A casa do medo escrita por Ninna


Capítulo 2
Capítulo 2 - Sino infernal




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– O-oque? – Falei confusa.

– Ele matou o casal, quando eu cheguei falei para que ele largasse a faca, ele disse que a casa o obrigou a fazer isso, sorriu e enfiou a faca em seu coração, mas ele era perturbado desde criança... – A xerife falou.

– Você está se drogando? – Andrew perguntou a mim.

– Você está de brincadeira né? Eu estou apavorada, nunca senti tanto medo na minha vida e você diz que eu estou drogada? Tudo bem, ninguém acredita não é? Mas foi esse homem que eu vi e eu sei o que eu vi! – Falei jogando a foto na mesa e indo para meu quarto.

– Ela deve ter tomado o remédio errado, estava com dor de cabeça – Blair falou.

– Deve ser a mudança... – René falou constrangida.

– Entendo, acho que problema resolvido, cuidem bem dela – A xerife falou se levantando.

Subi as escadas barulhentas fazendo mais barulho ainda, não podia acreditar que aquilo estava acontecendo, estava tendo o pior e mais assustador dia da minha vida e minha família acredita que eu estava drogada? Entrei no meu quarto e me deparei com Pandora sentada em cima da minha cama:

– Missy!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! – Gritei.

– Oi? – Missy falou coçando o olho com cara de sono.

– Desculpa, eu não sabia que você estava dormindo – Falei.

– Tudo bem – Ela falou com sua voz meiga.

– Desculpa mesmo – Falei.

– Ei, o que minha boneca está fazendo aqui? – Ela falou pegando a Pandora.

– Não foi você que a colocou aqui? – Perguntei.

– Não, eu estava dormindo com ela – Ela falou virando as costas.

Eram 3:54 da manhã, e eu ainda estava ouvindo música deitada na minha cama, parecia que aquele dia infernal nunca ia terminar, eu olhava constantemente para o quarto de Missy para olhar a Pandora, ela estava deitada abraçada com a boneca. Várias e várias vezes me pergunto como ela foi parar no meu quarto... Será que eu estou ficando louca mesmo?

Olhei novamente para o quarto de Missy, e pude a ver dormindo, a inocência de uma criança é realmente admirável, queria que ela pudesse passar mais tempo com meu pai, ela o adoraria eu acredito. Queria muito dormir, mas estava muito assustada, talvez seja drama, mas não conseguia fechar os olhos, as imaginações medonhas vinham a mente, então novamente olhei para o quarto Missy para ver a Pandora, porém dessa vez Missy não estava mais deitada, pausei minha música, e me levantei, fui até o quarto dela e acendi a luz, não havia ninguém, olhei em todos os banheiros do andar e também nada, como a escada faz um alto ruído teria ouvido se ela tivesse descido, então quando ia voltar olhei para o quarto no final do corredor que estava com a porta fechada, me aproximei devagar apagando as luzes por onde eu passava, girei a maçaneta e vi uma garotinha olhando para a janela:

– Missy? – Perguntei olhando o quarto.

Sem respostas fui chegando mais e mais perto, toquei em seu ombro, e ela permaneceu imóvel, ela estava em um estado de sonambulismo, eu apenas a guiei para seu quarto e a deitei em sua cama, me virei, fechei a porta do quarto vazio e voltei para minha cama, finalmente acreditava que o sono tinha chegado, com a porta fechada não ia cuidar a Pandora então podia relaxar, me virei para parede e tentei dormir.

Eu estava pegando no sono quando ouvi minha porta abrindo devagar, abri meus olhos e não tive coragem de me virar, ouvi passos rodeando a cama, até que parou, um silencio permaneceu, me virei lentamente, era Missy, ela estava com seus cabelos no rosto, segurando Pandora e com seus olhos totalmente brancos:

– Nós todos vamos morrer! – Missy falou gritando.

Entrei em pânico, gritei, chamei pela minha mãe e fui ver Missy, quando toquei em seu ombro de novo, ela desmaiou em meus braços:

– O que houve? – Minha mãe falou preocupada.

– A Missy estava andando pela casa – Falei chorando.

Blair chegou após minha mãe viu como eu estava realmente apavorada e ficou preocupada com o estado de Missy:

– Alice, venha dormir comigo – Blair falou.

– T-t-ta – Falei pegando Missy no colo.

Deitei Missy na sua cama novamente, ainda estava tremendo e chorando de tão assustada, fui até o quarto de Blair. O quarto de Blair estava frio, pois a janela estava aberta, cama era de casal então nós duas cabíamos perfeitamente, Blair estava dormindo virada para parede, coberta com o lençol até a cabeça de tanto frio. Me deitei ao lado dela, e não conseguia dormir, o sono havia ido embora:

– Blair, está acordada? – Falei.

– Sim! Já vou – Ela respondeu do banheiro.

Meus olhos rapidamente viraram para o lado, havia alguém ali, e eu estava muito assustada para me mexer, sem fazer movimentos bruscos me levantei, e fiquei em pé ao lado da cama, onde ainda havia alguém sob aquele lençol, respirei e tentei esperar Blair chegar, mas eu estava cansada demais para isso, então puxei o lençol e não havia mais nada, ou ninguém, me virei e Blair estava parada bem atrás de mim:

– AAAAAH! – Gritei tremendo.

– Alice? Você está bem? – Blair perguntou preocupada.

– Não, não estou, eu estou cansada, confusa, não sei o que é real, e NÃO, não estou drogada – Falei chorando me sentando na cama.

