- Isso não precisa ser agora – Edward disse, depois de longos minutos, diga-se de passagem.
     - Quem nos garante que isso algum dia possa acontecer em outro momento? Não damos segundas chances, meu caro. Se tiver de ser, será – Marcus disse frio. Isso me pareceu mais uma ordem vinda dele, porque Edward me puxou para trás dele no momento em que um cara grandão, comparado a Emmet até, veio em direção a nós.
     - Não precisa ser assim – Alice disse. O homem parou e começou a olhar Alice, como todos ali haviam feito -. Isso vai acontecer, mais não precisa ser agora.
     - Como dissemos, não somos de dar segundas chances. Ela é humana, sabe demais. Pode falar qualquer coisa para qualquer pessoa e nós seremos descobertos. Ou é isso, ou...
     - Não – Edward quase gritou. É, eles iriam me matar. E eu ali, parada. Uma humana indefesa cercada de muitos vampiros.
     - Sinto muito meus jovens amigos – agora a atenção era para Aro –, mais isso é um mal necessário.
     - O que eles vão fazer? – eu sussurrei para Edward.
     ---
Nada é o que queremos que seja. Se há alguma coisa que não nos pertence, é o destino e tudo que o cerca. Tudo é complexo demais, até para o ser que tem mais sabedoria ou poder no mundo. Se alguém tivesse que escolher entre a sabedoria e o poder, a pessoa sendo quem fosse, deveria pensar duas vezes antes de fazer a escolha. Os dois são a escolha errada. Na vida não há escolha certas, apenas erradas, o que realmente importa, é o que você faz com a escolha que você tomou. Eu sei, isso foi meio sem sentido, difícil de entender, mais é a verdade.
     Entre os dois, eu escolheria o amor. Não há erro, apenas ilusões. É a escolha mais fácil e também a mais difícil. A mais fácil porque você sabe o que fazer, sempre a resposta será seguir seu coração. A mais difícil porque às vezes, nem seu coração sabe o que quer. Ele é indeciso, te prega peças e você fica ali, na esperança de um amor, alguma coisa melhor do que você poderia querer, mais quando isso chega você pensa que era melhor do que você esperava, melhor do que você merecia. Você se torna egoísta e sofre. É, é isso. A única coisa que resta a você a fazer é sofrer. Ate seu coração ficar quebrado, destorcido e angustiante demais ate para o amor viver lá, ele te abandona. Você não fica curada, não, talvez nunca. Sua mente ainda se lembrará. Seu cérebro trabalhará para que você nunca se esqueça do que foi acontecido, de quem você amou.
O amor é a escolha certa porque vale à pena. Tudo que eu passei, por exemplo, não teria sentido se eu não estivesse aqui agora. Sim, poderia ter sido melhor, muito melhor, mais poderia ter sido pior também. Eu poderia nunca mais ver Edward, eu poderia morrer sem abraçá-lo novamente, mais não. Tudo depende do ponto de vista. Sempre foi assim, e isso não vai mudar. Não tão cedo.
     Tudo depende do ponto de vista. Mesmo eu lá, queimando, desejando morrer a sofrer aquilo. De novo. Dessa vez não haveria anjo. Não mais.
     Quer saber o porquê de eu estar falando tudo isso? Bom, isso não significará mais nada mesmo. Eu agora, não sabia onde estava. A única coisa que eu sabia, é que eu implorava para morrer, mais ninguém me atendia. Eu fiquei no vácuo, meu peito estava em chamas e eu queria que parasse. Nada se igualava àquilo. Nada mesmo, nem se eu tacasse fogo na minha mão... bom, não depois daquilo.
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POV Alice


- O que eles vão fazer? – era a voz fraca da Bella. Parecia que ela estava doente. Ela disse apenas para Edward, mais que respondeu não foi ele.
- Você não pode continuar humana, minha querida. Não sabendo o que você sabe – Aro respondeu -. Vamos começar.
E então eu não via mais nada. A única coisa que eu senti foi braços me segurando. Não ouvi nenhuma palavra, nenhum nada. Eu só sentia e respirava.
E então me pegaram e começaram a correr comigo no colo. A fisionomia da pessoa que me carregava era... digamos que bastante musculosa. E então ela me pois no chão e eu já enxergava. A pessoa que me carregava tinha nome, e eu o sabia. Era Felix. Ele era muito forte, até demais. Edward chegou logo depois de mim, na frente de Jane. E então eu ouvi um grito. Um grito de dor, um grito vindo de Bella.
- Eles começaram – disse a pequena loira.

