– Isso está ficando divino. – Margie exclamou com Jonathan nos braços. Não estava, mas ficaria. – Você realmente tem talento, esse jardim estava abandonado há meses, no inicio vinha um jardineiro aqui toda semana, mas depois o senhor Cullen o demitiu e ficou abandonado.

– Tenho que comprar mais algumas sementes e adubos. – as ferramentas de jardinagem que Alice tinha me dado estavam servindo muito bem para limpar o jardim e as plantas, mas agora tinha que ter aquele ar mágico que combinaria com o jardim.

– Posso ficar com ele se quiser.

Olhei para Margie e sorri.

– Talvez ele gostasse de um passeio. Voltarei em duas horas no máximo.

– Vou arrumar esse rapaz então enquanto você toma um banho e tira toda essa terra de você, vai alimentar ele antes?

– Sim.

Eu estava animada, o jardim finalmente estava limpo e eu poderia agora fazer algumas coisas nele simples, eu tinha apenas duzentos dólares na minha conta que ainda deveria transformar em euros e nem saberia dizer quanto ficaria. Eu sonhava com algo inspirado no jardim secreto, flores que atraíssem pássaros, uma fonte antiga no meio e árvores que pudessem nos dar sombras boas. Edward só aparecia de noite ou de tarde, ele ficava com Jonathan algumas horas. Eu sempre me mantinha distante deixando ele ter o tempo dele com o filho, uma vez o peguei vendo televisão com Jonathan em um canal infantil, outra ele trocou a fralda dele com habilidade e em outra cantou até ele adormecer.

Ele nunca se dirigia a mim, era sempre constrangedor estarmos sozinho sem nosso filho ou Margie por perto. Ele nem ao menos perguntou pela minha saúde já que fez tanta questão de que Carmem me acompanhasse. Só que as palavras de Alice ecoavam em minha mente, eu não tinha como provar para ele que eu não era mais aquela mulher e que desde que o conheci as coisas estavam diferentes, ele me mudou. O tempo seria a melhor solução e enquanto isso eu tinha que viver ou aceitar o fato de que apesar de amar ele eu não o merecia mais.

– Pronta? – Margie perguntou e eu me toquei vendo nós dois arrumados que não tinha como sair da casa.

– Não tenho carro. – falei desolada.

– James não vai se importar de levar vocês, Edward deixou uma cadeira para Jonathan no carro dele.

– Ele... ele...

– Edward também pediu para avisar que tem dinheiro no escritório.

– Quando ele disse isso?

– Ele acabou de ligar querida e disse que sabia que você esqueceria o dinheiro em casa caso precisasse sair.

Olhei para Margie e me perguntei como ele poderia saber disso.

– Vai alimentar ele agora?

– Sim...

E enquanto eu alimentava Jonathan me perguntei se isso não seria medo de que eu sumisse com o filho dele. Mas eu eliminei o pensamento lembrando que eu precisava viver, precisava viver.