Nossa história continua! escrita por The Kira Girl


Capítulo 14
JADE - Perdoá-lo ou não...


Notas iniciais do capítulo

Penúltimo capítulo... talvez. :)



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JADE

–P-Pai? – Eu estava paralisada. Não conseguia me mexer. Aquilo só podia ser um sonho, uma ilusão ou qualquer outra coisa, menos o que de fato eu estava vendo.

– Querida... – Ele se aproximou e me abraçou. – Eu estava com tanta saudade de você...

– Me solta! – gritei firme. Meus olhos estavam se enchendo de lágrimas.

– Mas... – ele se afastou e me olhou confuso.

– O que você está fazendo aqui? – Eu o empurrei para mais longe.

– Eu vim te ver, oras... – ele sorriu – ...você é a minha filhinha!

– A filinha que você abandonou?!! – Gritei. Olhei para o lado e percebi que Gaah estava olhando para mim, ele parecia tão confuso quanto eu, e Alice... aquela filha da mãe deveria ter ido embora, não estava mais por perto.

– Eu não te abandonei! – Ele olhou em meus olhos. – Eu nunca iria abandonar você, eu apenas...

– Foi embora? Deixou a mim e a minha mãe chorando por você enquanto fugia com outra mulher?!!

– Eu não fugi! Eu avisei que iria passar um tempo fora...

– Um tempo fora com a sua amante?

– Isso não vem ao caso agora...

– COMO ISSO NÃO VEM AO CASO AGORA??? – Eu estava perdendo o controle, não conseguia mais segurar as lágrimas que escorriam dos meus olhos.

– Calma, Jade! – Gaah veio me segurar. – Olha, senhor, eu acho que esse não é a melhor hora para um reencontro familiar...

– Quem é você? – Meu pai perguntou (se é que eu ainda devo chama-lo de pai).

– Não lhe interessa quem ele é! Nada da minha vida lhe interessa! - gritei

– Olha como você fala comigo!

– EU FALO DO JEITO QUE EU QUISER!!!

– Jade! – Gaah exclamou. – Acho melhor você se recuperar primeiro antes de brigar, não acha?

De fato ele estava certo. Era informação demais para mim. Minha cabeça estava explodindo!

– Sim... ótima ideia. – respondi.

– Tudo bem, você pode ter o tempo que precisar, mas eu não vou sair daqui antes de você falar comigo. – meu pai puxou uma cadeira, uma que ainda estava parcialmente limpa.

– Então você vai ficar muito tempo aqui.

_________

Eu e Gaah entramos na cozinha, que estava vazia, a não ser pela comida espalhada por todo o chão, igualmente como o salão de festa.

– Nossa que bagunça... – falei baixo.

– Você está bem, princesa? – Gaah me perguntou preocupado.

– É claro que não... Ai meu Deus, o que está acontecendo...? – Me sentei em uma cadeira. – Por que agora, por que???

– Eu sei que isso não deve estar sendo nada fácil para você... – ele me trouxe um copo de água. - ...mas esse cara não parece disposto a ir embora. Acho que ele não vai sair daqui tão cedo... você vai precisar falar com ele agora ou depois.

– M-Mas... – mais lágrimas escorreram – Eu não consigo...

– É claro que você consegue! – ele sorriu. – Vamos, você é corajosa, eu sei disso!

Eu não sabia se podia concordar com ele. Não consigo me lembrar de nenhum momento em que eu tivesse sido corajosa, apenas em que fui covarde. Sempre fui covarde quando eu guardava meus sentimentos apenas mim mesma, e fingia que estava tudo bem mais nunca esteve. Eu fui uma covarde quando dizia que nunca liguei para meu pai, quando na verdade estava morrendo de saudades, ou até mesmo quando dizia que odiava o Gaah, quando na verdade o amava. Eu nunca fui corajosa.

– Eu não consigo... Gaah, eu não consigo... Eu não sou corajosa...

Ele me abraçou. Eu adorava seus abraços. Por um momento eu quase esqueci de tudo.

– Jade, você não pode sempre guardar tudo para você e simplesmente ignorar...

