"E é assim que eu acabei voltando para o Japão para o resto das férias de Verão" - concluiu sorrindo para o amigo de cabelo azul enquanto eles saiam da sorveteria cada um trazendo um milk-shake em mãos.

"Isso é uma grande história" - comentou Jou com um sorriso - "Bem surpreendente e de alguma forma isso parece apenas como algo que iria acontecer com você. – ele bebeu um pouco de seu milk-shake - Você não é uma garota sortuda?” - Ele brincou.

Mimi mostrou a língua para ele o que acabou fazendo-o rir. E a risada dele que posteriormente evoluiu para gargalhadas logo depois. Sua alegria lentamente deu lugar a um confortável e amistoso silêncio.

E ambos seguiram algum tempo assim até que a garota pegou na mão do rapaz e lhe arrastou para a sombra de uma arvore. Sendo que ali os dois puderam se sentar juntos na encosta gramada.

“Jou mudou muito no tempo em que eu estive fora ”- pensou Mimi observando seu companheiro com o canto do olho” - Ele parece estar se dando muito bem na faculdade de medicina e ela parecia estar o fazendo bem também. Ele esta tão diferente. Ele se livrou de um lote de suas alergias e medos menores. " - Ela suprimiu um sorriso travesso - " Seu senso de moda melhorou drasticamente também! Eu quase não o reconheci no aeroporto.– Ela sorriu ao lembrar - Se o seu cabelo não fosse na mesma cor azul, eu não estou completamente certa que eu iria tê-lo reconhecido. Embora, os outros tenham mudado também desde a ultima vez que os vi..." - Ela sorriu carinhosamente pensando no outro Digiescolhido.

"Mimi". – chamou Jou se virando para ela que ainda estava terminando seu milk-shake. A morena virou-se para o amigo que havia lhe arrancado para longe de seus pensamentos.

“Hmm?” – perguntou Mimi ainda mantendo o canudo em sua boca e então o retirando para que pudesse falar – “Algum problema, Jou?”.

“Veja” – disse Jou sorrindo e apontou no horizonte – “Olhe para o pôr do sol”. - Com um sorriso, Mimi se virou para ver por si mesma o céu.

“Nossa... É tão bonito” – falou Mimi e ela respirou em reverência.

O céu estava nas cores do fogo como se o sol estivesse incendiando o horizonte em chamas. Havia linhas na cor dourada do ouro estampado na antes superfície azul ao seu lado vinham os tons vermelhos mais fortes e laranjas brilhantes que se desvaneceu gradualmente em rosa claro e roxos mais escuros. Reflexos dos últimos vestígios do céu azul ainda se mantinha à margem das cores brilhantes e suavizando todos aqueles tons unidos.

Não havia como discutir que o pôr do sol ali parecia tão mais incrível que o que via no ocidente apesar de que Mimi tinha que admitir a si mesma que a tempos não parava para observar aquele fenômeno. As primeiras estrelas da noite iam piscando no céu e então começando a brilhar. Dando uma polvilhada na cena com um pouco de poeira estelar.

Por alguns momentos, eles simplesmente ficaram lá apenas um ao lado do outro a observar a obra-prima da natureza antes deles. Eventualmente, Mimi desviou seu olhar longe do fenômeno para agradecer a seu amigo para mostrar-lhe este pequeno pedaço do paraíso na Terra. Como ela deslocou-se para encará-lo e abriu a boca então suas palavras morreram em seus lábios e ela ficou ali calmamente assistindo-o em seu lugar.

O êxtase de sua alma enquanto ele se deliciava com a magnificência exibido em todo o céu fez a sua face positivamente radiante. A luz do sol sumindo brilhava seu cabelo e em seus óculos criando uma espécie de... Ela não sabia ao certo ao que podia chamar aquilo. Era como se não houvesse como descrever o que todas aquelas cores podiam ter efeito sobre ele. Apenas faziam. Como se o pôr do sol só estivesse ocorrendo porque ele estava ali.

