(POV Percy)

A água caindo sobre minha pele era uma espécie de terapia pra mim. Depois de lutar, cair, cair e cair, a água era a única coisa que me revigorava. Durante o banho, fiquei pensando em Thalia e no motivo de sua visita inesperada. Peguei uma toalha e fui me vestir, quando, ao sair do banheiro, encontrei uma Annabeth parada em frente a minha cama.

–Annabeth! – gritei de susto. Segurei a toalha o mais firme que consegui. Ela ficou vermelha mas isso não a impediu de rir da minha cara.

–Cabeça de Alga, desculpa! Eu não sabia que você estava tomando banho. - disse, com seu olhar malicioso.

Seus olhos perseguiam todo o meu corpo e eu comecei a ficar sem graça.

–Você podia ter batido... – Peguei minhas roupas rapidamente.

Annabeth se aproximou e me beijou.

–Eu bati... – seus braços abraçaram meu pescoço – Mas você não abriu... fiquei preocupada e entrei para ver o que tinha acontecido...

Aquele perfume, aqueles olhos... eu me desconcentrava de tudo. Nossos corpos estavam tão colados que eu sentia seu coração batendo... cada vez mais rápido. Nossos lábios se tocaram e eu a agarrei junto a mim. Meu corpo molhado se chocava com o dela e nossas línguas travavam uma batalha deliciosa. Desci meus lábios para seu pescoço, então ela se afastou.

–Desculpa... – disse ela, olhando para o chão.

Foi tudo tão rápido que eu nem percebi nada do que estava acontecendo. Esse é o poder que ela tem sobre mim, eu esquecia de tudo e me concentrava nela.

A abracei e disse:

–Ei, não precisa se desculpar. Eu que peço desculpas. Não devia ter feito nada.

–Mas fui eu que entrei sem bater e...

Lhe dei um beijo para que ela parasse de falar e a apertei contra meu peito.

O silêncio tomou conta do chalé. Eu só sentia as gotas de água passeando pelo meu corpo.

–Tenho uma novidade. – disse, tentando quebrar esse silêncio constrangedor entre nós.

–Qual?

–Thalia está aqui no acampamento.

–Ah – falou ela, sem expressar nenhuma reação – Eu encontrei com ela.

–Poxa, até minhas surpresas você sabe! – usei minha melhor voz de decepção – Sabidinha.

Ela sorriu mas seus olhos estavam fixos no chão, ainda envergonhados. Segurei seu queixo com meus dedos e fiz com que olhasse para mim.

–Eu te amo – falei.

Então a beijei.