Nunca Durma escrita por Hunter Pri Rosen


Capítulo 14
O Senhor dos Pesadelos - Parte 1


Notas iniciais do capítulo

Oi Oi Oi!

Estou chegando com o último capítulo que tenho pronto, então aproveitem porque agora vou demorar um pouquinho para postar o próximo. Bem pouquinho, ok?

Tenho muitas ressalvas sobre este capítulo, então vejo ocês nas notas finais.

Espero que gostem!



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Isabel e Erik caminhavam em silêncio pela calçada de uma rua em Springwood, indo em direção à faculdade da cidade, a fim de conversarem com um professor de História local sobre Freddy Krueger.

Desde que saíram da pousada, meia hora antes, o silêncio havia se instalado entre os dois e isso estava corroendo a nephilim por dentro, afinal ela não tinha ideia do que estava se passando na cabeça do rapaz desde que ela lhe contou algo muito importante sobre Samuel Colt.

Isabel sentia-se cada vez mais incomodada e agora entendia perfeitamente a sua mãe, quando ela lhe dizia que odiava momentos de silêncio porque eles eram constrangedores e desconfortáveis.

Para alívio da nephilim, Erik, que até então estava assimilando tudo o que tinha ouvido dela, finalmente se manifestou:

— Então, Samuel Colt criou uma arma capaz de matar qualquer coisa sobrenatural?

— Quase isso. Na verdade, ela não funciona com cinco tipos de criaturas, uma delas são os anjos. — explicou Isabel.

Erik ficou em silêncio novamente, até que voltou a se pronunciar logo depois:

— E quando era criança, você usou esta arma para matar um monstro que tinha levado a Rachel e o Henry para uma dimensão misteriosa?

A nephilim também havia contado aquela parte, que a arma criada por Samuel Colt havia a salvado uma vez. Não só ela, na verdade. Henry, Rachel e Emily também. Mas, percebendo que Erik não havia entendido os detalhes, ela explicou:

— Quem usou a arma foi o Henry, eu só a levei até a dimensão do Slender Man, quando eu deixei ele me raptar.

Depois de ouvir isso, Erik parou em frente a Faculdade de Springwood, fazendo Isabel deter o passo diante dele, e criticou:

— Você é maluca, Isabel. Você era só uma criança, podia ter morrido.

— Eu sei. — concordou a nephilim que, embora não se arrependesse do que tinha feito para salvar os seus amigos, com o tempo foi se dando conta de que havia se arriscado muito mesmo. — Mas não tinha outro jeito. Então eu simplesmente... Peguei a arma, quando os adultos estavam distraídos, e me enfiei na floresta. Não sem antes fugir de um homem, que parou o carro no meio da estrada, e tentou me impedir. — ao notar algo no olhar de Erik, que havia ficado pensativo demais de repente, Isabel questionou: — O que foi?

Intrigado, o rapaz respondeu hesitante:

— Eu não sei... É só que, eu tive uma sensação engraçada agora. Como se eu já tivesse ouvido essa história antes. Ou parte dela...

— Da minha história? — indagou Isabel incrédula. — Impossível. É a primeira vez que eu falo disso com alguém que não é da minha família.

Erik continuou pensativo e começou a se lembrar do seu pai. Mas, incapaz de entender por que lembrou dele, o rapaz decidiu esquecer o assunto por ora e recomeçou:

— Tem mais alguma coisa que você queira me contar?

Isabel estremeceu, já que havia sim algo que Erik precisava muito saber sobre ela. Mas, sentindo que não estava pronta para confidenciar aquilo e que, mesmo que estivesse, aquele não era o momento mais adequado, ela desconversou:

— Sim, mas não agora.

— Isabel... — protestou o rapaz, coçando uma das sobrancelhas um tanto ansioso e incomodado com tantos mistérios que pareciam cercar aquela garota.