– O que...?

– Estou dizendo, que por mais difícil que seja, você precisa dizer tudo o que sente. Precisa ter coragem para fazer isso... Se tivesse contado a mas tempo que ainda sente falta do seu pai, talvez agora fosse mais fácil para você encarar isso...

– Como você sabe disso...?

– Eu te conheço, princesa.

– Mas... – engoli um soluço. – O que eu devo fazer...?

– Você deve encarar seu pai, e ouvir o que ele tem a dizer. – ele olhou em meus olhos – e depois, só vai caber a você perdoá-lo ou não.

– Perdoá-lo ou não... – repeti.

Grande parte de mim queria perdoa-lo. Queria abraça-lo e dizer que ainda sentia falta de ter um pai, de ter uma família completa e viver uma vida como uma adolescente normal. Outra parte de mim, queria que ele fosse embora e nunca mais voltasse.

Meu pai não podia ter escolhido pior hora para voltar. Estava tudo indo bem na vida de todo mundo. Eu estava feliz, MINHA MÃE estava feliz. O que ela vai dizer quando o vir? Ela e os outros “adultos” saíram para comprar mais refrigerante e ainda não haviam voltado. Era bom que ainda não tivesse voltado, pelo menos assim eu poderia despachar meu pai sem ela precisar saber que ele esteve aqui.

– Já tomei minha decisão... – disse a Gaah.

– Tem certeza?

– Tenho. Se ele ficar, vai atrapalhar a vida de todo mundo. Pela primeira vez em anos, vejo que minha mãe está verdadeiramente feliz com Josh. Meu pai iria estragar tudo. Preciso dizer a ele, que não o quero mais na minha vida.

Gaah concordou com a cabeça.

____________________________________

Como o esperado, meu pai ainda estava sentado no mesmo lugar de antes, esperando por mim. Olhei ao redor, nem sinal de minha mãe. Ufa!

– Sabia que mais cedo ou mais tarde você vinha falar comigo.

Me mantive calada e apenas o encarei.

– Olha. Jade... eu sei que eu errei, foi algo que eu me arrependo de ter feito até hoje...

– Se se arrependeu antes, porque esperou até eu fazer quinze anos para vir me procurar?

– Foi a Lia... – Lia era a amante dele. - ...ela não me deixou ir vê-la... sempre achou que se eu viesse te ver, iria voltar para a sua mãe...

– Minha mãe está feliz agora... – falei tentando não perder a postura. – Ela encontrou outra pessoa... que vai fazer ela bem mais feliz do que você fez!

– É... eu sabia que isso iria acontecer mais cedo ou mais tarde. Sua mãe é uma mulher muito bonita, ela realmente não merecia o que eu fiz... – ele suspirou – fico feliz por ela.

– Por que... – engoli um soluço de novo. – Por que exatamente você veio aqui?

– Eu só queria te desejar feliz aniversário. – ele tirou um pacotinho do bolso e me entregou. - E trazer o presente que seu irmãozinho fez pra você.

– O QUE? - Eu paralisei. – Irmãozinho...?

– Logo depois que nos mudamos, a Lia descobriu que estava grávida... Está é a foto dele. – ele segurou a foto de um bebezinho, sorridente e com roupinhas de marinheiro. – Seu nome é Gabriel e ele tem só dois aninhos.

– Gabriel...? – eu olhei para Gaah. Meu irmãozinho tinha o mesmo nome do meu namorado?

Eu não aguentei. Comecei a chorar de novo.

– Ele sabe sobre mim? – perguntei.

– Sim. Sempre falei de você. Ele ainda não entende muito bem, mas sabe que tem uma irmã e que mora longe. Mas enfim, não se preocupe, eu já estou indo embora. Tenho que pegar um voo para casa amanhã bem cedo.

– O que?, mas...

– Eu tenho que ir. – ele se virou e antes de sair do salão, sorriu e disse: – Eu espero que você e sua mãe sejam felizes, Jade.

E foi embora, sem nem ao menos eu decidido direito perdoá-lo ou não.


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Notas finais do capítulo

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