Eyes of a Huntress escrita por QueenOfVampires


Capítulo 3
Capítulo 3


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoas! Espero que gostem desse capítulo, tem o Bobby, tem Meghan&Dean, tem um caso novo, tem Gabriel... Enfim, esse caso vai ser inspirado no episódio Yellow Fever da 4ª temporada que tenho certeza que todos amam e eu também! Agradeço desde já a quem está acompanhando e comentando, fiquei muito feliz em saber que estou agradando tanto. Boa leitura!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/580609/chapter/3

Todos estavam na sala de Bobby, Dean e Sam tomava cerveja sentados nas cadeiras, eu estava estirada no sofá tomando uma Coca-Cola e debatendo com Castiel questões do Universo, eu adorava fazer isso porque perguntar para um anjo aquelas coisas do tipo "O que estamos fazendo aqui?", "Para onde vamos?", "Quantos grãos de areia existem no planeta?", "Por que a galinha atravessou a rua?" é muito engraçado. Ele tentava ter uma resposta para tudo e eu sempre vinha com um questionamento. O coitado já estava ficando perturbado.

– O que você tem pra gente, Bobby? - Dean perguntou.

– Então, umas pessoas estão morrendo de ataques cardíacos numa cidade vizinha...

– Não é normal que humanos morram de ataques cardíacos? - Castiel perguntou.

– Me deixe terminar. - Bobby prosseguiu - Eles eram pessoas com a saúde perfeita, sem qualquer problemas cardíacos... Simplesmente morreram. Porém, uma coisa que eu descobri foi que eles estavam tendo comportamentos, no mínimo, estranhos.

– Como assim? - Sam perguntou.

– Bom, a família da primeira vítima disse que ele se trancou no quarto no escuro com medo de mosquitos atraídos pela luz, esquilos e morangos azedos.

Todos nós olhamos confusos enquanto Bobby pegava outra folha de papel.

– A segunda vítima literalmente morreu de susto. Sabem aquelas latas que tem cobrinhas que saltam ao abrir? - Nós assentimos - Pois é, ele não aguentou tamanho terror e morreu.

– Então basicamente todos morreram de medo. O coração deles parou de tanto medo? - Dean se perguntava.

– Parece que sim, eu pesquisei algumas coisas sobre isso e parece um tipo de Mal de Fantasma. - Bobby pegou um livro que tinha uma página marcada - É algo como uma doença fantasmagórica, o espírito se vinga de quem quer usando o medo, porém, também se espalha como uma doença normal. Pelo ar ou tocando... Essas coisas.

– E se não cuidarmos logo disso, vai virar uma epidemia. - Sam complementou.

– Isso mesmo, eu fiz mais algumas pesquisas e descobri que os primeiros contaminados não tinham nenhuma ligação além de que ambos fizeram a mesma coisa na noite de sábado.

– O quê? - Dean perguntou tomando mais um gole da sua cerveja.

– Foram à um circo local.

– Circo?! - Eu e Sam pulamos assustados dos nossos lugares.

– Sim, circo... - Bobby nos olhava desconfiado - Essa reação não tem nada a ver com o medo que vocês dois tinham de palhaços, certo?

– Não! - Nós dois respondemos juntos, trocando olhares de cumplicidade.

Quando erámos crianças, nada nos assustava mais do que malditos palhaços. Já estávamos acostumados com as criaturas e qualquer outro tipo de coisa sobrenatural. Mas palhaços eram... Coisas malignas e assustadoras, só de pensar neles um nó me subia na garganta e me fazia querer chorar e correr como se não houvesse amanhã. Sam também morria de medo desses desgraçados, quando víamos algum palhaço na rua, simplesmente nos agarrávamos no braço um do outro e corríamos para o mais longe possível.

Até hoje eu sinto medo dos malditos palhaços, até hoje eu tenho capacidade de chorar se um chegar muito perto de mim com aquele sorriso maníaco, nariz diabolicamente vermelho e sapatos extravagantes. Ah não! Já está vindo o nó na garganta de novo. Esse caso vai ser complicado para mim e, ao que parece, para o Sam também.

– Então, não terão problemas com o caso. Só tenham cuidado para não acabarem infectados. - Bobby nos alertou - O próximo espetáculo é no sábado e sugiro que comecem a investigar por lá.

– Mas sábado é Halloween! - Dean ressaltou.

– Tinha planos de sair para pegar doces, idiota? - Bobby o encarou.

– Na verdade, o dia do Halloween também é o dia do aniversário da Meghan. - Castiel comentou.

