Anoitecia. O silêncio era uma mortalha fria na densa floresta. O homem de preto corria, e se fosse vivo, estaria ofegante. Logo atrás dele, vinha a jovem Donzela Caçadora. Os passos dela eram rápidos e treinados, assim como os seus cães, que a seguiam de perto, silenciosos. O homem ousou olhara para trás e viu não muito longe a coroa de flores secas e palha de trigo destacando-se nos cabelos dourados dela. Artemis logo o alcançaria. 

Se fosse humano, poderia tropeçado – o que teria ajudado muito a Deusa, mas isso não aconteceu. Ele era quase tão ágil quanto ela. Quase. A curta túnica que ela usava se mostrou mais uma vez útil: Permitiu que ela aumentasse de velocidade. Pegando uma de suas flechas, mirou-o. Ela voou, acertando-o instantaneamente no coração. Ele sentiu dor, seguido da paralisia de seu coração morto, que apenas bombeava o sangue para fazê-lo se mover. Seu corpo todo travou, e ele não mais pode se mexer.

Pela primeira vez os cães ladraram, indicando o caminho onde o corpo havia caído. Ártemis chegou até ele e seu último pensamento foi de que jamais deveria ter se atrevido a seduzir uma das donzelas dedicadas à ela. Melhor teria sido jamais ter entrado em Éfeso.

Depois de devidamente matá-lo – estaca paralisando, e decapitação, seguida de cremação, Ártemis se permitiu um brinde com absinto.

Ninguém chegava perto de suas melissae. Ninguém. Nem mesmo um vrikolakas.

Fim.