Capítulo 31 – Fogo e Gelo

Poema – Fogo e Gelo (Robert Frost)

POV da Autora

- O que pretende exatamente?

- Eu apenas a quero. Ela será minha, somente minha.

- Mas ela já pertence a outro.

- Não importa, eu posso mudar isso. – Leon Blackwood murmurou, enquanto um pedaço de metal esfarelava-se entre seus dedos.

Leon Blackwood estava sentado em uma poltrona, confortavelmente acomodado sob a névoa que começava a cair sobre a cidade de Londres. Seus olhos percorriam as redondezas da cidade, observando cada mínimo movimento. Os cabelos loiros e finos esvoaçavam-se levemente com a brisa noturna.

- Sr. Blackwood? – Um homem, bem vestido, usando um terno escuro, com uma pequena abotoadura de um brasão antigo.

- O que quer?! – Ele disse rispidamente.

- Tenho uma péssima notícia a dar. – O homem disse pesarosamente. – Ele já a marcou.

- Tem certeza?

- Sim. Absoluta certeza, senhor. Ele nos apresentou-a.

- Então terei que agir rapidamente. – Leon sibilou sombriamente.

POV da Bella

Edward discutia com seus irmãos sobre quem poderia ser o vampiro-assassino dos três corpos que tinham sido encontrados e eu, bem, eu estava passando os canais da TV, procurando por algo, quando finalmente parei em um canal.

- ... Houve um sumiço de três corpos encontrados hoje, em regiões distintas da cidade de Londres. – O repórter dizia. – Sabe-se apenas que os corpos foram drenados, mas o assassino ainda está foragido.

- Omg. – Engasguei.

- Eu sou Jordan Kingsley, para o Notícia Minuto.

Fechei meus olhos tentando absorver as notícias que vinham com muito mais força a cada minuto que se passava. Algo estava errado, havia alguma coisa de muito estranho em tudo isso e, eu tinha certeza de que era Dominique que estava me avisando. Uma imagem veio a minha mente no mesmo instante, então, sem pensar duas vezes, mergulhei de cabeça naquela lembrança.

- Eu vou levá-la! - Um homem gritava, mas ele não parecia ser exatamente um homem, humano, normal. Ele era mais que isso. Seu semblante demonstrava raiva, ódio.

- Não vai. Ela é minha! – Era voz de Edward.

Então, de repente, mais homens apareceram no lugar – um quarto – e o seguraram por trás. Apontaram lanças com chamas ardendo em suas pontas, cercando-o, impedindo-o de que ele pudesse chegar perto dela. Edward não pode salvá-la. Seu corpo, que já começava a ficar sem vida, era levado dali. Ele não pode fazer nada.

Outra imagem surgiu em minha cabeça. Era como se eu pudesse ver de longe, um lugar bem distante ardendo em chamas de todas as cores. E, perto dali, estava Edward, caído, fraco.

- Bella? – Alguém me chamava, tirando-me do transe em que entrei.

- Eu... – Ofeguei levemente. – Eu acho que...

Eu tentava formar frases completas e conexas, mas a surpresa me impedia. Se Dominique foi enterrada pelos próprios pais e pelo Edward, isso significava, que depois de raptada, ela foi encontrada em algum lugar. Então, provavelmente, o seu seqüestrador teria fugido. Como ele saberia quando ela, no caso eu, retornaria? Ele já era um vampiro completo? Ou apenas um híbrido?

De repente, muitas coisas começaram a fazer sentido. Eu nem dava bola para Edward ou Rosalie me sacudindo, tentando me tirar do transe em que entrei novamente. Eu não sabia o porquê, mas eu tinha certeza que aqueles três corpos seriam apenas o começo de mais um drama que me envolvia. Claro, típico. Isabella Marie Swan, a falecida – agora em carne e osso – Dominique Nesbitt, estava em problemas. Muito típico.

- Bella!!!

- Hã me... me desculpem. – Murmurei sem graça, ao ver que até uma das empregadas estava na sala.

- Em que pensava? – Jasper perguntou. – Você estava muito distraída. Tensa.

- Antes, me responda uma coisa, Edward. – Pedi.

- O que quiser. – Ele sorriu.

- O raptor de Dominique no dia da lua de mel... quem era? – Perguntei. – Ele era um híbrido ou um vampiro completo? Ele foi achado?

