores? Não, tenho certeza de que era algo mais gentil do que isso. Eu sabia! Como pude esquecer? Algo perto de…

— Buscadores — foi a voz de Jodi que falou atrás de mim, um pavor indisfarçado tomando conta dela. Ela agarrou o tecido de minha camiseta.

— Isso — percebi, tarde demais, que havia falado muito alto e nos denunciado.

Ouvi os passos se aproximando. Talvez não adiantasse mais me esconder, mas, mesmo assim, eu empurrei Jodi mais um pouquinho para trás. Eles nos encontrariam, eu tinha certeza. Somente me restava acreditar na promessa de Jodi. Ela fugiria e ficaria bem. Ela fugiria e ficaria bem. Ela fugiria e ficaria bem. Junto com Ian. Ian. Meu Deus, Ian! Ela tinha que fugir e ficar bem com Ian.

Era nisso que eu estava pensando quando eles descobriram o nosso esconderijo. Estavam armados e com aqueles uniformes pretos que cobriam seus corpos. Pareciam agentes de alguma organização secreta, não fosse pelo seu olhar amedrontado. Eram apenas alienígenas, afinal, alienígenas medrosos e “super gentis”. Não reconheci nenhuma gentileza em sua atitude.

— Vai ficar tudo bem — prometeu a mulher, sorrindo para mim. Franzi meu cenho. — Não doerá nada.

Jodi. Jodi, por favor, fique bem escondida atrás de mim. Ian. Por favor, não tente me salvar. Eu morro antes de me capturarem. Não vou deixá-los me capturarem, não vou permitir que eles saibam onde vocês estão. Eram os meus pensamentos apressados que desviavam a atenção dos Buscadores que se encontravam em minha frente e pensavam que eu estava rendido. A minha postura de combatente deveria intimidá-los, no entanto eles tinham alguns fracos presos nos seus cintos os quais eles pareciam espiar de tempos em tempos.

Eram os frascos. Deveria atacá-los antes que me atacassem com aquilo que eles atacaram o meu pai. Com os frascos que deixavam a pessoa desmaiada. Tinha alguma coisa lá que os deixava em vantagem… Não se enfrentassem Kyle O'Shea, no entanto.

— Não vou me render — cuidei para não falar “nós”, tentando esconder pelo máximo de tempo que eu conseguia que tinha uma humana atrás de mim e outro humano em algum lugar da casa. Ian. Ele tinha que fugir. Por favor, não tente me salvar. Por favor, não tente me salvar.

— O mundo das almas é bem melhor — insistiu a mulher.

— Para vocês — retruquei. — Eu não estarei aqui para ver como esse mundo é bom, porque se colocarem um dos seus na minha cabeça eu deixarei de existir. E para mim não me parece nada bom um mundo em que eu fui aniquilado.

As minhas palavras pareceram desarmá-los. Eles abaixaram um pouco a arma e trocaram um olhar consternado. Era a minha chance. Ou melhor, era a chance de Jodi e de Ian. Arriscado, muito arriscado, mas eu estava pronto para distrair os Buscadores em troca da liberdade dos que eu mais amava. Senti as lágrimas de Jodi molharem as minhas costas. Ela estava encostada a mim.

— Agora — ordenei com os dentes cerrados. Jodi deslizou para fora de seu esconderijo e, antes que desse tempo dos alienígenas a atacarem, saiu correndo. Ela não foi direto para fora, no entanto. Procurou Ian pelos cômodos, dando-os segundos de vantagem sobre nós. Eu deveria ter corrido atrás dela… deveria ter corrido atrás dela e nos livrado dos Buscadores. Mas eu estava resignado a mantê-los distraídos e dar chance para aqueles que eu mais amava viverem, portanto fiquei. Fiquei encarando-os. Impedindo-os.

