Príncipe Légolas escrita por America Singer


Capítulo 5
Capítulo 5: O primeiro dia no castelo


Notas iniciais do capítulo

Olha a hora de postar, minha gente.
Melhor tarde do que nunca, não é? hsauushuhashuauhsuha
Primeiro dia no castelo, as garotas vão conhecer o Thrandelícia, como diz uma de minhas leitoras kkkkkkk
Boa leitura.



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A primeira coisa que vi quando cheguei ao castelo era que minha vida se tornaria uma loucura total a partir de agora. Duas elfas ruivas vieram até mim de imediato, deixaram minhas coisas com uma terceira elfa que levaria tudo para o meu quarto, e me encaminhou até um salão grande, onde as outras garotas aguardavam. Aparentemente eu era a última que faltava para começarem a nos preparar para algo, o que exatamente eu ainda não sabia.

Eram, ao todo, quinze humanas e quinze elfas. Vi o quanto era injusto essa competição, pois, por mais bonitas que nós humanas fôssemos, as elfas eram muito mais. Altas, claras, de cabelos muito longos e com seus trajes perfeitos, pele perfeita – sem nem sequer uma cicatriz pra contar história. – Já nós, a mais bonita tinha olhos azuis muito claros e cabelos loiros, porém era tão baixa quanto eu e não tinha uma pele lisa e perfeita como as elfas. Seria uma competição muito difícil, tinha plena certeza disso.

Aliás, o porque de ter humanas no meio disso era um mistério, já que era mais do que óbvio que nenhuma de nós tínhamos chance com um príncipe, mesmo sendo filha do senhor que tenha as maiores propriedades e cidades da terra Média.

Quando entrei, a porta foi fechada, assim como a maioria das janelas pra tapar a visão de qualquer pessoa curiosa que estivesse do lado de fora.

– Boa noite meninas. – Uma elfa alta e loira apressou-se a começar. – Como a maioria de vocês só chegaram agora, resolvemos deixar pra tratar todas juntas. Me chamo Swín, e estou encarregada de tomar conta de todas vocês, desde como devem se vestir até como devem se comportar. Nessa noite todas vocês conhecerão o rei Thranduil no jantar de boas vindas. Amanhã, o príncipe tomará café com todas vocês.

A maioria das garotas não piscava. Pareciam querer ouvir cada palavra da elfa e não deixar nada passar daquele começo glorioso do que seria uma competição cheia de novidades e expectativas.

– Nossa equipe tratará de vocês para hoje. Começaremos já, pois estamos mais do que atrasadas. – Swín continuava. – E, só para esclarecer, essas serão suas criadas durante todo o período que estiverem aqui. Elas te ajudarão e farão todos os vestidos necessários para cada ocasião de acordo com o gosto de vocês.

Minhas criadas eram as elfas que me esperavam na entrada do palácio. Chamavam-se Vellinel e Ang, e pareciam muito simpáticas – e muito mais bonitas do que eu, por sinal.

Começaram levando-me até uma sala particular, onde retiraram toda a minha roupa sem nem sequer perguntar-me se poderia. E enquanto tentava protestar, ambas falavam que seria assim até meus últimos dias assim. Era um absurdo eu perder minha própria privacidade de uma hora pra outra, mas só me calei e consenti que aquele fosse o trabalho delas. Se houvesse que reclamar com alguém, faria isso com o príncipe mais tarde talvez.

Depilaram minhas pernas com uma espécie de cera de mel, e pude sentir minhas lágrimas descerem a cada puxão. Pude ouvir as outras garotas gritarem também, e percebi que não era a única a sofrer com um ato tão brusco, que era repetido nos braços e em várias outras partes do corpo que nem é bom comentar.

– As elfas não precisam disso. – Ang falava. – Provavelmente estarão prontas primeiro que as humanas. Então, precisamos correr.