Rapidamente, a nephilim deu um passo a frente, segurou em uma das mãos dele e argumentou:

— Eu vou contar, Erik. Eu juro que vou contar tudo o que você precisa e merece saber. Mas, neste momento, nós temos que nos concentrar no Freddy.

O rapaz a encarou por algum tempo e percebeu que Isabel tinha razão. Encerrar aquela caçada era mesmo a prioridade. Pessoas podiam morrer a qualquer momento, eles inclusive.

Sendo assim, Erik concordou:

— Tudo bem. Mas quando isso acabar...

— Eu conto tudo. — comprometeu-se Isabel, tentando se convencer de que quando chegasse a hora, ela realmente ia conseguir contar para Erik que ela era filha de um anjo com uma humana bem peculiar.

Então, Isabel se virou, a fim de subir os degraus da escadaria que levava à entrada da faculdade, mas, para sua surpresa, Erik não só não soltou a sua mão, como a puxou com cuidado, fazendo Isabel voltar-se em sua direção novamente.

Antes que ela perguntasse o que estava acontecendo, ele trouxe o rosto da nephilim para junto do seu e uniu seus lábios aos dela de uma forma suave e demorada, fazendo os corações de ambos baterem mais forte.

Instantes depois, Erik se afastou, sorriu para Isabel e explicou:

— Apenas para nós não perdemos o hábito.

A nephilim sorriu de volta, embora no fundo estivesse com muito medo de que aquilo chegasse ao fim no instante em que Erik descobrisse o que ela era.

Sem querer pensar nisso, ela o beijou novamente, de uma forma mais envolvente, e depois o puxou na direção da escadaria com um sorriso bobo nos lábios.

Erik a seguiu e logo os dois entraram na faculdade.

XXX

Rachel estava no seu carro, estacionado em frente a pousada, falando com Bobby Singer ao telefone, quando viu Tony saindo do lugar, descendo os degraus e caminhando na direção de onde ela estava e sentiu uma ponta de desespero. Rapidamente, resolveu encerrar a ligação:

— Está tudo sob controle, vovô, não se preocupe. Mas se o senhor conseguir descobrir qualquer coisa sobre espíritos que podem entrar nos sonhos das suas vítimas e como despachá-los sem envolver os restos mortais, pode ser muito útil. Agora eu tenho que desligar. Um beijo.

Ao terminar de dizer essas palavras, Rachel jogou o celular de qualquer jeito no porta-luvas e se apressou para acionar a tranca da porta, mas Tony foi mais rápido do que ela, abriu a porta antes disso, a fechou enquanto se acomodava tranquilamente no banco, depois olhou na direção da morena e disse em tom acusatório e divertido ao mesmo tempo:

— Boneca... Fugindo de mim? Deste jeito você fere os meus sentimentos.

— Sentimentos? — repetiu a caçadora com certa incredulidade, arqueando uma sobrancelha. — Então você vai insistir nesta história? — questionou sem pensar muito nas próprias palavras, apenas querendo cortar um possível clima entre ela e Tony, já que a coragem que havia sentido, há alguns momentos no quarto, havia se dissipado e dado lugar a uma avalanche de inseguranças.

Um pouco decepcionado, o irmão de Emily indagou:

— Você acha que isso é uma história, Boneca? Uma brincadeira? Depois de todas as coisas que eu venho te dizendo desde que você me salvou daqueles vampiros, mesmo assim você ainda não me leva à sério?

Rachel queria mandar Tony sair do carro. Não queria ter aquela conversa naquele momento. Não quando a presença dele a deixava tão nervosa e a fazia dizer coisas que não devia dizer. E sentir outras que achava que não devia sentir.

Aliás, por que ela estava se sentindo assim em relação a ele desde a noite anterior? O que havia mudado dentro de Rachel? Por que ela não conseguia mais rebater as inúmeras cantadas de Tony com sarcasmo e naturalidade?