Quando os Buscadores ameaçaram persegui-la, segurei a mulher em meus braços e arranquei a arma de sua mão, apontando diretamente para sua cabeça. Uma refém. Vi alguns filmes que os personagens tomavam essa atitude e as pessoas geralmente ficavam desesperadas. O Buscador imediatamente apontou a sua arma para mim.

— Atire, seu verme nojento — ordenei, sem temê-lo. — Atire e eu explodo os miolos de sua amiguinha.

Minhas palavras pareceram ter o efeito desejado sobre ele, afinal ele arregalou seus olhos e recuou alguns passos. A mulher se debatia freneticamente em meus braços. Apertei-a mais para ela parar de se mexer.

Segui o percurso de sua mão, vendo-o pegar o frasco. O frasco.

— Solte esse frasco ou eu atiro — ordenei, minha voz se descontrolando. O que quer que tivesse naquilo lá, não parecia seguro para mim. Soltei a trava da arma. A mulher que eu segurava em meus braços arquejou.

Mas aquelas palavras não afetaram somente a ele. Mais alguém naquele lugar sabia que aqueles frascos eram perigosos e ao ouvir a menção a eles estragou todo o plano inicial. Jodi entrou correndo no quarto e se meteu entre o Buscador e eu. Reconheço que talvez não tenha sido a sua intenção, visto que ele estava tremendo de medo. Pode ter sido somente o reflexo. Mas quando ela entrou na frente dele o frasco voou de seu cinto até o rosto de Jodi. E espirrou. Ela caiu desmaiada imediatamente.

— Jodi — gritei e, devido ao meu descontrole, apertei o gatilho.

Espirrou sangue por todo o lugar. Minha mão estava cheia dele, meu rosto também, no entanto, naquele momento, não era algo que me preocupasse. Nem mesmo percebi que aquela era a primeira pessoa que eu assassinava. Mal notei que já era um assassino por ter matado uma pessoa. A única coisa que vinha à minha cabeça era: Jodi.

Soltei o corpo inerte da mulher e caí de joelhos sobre Jodi, as lágrimas já caindo em cascata sobre a minha face. A dor em meu peito me consumia, queimava. Ardia como se um ferro em brasa tivesse sido posto sobre o meu peito. Peguei no rosto de Jodi e o manchei com o sangue que estava em minhas mãos. Tentei pegá-la em meu colo, contudo fui impedido por um tiro de raspão no meu braço. Gritei de dor e pressionei o local úmido e quente, sentindo mais dor ainda. Arquejei, sentindo braços grandes tentando me levantar.

— Jodi — obriguei as palavras a saírem de minha boca. — Você tem que salvar a Jodi, Ian.

— Eu tenho que te salvar — ele rosnou, sofrendo com o meu peso.

Jodi — gritei, vendo-a inerte no chão, inconsciente do que acontecia. Ian me levantou e me arrastou pela cintura. Tentei brigar contra ele e acertei o seu olho com o cotovelo, além de dar um chute bem consistente em sua canela. Nada que o intimidasse a me soltar. Vi o Buscador tentando nos perseguir. Tudo girava ao meu redor. Eu estava perdendo a consciência. Não conseguia ver muito claramente. Senti uma gota de suor escorrer de minha testa. — JODI! — berrei uma última vez antes que tudo finalmente escurecesse ao meu redor.

.

— Eu sou um assassino, não é, Ian? — murmurei com a voz rouca, sentindo as lágrimas pesadas escorrendo pelo meu rosto. Eu nunca mais teria Jodi e era um assassino. As piores coisas que poderiam acontecer na minha vida aconteceram; nunca pensei que pudesse doer tanto. O que era aquela dor? Nunca conseguia me livrar dela. Encostei a testa nos joelhos. — E perdi Jodi — minha voz saiu um sussurro engasgado.

— Eu também sou um assassino, se isso te consola — ele murmurou. — Sinto muito. Espero que você me perdoe algum dia, Kyle.

Naquele momento, eu não acreditei que pudesse fazê-lo. Ele tinha que ter salvado Jodi, não a mim. A navalha rasgou o meu coração enquanto as lágrimas continuavam cortando a minha face. Estremeci.

