Capítulo 48 – Mudando

POV da Bella

Alguns dias depois do casamento, Edward havia me levado para uma ilha no Caribe, a fim de passar aqueles dias que eram a nossa lua de mel. Eu, é claro, estava exultante. Tinha o meu marido, o amor da minha existência, ao meu lado sem que ninguém pudesse nos fazer mal algum. Fiquei pensando em quanto tempo essa paz duraria.

“Está preocupada com alguma coisa?” Ele perguntou a mim, mentalmente, depois que nos acomodamos em nossos acentos de primeira classe no avião de volta para a Inglaterra.

Eu apenas acenei com a cabeça. Na verdade, eu estava pensando em como seria depois de amanhã. Eu não podia deixar de ficar ansiosa, tentando imaginar como eu seria depois de transformada. Eu seria um monstro louco, sedento por sangue? Desvairado? Ou seria apenas eu? A queimação era mesmo tão insuportável? Eu seria menos desastrada? Mais bonita?

POV do Edward

Bella estava muito quieta, além do normal. Seu medo por aviões não a deixava assim tão calada quanto ela estava. Eu me perguntava se ela estava arrependida de sua decisão ou se aquilo era somente uma ansiedade passageira.

- Então vocês dois já se conhecem? – Meu pai, Lord Masen, perguntou a mim no dia em que eu seria apresentado a minha futura companheira.

- Oh, sim. – Dominique sorriu. – Eu estava caminhando pelo campo quando tropecei. Ele apenas foi rápido em me ajudar.

- Isso é bom. Raro até. – Ele disse.

- Eu tenho pressentimentos bons... – Minha mãe dissera.

E ela não estava errada, de certa forma. Os flashes do passado invadiam minha mente. As visões, que por anos eu tentei esquecer, agora voltavam com força total, mostrando aquilo que eu já sabia... Eu jamais conseguiria esquecer aquilo que fui e aquilo que aconteceu. Mas ainda sim, eu conseguia sentir a dor da perda em meu peito... Eram mais flashes do passado.

- Está arrependida? – Perguntei a ela quando finalmente entramos no carro com Jasper.

- Ansiosa seria a palavra. – Bella respondeu. – Nunca me arrependeria de tudo, Edward.

- Que bom. – eu sorri.

- Maryann preparou um jantar que deve estar delicioso, Bella. – Jasper disse rindo.

- Deve? – Ela ergueu uma sobrancelha.

- Ao menos Amy e Emmett devem te acompanhar.

- Tem batatas fritas então... – Ela riu. – Emmett é uma criança grande. Onde já se viu um vampiro gostar de batatas fritas...

- Realmente, ele é mesmo uma criança grande.

Quando chegamos, Amy já estava na mansão, esperando para a chegada de Bella. Assim que ela saiu do carro, Amy a abraçou e as duas passaram um bom tempo juntas. Durante o resto da tarde, Alice fez questão de preparar todo um clima para a ocasião. Como era de se esperar, Emmett fez questão de acompanhar Bella durante o jantar. Ele era o único de todos nós que conseguia não ter ânsias com a comida humana.

Bella havia subido para nosso quarto e estava entrando no banheiro, enquanto eu ainda estava na sala de estar. Eu queria dar privacidade a ela, tentar diminuir o nervosismo que eu sentia em sua pele.

- Estou ficando com dor de cabeça. – Alice sibilou. – Não consigo ver o que acontece.

- Vamos dar uma volta. – Jasper estendeu a mão para ela. Os dois saíram pela porta da frente.

- Nós faremos o mesmo.  – Emmett, num momento de lucidez, deu a mão para Rosalie e saíram, seguindo o mesmo rumo de Alice e Jasper.

- Faça direito, Cullen. – Amy sibilou sarcasticamente, antes de puxar Demetri atrás de si.

Depois de um banho acompanhado de alguns sais de banho que Alice tinha mandado, coincidentemente ou não, colocar em meu banheiro, sentei em uma poltrona no canto do quarto. Bella sairia em pouco tempo, mas eu não iria apressar as coisas.

Deixei minha mente vagar e acabei me lembrando das vezes em que eu a mordi. Lembrei-me do gosto adocicado do sangue de Bella, isso fez minha garganta arder, minha boca salivar e meus caninos quererem ser descobertos. Engoli seco. E não podia vacilar, eu prometi que dessa vez eu faria o certo. Não havia ninguém para me impedir.

My Immortal - Evanescence

Então, vagarosamente, a porta do banheiro se abriu. Bella deu um passo para fora e procurou-me pelo quarto. O cheiro de sua pele impregnou todo o ambiente. Ela vestia um babydoll preto, com rendas e curto, contrastando com sua pele pálida. Seu cabelo estava solto, caindo em ondas pelos ombros, até o meio das costas. Ela sorriu singelamente quando me viu, então veio em minha direção.

