A Seleção - Versão Schreave escrita por Dama


Capítulo 2
Capítulo 10


Notas iniciais do capítulo

Olha eu aqui de novo! Bom, decidi postar logo porque hoje minhas aulas começam e tudo vai ficar mais complicado. Irei postar capítulo novo nesse final de semana, fiquem atentos!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/582942/chapter/2

Fui para o meu quarto e como dessa vez os rebeldes não haviam entrado no palácio nenhuma câmera havia sido danificada. Tomei um banho rápido e fiquei um pouco informal – o que significava apenas sem o paletó. Não sabia ao certo o que meu pai queria na biblioteca mais nunca era uma boa ideia não fazer o que ele pedia. E hoje, eu também queria arrancar algumas informações dele, e já tinha todo o texto em mente para que aquilo não parecesse suspeito. Ao chegar ao corredor da biblioteca do outro lado do vinha ele.

– Vi que finalmente me ouviu, pontualidade é algo importante quando se é rei Maxon. – disse respirando fundo e destrancando a Biblioteca. Essa não era a mesma que biblioteca que as selecionadas tinham acesso perto do Salão das Mulheres. Lá tinham livros que eram proibidos, relíquias da época das Grandes Guerras e um computador, que era uma raridade. – Como sucessor do meu trono você deve aprender algumas coisas para não afundar esse país como eu temo que você faça. – as palavras deles foram como levar um murro no estômago, em momento algum ele me apoiou e eu sei que assim que eu assumir o trono, ele vai querer governar por trás. – Por isso, você deve aprender com um dos nossos maiores governantes: Gregory Illéa. – falou caminhando até a ultima prateleira. – Por isso eu quero que você leia os diários deles, todos, e quero que me faça um relatório ao fim de cada um. Quero isso até o fim da seleção.

– Sim senhor. – era uma pilha de mais dez diários, mas isso não era problema, quando vi que ele estava para sair apressei-me. – Pai? – ele estancou fazia muito tempo que eu não o chamava assim, era apenas “senhor” e na frente dos outros “Majestade”.

– Sim? – disse ainda de costas.

– Quem é o responsável pela Seleção? Digo, o assessor?

– Porque você quer saber? – disse sentando em uma das poltronas.

– Quero informações sobre as atuais selecionadas quem elas são, devo ter bastante certeza ao escolher uma rainha, o senhor não acha?

– Está correto. Vejo que está amadurecendo Maxon, isso é bom.

– Fale com Sir Leonard, ele organiza tudo e dará o que você pedir. Algo mais?

– Bom, sim. – aquilo não estava preparado no meu script, mas já que ele perguntava. – O que fez você escolher a minha mãe? – e ele deu um leve sorriso de canto, o que era um milagre. Só o vi sorrir verdadeiramente poucas vezes em minha vida, e foi quando percebi que ele tinha várias rugas de cansaço e da idade.

– Sua mãe... Ela era especial, diferente das outras garotas, centrada, educada, silenciosa, obediente. O que eu precisava. Eu sempre soube dos problemas que ele tinha quanto à gravidez, eu soube na seleção. Mas ela era o que eu precisava para ser um bom rei. Por isso eu a escolhi. E ela me amava, isso foi muito importante. E quando nasceu você – os olhos dele viajavam como se não estivesse falando comigo, como se estivesse devaneando sozinho – eu tive certeza que foi a escolha certa.

– E o senhor a ama?

– Ora Maxon que pergunta! – disse levantando de repente da cadeira, como se lembrasse da minha presença e começou a sair.

– O senhor não me respondeu! – ele continuou a caminhar e quando girou a maçaneta olhou para trás, sério, como se estivesse lidando com uma causa mundial.

– Claro Maxon. – e saiu. Muitos podem dizer que ele um homem bruto, grosseiro e monstruoso, e eu não discordo. Porém se dissessem que ele não tinha um coração, eu discordaria. Eu havia estudado sua linguagem corporal por anos, e eu sabia que dessa vez ele não estava mentindo.

– Sir Leonard tem alguém querendo falar com você. – pude ouvir da sala a atendente dele anunciar-me.