Quase sem perceber, as palavras que saíram de sua boca foram:

— Então quando você diz aquelas coisas... Quando você diz que... Gosta de mim... É sério? Eu quero dizer, de verdade?

Depois de encará-la com um certo brilho no olhar e um leve sorriso no rosto, Tony rebateu:

— O que você acha?

Podia ser uma pergunta retórica, mas Rachel decidiu responder mesmo assim e do jeito mais sincero que pôde:

— O que eu acho é que... É meio difícil de acreditar que um cara como você possa gostar de alguém de verdade.

— Nossa, Boneca... Você sabe mesmo como levantar a minha autoestima, hein? — disse Tony, rindo sem humor e um tanto ofendido por Rachel pensar daquele jeito sobre ele.

Sentindo que tinha sido grosseira e tentando consertar isso, mas sem saber se conseguiria, a caçadora articulou:

— O que eu quero dizer é que você não parece ser o tipo de pessoa que se prende a sentimentos e... A alguém.

Sem pestanejar, Tony estreitou seu olhar sobre ela e insinuou:

— Não até encontrar a pessoa certa.

Rachel sentiu o seu coração acelerar ao ouvir isso, mas, uma parte dela ainda não conseguia acreditar que Tony nutria mesmo sentimentos verdadeiros por ela.

Rachel viveu alguns romances ao longo dos anos, mas nada muito sério nem profundo. Geralmente, eram apenas alguns caras que ela conhecia através das caçadas e os relacionamentos acabavam quando ela despachava o monstro e ia embora da cidade. Ela sempre achou que, por levar aquela vida, estava destinada a solidão. Seus pais, seu tio Dean e Natalie, Mia e Castiel, todos eles eram exceções.

Rachel acreditava que eles tiveram sorte em se encontrarem, se apaixonarem e por poderem viver aquilo, compartilhando suas vidas diariamente. Uma sorte que ela acreditava que nunca teria. No fundo, já estava até conformada com isso.

O mais importante para Rachel era continuar fazendo o seu trabalho e salvar o máximo de pessoas possíveis. Apenas isso. O seu coração podia esperar. Podia esperar para sempre por uma sorte que ela sabia que nunca viria mesmo.

Mas então, aquele estrupício do Tony Carter reapareceu em sua vida e Rachel não podia negar que, cada vez mais, ficava mexida com as coisas que ele dizia e com a forma sempre carinhosa que a olhava e tratava. Tanto que pela primeira vez em anos, Rachel se deu conta de que talvez tivesse sido pessimista. Talvez ela não estivesse destinada a solidão.

Por isso, Rachel se ouviu perguntando hesitante:

— Você acha que eu sou essa pessoa, Estrupício? A pessoa certa?

— Não. — a resposta direta de Tony a fez engolir em seco e desviar do olhar dele, visivelmente desapontada. — Eu tenho certeza. — ele esclareceu, fazendo-a voltar a fitá-lo nos olhos com uma nuance de outra coisa. Esperança. — E quando você parar de sentir todo esse medo e essa insegurança, Boneca, e sentir essa mesma certeza que eu sinto... Eu vou querer o meu beijo. O primeiro deles. — avisou com os olhos fixos nos dela e com tanta segurança em cada palavra que, naquele momento, Rachel se convenceu de que aquilo era exatamente o que ela queria também.

Ela só precisava de mais um tempo para se acostumar com o fato de que Tony Carter não era um estrupício, no final das contas, e que estava nutrindo sentimentos por ele também.

Rachel não soube o que dizer e, percebendo isso, Tony sorriu, a tranquilizando, enquanto se permitia acariciar o rosto dela suavemente.

Os dois continuaram se olhando fixamente, até que o contato físico foi quebrado. Rachel não podia negar que aquela interrupção lhe causou um certo vazio, mas ela disfarçou bem.

Então Tony piscou para ela, abriu a porta do carro e brincou antes de sair do veículo:

— Te vejo por aí, Boneca.

