The Game escrita por Yuna Aikawa


Capítulo 1
Game Over




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Oh, sim, mais uma vez chega a época do ano que eu mais odeio: Carnaval. O Carnaval é um período de festas regidas pelo ano lunar no Cristianismo da Idade Média. Uau, era um período sagrado marcado pelo “adeus à carne”, quase uma Páscoa. Hoje, foda-se as tradições, só vale aquelas músicas horríveis e as mulheres semi-nuas que rebolam sem parar.


Sinceramente? Eu troco toda essa tradição por um bom vídeo-game. Alias, eu troco tudo por um bom vídeo-game.


Vejamos aqui, Mario Kart. O melhor jogo de Nintendo 64, sem dúvidas! Okay, o jogo estava divertido, eu estava ganhando todas, mas algo estranho aconteceu.


Um flash. É, um super foco de luz me cegou por alguns segundos e, quando eu finalmente consegui reabrir os olhos, estava tudo diferente.


Tudo a minha volta parecia estar em 2D, colorido, com montanhas estranhas e caixas amarelas. Por Deus, eu estava no jogo! Eu estava no Super Mario Bros!


De repente, um cogumelo começou a se mexer. Toad parou ao meu lado e começou a puxar minha manga.


- A princesa está em outro castelo! – Informou.


- Ahn, poxa... Bom para ela – Acendi um cigarro.


- Como assim “bom para ela”, seu imbecil!? – Uma garota ruiva, de olhos bem azuis e um “bom-humor” terrível chegou me chutando – Vá me procurar, imbecil!


- Você é...?


- Asuka Langley Soryu, a princesa de Mario World, seu animal!


- Com certeza tem a educação de uma princesa – Ironizei.


- Uhn... Mas você não é o Mario – Observou.


- Uau! E você não é loira.


- Cala a boca, seu macaco! Quem diabos é você?


- Mail Jeevas, ao seu dispor, princesa.


- De onde você surgiu?


- De longe.


- Ele deve ser de trás das montanhas, princesa! – Toad se meteu na conversa.


- Nesse caso, que volte para lá!


Asuka apontou para aquelas infinitas montanhas em 2D. Bem, eu não iria ficar ali com uma ruiva berrante e um cogumelo inútil, então, resolvi seguir na direção que a princesa apontava.


                De repente, eu estava cercado de areia. Às minhas costas, as montanhas em 2D, à minha frente, nada além de sol e areia. Legal, sempre quis estar num deserto.


- Quem está ai? – Pelo menos eu não estava sozinho.


- Mail Jeevas... Quem...?


- Sou Sabaku No Gaara. O que você quer aqui?


O que é isso? Reunião dos ruivos? Eu, Asuka e agora esse cara sem sobrancelhas!? Isso já estava virando palhaçada.


- Só quero ir para casa.


- De onde você veio?


- Japão.


- Ah, nesse caso, siga rumo ao leste.


Num piscar de olhos, uma tempestade de areia começou a se formar. O garoto havia sumido, assim como o deserto. Do nada, me encontrei num tatame, onde uma morena peituda e gostava se abanava com um leque.


- Mai? – A reconheci na hora – Mai Shiranui!?


- Pois não? – A morena sorriu.


Ah! Eu estava realizando o sonho de todo o nerd viciado em jogos de lutas: estava na frente da rainha da perfeição, a grande deusa suprema, Mai! Nossa, nem consigo imaginar minha cara de bobo ao vê-la! Ela era tão... Ah, perfeita!


- Pois não? – Repetiu.


- Erh... Oi, sou Mail Jeevas e estou meio perdido... – Fiz minha melhor cara de cachorro que caiu do caminhão de mudanças – Poderia me ajudar?


- Uhn... Talvez o Ryu possa!


O Ryu, man! O Ryu! O poderoso, forte, perfeito e clássico Ryu!? Ah, eu estava no céu!


- Ryuichi! – Chamou – Ryu-chan, venha aqui, por favor!


- Ryuichi?