– EU NÃO QUERO FALAR COM NINGUÉM, NEM QUE O PRÍNCIPE VIESSE AQUI, EU IRIA ATENDÊ-LO, SAIA ANGELINE! – ouvi o homem aos berros. Normalmente eu não era grosso com a maioria dos funcionários. Mas eu tinha uma longa história de ódio com Leonard. Ele era um dos assessores que sempre me desprezava e eu queria realmente descobrir algo. A moça saiu assustada da sala sabendo que eu havia ouvido tudo. Respirei fundo e fiz minha melhor cara de ameaça. Abri a porta da sala com tanta força que ela bateu na parede assustando Sir Leonard. Que com toda a sua barriga gorda pulou da cadeira

– Isso é modo de falar do seu futuro rei?! – gritei com uma voz irônica e no objetivo de fazer um escândalo. – Eu sou superior a você. Se você ainda quiser ter esse emprego, é melhor fazer o que eu mandar. Ou meu pai não vai gostar de saber, que você não está fazendo o seu trabalho de forma incorreta. – para ele foi uma surpresa me ouvir assim, e eu entendo. Também foi uma surpresa para mim.

– Sim senhor Majestade. F-f-foi um momento de r-r-raiva. Eu não queria realmente dizer aquilo, eu não sabia que era o senhor que estava lá fora. Sente-se. – sentei-me na cadeira segurando o riso evitando ao máximo não rir da agonia do homem.

– Obrigado. Traga-me um xicara de chá.

– Sim senhor. Angeline traga uma xícara de chá para o nosso futuro rei, sim? – quando finalmente sentado, vi que soava frio. – Desculpe. O senhor parece mudado, mais...

– Não venha me bajular Leonard, estou aqui por informações e as quero agora. Primeiro, quero o formulário de todas as selecionadas. Segundo, responda-me, quem é o responsável para ir à casa de cada Selecionada e dizer-lhes a regras, e tudo mais?

– Bom, senhor, – disse abrindo a gaveta e me mostrando vários papéis e pastas. – Estes são os formulários. Já o responsável é um homem de muita confiança minha, chamado Donald. Ele vai a todas as casas, assim que sai os resultados. O senhor vai levar os formulários?

– Quem você pensa que eu sou? – disse parecendo indignado. – Quero Donald e os formulários no meu escritório em dez minutos e sem atrasos.

– Sim senhor.

Sai da sala percebendo como era que meu pai governava e submetia todos às suas vontades. Eu tinha meu pai para apelar agora, mas precisaria de algo mais forte que medo caso quisesse governar bem. No caminho para meu escritório passei pelo Salão das Mulheres queria ver América e contar sobre essa situação engraçada que havia acabado de acontecer, mas não tinha certeza se ela estaria lá. Só poderia entrar com a autorização dela, em meio a essa indecisão, a porta abre e minha mãe sai.

– Maxon? – disse surpresa. – O que você faz aqui?

– A senhora poderia me fazer um favor. Por acaso América está ai? – disse tentando parecer o menos ansioso possível. Ela levantou a sobrancelha e deu um leve sorriso de canto.

– A ruiva? Não, deve estar no quarto. Eu a acho, particularmente, muito bonita. – revirei os olhos e agradeci. Leonard já devia estar chegando ao meu escritório. Eu precisava dele, queria saber por que havia dito aquilo às selecionadas. Era questão de honra. Entrei no escritório e esperei-o ansiosa. Quando ouço alguém bater na porta.

– Pode entrar. – Donald era um homem de 30 anos, forte, porém mais baixo que eu.

– Majestade. Os arquivos que você pediu.

– Obrigado. Sente-se. – ele pôs os papéis na mesa e sentou-se, ele parecia uma pessoa engraçada e fácil de lidar. Mas era possível observar que ele estava um pouco nervoso.

– Donald, você é o responsável por falar com as selecionadas após os nomes delas serem anunciados certo? – ele confirmou com a cabeça. – Eu soube de uma delas, que você disse que de modo algum elas poderiam rejeitar-me, ou dizer ‘não’ a qualquer coisa que eu pedisse. Isso está certo? Não minta para mim de modo algum.