Eu olhei para ele o fuzilando, normalmente Castiel não ligaria para essas datas. Não tem para quê lembrar agora.

– É mesmo! - Sam olhou para mim como se eu desse para ele a solução de uma vida - Não podemos deixar de comemorar o aniversário da Meghan!

– Sam. - Eu o chamei - Como você diz que não podemos deixar de comemorar meu aniversário quando, na verdade, nunca comemoramos os meus aniversários?

– Para tudo tem uma primeira vez. - Ele deu de ombros.

– Deixa de ser medroso, Sammy! - Dean deu um tapa na cabeça dele - Nós vamos resolver o caso do circo assombrado pela doença e depois saímos para beber alguma coisa e comemorar o aniversário da ruiva.

– Não gosto de beber. - Falei cruzando os braços.

– Mas eu sim. - Dean piscou para mim.

– Bom, ainda temos uns dois dias antes de pegar estrada, vou descansar um pouco. - Sam foi subindo as escadas até o quarto que normalmente ele dividia com Dean.

– Nesse caso, volto em dois dias para ajuda-los. - Castiel deu um pequeno sorriso me olhando.

– Aonde voc... - Eu comecei a perguntar, mas ele já havia batido as asas e voado - Ok, vou buscar minhas coisas no carro.

Eu fui até o carro para buscar minha mochila com as coisas, essa vida era chata para uma mulher. Eu não podia me permitir ter muitas roupas diferentes, acessórios e sapatos... Ah! Sapatos! Como eu amo sapatos! Mas enfim, ter muitas coisas não seria nada prático porque tenho certeza que eu iria perder mais tempo escolhendo minha roupa para caçar do que realmente caçando. Um dos motivos superficiais que me faziam querer desistir era esse. Às vezes eu sentia falta da minha casa em San Francisco, de ter tempo durante a tarde para assistir filmes, ir ao shopping, ir para um show diferente em cada fim de semana, das árvores no meu quintal, acampar na minha varanda em noites estreladas, as chuvas de verão... Era tudo muito fácil e foi há muito tempo atrás, mal lembrava das coisas boas com clareza.

Há anos que eu não tenho um lar, exceto pela casa do Bobby que é o único lugar que eu tenho para onde voltar nas épocas de folga. Dean e Sam tem o bunker, lá é muito legal e até me chamaram para morar lá. Eu não sei porque ainda não fui, acho que por medo de me apegar à um lar e me decepcionar depois.

– Quer ajuda aí? - Dean apareceu me tirando dos meus pensamentos, só agora notei que estava parada encarando o porta malas ainda fechado.

– Ah, não... Obrigada. - Me virei na direção do loiro que mantinha uma sobrancelha erguida. - O que foi?

– Você está bem? - Dean se aproximou segurando meu queixo para manter meu olhar alto - Parece pensativa.

– O de sempre. Pensando nas consequências da vida...

Dean me puxou pela cintura e me beijou, ele sempre fazia isso quando eu dizia que estava pensando sobre a vida porque ele acreditava que me fazia esquecer dos problemas. Tá, ele me distraía bastante, tenho que admitir que o maldito beija maravilhosamente bem. Dean mantinha sua mão direita no meu pescoço e a esquerda me puxava cada vez mais perto, eu passei minhas garras de leve pela nuca dele descendo pelo pescoço até a clavícula e o senti se arrepiar com o toque.

– Meghan... - Ele se afastou com um sorriso divertido - Você sempre querendo algo mais.

– Eu? Você que me agarrou! - Bati no braço dele e me afastei rindo.

– Estava só querendo te animar.

– Mentira, você estava era morrendo de saudades de mim. - Tirei a mochila do porta malas e joguei para ele - Admita, Winchester.

Eu e Dean mantínhamos uma espécie de amizade colorida desde que éramos adolescentes, no começo eu até achava que sentia algo por ele, mas era pura atração física. Então nós meio que usamos um ao outro para diversão própria.

– Eu não tenho nada para admitir! - Ele jogou a mochila de volta em mim, rindo como o grande idiota que ele era - Posso te perguntar uma coisa?

– Ih... Quando você pede permissão antes de perguntar é porque é algo muito sério, muito constrangedor ou muito íntimo. - Joguei a mochila por cima do ombro - Pergunta.

– O que está rolando entre você e o Castiel?

– Oi?! - Me surpreendi, o que esse louco estava querendo dizer?

– Bom, eu e Sam notamos o quanto vocês são próximos, quer dizer, mesmo ele tendo aquela "ligação profunda" comigo pelo fato de que me tirou do inferno... Ele também está ligado à você de alguma forma.

