Deixe ir escrita por Thalia


Capítulo 16
Nossa essência


Notas iniciais do capítulo

Ola amiguinhos! uhehehee Desculpem o atraso mais uma vez, minha vida esta uma CORRERIA. Antes que me apredejem, quero que saibam q esse cap. ficou um pouquinho (leia-se muito) curto. Tipo ,andei sem tempo mesmo e como n queria atrasar tanto, e n deixar vcs com raiva de mim kkkkkkk resolvi postar logo o que ja havia feito... Bem, boa leiura.
P.S.: encarem mais como um mini cap., uma introdução para o que vem por ai Talvez n aconteça muita coisa hehehe



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Um segundo... foi o tempo em que Jack e eu nos entreolhamos antes dele cair para frente, puxado por algo que não consegui identificar de imediato, pois meus olhos não se desviaram do garoto de cabelos brancos. Solto um pequeno grito. Jack cai bruscamente no chão e começa a ser arrastado em direção à... Claro, como não pensei nisso antes? Bem que eu havia notado que a planta próxima à janela havia crescido além do normal. Agora, seus ramos verde-escuros parecem ter se alongado um pouco mais. Eles estão crescendo e se espalhando rapidamente por todo o aposento, e é um desses que está puxando Jack. Devem ser bastante fortes pois fazem isso com grande facilidade.

–Jack! –grito, assustada e corro em direção a ele, com uma estaca de gelo na mão. Não sei se sou realmente boa de mira ou foi simplesmente a sorte a meu favor. Acontece que consigo atravessar à distância o grosso ramo que prende Jack com minha estaca de gelo. Ele solta o imortal imediatamente.

Não paro.

Continuo lançando diversas estacas em todos os ramos que encontro pela frente e quando estou prestes a congelar de vez aquela planta diabólica, ouço um barulho ensurdecedor, como um... lamento, um sinal de dor. Os outros ramos remexem-se no chão, como cobras. Cubro meus ouvidos para não ficar surda e Jack faz o mesmo, ajoelhado no chão. Enquanto o barulho não para, não consigo pensar com clareza, não consigo falar. Minha mente só absorve o ruído esquisito e eu sinto uma agonia em meu ser, como se estivesse ouvindo o lamento das almas no inferno.

Minhas pernas cedem e me ajoelho, fechando os olhos, implorando para que isso pare. Não consigo descrever o barulho, só sei que vêm da planta, mas como isso é possível eu não tenho a mínima ideia. Lentamente, abro os olhos e meu olhar recai em Jack. Ele parece estar sofrendo mais do que eu. Além de ter que aguentar o barulho, os ramos haviam começado a se entrelaçar em seus pulsos, o impedindo de cobrir os ouvidos e o puxando, cada um para um lado. Eu não sei o que poderia acontecer com Jack primeiro se eu não impedisse: Ou ele morreria de agonia com o ruído, ou os braços iriam se desprender do corpo.

Engulo em seco, receosa com qualquer uma das possibilidades. Sei o que preciso fazer agora. Ignorando o fato de que ficar de pé em uma situação caótica dessas é quase que insuportável, levanto-me, sem tirar as mãos das orelhas. Ando com alguma dificuldade até ao lado de Jack e houve uns dois momentos em que eu quase cedi, tamanho impacto que o som está fazendo com minha frágil estabilidade. Assim que estou próxima dele, me ajoelho ao seu lado. Agora é a parte mais difícil. Olho em seus olhos. Eles estavam fixos em mim por todo o tempo. Mesmo com toda a dor que sua expressão demonstra, ele não para de me encarar. Vejo-o dar um pequeno arquejo de dor. Pelo menos deduzo que seja isso, já que não consigo ouvir nada além do barulho ensurdecedor. Sua cabeça pende para baixo por um breve momento e de suas orelhas escorrem filetes de sangue. Arregalo os olhos, com medo.

Com toda a força de vontade que eu poderia ter, disposta a enfrentar qualquer coisa por ele, respiro fundo, me preparando para o pior. Descubro rapidamente as orelhas. Para o que iria fazer agora, precisaria da magia de ambas as mãos, mesmo que a minha direita ainda estivesse um pouco debilitada. O barulho obviamente fica mais intenso quando faço isso, mas me forço a continuar.

–Aguente mais um pouco, Jack! –digo, embora não ouvisse o som de minha voz, e tenho certeza de que ele também não.

Olhando-o daquele jeito, sendo torturado, fragilizado, me lembro de que apesar de sua alma poder viver eternamente na mesma existência, ele pode morrer. Consigo sentir isso. De algum modo, percebo que seu corpo está sucumbindo. Aquilo é demais para ele. E depois de alguns segundos, seria demais para mim também.

Seguindo com o meu plano, me inclino um pouco para baixo e encosto minhas mãos no chão de madeira. O ruído insuportável limita a ação de meus poderes, pois não consigo agir rapidamente, precisando de toda a concentração que conseguisse reunir para poder continuar. Fecho novamente os olhos. Penso única e exclusivamente em emanar meus poderes de meu interior, chamar com toda a fé o que sempre esteve dentro de mim, que antes considerava uma maldição, mas agora um dom que assumi com toda a alegria quando consegui entendê-lo um pouco mais.

