Rony:

Ah, me veio um alívio tão grande quando Gina nos pediu desculpas abrindo um grande sorriso! É tão bom ver as coisas voltarem ao normal... Bom, nem tanto, por que ainda não derrotamos Você-sabe-quem. Eu e Hermione? Nem me pergunte! Já faz dois dias que não brigamos! Isso sim é um recorde! Eu realmente estou confortável com tudo isso, não sei como, mas... Uma pessoa que não parece muito bem é o Harry, se eu estivesse no lugar dele também não estaria nada legal.

Hermione:

Longos dias... Longas horas... Os minutos parecem anos às vezes. A guerra está cada dia mais perto, estou apreensiva, com medo, será que vai dar tudo certo? Sim, eu sou insegura, apesar de não parecer às vezes.

***

Hoje voltamos à Hogwarts, a invasão havia começado, todos os alunos ali presentes, e professores também estavam lutando, eu olhava para aquilo, e chorava, só isso. É horrível ver a escola, que por anos foi minha casa, ser destruída assim, pessoas inocentes serem assassinadas tão cruelmente, e nós estávamos no meio de tudo, e nós fomos a causa de tudo, sim, me sinto muito culpada às vezes.

Harry decidiu enfrentar Voldemort de frente.

– Você ficou louco? - diz Ron, estávamos escondidos atrás de uma pilastra.

– Rony, por favor, é meu destino! Tenho que enfrentá-lo! - diz ele nervoso.

– Ha-harry! Eu não quero te ver morrer! Te amo! Harry, por favor! - diz Gina chorando mais do que eu.

– Eu também Gina, mas eu te avisei desde o começo, você sabia que essa hora iria chegar! Fique aqui, com a sua família, você estará segura! Eu te amo! - ele a beijou, desesperadamente, me abraçou, abraçou Rony e saiu correndo em meio a alunos e comensais, e Gina abraçou Rony, e eu disse que não era seguro ficar ali. Todos estavam chorando, menos Ron, ele estava apenas conformado.

Gina se juntou aos irmãos e pais na guerra, eu e Rony rodeávamos o castelo, guardando, e aposto que ele se sentia pior do que eu, só não demonstrava.

Rony:

Por onde a gente andava, víamos corpos e mais corpos, de amigos, conhecidos, temia muito que isso acontecesse a alguém da minha família, era assustador, dava para perceber nos olhares de todos, Hermione chorava como nunca a vi chorar antes, ela estava me deixando nervoso, só corríamos, e ela chorava, até que agarrei os braços dela e a puxei para um canto.

– PARA! AGORA! PARA DE CHORAR! - eu gritava, mas nem sabia o que estava fazendo, não queria gritar, mas algo dentro de mim me dizia que eu tinha que fazer isso. - ENTENDEU? PARA! ESTÁ PIORANDO AS COISAS! VOCÊ É FORTE! VOCÊ É HERMIONE GRANGER, A MULHER DA MINHA VIDA, QUE ENFRENTA AS COISAS COM A CABEÇA ERGUIDA! ENTENDEU!? VOCÊ VAI PARAR DE CHORAR AGORA?! - ela balançou a cabeça em positiva, e pediu desculpas, eu a beijei e juro, que foi o melhor beijo que eu dei em toda minha vida.

– Precisamos defender Hogwarts! - ela havia parado de chorar, ela pegou a varinha, agarrou minha mão, saiu correndo para a entrada do castelo, e eu fiquei muio orgulhoso dela.

Estávamos lá, fazendo o nosso trabalho, quando Neville me chama atormentado e muito nervoso, ele realmente tinha algo muito importante para dizer. Ele me levou para dentro, puxei Hermione, não iria deixá-la lá fora sozinha. Eu cheguei, olhei, e não acreditei no que vi, eu só me lembro de cair ajoelhado no chão e chorar, pela primeira vez naquela guerra, me lembro de sentir um abraço apertado de Hermione, mas nada estava me confortando naquele momento, minha vida inteira passou por minha cabeça, toda minha família estava lá, chorando também, menos uma pessoa: O Fred, sim, ele era o motivo de nosso desespero, era ele, que estava lá... Morto no chão.

Hermione começou a chorar daquele jeito de novo, e Gina também, e Jorge, e mamãe, e papai... Me senti péssimo. Ah, só quero que isso termine, de um jeito ou de outro. Foi aí que tudo piorou, um silêncio muito grande invadiu todo o castelo, não se houviam mais gritos, confrontos com varinhas, choros, ou nada parecido. Todos foram para a entrada, e vindo calmamente, encontrava-se ele, Voldemort, junto de mais de cem comensais da morte, e do lado dele, era Hagrid, com o rosto triste, como se ele estivesse morto por dentro, e então, eu vi, em seus braços, Harry, morto. E ninguém fez nada, todos ali parados, olhando para a cena, Hermione e Gina começaram a chorar desesperadamente de novo, e já iam correndo ao encontro de Hagrid, mas eu segurei Hermione, e papai segurou Gina, não queria elas duas perto dessa gente. Nosso mundo tinha caído.

– HARRY POTTER ESTÁ MORTO! - gritou orgulhoso Voldemort, seguindo de uma risada maléfica. Neville deu um passo adiante e disse:

– Harry está morto, mas continua vivo para nós, Harry morreu por nós, o coração dele batia por nós, então... - então ele começou a chorar também e saiu dali. De repente, alguém saltou dos braços de Hagrid correu em nossa direção e disse: Vamos acabar com isso agora! - Harry estava vivo, ele correu e Voldemort foi atrás, todos ali presentes entenderam o recado, era para continuar lutando, ainda tínhamos chance.

Harry se tornara, o menino que sobreviveu duas vezes.