Identical Love escrita por Mille Bonnie


Capítulo 21
Brincando de rei


Notas iniciais do capítulo

Sei que vocês piraram legal no capítulo anterior hahaha. Vejo vocês nos comentários. E muito obrigada a DaraVisentin pela lindíssima recomendação! Fiquei super feliz! Muito obrigada mesmo.



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Eu estou me sentindo muito mal, muito, muito, muito mal. Por que eu fiz isso com o Pietro? Ai, eu sou tão, mas tão horrível. Meu coração está apertado e eu me sinto um lixo, a pior pessoa do mundo, a pior namorada do mundo. Entro no quarto e vejo que as meninas estão dormindo abraçadas com o Markus, subo a beliche tentando fazer o mínimo de barulho possível para não acorda-los. Quando coloco minha cabeça no travesseiro as lágrimas veem. Eu meu sinto tão mal, que droga! Essa culpa... Esse sentimento horrível. Eu me deixei levar pela raiva e pelo desejo, beijar o Arthur foi a pior coisa que já fiz na minha vida.

–Sosô? –Markus me chama, limpo as lágrimas.

–Oi?

–Estou indo pro quarto. –ele diz.

–Tudo bem.

–Está tudo bem com você? –ele pergunta.

–Sim.

–Hm, okay. Até amanhã. –ele diz e logo sai do quarto. Olho pra baixo e vejo que as meninas estão dormindo e a Jenni ainda não veio se deitar. Viro pra parede e continuo chorando e me arrependendo amargamente da grande merda que eu fiz. Acordo no outro dia com os olhos inchados, as meninas já tinham ido tomar café da manhã, com muita relutância eu me levanto e vou até ao banheiro trocar de roupa e fazer minhas higienes matinais.

–Bom dia flor do dia. –minha mãe diz sorrindo, ela está sozinha na cozinha.

–Bom dia. –murmuro.

–O que houve com os seus olhos? Estão inchados. –ela comenta.

–Não sei. –minto. –Cadê o pessoal?

–Clarice, Pedro e as meninas foram comprar moluscos; Markitos e o Brand estão pescando. –rio do apelido que ela deu pro Markus. –Tadeu e a Jennifer estão em algum lugar por ai, o Arthur está dormindo e o seu namorado está na praia.

–Obrigada pelo relatório, dona mamãe. –sorrio, pegando uma maçã que estava em cima da mesa.

–Será que você poderia me ajudar com o almoço?

–Ajudo. –respondo. Ajudei a minha mãe a cozinhar, gosto de passar esses momentos com a minha mãe, conversar com ela me faz bem. Meia hora depois que começamos a fazer o almoço o Brand e o Markus chegam com peixes, eu faço cara de nojo, porque não gosto de peixe e o cheiro me dá vontade de vomitar. Minha mãe me mandou sair de lá, eu queria muito falar com o Pietro, mas vê-lo me lembrava da burrice que fiz ontem e eu me sentia extremamente mal. Por esse motivo eu chamei o Markus pra dar uma voltinha pela cidade.

–O que está acontecendo? –ele me perguntou.

–Nada. –respondo.

–Qual é. –ele me olha feio. –Te conheço, você está toda estranha e calada. O que houve?

Não adianta eu negar, Markus me conhece e ele vai ficar me enchendo até eu falar e pra ser sincera, eu estou morrendo de vontade de contar isso pra alguém.

EubeijeioArthurontem. –digo falando rápido e olhando pra trás pra ver se não tem ninguém atrás de nós.

–Você o que?! –ele grita. –Eu ouvi bem?

–Sim, eu beijei o... Arthur. –digo baixinho.

–Ai meu Deus! –Markus coloca as mãos na boca. –Você é destruidora mesmo, né? Já não basta pegar um gêmeo, você quis o outro também. –ele ri histericamente.

–Cale a boca, seu idiota. –dou um tapa em sue braço. –Não grita.

–Ah foi mal. –ele se repõe do acesso de riso. –Como foi?

–Como foi o que? –pergunto.

–O beijo sua tapada.

–Por que raios você quer saber como foi o beijo? –pergunto.

–Porque sou um veado bem curioso, você vai contar logo ou eu vou ter que te bater?