- Só faça ser especial, Edward. – Bella sussurrou, sentando em meu colo.

Ela espalmou sua mão em meu rosto e então fechou os olhos. De repente, era como se eu fosse um espectador vendo uma cena ao vivo e a cores. E eu era. Eu era o espectador de um momento antes de todo o meu momento feliz ruir. Eu tinha Dominique em meu braços, ela sorria e então dizia: Só faça ser especial, Edward.

- De repente, eu posso me lembrar de tudo. – Ela sussurrou novamente.

- Eu farei ser especial. – Garanti a ela.

Subi minha mão pelas coxas de Bella, puxando-a mais para mim. Seu corpo quente arrepiou-se com o toque frio da minha pele. Aproximei nossos lábios e a beijei ternamente. Não havia dúvidas de que ela era feita para ser minha. Eu sentia que sim, sentia que não havia engano algum.

Deslizei meu nariz pelo seu pescoço, sentindo o perfume que emanava de sua pele quente. Bella arfou com a carícia. Suas mãos pressionavam-se contra minhas costas, como se fossem me arranhar. Eu a ergui e então a coloquei de frente para mim. Senti seus seios roçarem em minha pele e as mãos dela desabotoando habilmente minha camisa. Eu gemi com o toque.

Eu não iria resistir por muito tempo.

Carreguei Bella até a cama, colocando-a no centro e descendo meus lábios até sua barriga. Bella arfou novamente. Eu corri minha boca para seus mamilos, brincando com eles. A cada nova carícia, eu sentia o sangue de Bella ferver. Suas bochechas queimavam e seus gemidos tornavam-se cada vez mais constantes. Céus! E eu ainda nem havia tocado nela direito!

Eu não conseguiria resistir mais. Eu não conseguiria passar além daquilo.

Beijei novamente sua boca, dessa vez, o beijo se tornou mais urgente e ávido. O aroma de seu sangue estava cada vez mais forte. Nossas línguas entravam numa dança sensual e erótica, em meio a caricias que eu fazia em seu corpo e em meio ao desejo que eu tinha de torná-la ligada a mim de uma vez por todas. Afastei-me um pouco, observando sua expressão de satisfação, de felicidade.

Senti meus caninos começarem a aparecer.

- Não posso resistir por mais tempo, Bella. – Eu aproximei meu nariz e acompanhei o pulsar de sua artéria.

- Não resista. – Ela sussurrou quase inaudivelmente.

Sua mão subiu ao meu rosto e pousou em minha bochecha. Bella fechou os olhos e deixou sua cabeça cair para o lado. Sua respiração era descompassada, seus batimentos eram rápidos e só me atraia mais. Assim, deixei que meus caninos aparecessem por completo e levei minha boca em direção ao pescoço. Em momento algum, eu pensei em Bella como minha presa.

Beijei sua boca mais uma vez, antes de posicionar meus dentes sobre a região adequada.

- E este é o fim de sua vida humana. Eu te amo, Bella. – Então, cravei meus dentes sobre sua jugular.

No instante seguinte, Bella puxou-me mais para si, como em instinto. Seu sangue quente, adocicado e cantante descia pela minha garganta, acalmando a sede do monstro dentro de mim. Parte da minha mente estava atenta as batidas de seu coração, que a cada gole, ia ficando mais lento.

Eu não falharia. Dizia a mim mesmo, quando os flashes do corpo quase morto de Dominique sendo tirado de mim, invadia minha mente. Eu abri os olhos poucos minutos depois, ouvi o pulsar fraco de um coração, na tentativa de manter o corpo dela vivo.

Era a hora de torná-la minha.

Ergui Bella e a apoiei nos travesseiros bagunçados. Sentei-me e a coloquei sobre mim, em seguida, puxei a pequena adaga que estava estrategicamente colocada no beiral de um dos criados-mudo. Apontei a lamina para meu pescoço e fiz um pequeno corte na lateral.

- Bella, amor, vamos... É a sua vez agora. – Eu sibilei a ela, aproximando-a do meu pescoço e apoiando sua cabeça. Deixei que seus lábios roçassem na ferida. A mão dela caiu e então elevou-se um pouco sobre minhas costas. – Vamos, meu amor, você precisa beber.

Um pequeno movimento de seus lábios foi o que acarretou o resto. A partir da hora que você sente o gosto do sangue, que não é como ferrugem, você começa a sorvê-lo. O mesmo aconteceu com Bella. Sua língua provou o gosto do sangue e então, aos poucos, ela sorvia e ganhava força... Era instantâneo. Em pouco tempo, Bella se tornaria uma vampira completa.