Bleach: O Surgimento de uma Nova Era - Reboot escrita por BlackStar


Capítulo 8
A notícia


Notas iniciais do capítulo

Yoo minna! o/
Cá estou com mais um capítulo, demorou mas chegou :p
Esse mês estou de férias (umas duas semaninhas só) e tentarei escrever mais um capítulo pelo menos para postá-lo até o fim desse mês/começo do mês que vem.
Quero agradecer aqui aos leitores que não desistiram da fanfic nem de mim, eu realmente estou me esforçando para não deixar a fanfic em hiatus, sério! Então, obrigado a vocês que motivam a continuar escrevendo o/
Bom, acho que é isso. Esse capítulo é especial para mim e tenho certeza que duas leitoras (que nem preciso citar os nomes) também irão amar! :3
Chega de enrolação, vamos ao capítulo!
Boa leitura.
Ps: o símbolo do Bleach que coloquei nos capítulos anteriores se corromperam depois da atualização do site, então não colocarei mais, pelo menos não até eu ver que está estável.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/583786/chapter/8

As mãos de Yuzuke tremiam. Estavam com elas sobre o colo, sentado de forma ereta. Apertavam-nas fortemente, fazendo com que seu shihakushou ficasse amassado. Estava suando demasiadamente; seu cabelo já preso a têmpora pela transpiração.

Olhou em volta, procurando ver a silhueta já lhe conhecida, Rukia. Mas, tudo que viu foi serventes passando de um lado para o outro ao corredor, do outro lado da porta da qual estava de frente.

Não sabia o por quê de tudo aquilo. Rukia o levara até a mansão Kuchiki, dessa vez sem nenhuma companhia fora ela mesma, para que conversassem com Kuchiki Byakuya, o dono do lar. Não havia completado nem um dia sequer desde que Yuzuke tivera alta, mas, Rukia o convenceu de que ele deveria conversar com seu irmão para que pudesse, pelo menos temporariamente, ficar - apesar de Isane ter oferecido o esquadrão como um lar provisório para ele o tempo que fosse necessário.

– Você tem certeza do que está falando, Rukia? - questionara Isane, quando Rukia havia anunciado para ela que Yuzuke ficaria em sua casa.

– Sim, Isane - respondera Rukia. - Eu agradeço você ter oferecido a Yuzuke o quarto, para que pudesse ficar enquanto não arrumasse nada, mas acho que ficar um pouco fora do hospital pode ajudá-lo a recuperar as memórias.

– Tudo bem, só não esqueça que ele deve comparecer esporadicamente aqui para vermos se houve alguma mudança em seu quadro.

– Certo.

As duas não sabiam, mas, ao fim do corredor Yuzuke escutava toda a conversa, com as bochechas ruborizadas e os olhos arregalados pela atitude da shinigami.

E agora aqui estava ele, esperando Byakuya, para conversar e, talvez, permanecer temporariamente na casa de Rukia. Na casa daquela que, nas últimas semanas, havia dedicado mais tempo a ele do que a ela mesmo.

– Yuzuke? - chamou-o Rukia, o que o fez despertar de seu devaneio.

– Ah, oi Rukia - respondeu ele, e então, olhando ao lado dela, reconheceu a figura intimidadora, que impunha respeito a quem quer que o direcionasse a palavra.

Levantou no mesmo instante.

– E capitão Kuchiki… - continuou ele, de forma desajeitada. - É um prazer estar em vosso lar.

– Não é necessário tanta formalidade - disse Byakuya, sentando na luxuosa poltrona vitoriana ao lado da poltrona onde Rukia havia acabado de sentar, após fechar a porta de correr atrás de si. - Rukia havia me dito que o convidou para que ficasse um tempo nesta casa.

– S-sim - gaguejou Yuzuke, sentando-se novamente, nervoso.

– E você aceitou o convite - disse Byakuya, em um tom que policiais intimidadores usavam em interrogatórios.

– Sim, senhor - disse Yuzuke, amaldiçoando-se logo após por ter usado “senhor” ao final da frase.