- Eita!!! – Emmett gargalhou. – É por isso que ela estava tensa. Lembrando de momentos hot da outra vida, Bellão??

- Emmett. Cala. A. Boca. – Jazz e Edward disseram juntos.

- Ele nunca foi pego e eu nunca soube quem foi. – Edward disse calmamente. – Ele era um híbrido. Porque isso agora?

- Eu tenho a impressão de que ele tem algo a ver com o que está por vir. Não sei, mas algo me diz isso. – Sentei no sofá, jogando minha cabeça para trás.

- Demetri acabou de avisar que levou os corpos para um lugar seguro. Ele vai conseguir achar a pessoa. Ou quem quer que seja. – Alice entrou sorrindo, com o telefone na mão.

Quando comecei a dar os primeiros bocejos, Edward me levou para o quarto. Ok, ele me levou para o quarto dele e não um quarto só meu. Bem, eu, teoricamente, era esposa dele, mas tecnicamente não então... Oh céus. Tomei um banho rápido e coloquei um pijama quente que Alice tinha deixado em cima da poltrona. Sai do banheiro enrolada na toalha, me deparando com Edward, sentado na cama, sorrindo.

- O que foi? – Perguntei pegando o pijama. Quando me virei para voltar ao banheiro, senti uma mão em meu pulso.

- Não ouse. – Ele sorriu torto, enlaçando-me pela cintura.

- Nem ouse me morder. – Murmurei azeda.

- Não vou. Já tive minha cota hoje. – Ele me abraçou, levando-me em direção à cama.

Edward colou seu corpo ao meu, seus lábios brincavam com os meus de uma forma gentil, como eu nunca tinha sentido antes. Comemorei por dentro. Arfei, quando ele separou-nos. Suas mãos quase frias, percorriam meu corpo, acariciando cada milímetro da minha pele. Edward apenas me colocou sobre ele então, as imagens da primeira noite dele, com Dominique, quando ela despertou invadiam minha mente.

Parecia que eu podia sentir cada mínimo sentimento que passava como se fossem correntes elétricas por nossos corpos. Era como se eu e ele fossemos realmente um só, como se estivesse intimamente ligados.

Sua mão percorreu novamente minha coluna, mas dessa vez, foi para que eu o sentisse em mim.

“Alguns dizem que o mundo acabará em fogo,

Outros em gelo.”

Não havia eu e ele. O Eu e o Ele, agora estavam juntos. Era o fogo e gelo, juntos. Não havia nem começo e nem fim. Não havia o passado assombrando nossas mentes, não havia o futuro e não havia o presente. Nada naquele momento existia, por isso era tão especial.

“Fico com quem prefere o fogo,

Mas se tivesse de perecer duas vezes,

Acho que conheço o bastante do ódio

Para saber que a ruína pelo gelo

Também seria ótima.

E bastaria.”

A mão de Edward segurou minha nuca e sua língua invadiu minha boca. Nossos lábios moviam-se juntos, numa dança perfeitamente equilibrada. Edward foi descendo minha coluna até que eu ficasse completamente deitada na cama. Seus lábios traçavam caminhos entre minha mandíbula e meu pescoço, descendo finalmente até meu colo, trilhando um caminho entre meus seios.

- Edward... – Ofeguei. Senhor, eu não conhecia esse lado dele.

Ele nem se deu ao trabalho de me responder, apenas continuou brincando com seus lábios pela minha pele. Descendo cada vez mais, até chegar ‘nela’. Eu ofeguei novamente, quando senti seus lábios frios em minha carne quente.

- Deus, Edward... – Gemi novamente.

- Este é somente o começo, Bella. – ele disse com aquele sorriso torto, totalmente maroto no rosto.

Ele finalmente ficou sobre mim, foi posicionando-se em minha entrada. Céus, como podia ser tão torturante? Suas mãos percorriam toda a lateral do meu corpo, meus dedos estavam perdidos em seus cabelos cor de cobre, enquanto eu ia sentindo-o dentro de mim.

- Está vendo, Bella... – Ele sussurrou novamente em meu ouvido. – Não existe eu e você. Somente nós. Você foi feita especialmente para mim.

- Eu te amo. – Disse por fim, antes de cair em sono profundo.