Mas foram os olhos dele que ela não podia suportar a mover seu olhar longe deles que brilhavam em êxtase. Eram cheios de uma energia sonhadora romântica que puxou seu para dentro de seu coração em reviravoltas e chamava a sua alma.

Aquele olhar era longe de pertencer aos mesmos olhos cansados ​​de um estudante de medicina. Não existia ali o rosto excessivamente sério que ele normalmente usava. No lugar do estudante de medicina sério que ela geralmente encontrava entre os seus melhores amigos havia aquele outro. Ela estava sentada ao lado de um jovem sonhador, cheio de vida e potencial, contente com tudo no mundo.

Ela sentiu seus olhos lacrimejarem ligeiramente na visão dele. Sentindo-se abençoada que ela teve o privilégio de vê-lo tão relaxado e feliz. Este foi um lado de Jou que ela nunca tinha visto em muitos anos que ela o conhecia. Será que ela o conhecia tão bem assim?

Um sorriso cruzou os seus olhos como ela tentava memorizar cada detalhe antes de o feitiço passasse e o pôr do sol tivesse o seu fim. Sua mente meditava “Ele parece tão diferente, tão vivo... Eu nunca percebi o quão bonito ele é.”. Mal ela pensou que as palavras quando ela sentiu-se começar a pensar no tinha lhe ocorrido.

“Eu pensei que achava que Jou era... bonito?” pensou ela, trêmula. Ela pegou numa um suspirar agudamente uma quantidade de ar, espantada. Sub-repticiamente, ela deu mais uma boa olhada para ele.

“Okay...” Ela se sentiu como se estivesse o vendo pela primeira vez. ”Ele é realmente bonito! Então por que estou em pânico? Só por que não percebi isso antes? Por que será que eu não percebi isso antes?”.

À medida que os pensamentos invadiram seu consciente foi que ela repreendeu-se por seus pensamentos traidores “Jou é meu amigo!”.

Joe pegou o olhar irritado que atravessou seu rosto com o canto do olho. Pensando que ela estava esperando para dizer algo a ele, ele virou a cabeça e lançou lhe um sorriso caloroso.

Ela arregalou os olhos como borboletas descontroladamente vibrassem em seu estômago. Ela corou e rapidamente virou-se para olhar o pôr do sol, perturbado pelo efeito seu sorriso tinha sobre ela. ”O que está acontecendo comigo? É apenas o Jou, contenha-se Mimi...”.

"Mimi?"

Seu coração disparou ao ouvir o som de sua voz. E se ela tivesse sido tão masculina e calmante assim desde sempre? “Okay... sem pânico, apenas tente não enlouquecer.” pensou ela consigo mesma. Canalizando toda a sua força de vontade em fazer com que sua voz parece em seu tom habitual, ela respondeu:

"Humm, sim, Jou?", Ela cautelosamente olhou para ele. Estava forçando-se a olhar e agir normalmente, apesar de sua agitação interna.

Ele atirou-lhe aquele sorriso devastador novamente como ele bateu o relógio. "Devemos ir. Eu prometi a minha mãe que eu estaria de volta antes do anoitecer”.

Com um rápido sorriso e aceno foi que ela se afastou dele com um leve suspiro de alívio. Ela poderia escapar antes que seus pensamentos e sentimentos desconcertantes dirigissem a loucura. Ela franziu a testa um pouco. Apesar de seu alivio em saber que ela logo estaria afastada dele, ao mesmo tempo parecia que também se sentia... Decepcionada?

Ela balançou a cabeça ligeiramente. Não tinha tempo de ser remoer por coisas confusas. Isso poderia esperar até depois que ela voltasse para Sora e poderia examinar tudo de uma forma mais objetiva, longe da fonte de distração. Levantando da grama com a ajuda dele que lhe estendeu a mão. Ela sentiu uma espécie de corrente elétrica lhe percorrer ao toque dele e sua pele arrepiar.

