Rude escrita por sabitsuki


Capítulo 1
Por que tão rude, Jude Heartfilia?


Notas iniciais do capítulo

Beeeeem, comecei com TWoM e devo dizer que não sou acostumada com histórias que não tem muita comédia, sou uma pessoa bem retardada e que gosta de humor, então, pra descontrair tanto de minha história quanto a categoria, fiz essa oneshot simples mas que gostei até. Acredito que minha escrita se adeque mais a comédia? Não sei explicar, heh.
Recomendo a música Rude! cuja me inspirei para fazer a one. É divertida.
Enfim, sem mais enrolação. Espero que gostem e enjoy! ♥



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Rude

Ele realmente não era acostumado a acordar cedo. A simples ideia de ter que acordar ás oito da manhã em pleno sábado lhe era absurda. Claro, podia não ser a coisa mais absurda do mundo, mas não era nem um pouco comum para Natsu, o rapaz de madeixas róseas que se encarava no espelho, se sentindo ridículo. Porque, ah, é claro, acordar ás oito da manhã num sábado não era suficiente — ele deveria estar parecendo um pinguim, vestindo um terno e encarando receosa e minuciosamente o próprio reflexo no espelho.

Ele já tinha dito o quanto estava se sentindo ridículo vestindo aquilo? Sim? Pois voltava a repetir mentalmente o quão aquilo era ridículo e absurdo.

Porém, por mais absurdo que achasse tudo isso, qualquer pensamento se dissipava quando ele lembrava por quem estava fazendo isso tudo. Ah, sim. Natsu tinha aquilo que todos chamavam de alma gêmea ou coisa do tipo — mas que ele preferia chamar de sonho. Particularmente, ele confessaria facilmente: Lucy Heartfilia era seu sonho, sem dúvidas. Estatura média, cabelos loiros, olhos castanhos, lábios finos e rosados, corpo bem desenvolvido, pele leitosa e de personalidade única. Ele não conseguia definir exatamente o que lhe chamara atenção naquela garota que conhecera através de seu melhor amigo — não que tenha se encantado a primeira vista, ele estava ocupado demais brincando com seu bichinho virtual pelo celular para perceber qualquer coisa —, Gray. Mas sabia que Lucy era seu sonho no momento em que a beijou.

No entanto, se Lucy Heartfilia era seu sonho, ele tinha seu pesadelo. E ironicamente, ele tinha o mesmo sobrenome que ela.

Jude Heartfilia, pai da sua namorada. Devidamente apresentados na primeira vez que visitou a casa da garota, bem, devemos dizer que foi quase traumatizante. Jude quase enfiou um garfo em sua garganta. Somente pensar nesse ocorrido lhe fazia tão mal que ele sentia calafrios. Certamente, Jude era o pesadelo de Natsu Dragneel.

E o que ele estava fazendo?

Parado na frente de um espelho encarando o próprio reflexo tentando se convencer de que era homem o suficiente para chegar na porta do pai de sua garota para pedí-la em casamento.

Como os métodos que, qual é, ele considerava muito antiquados. Pedir a mão de Lucy em casamento, mas não para Lucy, e sim para o pai assustador dela! O quão irracional aquilo parecia?

Cansado de se condenar e treinar mentalmente em frente ao espelho, pegou as chaves do carro, não sem antes dar uma última ajeitada no terno. Ele não estava nem um pouco apresentável, pra falar a verdade. O terno estava aberto, a blusa social amassada, não usava sapatos sociais e sim tênis, e, ah, ele não tinha sequer dado um nó na gravata, era algum tipo de nó de escoteiro que ele tinha acabado de inventar. Mas, na concepção dele, estava tudo perfeito. E quem iria acabar com sua perfeição superficial? Ele que não o faria.

Desceu três lances de escada, contente por não morar tão longe do térreo, girando a chave em mãos. Não tinha o hábito de estacionar o carro na garagem do condomínio por motivos simples de pestes que eram acostumadas a pregar peças no rosado sem motivo aparente. Talvez seu cabelo rosa. Não que ele concordasse com isso.

Abriu a porta do carro com o coração acelerando aos poucos. Ele ia mesmo fazer aquilo.

— Acalme-se, não precisa ser uma bichinha — ele falou consigo mesmo, girando a chave e ouvindo o motor do carro. Assim que o carro movimentou-se, aumentou a velocidade, vendo que as ruas não estavam necessariamente cheias. — É só um homem. Loiro, de bigode, velho, de muito respeito, forte e que pode me enforcar até a morte caso descubra que planejo pedir a mão de sua filha em casamento. Só isso. Por que estou me preocupando tanto?