– Ótimo saber o quanto somos feias, e que precisamos de um longo tratamento antes de conhecer o príncipe. – disse num tom de brincadeira que não foi notado.

– Sinto muito por isso senhorita. – Vellinel pediu. – Nós nos preparamos esse mês inteiro, pra receber as senhoritas humanas.

– Tudo bem, eu não estou criticando vocês. Apenas achando um exagero.

Ang cortava minhas unhas e tentava poli-las para ficarem brilhosas. Meu corpo foi untado por um óleo que tinha cheiro de rosas e flores do campo. Meu cabelo foi lavado e recebeu novos cachos, mais volumosos e mais brilhantes. No fim, um vestido majestoso e branco, coberto por pérolas na gola e cintura esperava por mim. Nunca havia visto nada tão bonito em toda a minha vida. Se pudesse sair dali e levá-lo comigo já valeria a pena ter que passar por toda a seção de tortura que foi depilar meu corpo quase inteiro.

No fim, o que eu achava ser impossível quase foi provado do contrário. Eu estava realmente diferente e muito mais bonita do que poderia imaginar. Pela primeira vez na minha vida, olhar um espelho não era tão ruim assim. Meus cabelos pareciam tão leves e macios quanto a minha pele, e fiquei imaginando se esse era o segredo de beleza das elfas.

Mais ou menos uma hora e meia depois estávamos todas sentadas numa mesa tão grande que parecia nunca ter fim. Arranjos de flores vermelhas foram postas, e em frente nossos nomes estavam cravados em pequenas placas de pedra branca. A mesa voltava-e para uma mesa menor, que se encontrava à frente do salão do jantar. Provavelmente a mesa do rei, pois era ainda mais bonita e estrategicamente posicionada.

Ouvi trombetas, e todas levantamos para receber o rei.

Que Thranduil era majestoso eu já sabia desde pequena. Lembro-me de quando o vi de longe, montado num alce tão formoso e espalhafatoso quanto ele.

Mas naquela noite, era mais do que isso. O rei entrou em passos tão leves e calmos, o rosto parecia tão pacifico – o que eu duvidava que ele fosse. – Suas roupas, tão prateadas e douradas, o deixava tão lindo que era quase possível chorar com aquela visão. O rei era, sem dúvida, um dos seres mais bonitos que já vi em toda a minha vida, e eu duvidei que qualquer garota naquele salão discordava disso.

Tive que voltar minha atenção dos devaneios que minha mente me levaram para prestar atenção no que o rei começava a dizer. Percebi que todas as garotas estavam se curvando, então tentei fazer o mesmo.

– É uma grande satisfação ter tantas garotas... bonitas em meu reino. Antes de tudo, podem sentar-se. – O rei ordenou, e todas nós obedecemos.

– Ótimo. – Thranduil continuava, enquanto andava em frente à nossa mesa e arrastava a calda de sua capa pelo chão. – Quero deixar algumas coisas claras antes de tudo. Primeiro: Meu filho que escolheu cada uma de vocês. De acordo com ele, com base na ficha de vocês, e porque já as viram em algum momento de sua vida. Ele achou melhor ter por perto garotas ao qual ele já tivesse alguma noção de quem era, acredito eu, porque já há um certo afeto entre ele e vocês.

“Impossível” – pensei. Eu sabia que nunca havia visto o príncipe, como ele pode saber quem eu sou? Certamente essa era uma mentira inicial, para acalmar cada uma de nós e fazer nos sentir mais confortáveis e especiais.

– Segundo... – O rei prosseguia, encarando cada uma de nós por longos segundos. – Foi eu quem pediu que a competição fosse dada por humanas e elfas. Assim, Légolas poderá ter uma variedade de escolha maior.

Essa última frase fez me sentir como uma mercadoria. Acho que a maioria das garotas ali também sentiu isso.

