A Seleção - Versão Schreave escrita por Dama


Capítulo 6
Capítulo 14


Notas iniciais do capítulo

Olá amores! Estou eu aqui de novo neste domingo maravilhoso para tirar-lhes do tédio porque hoje tem capítulo novo o/ Bom, queria falar também do acidente da semana passado que o texto ficou totalmente sem travessões e graças a uma leitora aqui (obrigada moça



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Após a saída de Janelle fui para uma das reuniões do conselho sobre os rebeldes antes do jantar. Por sorte a ordem que eu dei quanto a intercepta-los havia dado certo em parte. Estávamos ouvindo agora o relatório do guarda que havia conseguindo intercepta-los e havia conseguido falar com um deles. Mesmo que rapidamente.

– ... Eles jogaram uma bomba de fumaça que atrapalhou muitos soldados e acabou desmaiando outros. Contudo nós que conseguimos não respirar muito o ar, capturamos um preso. Soldado Littwak está de prova do que direi agora, começamos a fazer perguntas, já que não podíamos trazer ao castelo, pois tinha uma perna quebrada. Perguntamos sobre localização, quantidade, objetivos e a única coisa que ele disse foi “Nosso tempo chegará” e mordeu uma bala de ácido sulfúrico que tinha na boca. De modo que morreu em 10 segundos. – era de conhecimento nosso que os sulistas, pelo menos a maioria, andava com uma bala de ácido sulfúrico, pois muitos preferiam morrer a serem presos. Após essa história passaram a conversar sobre pessoas que seriam prováveis rebeldes e iriam para casta Oito. Odiava aquela parte. Quando a criada chegou com o suco que havia pedido vi que havia um bilhete.

Vossa Majestade,

Mão na orelha. Quando puder.

Era América. Reconhecia a letra do formulário, e apenas ela sabia do combinado da “mão da orelha”. Mas ela nunca recorria a formas verbais como bilhetes. Levantei-me preocupado pedindo licença ao meu pai que me dispensou sem nem me olhar. Desci a escada que levava ao corredor do Salão das Mulheres, ela estava lá.

– America? – ela pareceu surpresa a me ver tão informal, sem paletó, mangas levantadas. Mas eu precisava saber por que ela havia me chamado.

— Você está bem? O que houve de errado? – perguntei segurando suas mãos e ela pareceu confusa.

— Nada, estou bem — respondi. Suspirei aliviado, depois do que aconteceu com Janelle percebi o quanto America era importante pra mim e como eu havia criado um extinto protetor sobre ela.

— Ainda bem. Quando recebi seu bilhete, pensei que estivesse doente ou que algo tinha acontecido com sua família.

— Não, não. Maxon, sinto muito. Sabia que era uma ideia idiota. É que não tinha certeza de que você estaria no jantar e quis te ver antes.

— Bem, e para quê? – agora eu que estava confuso, além de curioso.

— Só para ver você. – sua resposta pegou-me de surpresa olhei-a em seus olhos de na tentativa vã de compreender aquela situação. E era momentos como esses, frases simples como essa, que toda esperança que eu havia perdido em algum momento, voltasse a tona e reacendesse um sentimento estranho que eu ainda não estava acostumado.

— Você só queria me ver?

— Não fique tão chocado. Amigos geralmente passam tempo juntos — falou com um tom de obviedade que me fez cair em mim novamente.

— Ah, você está chateada comigo porque estou cheio de compromissos esta semana, não está? Não era minha intenção deixar nossa amizade de lado, America. – se eu pudesse passaria o máximo de tempo possível com ele, mas isso causaria não só problemas para mim como para ela. Não queria ninguém incomodando-a.

— Não, não estou brava. Só estava me explicando. Mas você parece ocupado. Volte ao trabalho. A gente se vê quando você estiver livre.

— Na verdade, você se incomodaria se eu ficasse alguns minutos? Eles estão fazendo uma reunião de orçamento lá em cima, - confiava na America, mas contar sobe o rebaixamento de castas era algo sério. E também não queria que America pensasse que eu concordava com aquilo – e odeio esse tipo de coisa. – disse guiando-a até um sofá. Ainda segurava sua mão, mas gostava de como ela cabia na minha. Enquanto íamos até o sofá ela deu uma risada que me deixou intrigado.