– Não está rolando nada entre mim e o anjo, Dean. Eu apenas gosto de ficar conversando com ele, é interessante - Dei de ombros e passei por ele indo em direção a casa.

– Parece que ele pensa o mesmo de você, antes o Cass passava semanas sumido e hoje em dia ele aparece sempre que possível! - Dean me acompanhou e pelo tom da sua voz, eu sabia que estava sorrindo.

– Tá bom. - Parei subitamente e me virei para encarar o loiro - Qual o seu problema com isso?

– Nenhum. - Ele sorriu - É até bom que o Cass tenha alguma coisa para distraí-lo, você é boa nisso! - Dean piscou para mim - Só estamos preocupados com a possibilidade de daqui há algum tempo ter um Nefilim correndo solto por aí.

– Pela mãe do guarda! Não vai haver nenhum Nefilim correndo solto por aí, seu idiota! - Aumentei o tom de voz, agora ele estava começando a me irritar.

– Queria saber a opinião do Castiel sobre isso. Castiel! - Dean o chamou e nada aconteceu.

– Ah, bem feito! Foi ignorado pelo anj...- Me virei rindo esbarrando no anjo de sobretudo e ainda por cima quase caí para trás. - Que merda!

– Me desculpe, Meghan... Você devia prestar mais atenção por onde anda. - Castiel se direcionou para mim, com aquele olhar sério dele. Dean tentou segurar uma risada sem muito sucesso.

– Mas era só o que me faltava! Você apareceu aí do nada! - Passei pelo anjo esbarrando nele e entrei.

Fui direto para o quarto que eu normalmente ocupava quando vinha para cá, tinha uma beliche porque eu ficava aqui com meu irmão. Joguei a mochila em cima da cama de baixo, pela janela eu pude ver Dean e Castiel conversando próximos à uns carros. É sério que ele estava importunando o anjo com aquelas perguntas idiotas? Esse Winchester é muito desocupado.

Fui me preparar para dormir, tomei um banho, coloquei meu pijama normal e fui comer algo antes de deitar. Quando cheguei na cozinha, Sam estava lá comendo um sanduíche.

– Ansioso para sábado? - Perguntei enquanto pegava um pote de Nutella no armário e sentei no balcão pegando uma colher.

– Tanto quanto você! - Ele ergueu as sobrancelhas dando um meio sorriso - Faz parte do trabalho... Cadê o Dean?

– Conversando com o Castiel lá fora, perguntando inutilidades sobre relações inexistentes para ele. - Abri o pote e comecei a comer me desligando um pouco do mundo.

– Sobre a relação "inexistente" de vocês dois? - Sam me olhou pelo canto dos olhos com um sorriso malicioso.

– Aham... - Respondi sem prestar atenção, até que meu cérebro voltou a funcionar - O quê? Você também está insistindo nisso?

– Meghan, está na cara... Castiel é um anjo e ele não é muito do tipo que expressa seus sentimentos, mas ele caiu e parece estar mais adepto à humanidade. Ele olha pra você de um jeito diferente.

– Sei... Ele olha para todo mundo de um jeito diferente!

– Se você diz...

A conversa se encerrou por ali, continuei com a Nutella até quase esvaziar o pote. Nem eu sei como não fico enjoada de tanto doces que como. Fui para o quarto, olhei pela janela e nem o Dean ou o Cass estavam mais lá. Deitei na cama e agarrei o travesseiro escondendo meu rosto nele esperando o sono chegar.

Os outros dias que se passaram foram normais, Sam estava constantemente pesquisando, Dean ficava com Bobby arrumando os carros e bebendo e eu aproveitava para assistir uns filmes que estiveram no cinema nos últimos meses e não pude ir. O sábado chegou bem rápido e nós pegaríamos a estrada logo cedo pois seriam boas 10 horas de viagem. Por mais que Sam e Dean insistissem para que eu fosse com eles no Impala a fim de reversar na direção, eu não abria mão de dirigir o meu carro. Eles me chamavam de teimosa, mas Dean também não queria abrir mão de dirigir o carro dele.

Por fim, fomos nos dois carros mesmo e chegamos no Colorado no final da tarde, logo começaria o espetáculo naquela amostra grátis de inferno e fomos direto para lá. Paramos em um posto de gasolina antes para trocar de roupa e parecer o mais normais possível. Eu e Sam tentávamos não mostrar o medo, mas era impossível, haviam palhaços por todo lado, com balões, pernas de pau, dando cambalhotas e fazendo... Palhaçadas! Eles não eram engraçados, eram perturbadores!