– E terceiro: eu não influencio em nada na escolha do meu filho. Independente de ser humana ou elfa, quem escolhe é ele. Mas deixo claro que não garanto à sua escolhida o cargo de rainha, pois, pode ser que essa não sobreviva tempo o bastante para tal coisa.

Nesse exato momento, Thranduil parou em frente a mim, o que me deixou com certo desconforto. Ele era mesmo uma visão. Tão bonito, e com um ar de arrogância que dava certo charme à ele, que era impossível não admirar.

Thranduil deu meia volta e sentou-se em seu lugar na mesa em frente à nossa. Não explicou porque não havia uma rainha ao seu lado, e nenhuma de nós sequer atreveu-se a tentar descobrir.

O jantar foi estranho. Por mais que o rei não tivesse vergonha de comer em frente a um monte de garotas, a maioria delas não tocou em nem sequer um grão. Provavelmente tinham vergonha demais, ou gostariam de se mostrar finas demais naquela situação.

Eu, pelo contrário, comi tudo o que tinha direito. Afinal, se eu estava ali, era melhor aproveitar as vantagens. Além do mais, o rei nem reparava em quem comia ou não, seu nariz parecia empinado demais para ver-nos tão abaixo dele.

Logo após o jantar – que foi uma das coisas mais desnecessárias que já passei em toda a minha vida – nossas criadas levaram-nos para o que seria o nosso quarto.

Ang e Vell despiram-me e colocaram uma camisola tão leve e tão bonita, tão branca e majestosa quanto meu vestido.

– Sua cor aqui será o branco até diminuir as garotas e o príncipe conseguir reconhecer todas pelo nome. – Vell disse, parecendo que aquilo era a coisa mais normal do mundo.

– Então, meu nome será Branco? – disse, rindo, e percebi que minhas tentativas de piada não eram o melhor jeito de afastar o nervosismo.

– Amanhã a senhorita conhecerá o príncipe. Nós estaremos aqui bem cedo para preparar a senhorita para o café. Até lá, descanse bem, a senhorita está com olheiras.

Minhas criadas saíram do quarto, e finalmente pude descansar um pouco daquele dia que parecia não ter fim nunca.

Meu quarto dava para um jardim fechado. Luzes penduradas no teto e em diversos locais deixavam o lugar com uma iluminação dourada e aconchegante. Abri a porta e me pendurei na sacada, afim de absorver um pouco de ar puro das árvores majestosas daquele lugar antes de ir dormir.

Não havia ninguém no local, a não ser por uma pessoa que estava sentada de costas pro palácio. Esse tinha cabelos tão louros quanto Thranduil, e era tudo o que eu conseguia ver.

Até que avistei mais alguém. Era uma garota, talvez uma elfa, não consegui perceber. Ela andava distraída, até perceber a presença desse outro alguém. Ela tentou voltar para trás, mas ele percebeu.

A garota tinha cabelos longos e escuros, e vestia uma camisola azul. Quando percebeu que o outro vinha em sua direção, tentou arrumar seus cabelos e ajeitou suas roupas. E quando ele parou de frente à ela, uma reverência foi feita, quase tão desastrosa quanto á minha quando vi o rei.

Aquele só poderia ser Légolas, o filho de Thranduil.

Ele era tão bonito quanto o rei, e pude ver, mesmo de longe que a arrogância era coisa de família. Não demorou muito para os guardas aparecerem, pegarem a garota pelo braço e a guiarem até o palácio, enquanto o príncipe apenas via a cena.

Pude concluir, antes mesmo de conhecê-lo que a tolerância não fazia o tipo dele.

Na manhã seguinte, a notícia que a primeira selecionada estava rumo à sua casa, foi dada por Ang antes mesmo de me desejar bom dia.


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Notas finais do capítulo

Ah, Légolas, tsctsc.
A garota foi dar uma de América Singer com o Maxon Schreave logo na primeira noite, e foi expulsa. Ainda bem que não foi a Belle.
Beijos e até o próximo ♥