— O que é tão engraçado? — perguntei com a testa franzida

— Você — disse rindo. — É engraçado saber que fica incomodado com o trabalho. O que há de tão ruim nessas reuniões?

— Ah, America! — lamentei soltando sua mão, era tão cansativo que só de explicar já ficava cansado.. — Eles só andam em círculos. Meu pai até consegue acalmar os conselheiros, mas é difícil demais fazer os comitês seguirem qualquer instrução. Minha mãe sempre fica no pé do meu pai para que ele dê mais dinheiro para educação. Ela acha que quanto mais educação todos tiverem, menores as chances de surgirem criminosos, e eu concordo com ela. Mas meu pai nunca é forte o bastante para fazer o conselho retirar verbas de áreas que poderiam passar muito bem com menos recursos. Fico furioso! E como se eu estivesse no comando, então minha opinião é facilmente desprezada. – apoiei os cotovelos no meu joelho enfadado de tudo aquilo

— Sinto muito. Mas veja o lado positivo: você terá mais voz no futuro — disse américa pondo as mãos em minhas costas de modo consolador, mas involuntariamente contrai os músculos das costas. Tinha receio de que sentisse as cicatrizes.

— Eu sei. Digo isso a mim mesmo. Mas é tão frustrante, porque poderíamos mudar as coisas agora se eles ao menos ouvissem.

— Bem, não fique tão desmotivado. Sua mãe está no caminho certo, mas educação não vai resolver nada por si só. – sua observação me pegou de surpresa, seria bom ouvir a opinião de alguém do povo.

— O que você quer dizer?

— Bem, comparada à educação com os tutores fantásticos que pessoas como você têm, a educação dos Seis e Sete é uma lástima. Acho que melhores professores e instalações fariam um bem imenso. Mas e o que dizer dos Oito? Não é essa a casta de que faz parte a maioria dos criminosos? Eles não recebem nenhuma educação. Se tivessem um pouco, um pouquinho que fosse, talvez ficassem mais motivados. – fazia sentido, mas America não tinha noção do ódio do meu pai pelos Oitos. America respirou fundo como se estivesse organizando os pensamentos do que iria falar agora. — Além disso... Você já sentiu fome, Maxon? Não apenas aquela fome antes do jantar, mas fome de verdade? Se aqui não tivesse absolutamente nenhuma comida, nada para seu pai e para sua mãe, e você soubesse que podia pegar um pouco das pessoas que comem mais em um dia do que você vai comer a vida inteira... O que faria se sua família estivesse contando com você? O que faria por alguém que ama? – suas perguntas, retoricas ou não, colocaram-me em duvida diante dos valores que havia crescido ouvindo, mas era algo tão distante.

— America, não estou negando que a vida de algumas pessoas seja dura, mas roubar é...

— Feche os olhos, Maxon. – disse America me interrompendo.

— O quê? – perguntei confuso.

— Feche os olhos. – retorci o rosto contrariado, mas fechei os olhos.

— Em algum lugar deste palácio está a mulher que será sua esposa. – imediatamente a imagem de America surgiu em minha mente com seu lindo sorriso. — Talvez você ainda não saiba quem ela é, mas pense nas garotas no salão. Imagine aquela que mais ama. Imagine sua “querida”. – quando ela disse isso meu primeiro extinto foi segurar sua mão que logo ela puxou.

— Desculpe — murmurei envergonhado e abrindo olhos.

— Fechados! – obedeci a contra gosto, mas rindo da situação.

— Imagine que essa garota depende de você. Ela precisa que a ame, e vocês vivem como se a Seleção nunca tivesse acontecido. Como se você tivesse caído de paraquedas no meio do país para bater de porta em porta em busca de alguém, e mesmo assim a encontrasse. Ela seria sua escolhida. – pude pensar em uma vida simples com America, numa casa modesta, num por do sol agradável e America dormindo em meu peito como aconteceu dias antes. — Ela precisa que você cuide dela, que a proteja. – ah se America soubesse o quanto já tenho a protegido e como a quero bem. - E se chegasse o dia em que não houvesse absolutamente nada para comer, a noite em que você não pudesse nem dormir porque o ronco do estômago dela não permitisse... – suas palavras se formaram em imagens de uma forma horrível em minha mente, pude imaginar America chorando como vi no dia que contou-me a história da sua vida antes da Seleção. E pude sentir uma angustia surpreendente subindo em meu peito.