– Essa casa tem regras - disse Byakuya, apoiando-se sobre os braços da poltrona, o que fez com que Yuzuke ficasse mais tenso, engolindo a seco -, e se você estiver disposto a segui-las, então pode ficar aqui o tempo que for necessário para a sua recuperação.

Yuzuke congelou. Byakuya lhe impunha tanto medo que ele não sabia como reagir ao que acabara de ouvir, não que o que ouviu fosse algo do qual não estava esperando, mas não esperava que ele fosse aceitar tão facilmente sua estadia.

Olhou em volta, perdido, até encontrar com o olhar de Rukia, que estava claramente dizendo: vai, responde logo.

– É sério…? - disse ele, mas se arrependeu logo em seguida. - Quero dizer… é claro, seria um enorme prazer, capitão Kuchiki.

– Então está definido - disse Byakuya, levantando-se. - Bem vindo a mansão Kuchiki, Yuzuke - e abriu a porta, saindo pelo corredor movimentado, cheio de serventes, que curvaram-se quando ele passou.

Yuzuke respirou fundo, os ombros relaxando.

– Eu fui muito mal? - questionou, olhando para Rukia.

– “Vosso lar”, sério?

Ichigo pousou, de forma nada suave, na terra seca e rachada do subsolo da loja. Respirou fundo, ainda estava um pouco decepcionado da forma de como Rukia havia falado com ele. Ele, apesar de não demonstrar tanto, também se preocupava com Yuzuke, só não queria que Rukia se envolvesse tanto no caso…

Porque algo o dizia que ainda aconteceria muitas coisas até o quebra-cabeça ser resolvido.

– Teve uma boa viagem? - uma voz felina ecoou.

Ichigo olhou em volta, tentando encontrar o dono da voz, mas, só quando sentiu algo roçando em sua perna e olhou para baixo, que se deu conta.

– Ah, Yoruichi-san– disse Ichigo para o gato preto que estava entrelaçado em suas pernas.

– Yo, Ichigo, há quanto tempo - respondeu Yoruichi.

– Um bom tempo - observou Ichigo. - As últimas vezes que vim à loja você não estava.

– Eu estava em missão, mas agora retornei porque estava exausta - disse Yoruichi, lambendo a pata. - Mas e você, tem tido sucesso em obter informações a respeito de Yuzuke?

Ichigo balançou a cabeça negativamente.

– Ele não se lembra de nada, e além do mais - disse, encarando os pequenos relevos de rocha do local -, tem aqueles tal de Kamiya que surgiram de repente dizendo ser companheiros dele. Está tudo muito confuso, você não acha? - disse ele a Yoruichi.

Mas não obteve resposta.

– Yoruichi-san… - começou a dizer ele, virando para encontrar a companheira, mas o que avistou foi uma mulher nua, com as pernas e os braços para cima brincando com uma bola de lã, como um gato.

Uma expressão de mistura de incredulidade, espanto e surpresa tomaram Ichigo, que ficou vermelho como um bule superaquecido.

– O que você pensa que está fazendo?! - gritou ele, apontando com o dedo na direção de Yoruichi e cobrindo os olhos com a mão livre.

Yoruichi, que parecia ter esquecido da presença Ichigo, rolou para o lado, levantando-se.

– Eu só estava me divertindo um pouco - falou, com um tom de voz sexy.

– Não fale como se brincar por aí pelado fosse normal! - gritou Ichigo, enfurecido.

Yoruichi revirou os olhos, e foi em direção a pedra que estava sob suas roupas, vestindo-as.

– Kamiya, você disse? - questionou um homem de pele branca que estava sentado a uma cadeira de rodinhas. Os cabelos louros-claro, quase pálido, caíam sobre as laterais de seu rosto e emolduravam sua face, e uma mecha dividia seus olhos. Este estava usando um casaco escuro, que ostentava um padrão de diamante branco ao longo de sua metade inferior, com uma camisa e calça verde escura embaixo.

– Você conhece esse clã, Urahara-san? - questionou Ichigo, esperançoso.