Única e exclusivamente? Minto, o garoto de cabelos brancos sempre está presente em meus pensamentos desde que o conheci. O barulho ensurdecedor pode atrapalhar, o sangue em minha orelha poderia continuar a cair, a agonia que estou sentindo no momento pode tentar me persuadir a desistir e sair de uma vez desse quarto; mas há uma coisa que prevalece, que sempre vai me fazer permanecer qualquer que fosse a situação. A razão é, e só agora me dei conta, de que não consigo me imaginar perdendo-o. Não suporto vê-lo nessa situação e ficar de braços cruzados enquanto ele é torturado. Isso me destrói mais do que uma simples dor física. Meu Deus... o que está acontecendo comigo?

Formo, apenas com a força de meu pensamento, uma fina barreira de gelo ao nosso redor, nos protegendo do barulho. Mas não é o suficiente. Continuo forçando minhas reservas de energia, até elas que se esgotassem se fosse preciso, para fortalecer o campo de força. Porque não é apenas gelo que a compõe. Não, é algo mais. É minha própria essência, minha magia em seu estado mais puro, livre de qualquer umidade externa. Lembro das palavras de Jack, ditas ao que parece ter sido eras atrás: “Emanamos de nós mesmos o poder de fazer congelar o que quisermos, sem precisar da umidade. E essa habilidade...é bem mais poderosa.” Agora compreendo perfeitamente o que ele quis dizer. Verdade que a situação é diferente, não estou diante de fogo, mas o fato de poder criar a neve e o gelo... É incrível, indescritível.

Movida por esse novo poder e satisfeita com o resultado bem mais eficiente que ele provoca, intensifico ainda mais barreira, criando várias e várias camadas de gelo, uma por cima da outra e deixando a proteção mais grossa. Mais o som ainda ecoa, persistente, em meus ouvidos e não sei quanto tempo mais eu posso suportá-lo. Cedo por um instante, abaixando a cabeça e quase exausta por completo. Preciso ser forte, é minha única escolha. Mas é tão difícil... Suspiro, preocupada. A barreira não é suficiente.

Ainda.

Sinto um suave beijo em meus cabelos. Simples, rápido, mas que me desperta de meu pessimismo. Levanto a cabeça e deparo-me com Jack olhando para mim. Seus braços haviam sido soltos, a barreira cortara os ramos. Poso vê-los estirados no chão, sem vida. Jack me lança um olhar confiante, o que é irônico em nossa situação.

“Tenha um pouco de fé”, ele diz. Não com os lábios, mas com os olhos azuis da cor da noite, enigmáticos e maliciosos como sempre.

Confio nele, não sei como consigo, mas... Eu não sei. Minhas barreiras emocionais caíram, estou à mercê dele como nunca pensei em ficar de alguém.

Ele encosta sua testa na minha, mantendo as mãos em meu rosto, e imediatamente sinto minhas forças revigorarem. Meu poder é multiplicado por vezes incontáveis. Parece, estranhamente, que minha magia e a dele são apenas uma. Frações de uma mesma essência, de um mesmo poder.

A barreira é fortalecida ao máximo, fazendo o barulho se tornar quase inaudível. Apenas um fraco ruído ainda permanece. Dou um suspiro de alívio, exausta e esgotada, inclinando meu corpo para frente. Os braços de Jack se abrem para envolver meu corpo em um abraço acolhedor.

–Estou tão orgulhoso de você. –ele sussurra, a voz denunciando exaustão. Percebo, isso é óbvio, que ainda posso ouvi-lo, embora sua voz soasse um pouco distante mesmo eu estando perto dele. Ótimo, não havia ficado surda.

Dou um sorriso cansado, com a cabeça apoiada em seu peito. Meus ouvidos doem, sinto o sangue escorrer por eles. Mas estamos bem, ele está bem. É o bastante para mim. Me encolho ainda mais em seu corpo, que se encaixa perfeitamente no meu. Nenhum de nós tem pressa para sair daquela posição.

–Eu não teria conseguido sem você. –assumo, me afastando dele para olhar em seus olhos- Foi tão estranho, Jack. Eu simplesmente... –hesito, pensando nas palavras corretas- ...consegui fazer aquilo direito, o que você me ensinou, lembra? Sobre não usar a umidade.

Dou de ombros, confusa.

–Eu não sei como, mas eu consegui.

Ele ri, entretido, embora fosse óbvio que ele ainda sente dor. Olho para os seus pulsos, avermelhados e sinto uma vontade súbita de cuidar dele. Começo rasgando um pedaço do fino forro do vestido para limpar o filete de sangue em seu rosto. Ele me encara, parecendo surpreso, mas permite.