— Pare! – disse pondo-me de pé num único impulso. Queria sair dali e resolver todo esse problema dar comida a cada família que estava ali, mas estanquei quando vi que ainda estava no palácio e aquilo não seria tão simples de resolver.

— Desculpe — disse America em voz baixa, ainda estava impactado com aquela realidade. Não a culpava por me dizer aquilo. Olhei-a tristemente em seus olhos, e era visível que concordávamos com a tristeza daquilo.

— É mesmo assim? — perguntei quase num sussurro.

— O quê?

— Lá fora... Isso acontece? As pessoas sentem fome muitas vezes?

— Maxon, eu... – ela pareceu receosa a me dizer aquilo.

— Conte a verdade. – pedi um pouco mandão demais.

— Sim, acontece. Sei de famílias em que pessoas abrem mão de seu prato de comida para dar aos filhos ou irmãos menores. Sei de um menino que foi chicoteado na praça da cidade por roubar comida. Às vezes, as pessoas cometem loucuras quando estão desesperadas.

— Um menino? De quantos anos? – aquilo trouxe-me um calafrio e uma dor tão grande que mal poderia definir. A primeira vez que havia sido chicoteado foi aos onze anos, e criança menor alguma deveria passar por aquilo

— Nove — virei-me de costas para America e pude sentir minhas costas se esticarem de forma bastante perceptível. Pude sentir meus olhos marearem ao lembrar da primeira vez que meu pai fez aquilo, não queria que America me visse chorar. Limpei a garganta e engoli aquela angústia.

— E você já passou por isso? Fome? – ao ouvir seu silencio virei-me pude ouvi-la balbuciar de forma incompreensível.

— Como? — Maxon continuou a perguntar.

— Isso só vai deixá-lo mais irritado.

— Provavelmente — eu já estava irritado, apesar de que dependendo da resposta de America irritado seria pouco para aquilo — Mas agora estou percebendo o quanto desconheço meu próprio país. Por favor, continue.

— Sofremos muito. Na maior parte das vezes, chegamos ao ponto de ter que escolher se compramos comida e ficamos sem eletricidade. O pior momento foi perto do Natal. Fazia muito frio, então usávamos montes de roupas, mas mesmo assim conseguíamos ver nossa própria respiração dentro de casa. – tentei ao máximo não imaginar aquela cena. Era um pressão psicológica horrível que os irmãos mais novos da America deviam sentir. – May não entendia por que não podíamos trocar presentes naquele ano. Em geral, nunca há sobras em casa. Alguém sempre quer mais. – sabia que meu rosto demonstrava o quando eu estava chocado. — Sei que os cheques que recebemos nas últimas semanas ajudaram muito. Minha família sabe lidar muito bem com dinheiro. Devem ter guardado tudo para que dure bastante. Você tem feito muito por nós, Maxon. – ela sorriu como na tentativa de me fazer esquecer daquela situação, mas eu estava determinado a resolver aquilo.

— Minha nossa. Quando disse que só estava aqui pela comida, você não estava brincando, estava? — perguntei impressionado. Era verdade. America tinha passado por tudo aquilo e ainda era forte pra enfrentar as outras selecionadas do palácio odiando-a.

— É sério, Maxon, está tudo bem. Eu... – não a deixei terminar a frase eu ia resolver isso agora.




— Vejo você no jantar. – dei um beijo em sua testa e saí em direção ao conselho.

– Senhor, me dê permissão para falar tenho uma ideia para apresentar para o conselho. – pedi ao meu pai. Que logo após dez minutos pediu que eu falasse dos meus planos. Fui até o centro da sala de modo que todos os dezesseis conselheiros podiam me ver. Alguns pareciam curiosos, outros olhavam-me com deboche e uma pequena minoria, incluindo meu pai, demonstravam-se interessados. Percebi que agora minha mãe estava lá, do lado do meu pai e parecia orgulhosa. O que me deu um pouco de mais segurança. – Senhores. É de conhecimento público que a quantidade de famílias que estão sendo levadas à Casta Oito por conta de roubos em gerais. Em alguns casos os roubos são sérios e precisam de punições sérias, mas em outros... Bom, em minhas pesquisas recentes vi que existem muitas famílias em nosso país que vivem em estado de extrema pobreza e que algumas dessas famílias são levadas a casta Oito porque roubaram comida para alimentar sua família. Trago-vos então uma proposta. – dei uma pausa dramática. – Devemos construir locais nos nossos 25 estados onde essas famílias casta Oito a Cinco possam alimentar-se de forma saudável ao fim do dia no Departamento de Serviços Provinciais. – olhei para minha mãe e ela sorria tão alegre que seus olhos brilhavam. – Alguma pergunta antes da votação?