– Estou aqui com você, nunca se esqueça disso, eu te amo – Ela falou segurando minha mão.

Conversamos mais algumas horas e finalmente dormimos, eu pessoalmente dormi como uma pedra, estava extremamente cansada. Acordei quatro horas da tarde, a porta estava fechada, o quarto da Blair não tinha nenhum quadro, pôster, ou decoração, tinha apenas uma mesa em que ela estudava. Me levantei com um sol entrando pela janela batendo bem no meu rosto, desci até a cozinha onde achei um bilhete:

‘’ Saímos para fazer compras, com amor mamãe e Missy’’

Com a letra deformada de Missy, e ainda havia outro recado:

‘’ Você dorme muito, que inveja, fui para faculdade, se cuida’’ – Blair

E Andrew foi trabalhar, então eu estava sozinha, tentei não lembrar de ontem para não entrar em pânico de novo, sentei no sofá para assistir televisão mas não havia nada interessante passando, então subi para meu quarto, liguei o meu notebook para pesquisar que dia minha escola retornava das férias, e olhei para foto com meu pai, sei que penso muito nele, mas eu realmente o amava... Ouvi o riso de crianças vindo do quarto de Missy, me levantei e fui ver o que era:

– Missy? – Perguntei me aproximando do quarto dela.

Sem respostas, empurrei a porta que estava levemente encostada até a parede e não havia nada, vi a Pandora sentada em cima dos travesseiros, e vi um caderno, me sentei na cama e abri o caderno, a primeira página estava escrito que todos nós íamos morrer, e as próximas 12 folhas era nossa família morta em desenhos, aquilo me assustou profundamente.

Esperei Missy e minha mãe voltar do mercado sentada na escada, com o caderno na mão, tremendo minhas pernas de tanta ansiedade, quando ouvi o barulho da chave me levantei:

– Filha? – Minha mãe falou.

– Posso falar com você na cozinha? – Perguntei apontando com a cabeça.

– Claro... O que foi? – Minha mãe perguntou.

– Olha esse caderno que achei no quarto da Missy – Falei.

Minha mãe folheou as páginas e ficou tão assustada quanto eu:

– Missy? – Minha mãe falou.

– O que foi? – Missy falou.

– Foi você que fez esses desenhos? – Ela perguntou

– Não – Missy respondeu.

– Então quem foi? – Perguntei.

– Lily – Missy respondeu.

– Quem é Lily? – Perguntei.

– A garota que mora nessa casa – Missy respondeu fazendo carinho em Pandora.

– Ela não mora aqui, amor – Minha mãe falou.

– Mora sim, o quarto dela é no final do corredor – Missy falou.

Minha mãe colocou os cabelos para trás, falou para eu subir com Missy, pegou o celular e ligou para alguém. Missy estava brincando em seu quarto, enquanto eu terminava a pesquisa da minha escola, minha mesa começou a vibrar, percebi que vinha do celular, era um número privado, atendi no mesmo momento:

– Alô? – Falei.

– Alô? – Falei mais alto.

– Vocês vão todos morrer e você será a última – Uma voz de mulher falou e depois riu.

Desliguei o celular e joguei na cama, coloquei minha mão na testa, e não parava de tremer minhas pernas, desliguei o notebook e vi o reflexo de uma idosa atrás de mim:

– Oi Alice – Ela falou.

Me virei imediatamente, era minha avó por parte de mãe:

– Vovó Margo – Falei abraçando-a.

– Como esta querida? – Ela falou sorrindo.

– Bem, o que te trás nesse fim de mundo? – Falei rindo.

– Sua mãe me ligou – Ela falou.

Minha mãe entrou no quarto, fechou a porta, e contou tudo a vovó, o sonambulismo de Missy, a minha ‘’paranoia’’ e o estresse que isso tem nos causado:

– René, não seja boba, Missy está com esse sonambulismo por causa da mudança, ainda não se acostumou, até você já teve quando menor, eu amarrava esse cordão com esse sininho para saber quando você levantava, coloquem nela a noite, e claro, Missy pode colocar Pandora no quarto de Alice quando estava inconsciente – A vovó falou me dando um cordão vermelho com um sino pequeno.

– Obrigada mãe – Minha mãe falou abraçando a vovó.

– A vovó já vai embora? – Perguntei.

– Não, coloquei um sofá-cama no quarto desocupado no final do corredor – Minha mãe falou sorrindo.

– Perfeito! – Falei.

Após o jantar maravilhoso feito pela minha vó, estava na hora de testar a ‘’coleira’’ de Missy, ela detestou a ideia no começo mas logo foi convencida, ela amarrou em seu pulso e foi dormir, assim como eu, fechei minha porta e me deitei virada para parede como sempre, mas me levantei e tranquei a porta, depois disso consegui dormir tranquilamente.

Eram 4:27 da manhã quando eu ouvi o sino de Missy, me virei rapidamente para ajudá-la e evitar acidente, foi quando vi que minha porta estava aberta, escancarada na verdade, e o sino fazia um barulho insistente, como se tivesse chacoalhando, e então vi alguém deitada na cama de Missy, me aproximei dela devagar e silenciosamente e vi que era a Missy, porém o sino não parou, sai no corredor vi de onde vinha aquele barulho irritante, mesmo na escuridão mais profunda daquele imenso corredor, percebi que o barulho vinha de trás, do quarto que a vovó estava.


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