Antes de entrarmos, um palhaço veio oferecer um balão vermelho a mim e tudo que fiz foi abaixar a cabeça e me encolher entre os Winchester agarrada nos braços dos dois como se fosse uma criança.

– Vocês dois podem se controlar? - Dean perguntou para mim e Sam que aparentávamos sermos dois esquizofrênicos olhando em todas as direções. - Vamos nos bastidores, procurar saber alguma coisa.

Quando passamos pelo picadeiro e passamos pelas cortinas mostrando as carteiras do FBI para quem quer que tentasse nos barrar, veio aquela cena horripilante. Não era um ou dois, ERAM SETE PALHAÇOS! Todos estavam rindo e fazendo "graça" se preparando para entrar. Aquilo foi demais para mim.

– Não... - Eu fui andando de costas até esbarrar em alguém, pelo o que vi era um dos malabaristas - TIREM ESSAS CRIATURAS DE PERTO DE MIM!– Comecei a chorar como uma criancinha gritando loucamente procurando uma maneira de fugir mas não havia para onde correr.

Sam estava paralisado com as mãos tremendo, segurando a respiração. Dean olhou para nós dois e revirou os olhos. Ele puxou Sam pelo braço e depois fez o mesmo comigo nos levando até o estacionamento.

– Vocês dois precisam se controlar! - Dean andava de um lado para o outro. Sam já havia voltado ao normal e eu estava ainda tentando engolir o choro, odiava perder o controle assim.

– Sabe, não é algo que escolhemos ter medo! - Eu falei cruzando os braços. Estava irritada com essa situação, esse maldito medo irracional me atrapalhava muito.

– Ok, vamos voltar procurar um hotel e amanhã quando todos os palhaços voltarem a ser pessoas normais sem tinta na cara nós voltaremos para procurar pistas. - O irmão mais velho abriu a porta do Impala e entrou.

Eu e Sam nos entreolhamos antes de irmos para os carros. Achamos um hotel próximo ao circo que parecia até agradável. Depois desse incidente, era melhor descansarmos mesmo. Quando chegamos para abrir a estadia, o recepcionista disse que só havia um quarto (até aí tudo bem) com duas camas de solteiro.

– Alguém vai ter que ir para o sofá! - Sam disse olhando para Dean e em seguida os dois me encararam.

Ah, lá vinha o discurso de "Você é a menor e pode se acomodar melhor no sofá".

– Tanto faz. - Puxei minha mochila, peguei a chave da mão do recepcionista e fui para o quarto.

Os Winchester me acompanharam e cada um escolheu sua cama, para a minha sorte o sofá era grande e espaçoso, também parecia confortável. Pelo menos hoje eu não iria sofrer tanto.

– Cadê a aniversariante?! - Um bater de asas e uma voz em tom de diversão surgiu no canto do quarto.

Gabriel estava lá com um sorriso torto e um cupcake com cobertura lilás. Ah! Era meu aniversário e eu havia esquecido... Como sempre!

– Gabes! - Sorri indo até o arcanjo - Você lembrou.

– Alguém precisava lembrar, my cherry pie! - Ele me abraçou e me deu um beijo na bochecha me entregando o cupcake - Tá ficando cada vez mais gata, hein?

– Eu tento! - Dei um sorriso enquanto experimentava a cobertura do bolinho.

– Olá pra vocês também, Dean e Samantha! - Ele acenou para os Winchester que pareciam incomodados com a presença dele ali.

– Não era para você estar aqui, Gabriel. - Sam o encarou com seriedade.

– Por que não? - Eu perguntei - Ele é meu amigo e lembrou do meu aniversário pelo menos, nem eu havia lembrado.

– Viram? - Gabriel sorriu debochado - E cadê meu irmãozinho? Anjo Castiel?

– Também não deu as caras hoje.

– Belos amigos você foi arrumar... - Gabriel me encarou, ele tinha diversão saltando nos olhos.

– Tem que se contentar com o que a vida te oferece. - Dei de ombros sabendo que estava provocando raiva em Sam e Dean, eles não gostavam do Gabriel e com certeza não estavam se agradando das minhas conversas com ele.

Outro barulho de bater de asas e Castiel estava no meio do quarto parado.

– Ah, agora a festa está completa! - Eu exclamei vendo o anjo de sobretudo me olhar confuso.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Então, espero que tenham gostado e comentem bastante. Vocês querem que eu vá começando a desenvolver mais um relacionamento entre Meghan e Cass ou estão gostando dela se divertindo com todos? kkkk Mandem suas opiniões, adoro ler os comentários! Beijos e até o próximo.