– Não - disse Urahara, quebrando as expectativas de Ichigo. - Mas tenho certeza que já ouvi esse nome em algum lugar…

– O mais provável é que tenha sido quando você ainda estava no posto de capitão do 12° esquadrão - disse Yoruichi. Agora vestida - e em forma humana - Ichigo pôde perceber o quanto ela estava exausta. Mesmo com sua pele de cor negra, que geralmente tendem a esconder melhor os sinais, era visível o cansaço em seu rosto. Até mesmo seus cabelos roxos estavam bagunçados, sem sua franja repartida ao meio, que lembrava bigodes de gato. - A Seireitei é o único local onde poderia ter informações sobre esse clã.

– Mas isso é impossível - disse Ichigo, cruzando os braços; estava encostado na parede. - Após a reunião, capitão Ukitake nos informou que o comandante e o capitão Mayuri não sabiam nada sobre esse clã, e estavam tão surpresos quanto nós - falou, enquanto via através da janela um homem alto erguendo um menino pelos pés e uma menininha a sua frente com expressão nula. Tessai, Jinta e Ururu.

– Ou talvez saibam - disse Urahara, a sombra cobrindo seus olhos.

– Do que você está falando? - questionou Ichigo, voltando seu olhar ao amigo; os ombros enrijecendo.

– Yamamoto Genryuusai pode ser o comandante do Gotei 13, mas ele é uma pessoa muito reservada. Guarda muitos segredos - disse Urahara, inclinando-se para frente na cadeira. - Sempre guardou.

– Sem dúvida ele sempre foi muito misterioso - pronunciou-se Yoruichi, apoiando-se na mesa computadorizada da loja.

Ichigo desgrudou da parede, encarando Urahara em uma expressão de dúvida.

– Então vocês estão dizendo que o comandante deve saber de algo, mas está escondendo? Isso é muito estranho…

– Só o fato de ele ter colocado Kurotsuchi Mayuri como responsável pelo caso já é muito estranho - disse Urahara, em um olhar distante, como se estivesse lembrando de algo.



Yuzuke estava arrumando sua mala, ou o quer que fosse aquilo em que ele carregava apenas dois shihakushous, um que ganhou de Isane e outro que acabara de receber de uma criada, juntamente com um kimono, quando ouviu o barulho da porta abrindo.

– Com licença - disse Rukia, abrindo lentamente a porta.

– Rukia - disse Yuzuke surpreso. Apesar de saber que agora moravam na mesma casa e a veria mais, ainda não havia acostumado a encontrá-la a todo instante.

Não que não a encontrasse a todo instante antes.

– Eu bati na porta algumas vezes antes, mas você não respondeu - disse ela. - Então eu entrei para ver se estava tudo bem… - falou, ficando um pouco sem graça com a atitude que tomara.

– Ah, me desculpe, é que eu estava perdido nos pensamentos, não devo ter ouvido - respondeu Yuzuke.

Rukia assentiu antes de andar até a cama king size no estilo vitoriana e sentar-se na beirada, pegando um bloco de papel e uma caneta no criado mudo ao lado.

– O que estava pensando?

Yuzuke, que estava colocando sua última peça de roupa na gaveta da cômoda luxuosa de cor vinho, parou no mesmo instante e virou-se para Rukia.

– O que eu estava pensando? - questionou ele; meio sem graça meio surpreso.

– Sim, se você estava pensando, estava pensando em algo, não é?

Yuzuke encarou os grandes orbes violetas de Rukia, antes de desviar o olhar e balançar a cabeça negativamente.

– Não acho que eu estava pensando em algo específico.

Rukia tirou seu olhar do papel, olhando fixamente para Yuzuke e dando de ombros logo em seguida. Levantou-se e entregou uma folha que havia arrancado do bloco para Yuzuke.

– Bom, vou deixar você descansar, só vim para ver se estava bem - disse ela, saindo porta afora.

Yuzuke encarou o papel, no qual estava desenhado o quarto em que estavam, e, no lugar onde ele e Rukia estavam, haviam dois coelhos desenhados, um com um bloco e uma caneta na mão e outro com um balão de pensamentos embaralhados em cima da cabeça.

– Rukia…! - gritou Yuzuke, correndo atrás da garota que estava ao fim do corredor, já na entrada do jardim de inverno.

Rukia parou no mesmo instante.