– Bom, senhor, foram ordens do seu pai. – pude sentir uma leve raiva subir, mas evitava ao máximo qualquer rubor em meu rosto. Fiz um gesto para que ele continuasse. – Na Seleção dele, houve uma menina que saiu por ter dormido com ele. A mãe dele a expulsou. Ele não queria que houvesse essa restrição e me disse que eu deveria falar isso caso houvesse alguma garota rebelde e não o aceitasse. – quando ele terminou parecia mais nervoso e estava vermelho.

– Bom. Donald me diga de quem é essa Seleção? Isso não é uma pergunta retórica.

– Sua, senhor.

– Então penso que seja eu que devo coordená-la, certo? – o homem parecia com medo. O que incomodou um pouco. – Pode falar sua opinião, não vou julga-lo mau.

– Bom, senhor. Concordo. A esposa será sua e eu imagino que a opinião dela sobre o senhor deve ser boa. Eu só cumpria ordens. – pude ver sinceridade nos olhos dele e quando levantou a mão pude ver que ele era casado.

– Então Donald. Penso que talvez nós possamos encerrar esse assunto por aqui, o que acha? E a propósito, que selecionada você escolheria caso você fosse o príncipe? – era uma pergunta interessante. Sempre via nas revistas quem o povo preferia, mas nunca tive uma opinião direta.

– Já que pergunta senhor. Eu sou um dois atualmente, mas minha mãe era uma Cinco antes de casar com meu pai, e apesar de ser um assessor, minha mãe me ensinou muito sobre ser um Cinco. Então creio que a Srta. América Singer seria minha escolha.

– É claro. – levantei-me e estendi a mão. Quando Leonard saiu levei toda aquela papelada, talvez eu olhasse algo das outras depois, mas precisava ver o formulário da América, por um momento senti como se eu tivesse espionando a vida dela, porém ela que escreveu tudo aquilo, não era um arquivo confidencial.

Puxei sua pasta.

América Singer, 17 anos, Cinco. 58 quilos - o que era abaixo do peso para alguém da idade. Três línguas: inglês, espanhol e francês. Escolaridade concluída. Em habilidades especiais tinha: canto – o que me deixou pensando de como seria voz dela, provavelmente maravilhosa – tocava piano, violino, violoncelo e violão.

Eu não sei por que fazia tudo aquilo, a todo o momento eu ficava cada vez mais frustrado porque sabia que ela não queria estar ali e porque era apaixonada por outro. Sabia que se ela estava ali e eu simplesmente quisesse que ela fosse a rainha, ela seria. Mas não. Eu não queria isso, queria ser amado, queria amar. Daphne disse que me amava, devia pergunta-la o que era aquilo, mas... América é diferente. Tem um olhar diferente, um brilho diferente. Comete alguns erros ali e aqui por não conhecer a cultura da nobreza, mas ao mesmo tempo mostra sua cultura e não tem vergonha dela. Dizia sua opinião e não tinha medo de quem ia contradizê-la. E acima de tudo, conhecia o que era amar alguém, e era isso o que eu mais temia. Não temia ela errar na frente do público, ela era inteligente o suficiente pra isso. Temia que ela nunca chegasse a sentir algo por mim nesses três meses de Seleção, além de amizade, e que fizesse com que eu sentisse algo por ela. Temia ser rejeitado. De uma hora pra outra senti um leve aperto no coração que nunca senti antes.

Afinal de contas o que eu queria com América? Joguei o formulário dela na mesa do meu quarto. E uma foto dela saiu de dentro do papel caindo no chão. Era a foto do formulário. Seus olhos azuis brilhavam e seu sorriso nunca esteve tão alegre, seu cabelo caía perfeitamente sobre os ombros. Eu conhecia de fotografia, uma foto como aquela teria que ser espontânea. Um sorriso como aquele não é falso, é verdadeiro, e eu queria ver aquele sorriso para mim. Peguei a foto e pus junto no quatro de fotos. Dessa vez eu não sentia mais angústia, mas estava determinado.

Eu não sabia como, mas eu iria conquistar América até o fim da Seleção.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Deixe seu comentário, ele nos incentiva e muito!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "A Seleção - Versão Schreave" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.