Eu não conseguia perdoá-lo. E não tinha coragem de lhe dizer isso.

— Enquanto isso… — sua voz estava embargada. Mesmo sem olhá-lo eu sabia que ele também tinha malditas lágrimas lhe escorrendo pela face. Ele respirou fundo. — Enquanto isso vamos simplesmente lamentar juntos, tudo bem? — na última sentença quase não era possível ouvir sua voz. — Pelo menos por um dia, vamos baixar a guarda juntos?

Suspirei e estendi a minha mão no escuro. Ian a segurou sem hesitação.

E então ficamos sentados no meio da floresta, durante a noite, chorando nossas lágrimas, sentindo nossas mais profundas dores. Juntos. Conectados. O corte da navalha era dolorido. Eu me sentia perdido, desnorteado. Um caos. Desfeito em cacos. Impossível de ser consertado. Destruído.

Eu queria Jodi. Queria-a por inteiro, linda, rindo na nossa última noite em sua casa. Queria-a no dia que ela me pediu para ir até o seu quarto. Queria a sua carranca e sua alegria. Queria-a, como nunca tinha querido nada na vida. Precisava dela. Não conseguia respirar.

Nunca pensei que pudesse ser tão horrivelmente machucado por uma perda. Pensei que nunca mais perderia ninguém. Pensei que, finalmente, a minha vida estava entrando nos eixos.

A minha vida nunca entraria nos eixos.

E então eu chorei a noite toda ao lado de Ian, segurando a sua mão. Ele não estava me ajudando a ficar forte, pelo contrário, sofria tanto quanto eu. Porque ele também amava Jodi como a irmã que ele nunca teve e se sentia o assassino dela.

E eu não conseguia perdoá-lo ou dizer que era mentira.

E me odiava por isso. Odiava-me por ele ter me protegido e ainda assim eu estar com raiva dele. Odiava toda aquela situação de merda. Odiava chorar e sofrer tanto. As lágrimas continuaram escorrendo pelo meu rosto enquanto eu repassava todos os acontecimentos que Ian tinha me contado. Não era possível; era demasiadamente terrível para ser real.

Ian tinha me arrastado até algumas moitas no jardim da casa dos Buscadores e voltado para tentar resgatar Jodi. No entanto, já a tinham levado da casa. Por algum tempo ficamos camuflados pelas moitas — ninguém desconfiava que estávamos tão perto — em profundo silêncio. Ian limpou as minhas mãos ensanguentadas e fez um curativo no meu braço.

Quando eu acordei estava desorientado e pensei que tudo tivesse sido um sonho. Quando vi, porém, o desespero no olhar de Ian eu entendi. Não tinha sido um sonho. Jodi tinha sido capturada e eu nunca mais a teria. Quis gritar e brigar com ele por ter me salvado, mas deixei apenas que lágrimas silenciosas escorressem por minha face. Era mais do que eu podia aguentar.

Embora Jodi tivesse dito que se entregaria e eu tivesse ficado bom apesar dela, ainda amava-a com todas as forças. Sua perda era inadmissível. A dor era insuportável. Ela tinha me salvado, não o tempo todo, não para sempre, mas tinha. E eu tinha que ter tentado mais com ela, tinha que ter dado toda a minha alma para mantê-la viva apesar da morte de seus entes queridos.

Eu não tinha sido o suficiente.

Ian me obrigou a entrar em um carro junto com ele. Obrigou-me também a entrar em uma floresta de beira de estrada. Obrigou-me a sentar e descansar. Mas ele estava tão mal quanto eu.

— Apesar de tudo o que disse… — ele murmurou. — Eu a amava como uma irmã, sabe?

E eu a amava como uma esposa. E nunca mais a teríamos.

.