"Então, vamos pegar essa estrada!" falou ele enquanto começaram a seguir lado a lado.

Se Jou tinha notado que ela estava sorrindo um pouco mais brilhantemente do que de costume para ele, não deu nenhuma indicação. Eles caminharam abaixo da estrada, até que Joe viu algo à frente. Ele apontou animadamente com um pequeno grupo de pessoas que estava exercendo alguma espécie de ensaio musical como uma pequena orquestra "Olhe para isso!”.

O rosto de Mimi eclodiu em um sorriso radiante. "Venha! Eu quero vê-los tocar!” Ela gritou quando ela começou a correr em direção ao grupo. Com uma risada, ele a seguiu.

Assim como ele estava prestes a alcançá-la, Mimi pisou em seu pé um pouco estranhamente, fazendo-a tropeçar. Ela gritou quando caiu para frente em direção à calçada de concreto.

"Mimi!" Ele gritou rapidamente agarrando seu pulso e puxando para trás para evitar que caísse. A força do puxão juntamente com a posição dos seus pés girou em torno dela para que ela se jogasse em seus braços assim que ele deu um passo para trás para mantê-los de cair. Por uma fração de segundo, seus olhos se encontraram, e ela esqueceu tudo o resto.

Por essa fração de segundo, tudo o que existia em seu mundo era Joe. Ela não sabia como explicar isso, mas naquele momento ela sentiu que sua alma tinha sido irrevogavelmente unida para a dele.

"Você está bem?", Perguntou Jou, verificando-a para os ferimentos.

"E-eu estou bem", ela conseguiu responder.

Ele balançou a cabeça em reconhecimento de que aquilo poderia não ser verdade. Então voltou seu olhar para o tornozelo ela tinha tropeçado e sugeriu ao ver que não estava colocando aquele pé no chão "Tente ficar de pé sozinha”.

Balançando a cabeça foi que ela assentiu. Então se afastando dele e tentando colocar o pé no chão. A garota reprimiu uma careta de dor e tentou dar um passo só que assim que o fez foi que imediatamente tombou para frente. Logo se vendo de volta em seus braços, com um estremecimento.

Ele olhou com preocupação no rosto antes de franzir o cenho para o tornozelo. "É melhor eu olhar para isso." Ele olhou de volta para seu rosto. "Vamos encontrar um banco ou algo assim."

Ele virou a cabeça para frente e para trás, fazendo a varredura nas imediações de um banco. Quando ele encontrou um, ele sorriu brevemente antes de sua testa franzida. ”Há um banco lá, mas é uma boa distância. Seria difícil para ela mancar todo o caminho até lá.”. Ele olhou para garota antes de franzir os lábios e decidir. “É a única maneira.”

"Mimi, é tudo bem para você se eu levá-la até aquele banco lá?" Ela se virou para olhar por cima do ombro na direção em que ele estava apontando. "É um pouco longe para você mancar." Ele olhou solenemente para ela a espera de sua resposta.

Ela sentiu que os seus os joelhos haviam ficado um pouco mais fracos sobre aquele pedido. Em silêncio, sem olhar para ele foi que ela balançou a cabeça. Ele cuidadosamente pegou-a em seus braços e de forma constante caminhou em direção ao banco.

Mimi queria morrer de vergonha. ”Ele está tão perto, eu posso sentir seu coração bater... ou será que é o meu?!”. Ela sentiu o calor tomar o seu rosto enquanto ela fechou os olhos. Quando os abriu novamente, ela hesitante levantou os olhos para o seu rosto.

Os olhos dela se suavizaram ao vê-lo. Ele parecia tão forte e capaz. Sentia-se segura. Um leve sorriso tocou seus lábios. ”Meu confiável Jou”, pensou com carinho. Então os olhos dele encontraram dela, lembrando-a da situação. Ela rapidamente desviou os olhos.