Oh, pobre Natsu. Estava enlouquecendo aos poucos por culpa dele.

Nos momentos em que o sinal fechava, encostava a testa no volante e começava a murmurar baixo consigo mesmo sobre qualquer modo aleatório de assassinato, mas que se fosse cruel, Jude certamente usaria contra ele.

Parou o carro em frente a casa — vulgo mansão — dos Heartfilia, expondo sua beleza e tudo mais. Não que prestasse muita atenção nos detalhes da casa de sua namorada. Porque sempre que pensava em falar algo sobre o tamanho da casa, pensava em fazer uma piadinha envolvendo a namorada, mas ele sabia que levaria um tapa ou um soco da mesma. Não que importasse muito no momento.

Tocou a campainha. Ele sabia quem atenderia. Jude Heartfilia era acostumado a ficar sentado em sua poltrona na sala de estar, cuja era o cômodo mais próximo da porta de entrada, lendo seu jornal enquanto conversava com sua mulher, Layla, a mãe de Lucy. Ela sim, era uma mulher gentil. Aceitava completamente o relacionamento dos dois e até incentivou o pedido de casamento, ideia que fez Jude empalidecer; só conseguia ser mole com a mulher.

A porta foi aberta. Ah, e lá estava a face agradável e completamente gentil de Jude. E, se você não entende sarcasmo, saiba: isso é sarcasmo.

O jovem de madeixas róseas engoliu em seco, tentando não deixar transparecer o sensor de perigo que alertava que, aquele cara não estava de brincadeira e era capaz de enfiar um garfo na sua garganta... De novo.

— Olá, Jude — ele disse. Agradeceu internamente por não ter gaguejado como pensou que faria. — Eu sou Natsu Dragneel e-

— Pode ir parando por aí. — cortou o homem, arqueando uma sobrancelha. — Sei o seu nome, Natsu. Sei mais do que você do que eu preferia saber. Por que não encurta nosso diálogo sendo mais direto? Diga logo porquê veio aqui.

Jude era assim. Direto e grosseiro. Não que estivesse reclamando. Ok, estava reclamando. Mas o que podia fazer? Ia ser seu futuro sogro... Se ele não fosse morto antes, é claro.

— B-bem — começou, praguejando mentalmente por ter gaguejado. — V-você sabe... Eu, bem, amo muito a Luce, a sua filha... — continuou, sem olhá-lo diretamente nos olhos.

— Garoto, se quer conversar comigo, olhe nos meus olhos.

Respirou fundo. Ele não facilitaria as coisas, afinal.

Olhou-o nos olhos. Seus olhos castanhos eram como se engolissem o seus verde-musgo, obviamente. Jude parecia estar lhe confrotando diretamente mas sem falar em voz alta. Era como se estivesse falando em sua mente para dizer logo o que queria, e que não fosse algo que considerasse desrespeitoso sobre sua filha, e que desse logo o fora dali. Não fora decepcionado. Natsu entendera tudo.

— Como dizia... Eu amo a sua filha. E-eu amo o jeito como ela sorri. — começou novamente, nervoso. Áquela altura, Jude não parecia muito feliz, com Natsu elogiando uma característica de sua filha com um tom de voz de quem sugeria que não pararia por aí. — Amo o jeito que o cabelo dela se move quando bate o vento. Amo o cheiro dela. Jude, eu amo até mesmo o jeito que a sua filha pronuncia meu nome. Se você acha que isso não é amor, que apenas estou brincando com ela, Meu Deus, Jude, eu sinto muito, mas não sei mais o que é. — continuou, sem nem perceber que as palavras fluíam com uma normalidade como quem diz todos os dias “bom dia” á alguma pessoa. Apesar de que falar que amava Lucy, indiretamente, era muito mais que isso. — Eu amo a sua filha, Jude; amo Lucy como nunca amei ninguém, e juro que nenhum outro cara vai amar ela tanto quanto eu amo.

O silêncio colocou-se entre os dois. Jude parecia tentar obter todas as informações de alguma maneira que não precisasse enforcar aquele cara que queria casar com sua filha ali mesmo. Respirou fundo, mas uma veia não foi impedida de saltar na testa, parecendo gritar um aviso do tipo “corra, sua vida está em risco!” para o rosado.