Jeb apareceu dois meses depois de termos perdido Jodi. Vagávamos perdidos na beira de uma estrada deserta e, se algum carro aparecesse, a ordem era correr para dentro da floresta e ficarmos camuflados. Mas estávamos tão distraídos que nem nos importamos quando um furgão parou e um velho desceu dele. Ele tinha uma bandana amarrada no pescoço e carregava uma espingarda.

Estava perto do alvorecer. O céu já ganhava um tom mais claro de azul; sabíamos que logo o sol apareceria. O velho apontou a luz de uma lanterna para nossas caras e nem nos mexemos. Naquela parte do caminho não nos importávamos mais.

— Ora, veja se não são mais dois humanos! — ele exclamou, estendendo sua mão. Um sorriso iluminou sua face. — Sou Jeb, muito prazer. Um humano, a propósito — e então ele apontou a lanterna para seus olhos sem reflexo.

Eu poderia ter ficado parado e o olhado com um olhar vago. Sabia que se tomasse base no meu comportamento nos últimos tempos era o que faria. No entanto, quando ouvi que ainda era um humano… percebi que eu ainda tinha uma luta. E percebi que ainda era Kyle O'Shea e que eu tinha que ser forte. Não me entregaria como Jodi fez, não deixaria o meu mundo ser roubado, não me deixaria ser roubado. Eu precisava sobreviver.

Ian ficou parado. Eu apertei a mão do velho.

Era um gesto tão humano que foi desconcertante. Um cumprimento comum, assustadoramente comum, mas que tinha se tornado desconhecido para mim. Quando vi que os meus dedos se enrolaram em volta da pele branca e flácida do velho, foi como se o tempo tivesse voltado dois anos. Eu era um humano; humano que apertava a mão em cumprimento, que chorava e que sorria, apesar de tudo. Não para sempre. Não foi eterno o momento de satisfação e, no entanto, o seu fantasma estava lá. O fantasma da superação, da sobrevivência, da luta. Eu não era Kyle O'Shea? Não tinha escolhido ser Kyle O'Shea? Tinha que começar a fazer jus ao meu nome. Tinha que voltar a lutar e a aprender a viver.

Respirei fundo e soltei aquela mão, flagrando Ian me observando atentamente.

— Eu ainda tenho uma luta — dei de ombros e pressionei meus olhos com os dedos. — Já perdi uma delas. Não posso me entregar na outra, Ian.

Uma sobrancelha de Ian se arqueou. Ele apertou os lábios em uma linha fina e também estendeu sua mão para o velho.

— Eu também tenho uma luta — sua voz não passou de um sussurro surpreso. — E vou lutá-la ao seu lado.

O velho sorriu — parecia orgulhoso.

— Somos sobreviventes, rapazes — disse Jeb, vindo para trás de nós e dando tapinhas em nossas costas, empurrando-nos para frente. — E sobreviventes tem que sobreviver. Chega de sofrer pelas perdas, certo? Agora vamos lutar pelas vitórias.

— Quais? — resmunguei, sendo tomado por uma tristeza súbita. O momento de satisfação se evaporara rapidamente. Mas ele tinha razão em uma coisa… eu era um sobrevivente e tinha que sobreviver. Ajeitei minha postura.

— Nós conseguimos sobreviver até aqui. Não acha vitória o suficiente?

— Com perdas, muitas perdas… — Ian murmurou.

— O mundo, os alienígenas e as pessoas podem te tirar tudo o que vocês têm, menos a vontade insaciável de viver e de lutar. Não percam o que mantêm vocês vivos — ele respirou fundo. — Vocês são irmãos? Quais são seus nomes? Querem se juntar à nossa comunidade de humanos?

Comunidade de humanos.

— Ian e Kyle O'Shea.

— Eu sou Jebediah Stryder. Só Jeb.

Ele nos empurrou até furgão. E começamos uma nova vida.


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Notas finais do capítulo

E entãããããão? Espero que tenham gostado! Digam-me suas opiniões, elas são muito importantes para mim. Até o próximo capítulo ♥