–Tá, tá. –olho pros meus pés. –Foi bom pra cacete! –assumo baixinho, me sinto um lixo em assumir isso, mas o Arthur beija bem demais da conta e só de pensar naquele beijo sinto uma coisa acordar na minha barriga.

–Foi o que Sofia? –ele pergunta novamente.

–Bom. –sussurro.

–Eu não tô ouvindo... O beijo do Arthur foi o que? –ele grita me provocando.

–Foi bom pra cacete! –grito e ele ri.

–Foi o que imaginei. –ele suspira rindo. –O gêmeo bad boy tem pegada marcante?

–Markus... Não vou responder isso. –digo balançando a cabeça.

–Ah qual é, o que custa responder isso? Estou curioso.

–Markus... Não sei se percebeu, mas eu traí o meu namorado. –digo. –Traí o meu namorado com o próprio irmão dele. Sou um ser humano horrível. Eu traí o cara mais incrível do mundo inteiro com o irmão dele.

–Como você é puritana. –ele diz suspirando dramaticamente.

–Tá falando sério? Isso é grave! O que fiz foi uma canalhice sem tamanho.

–Minha linda e doce Sofia se eu fosse você eu já teria pegado o Arthur há muito tempo, não só pegado como levado pra minha cama, aquele ali é uma perdição, meu Senhor! –ele se abanou e eu olhei pra ele com a cara feia. –Tá, tá... Se você está se sentindo mal, conte a verdade para o Pietro se ele é tão incrível como você diz ele vai entender.

–Certeza? –pergunto.

–Na verdade não, mas não custa tentar. –ele diz. –Mas faça isso depois que voltarmos, eu sinceramente não estou afim de uma briga familiar por sua causa. Isso estragaria a viagem.

–Tá vou falar com ele depois. –assinto.

–Falando no gostosão, olhe ele ali. –Markus sussurra apontando pro Pietro. –Vá lá falar com o seu boy sedução, vou procurar o Arthur. –ele sai.

–Oi Pietro. –digo.

–Oi. –ele sorri torto. –Me desculpa por ter sido besta contigo ontem? –ai meu senhor! Ele é tão incrível, e eu fui a maior babaca com ele... E ele está me pedindo desculpas... Eu que devia pedir desculpas pra ele.

–D-Desculpo sim meu amor. –sorrio sem graça pra ele e ganho um abraço.

–Vamos passar o dia juntinhos hoje? Quero compensar o fato de ter sido um besta contigo.

–Tudo bem. –eu sou tão culpada.

Passei o dia com o Pietro e nem vi a cara do Arthur, o que foi bom pra mim, porque eu estava cheia de culpa e o ver me deixaria péssima, mas do que já estou. Amanhã é o aniversário do Tadeu. Nossos pais iam sair e nos deixar com a casa toda pra nós, isso seria bom, tentamos convence-los de levar a Mille e a Isadora com eles, mas eles disseram que elas iam ficar nos vigiando.

Depois do beijo eu não vi o Arthur em nenhum lugar, contei pra Jenni do beijo e ela ficou tão surtada quanto o Markus.

Fizemos a surpresa pro Tadeu, agora estávamos todos sentados no tapete da sala comendo pizza e procurando algum jogo para jogarmos, já tínhamos concordado em não jogar verdade e desafio por causa das meninas.

–Vamos brincar de Rei? –Markus estrala os dedos.

–Que negocio é esse? –pergunto.

–Nunca ouvi falar. –Jenni completa.

–É porque não é comum jogar aqui. –Markus explica. –Tenho um amigo virtual que é descendente de japonês, e ele me ensinou essa brincadeira. –ele ajeita os joelhos e bebe um pouco de refrigerante. –É assim: já que nós somos oito, pegamos oito palitos e escrevemos números de um a sete. O que sobrar tem a ponta pintada de alguma cor. Juntamos os palitos em um bolo e cada um sorteia um, sem falar qual número pegou. O que pegou o palito pintado é o Rei, e este tem que dar alguma ordem, tipo “o número um e o três vão fazer tal coisa”. Ele escolhe qualquer coisa que vier na cabeça, e os números chamados são obrigados a fazer.

Olhei pra ele e fiz uma careta. Isso era praticamente a mesma coisa de verdade e desafio.

–Eu gostei. –Pietro sorri.

–Eu topo. –Tadeu responde.

–Por mim. –Arthur dá os ombros, ele não olhou em minha direção uma única vez desde aquele dia.