- Yooo! – Uma figura afeminada, morena e de um largo sorriso no rosto, carregando um coelho rosa, surgiu do nada – Sakuma Ryuichi está aqui!


- Erh, Mai? – Direcionei meu olhar para onde a morena deveria estar, mas agora o tatame estava vazio – Mai!?


- A Mai foi ao mercado, puu.


- “Puu”? – Olhando melhor, o coelho havia se transformado em outro bicho, um ovo com orelhas, basicamente, mas uma pedra vermelha no meio da testa.


- Tomara que ela traga chocolate, né, Mokona? – Ryuichi sorriu.


- Ahhh! Alguém me tira daqui! – Implorei aos berros.


- Oras, se quer sair, basta ir para lá – Mokona apontou uma porta de biscoito.


- Tá falando sério?


- Mokona sempre fala sério, puu!


Ah, por que não ariscar? Já estava me sentindo louco mesmo. Abri a porta, e entrei numa casinha meio macabra de madeira. A cada passo que dava, o piso rangia. Era horrível! Principalmente quando uma menina manca com um quimono branco colocou a mão no meu ombro.


- CARALHO! QUE SUSTO!


- Desculpe-me... Meu nome é Mayu Amakura, estou procurando minha irmã gêmea, Mio. O senhor a viu? – A garota me irritava a cada passo torto.


- Não, docinho, não a vi.


- Ah, certo... Obrigada.


Mayu mancou até o fim do corredor. Lá, me lançou um sorriso cínico e sumiu. Credo, aquela menina me dava arrepios, mas, exatamente do corredor de onde a garota veio, dois rapazes vieram correndo.


- Hei, você! É humano?


- Dean, seja mais delicado. Perdoe meu irmão, é que as coisas tem ficado meio estranhas por aqui.


- Jura?


- Isso ai, Sammy... Vamos contar nossos problemas para qualquer um. Garoto, você viu um leão gigantesco por aqui?


- Um leão? – Uhu, mais malucos – Não, eu só vi uma menina manca e lerda.


- Bem, o leão se chama Aslan – Sammy me informou – Se o ver, por favor, avise-nos.


- Ahn, claro...


Os dois homens sumiram pelo corredor, mas sem me lançar nenhum sorriso suspeito – graças a Deus. Bem, fui seguindo na direção de onde eles vieram, e me deparei com um jardim, onde um menino loiro de roupas alaranjadas jogava basquete contra um outro loiro, baixinho de sobretudo vermelho e uma anteninha na cabeça. Uma gorducha observava tudo, volta e meia cochichando com um coelho branco que olhava seu relógio de três em três segundos.


- Com licença...


- Quem é você? – O mais baixo parou de correr.


- Ah, Edward! Assim fica fácil de ganhar, nanico.


- QUEM É TÃO PEQUENO QUE TEM QUE SER VISTO COM UM MICROSCÓPIO, O COMEDOR DE LAMEM!?


- Eu não disse isso.


- Erh...


- Quem ousas interromper a partida real de basquete? – A gorducha se levantou, ajeitando a coroa de corações que usava na cabeça.


- Sou Mail Jeevas... E eu...


- Cortem-lhe a cabeça!


- Ahn? – Porra, o que que eu fiz?


- Sim, majestade – Senti algo envolver meu pescoço. Quando olhei para trás, a Mulher Gato estava me enforcando com o seu chicote – Game Over, Matt.


- Matt... Matt!? Mail Jeevas, me responda agora, seu merda!


- Asuka?


- Mello, sua anta!


                Levantei-me rapidamente do sofá. A tela da televisão mostrava um simples e claro “Game Over”. Era isso, foi tudo um sonho.


- Não me mate assim do coração! Achei que estivesse morto!


- Eu também.


- Do que você está falando? E limpe a bochecha, você baba enquanto dorme.


- Desculpe-me – Limpei com o dorso da mão- Mello, eu tive um sonho muito bizarro!


- Conte-me – Mordeu um pedaço de seu chocolate.



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Notas finais do capítulo

Ain, ficou uma merda, eu sei x.x