– Eu estava pensando em algo sim - disse ele, com dificuldade. - Você acha… você acha que eu sou… mal? - questionou, sua voz quase um sussurro agora.

Rukia virou-se, encontrando o olhar de Yuzuke; em seus olhos o reflexo da luz do luar que invadia pela porta de vidro ao seu lado.

– Vem - disse ela, entrando no jardim de inverno. Yuzuke a seguiu.

Andaram alguns metros até pararem numa espécie de declínio, onde haviam pequenas flores brancas unidas em um único caule, e grama, por todos os lados.

Rukia sentou-se no topo do declínio, olhando para Yuzuke que se sentou logo após. Olhou para seu lado e pegou um caule com um grande número de flores e estendeu-as para Yuzuke.

– Toma, cheira - disse ela.

Após uma breve pausa, Yuzuke pegou a pequena planta e a cheirou, fechando os olhos e inalando um odor agradável.

– É cheirosa - respondeu ele, encarando o céu acima. Um céu escuro e brilhante, com inúmeras estrelas piscando e a Lua, em sua fase Cheia, refletindo o brilho intenso do Sol que havia feito no dia, e pairada sobre o topo do céu, indicando meia noite.

– Essas plantas são conhecidas como Western Water Hemlock, são muito populares em alguns locais por serem pequenas, de beleza agradável e odor atrativo - disse ela, cheirando uma outra flor que arrancou. - Porém, essa é uma das plantas mais venenosas que existem, uma pequena porção já é suficiente para que haja intoxicação e até mesmo morte.

Yuzuke, que estava cheirando a flor, jogou-a para o lado e voltou a fitar Rukia.

– O que quero dizer - continuou Rukia -, é que ao mesmo tempo que ela é bela, ela também é mortal. E isso depende do ponto de vista da pessoa que a esta observando. - disse, inclinando-se e ficando com o rosto próximo ao de Yuzuke. - A Seireitei e até mesmo aqueles que dizem seus companheiros te olham como algo perigoso e mortal. Mas eu… - exitou ela. - Mas eu, Yuzuke... eu te vejo como belo.

Os olhos de Yuzuke se arregalaram quando um choque percorreu todo seu corpo. Sentiu seu coração acelerar, a respiração ficar pesada e as mãos tremerem. Estava ali com Rukia, com a pessoa que o salvara e cuidou dele até então, até mesmo naquele exato momento estava cuidando. A pessoa que ele amava mesmo sem saber o que era amor.

Inclinou-se para frente também, os lábios indo de encontro ao de Rukia, os olhos de ambos se fechando. Seus rostos estavam tão próximos que um podia sentir a respiração e o cheiro um do outro. Pareceu passarem-se séculos, até que seus lábios estavam prestes a se encontrar...

Se não fosse por uma sombra que surgiu a porta do jardim.

– Rukia - chamou-a Byakuya.

Rukia se levantou apressadamente, seguida por Yuzuke. Entreolharam-se e desviaram o olhar, envergonhados.

– Sim, Nii-sama– respondeu ela, andando na frente em direção ao irmão. - Me desculpe, eu já estava indo dormir e...

– Yuzuke - disse Byakuya, cortando e ignorando Rukia. - Algumas pessoas querem falar com você.

– Falar comigo? - questionou Yuzuke espantando. - Mas, a essa hora? Será que eles não poderiam esperar até o amanhecer?

Yuzuke mal havia terminado de falar quando uma figura chifruda surgiu ao lado de Byakuya, que encarou-a com desdém, seguido por duas outras figuras com roupas de shinigami e portando lanças.

– Desculpe Yuzuke, mas é impossível esperar até o Sol nascer - disse Mayuri. - Porque para onde você vai o Sol nunca nasce… você está preso! - anunciou, sorrindo com seus grandes dentes amarelados.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E aí gostaram? Não gostaram? Comentem!
Seus comentários me ajudam a continuar escrevendo (porque esse ano está realmente muito difícil de eu conseguir tempo para escrever), além de me inspirar e me deixar muito feliz :3
Obrigado por ler, até o próximo capítulo (que pretendo não demorar tanto!)
Jya na.