– Príncipe Maxon, - disse o Conselheiro Thomas, ele era um magnata industrial, grande latifundiário e dono de uma empresa de grãos. Era um quatro e com uma herança construiu sua fábrica e comprou o título de Dois. – permita-me a pergunta. Mas de onde pretende tirar a comida para dar a esses pobres coitados?

– Não sei por que me perguntas isso Thomas. – disse debochando-o precisava passar o máximo de segurança, e Thomas tinha um papel importante em meu projeto de modo que eu precisava expô-lo. Por sorte já havia lido sobre todos os conselheiros. – Suas empresas produzem grãos, carne e leite, certo?

– Sim. – falou abusado.

– Andei lendo sobre você e vi que suas empresas desperdiçam 2 toneladas de Arroz e Carne e 1000 litros de leite por mês. Pode me explicar porque?

– Er... Hm... – levou quase um minuto balbuciando. – Ora nem sempre elas possuem qualidade para serem postas no mercado e demorarem a serem compradas!

– Olha que ótimo! Pois que tal pegarmos o seu desperdício que é jogado em várias cidades e levar para os locais onde elas podem ser realmente usadas? Alguma outra pergunta?

– Príncipe Maxon – chamou Leonard, minutos depois. – De onde pretende tirar as verbas para construção e manutenção desses locais.

– Muito fácil responder-lhe. – na realidade eu não tinha pensado nisso, mas uma ótima ideia me veio à tona. – Tiremos da Seleção. – um burburinho de várias pessoas conversando ao mesmo tempo.

– Silêncio! – gritou meu pai e logo todos se calaram – Continue Maxon.

– As Selecionadas recebem ajudas mensais, façamos assim: as Dois e Três não recebem mais e as Quatros e Cinco, recebem, mas em quantidade menor. Podemos votar agora? – num conselho de 16 pessoas precisava que ao menos nove concordassem comigo.

– Certo. Quem concorda com a proposta de Maxon e quer que ela seja posta em prática, levante a mão. – minha mãe foi a primeira, depois Leonard, depois o Conselheiro-Mestre Gerald, seguido pelo Conselheiro de Marketing Gavril, a contra gosto ergueu a mão Thomas, um Conselheiro de Guerra Richard, que antes era um cinco e tornou-se um dois. Precisava de mais quatro braços. Ao fundo mais duas mãos se levantaram, e eu não pude ver quem era, mas eu gostava deles. E por último meu pai. Empate.

– Bom, temos um empate, que tal votarmos amanha de novo? – reclamou Thomas.

– Ora! Que empate? Eu sou o rei, o meu voto vale o dobro ou triplo de vocês. – falou- me pai se levantando. – Tragam minha espada. Maxon venha cá. – fui até ele e ele desembainhou a espada que haviam lhe entregado. – Ajoelhe-se.

– Sim senhor.

– Maxon Calix Shcreave, meu filho e futuro rei de Illea. – disse pondo a espada sobre meu ombro esquerdo. – Declaro-lhe responsável pelas obras Sociais aos menos favorecidos de nosso reino. Agora você se levantará como um homem responsável com Illea. Você deseja isso?

– Sim, meu pai. – ele pôs a espada no meu ombro direito. Ela era pesada, mas seu peso era muito reconfortante. Quando me levante minha mãe e Gavril me olharam orgulhosos. Meu pai ainda estava serio.

– Você foi bem hoje, parabéns. – disse meu pai e eu acenei com a cabeça. Pela primeira vez me senti como um futuro rei, e a sensação era boa.


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Notas finais do capítulo

Obs.: Sim eu sei que os EUA tem 50 estados, porém raciocinem comigo. Muitos estados parecem que foram unificados como a própria Carolina, que atualmente existem a du Sul e a do Norte, e no livro so há uma Carolina. Enfim divide por dois e deu 25 o/

Mas fora isso, deixem seus comentários, vocês sabem que leio e respondo todos. Bye!



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