–Você está se desenvolvendo cada vez mais. –diz, visivelmente satisfeito com isso. Como um professor que admira seu trabalho com um aluno que parecia sem salvação- Em situações de perigo, pode fazer coisas que nunca achou que fosse capaz. Como... –ele para, hesitante. Provavelmente se arrependeu de começar a frase, mas eu já sabia do que se tratava.

–Quando amaldiçoei Patrick, o congelando por dentro e... o matando. –completo, triste, abaixando a cabeça e retirando a mão de seu rosto.

Ele levanta meu queixo, me fazendo olhar para ele.

–Você me salvou, rainha da neve. De novo. Você poderia ter ido embora, mas... ficou. Ficou por mim. –ele fala, admirado.

–É claro que eu fiquei. –digo, como se isso fosse uma atitude óbvia. Mas não completo minhas razões. Não esclareço que ele havia sido meu maior estímulo para eu ter feito o que fiz...

Mas eu não havia feito sozinha.

–Jack... –começo, pensativa- Foi a Mãe terra, não foi? –pergunto, só esperando uma confirmação. Quem mais manipularia plantas?

E como eu já esperava, ele concorda discretamente com a cabeça

–Só ainda não consigo entender como ela soube. –ele assume, intrigado

Olho ao redor, observando a barreira de gelo que nos envolve. Pela espessura, não tem como ver o que está além dela. Apenas me deparo com o azul claro e límpido do gelo.

–Fizemos isso juntos... –digo, admirada. –Você sabia, Jack? –pergunto, olhando para ele- Sabia o que iria acontecer se encostasse em mim? Que nossos poderes se uniriam... –hesito- Bem, eu nem sei se posso chamar o que aconteceu desse modo.

Encosto o tecido rasgado em meu próprio rosto, enxugando o sangue. Jack se move, parecendo desconfortável.

–Ah, sim. É claro que sim. Temos o mesmo poder, não é? E você estava bastante concentrada no que estava fazendo, sua magia estava quase pulando do seu corpo de tão forte... Isso permitiu que eu pudesse fazer uma conexão entre nosso poder. Que você pudesse extrair de mim a magia necessária, apenas por um momento, para se tornar mais forte.

Ouço atenta suas palavras. Sua explicação é coerente, mas o jeito que ele pareceu preocupado quando o interroguei, me fez desconfiar.

–O que foi? –ele pergunta, e percebo que eu ainda estou o encarando.

–Nada. –minto, resolvendo não persistir no assunto. Se ele está escondendo algo, não é o único.

Toco discretamente meu pulso direito, onde a corrente dada por Hans está oculta pela manga do vestido.

Jack para, atento. O barulho cessara por completo.

–Podemos ir agora. –ele diz.

Vejo ele encostar a mão no gelo e aos poucos, este começar a desaparecer. Logo, a barreira some e para a minha surpresa, o quarto está completamente coberto por gelo.

Jack se levanta primeiro e estende sua mão para mim. Aceito-a, me levantando também. Observo admirada o que havíamos feito.

–Incrível... –admiro, olhando para a lareira, onde o fogo havia sido substituído por um punhado de neve. A poltrona onde eu estava sentada parece um trono de gelo. As pinturas emolduradas e penduradas nas paredes só retratam agora um azul uniforme e gélido.

A única coisa que me deixa preocupada é que não vejo sinal da planta assassina. Seus ramos simplesmente haviam sumido. O vaso continua perto da janela, mas está vazio, igualmente coberto de gelo. Olho para Jack, que tinha saído do meu lado e está observando alguma coisa da janela, e estou prestes a comentar sobre a planta.

–Você não tem ideia da bagunça que fizemos, rainha da neve. –Jack fala primeiro, sorrindo e acena com a mão rapidamente para que eu me aproxime.

Curiosa para saber a razão daquilo, vou até ele e olho através da janela.

E eu nos admirando por congelar um quarto em apenas um segundo...

O silêncio é sufocante. Parece que o tempo havia parado. Mas não, é apenas o gelo cobrindo todo um reino.


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Notas finais do capítulo

Aiii meu deus!!! kkkkkkkk e ai? deu pelo menos para matar a saudade? Foi um pouco dramatico eu sei, mas... eu fui escrevendo, escrevendo, ai deu nisso uhehehe Como já estou com o roteiro do cap. quase completo na minha cabeça, então provavelmente ele saira nesse fim de semana o/ aleluia. eus sei q vcs ja ficam desconfiados se va sair msm mas estou muito confiante dessa vez u.u Ei, queria fazer uma pergunta... o q vcs acharam dessa ideia? Tipo, se n der muito tempo para eu terminar o cap. pelo menos eu posso postar uma parte, como fiz nesse. Gostaram? Ou melhor esperar os grandes?? Bem, espero q n tneham ficado decepcionados pq realmente n teve muitoa coisa, mas eu n esqueci da minha promessa: Dêem um olá para a Imogen e a Mãe-terra no prox. cap. hehehe E talvez ate para outra pessoa q n vou dizer o nome MUAHAHAHA



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