POV Edward


- Eles começaram – Jane disse no mesmo momento em que eu berrava:
-NÃO.
- Edward se acalme – Alice veio até mim e eu caí de joelhos e se ajoelhou ao meu lado. Alice me conhecia, sabia o que eu estava sentindo, ela sabia que eu nada queria que ela dissesse. Então ele ma abraçou. Apenas isso.
Fiquei ali, abraçado com minha irmã, pensando em como poderia ter sido se em algum dia eu tivesse feito a coisa certa.
Eu era tão egoísta! Ela não podia virar um monstro como eu, ela não merecia isso! Eu estava fazendo de tudo, mais eu tinha certeza que era errado ficar perto dela, então eu fugi.
Por amor a ela que eu sai de sua vida, preservando a vida dela, para que em algum dia ela visse que era a coisa certa a fazer, mais como sempre eu estava errado. Eu queria que ela fosse humana, que ela vivesse uma vida feliz. Uma vida humana feliz. Sendo humana. Ela não merecia ser como eu, não podia. Ela não sabia o que ela queria, ela não sabia dos riscos.
Ela não ia me perdoar.
“Patético. Como ele pode gostar tanto uma humana a ponto de amá-la? De contá-la todo o segredo?” era os pensamentos de Jane. Ótimo, agora acham que eu sou louco. Tanto faz.
- Calma Edward, foi melhor assim – dizia Alice freneticamente, como se quisesse por isso na cabeça dela, não na minha.
- Melhor? – eu disse cético saindo de seu abraço -. Me diga, Alice, como isso pode ser melhor?
Ela ficou muda. Claro, ela não sabia o que falar. Não tinha palavras. Nesse momento Aro entrou na sala.
- Agora tudo irá se resolver – ele disse feliz. Tive de me controlar bastante para não pular no pescoço daquele ser que fez isso com a minha Bella. Alice me olhou com um olhar que me repreendia -. Vão querer esperar aqui conosco? – perguntou Aro se virando a mim. “Ela pode querer ficar por aqui...” não, ela não ficaria. Eu não deixaria, eu faria sua cabeça se fosse possível.
- Sim, nós vamos – eu disse convicto.
- Tudo bem. Jane, Alex – os dois fizeram uma reverência e ele continuou: - Os leve para outro lugar mais agradável – ele disse e saiu. Claro, Aro não deixaria suas visitas aqui. E não nos deixaria ir embora antes de fazer algumas propostas... eu via isso em sua mente.
- Me sigam – foi Jane que deu a ordem.o fizemos. Passamos por vários corredores. Um humano provavelmente ficaria perdido aqui. Mas nós tínhamos alguns instintos que não nos deixavam ficar assim. Finalmente chegamos em uma porta. Jane a abriu e eu fiquei pasmo com o que vi.
A sala era totalmente diferente da outra, que apenas tinha um sofá pequeno em um canto. Não, essa era diferente.
Era toda decorada, por toda parte. Como se eu estivesse na sala de alguém muito rico e importante do século XVIII. O sofá era grande e rústico e ao seu lado – dos dois – haviam criados-mudos. Uma mesinha em sua frente e outro sofá. Uma mesa, como a de um escritório. Candelabros, cadeiras e tudo isso. Eu só vi Alice fechando o queixo enquanto uma voz me desperta.
     - Podem entrar – Jane disse. Assim o fizemos. Sim, era muito lindo, mais eu não pude parar de pensar na dor que Bella estava passando nesse momento. Como se estivessem ticando fogo nela. Ela poderia estar pedindo, implorando para que a matassem...
     Senti alguém afagando meu ombro. Alice. Ela sabia a minha dor, ou pelo menos tinha idéia dela. Agora era só esperar, nada mais poderia ser feito a não ser esperar.



19/02/2010