Com uma risada, ele perguntou: "Há algo no meu rosto?”.

"Huh?" Ela olhou para ele com surpresa. "Não, por quê?”.

"Você estava olhando para o meu rosto", ele a lembrou pacientemente, uma pitada de diversão em seus olhos escuros.

"Oh, sim, eu acho que eu estava", ela admitiu em constrangimento. "O... o pôr do sol estava refletido em seus óculos," ela ofereceu aquela desculpa fraca, estando rezando para que ele fosse capaz de acreditar.

"Sério?", Ele perguntou um pouco surpreso. O sol não estava realmente em seus olhos em tudo.

Ela o olhou diretamente nos olhos e respondeu com sinceridade: "Sério.”.

Ela inclinou a cabeça em seu ombro com um tom opaco de vermelho nas bochechas. Era verdade que ela estava olhando para os óculos, mas ela sabia que ela tinha sido mais interessado nos olhos dele. que ela apenas tinha sido capaz de nota-los por conta do pôr do sol refletia sobre os óculos. Ela sentiu os passos vacilar um pouco.

"Mimi...?", Ele perguntou hesitante, "Umm, o que você está fazendo?”.

Ela encarou-o, com um olhar de culpa em seus olhos. "Isso te incomoda?", Perguntou ela, ansiosa.

Ele piscou, surpreso com a reação dela. "Uh, não ... não, não realmente" respondeu ele, parecendo um pouco envergonhado. "Eu só estava me perguntando por que ...?"

Ela tornou a depois sua cabeça no ombro dele e a encara-lo dessa vez mais charmosa, sorriso despreocupada e explicou alegremente: "É mais confortável desde que eu posso descansar minha cabeça." Seu sorriso desapareceu em um olhar um pouco preocupado. "Tem certeza que você não se importa?" Ela cutucou erguendo a cabeça.

Ele deu um sorriso tranquilizador e balançou a cabeça. "Eu estava me perguntando se era algo assim. Você pode se deitar em mim novamente, se você quiser.” Ele sorriu e acenou com a cabeça lá indicando algo a frente. "Estamos quase lá.”.

Por mais alguns preciosos momentos, ela descansou em seus braços só com relutância deixando-os quando eles tinham chegado ao banco.

Depois que ele a colocou no chão, ele abaixou-se para realizar uma inspeção rápida, mas completa de seu tornozelo. E novamente foi que houve outro contato de pele enquanto ele analisava seu tornozelo. O toque das mãos dele era firme e ao mesmo tempo em que conseguia ser macio enquanto o olhar parecia estar traçando um diagnostico visual em sua mente.

"Nada parece estar quebrado e ele não se parece com a lesão grave. Você provavelmente só torceu e isso não é nada para se preocupar. Nós só precisamos manter o seu peso fora dele por um pouco mais”.

"Muito obrigado, Jou", ela murmurou baixinho.

Ele sorriu de volta. "Não precisa agradecer. Além disso... Eu não seria muito de um médico se eu não pudesse diagnosticar e tratar tornozelos torcidos”. Ele falou aquilo de um jeito meio brincalhão fazendo com que ela lhe desse um sorriso fraco.

Imediatamente, ele ficou sério. "Ainda dói?”.

Ela olhou para seus pés e hesitante respondeu: "Sim...”.

Joe olhou para o céu por um minuto antes de tomar sua decisão. "Eu vou levar você parte do caminho de volta. Eu espero que isso vá dar ao seu tornozelo o tempo que precisa descansar”.

Mimi mordeu o lábio na indecisão. Ao vê-la hesitar, ele pediu:

"Vai ser o caminho mais rápido para levar você de volta para Sora”.

"Tudo bem", ela concordou.

Depois que ela subiu em suas costas, ele a levou para o complexo de apartamentos em que Sora morava. Fechando os olhos, ela deitou a cabeça no ombro dele. Ela não sabia o que estava acontecendo, mas por enquanto, ela estava gostando.