— O que você está tentando dizer, garoto? — perguntou, simplesmente, sem rodeios, sem xingamentos, sem trocas de olhares. Simplesmente de olhos fechados e forçando para não dar um soco naquele pirralho ali na frente.

Natsu respirou fundo.

— Estou tentando dizer que quero sua filha para o resto da minha vida. — falou, colocando as mãos nos bolsos. — Estou tentando dizer que quero casar com Lucy.

Silêncio de novo.

O mais profundo...

...Mórbido...

...E sufocante...

Silêncio.

— Garoto — o apelido “carinhoso” que lhe fora dado nunca soou tão ameaçador na voz de Jude. — Eu quero que você dê meia volta, vá para a sua casa e reflita sobre a questão idiota que está tentando me propor. — insinuou fechar a porta. — E, ajeite o nó dessa gravata, é péssimo. Se você quiser ao menos cogitar a ideia de entrar numa igreja e sair dela casado com a minha filha, saiba fazer um nó de gravata.

Estava perplexo. Não sabia exatamente o que dizer.

— Espera, quer dizer que você cogita a ideia também?!

— ...O quê? Eu não quis dizer isso, eu-

Natsu abraçou Jude.

Natsu.

Abraçou.

Jude.

— Garoto, que diabos você está fazendo?!

— Obrigado, eu juro! Eu vou pra casa e vou aprender a fazer um nó de gravata!

— Você tem sérios problemas, garoto! — ele disse, pronto para fechar a porta. — Eu juro, garoto, se você magoar a minha filha, faço você engolir os próprios dentes. — e fechou a porta parecendo não tão contrariado assim.

Do lado de fora, com um sorriso meio bobo e inocente, ele riu sozinho, bagunçando os cabelos. Não tardou muito para que uma garota loira aparecesse acompanhada de uma de cabelos azuis baixinha, Levy, segurando alguns livros sobre física ou coisa do tipo. Ela parecia bem surpresa com a presença do namorado ali.

— Natsu, o que você está fazendo aqui? — perguntou. — E vestido assim? — ela sorriu, meio debochada. — Não vou negar que é sexy, mas-

— Lucy, você é minha noiva agora. Eu não trouxe o anel porque achei que seria morto pelo seu pai mas, Luce, você é minha noiva! — ele enlaçou-a pela cintura e beijou-a, fazendo-a bater os braços que seguravam os livros desajeitadamente em seu peito, derrubando alguns deles.

A baixinha, Levy, corou e abriu a boca instantaneamente, parecendo muito satisfeita com o celular na mão batendo uma foto e digitando quase que sem olhar para a tela.

— Do que você está falando, Natsu- — tentou começar a falar, ainda entorpecida e confusa pelo beijo tão apaixonado e súbito, mas então percebeu o olhar de Natsu que se ajoelhava diante de si. — O que...

— Lucy Heartfilia, eu tenho a permissão de seu pai, então posso fazer o pedido oficialmente: case-se comigo. — disse, um sorriso adotando os lábios e expondo os dentes caninos salientes.

— Do que...

— Case-se comigo.

— Natsu...

— Case-se comigo, Luce.

— Quer conversar como uma pessoa normal comigo?

— Só estou pedindo para se casar comigo.

— ... — ela franziu a testa, as bochechas em um tom incrivelmente forte de vermelho. — Eu vou casar com você, seu idiota. Mas meu pai...

Ele riu, interrompendo a frase da loira.

— Não se preocupe com isso. Seu pai pode ter sido rude esse tempo todo comigo, mas — sorriu mais abertamente — eu sou persistente.

A loira não pareceu entender muito bem de começo, mas sorriu junto com ele.

Por mais que tivesse enfim conseguido a permissão de Jude, a junção de Heartfilia com Dragneel ainda daria muitos incidentes. E, cada vez mais comuns. E mais perigosos do que o garfo. Mas não importava.

Porque Natsu era persistente. Ou irritantemente insistente. Mas, diga-o, Jude Heartfilia, se sabia de tudo isso desde o começo...

Por que tão rude?


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Notas finais do capítulo

Eu realmente gostei do resultado final xD Digamos que até achei engraçado escrevê-la, enfim. Espero de verdade que tenham gostado, porque eu gostei.
Aliás, desculpem se houver algum erro de formatação ou ortográfico. Escrevi no notepad, então... :T
Deixem comentários sobre o que acharam bom ou ruim. Espero o feedback de vocês.
Até!~ xx



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