–E você Sofi?

–Fazer o que né? –dei os ombros.

–Vou pegar uns palitos e um esmalte. –Markus sai e logo depois volta, ele já colocou os números e pintou o palito Rei. Depois disso começamos a tal brincadeira.

–Eu sou o rei! –minha irmã grita. –Deixa eu ver... –ela olhou para todos nós e me encarou com um sorriso perverso. –O número cinco vai ter que dormir na cama de casal e me dar à cama de cima do beliche.

Franzi a testa.

–Isso não vale Isadora. –reclamei. –Você viu meu número.

–Não vi nada. –ela protestou.

–Ah é? Foi coincidência, então?

–Foi. –ela gaguejou. –Anda Sofia, durma na cama de casal.

–Vamos sortear novamente. –tirei o palito rei da mão dela e juntamos o bolo novamente.

–Essa brincadeira é muito tosca. –minha irmã reclamou. –Prefiro jogar uno, vamos Mille?

–Vamos. –ela e a Mille saem em direção ao quarto.

–Agora que as crianças se foram... –Markus sorri maliciosamente. –Podemos jogar de verdade.

Senti um calafrio estranho. Minha intuição me dizia que isso não ia dar certo.

–Sou eu! –meu irmão mostra o palitinho rei. – O número cinco vai ter que fazer uma declaração de amor para o número sete.

Olhei pro meu palitinho e dei graças a Deus por ele ser o dois.

–Eu sou o cinco. –Pietro se levanta. –Quem é o sete?

–Você é o cinco? –Markus gagueja. Erguendo seu palitinho número sete. –Tadeu troca essa ordem, pelo amor de Deus.

–Não. –Tadeu respondeu rindo muito.

–Vamos é só uma brincadeira. –Arthur diz rindo.

–Af. –Markus reclama com o maior bico do mundo.

–Parem de enrolar. –Jenni suspira. –Anda logo, Markus.

–É. –eu rio um pouco, porque a situação é extremamente engraçada. Pietro está com a cara engraçada.

–Argh... Pietro... Você é um cara muito... Muito legal. –Markus estava tremendo um pouco. –Só queria dizer que há algum tempo... Você tem conquistado um lugar especial no meu coração.

Jenni estava vermelha de tanto rir, o Arthur mordia os lábios pra não ri, meu irmão estava gravando e eu estava rindo muito.

–Você é lindo e tudo de bom e eu estou apaixonadíssimo por você. –Markus disse rapidamente e se sentou.

–Foi emocionante! –Jenni diz batendo palmas, entre gargalhadas.

–Eu colocaria no YouTube, mas sou legal demais pra isso. –meu irmão ri.

–Faça isso e você será um homem morto. –Markus e Pietro dizem juntos.

–Tá, tá relaxem, vamos continuar.

Jenni pegou o palitinho rei.

–O número quatro... –meu coração deu um salto. Eu era o número quatro. –E o número um... Vão... Ficar trancados na dispensa por cinco minutos!

Olhei com a cara feia pra ela.

–Quem é o número quatro? –Arthur pergunta. Ai que droga! Ele é o número um?

–E-eu. –digo e ele me olha friamente.

–Andem. –Markus diz dando um risinho. Levanto bufando de raiva e vou pra dispensa com o Arthur atrás de mim.

–Daqui cinco minutos eu volto, lindinhos. –Markus ri e nos tranca na dispensa pequena e com cheiro de mofo.

Escuro.

Mofo.

Silêncio.

Calor.

Tensão.

E o meu maldito coração batendo a mais de mil por hora. Será que já tinha passado pelo menos um minuto? Me encostei no cantinho da dispensa, minha mãe não usava ela e por isso ela cheirava a mofo. Ela era muito pequena e eu podia ouvir o barulho da respiração do Arthur.

–Eu... Me desculpa por ontem? –pedi.

–Tudo bem. –ele responde baixinho. –Você teve um momento de fraqueza.

–É que... –comecei a falar, mas ele me interrompeu.

–Tudo bem Sofia, eu já estou acostumado a ser rejeitado. Não há nada de novo disso, não precisa ficar bolada. –ele dispara. –Sem drama, sem sentimentos.

–Okay. –assinto, sem drama, sem sentimentos. Mas por que eu meu coração estava tão apertado?


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Notas finais do capítulo

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