Rachel o seguiu com o olhar, sem conseguir conter um discreto sorriso e sentindo o seu coração cada vez mais acelerado, até que Tony entrou no carro dele e de Emily, estacionado logo a frente.

E então os dois ficaram esperando Henry e Emily saírem da pousada, sem se darem conta de que talvez os dois estivessem demorando demais.

XXX

Emily pensou que um bom banho, depois da longa viagem de volta até Springwood, fosse lhe fazer bem e espantar o sono que sentia, porém, assim que ela se despiu e entrou na banheira repleta de espuma do banheiro, do quarto que dividia com Tony, ela percebeu que estava completamente enganada. A água morna e o cheiro de alfazema estava relaxando cada célula do seu corpo e, consequentemente, fazendo suas pálpebras pesarem a cada segundo.

Em dado momento a ruiva finalmente fechou os olhos e se entregou aquele torpor que envolvia o seu corpo, a convidando a dormir profundamente.

Mas, de repente, uma mão envolta por uma luva e com longas e afiadas lâminas começou a sair da água e a se mover na direção de Emily.

O barulho de algo se movendo na espuma do banho e a sensação de que não estava sozinha naquela banheira fez a ruiva despertar e, consequentemente, aquela mão se dissipou junto com o seu sonho.

Enquanto isso, no quarto do outro lado do corredor, Henry deitou na cama e ficou olhando para o teto, enquanto esperava Emily terminar o banho. Os dois haviam combinado de ir até a antiga fábrica, onde Freddy Krueger trabalhava, e tentar encontrar alguma pista de como despachá-lo de uma vez por todas.

Rachel e Tony iriam com eles e continuavam esperando fora da pousada, enquanto Isabel e Erik conversavam com o professor Clyde naquele exato momento.

Não tinha sido difícil de convencê-lo a contar a sua versão sobre o Retalhador de Springwood, já que Isabel e Erik alegaram que estavam pensando seriamente em se matricularem na Instituição, e que ficaram muito curiosos quando pesquisaram algo sobre a cidade e acabaram se deparando com a história do torturador e assassino Freddy Krueger.

Em dado momento, algo que o professor Clyde disse no meio do seu empolgado relato acabou chamando a atenção de Isabel e de Erik. Isso porque o docente informou que, de acordo com alguns moradores, que foram interrogados na época em que tudo aconteceu, Freddy Krueger tinha ligações com o ocultismo. Uns juraram que ele era satanista.

A ideia de que Freddy pudesse ter feito algum tipo de pacto com demônios pouco antes de morrer queimado surgiu na mente de Isabel e não podia mais ser descartada. Isso explicaria muito coisa, inclusive a ausência de restos mortais no túmulo que Emily e Henry encontraram. Afinal, e se os demônios tivessem transformado Freddy em outra coisa? E se ele não tivesse morrido naquele incêndio? E se as autoridades mentiram sobre isso e arranjaram um enterro fajuto apenas porque não conseguiram entender o que havia acontecido com o Retalhador de Springwood?

Essa teoria explicava também como Freddy tinha se tornado tão poderoso e sádico. Estava claro que ele não podia ser um reles espírito vingativo. Tinha algo mais. Então, e se tivesse sido isso? E se não fosse só uma teoria? E se Freddy Krueger tivesse feito um pacto? Se tornar o Senhor dos Pesadelos em troca de enviar as almas de suas vítimas direto para o Inferno? Era possível.

Tudo isso passava pela cabeça de Isabel, enquanto Erik ouvia atentamente o professor Clyde continuar o seu relato.

XXX

Perto dali, Henry começava a ser vencido pelo sono. Pouco a pouco. Sem que ele pudesse mais lutar, já que tinha passado várias horas em claro, desde que aquele caso se mostrou mais complicado do que ele imaginava, o sono foi se intensificando.

O teto do quarto começou a perder o foco e, de repente, o caçador não conseguiu mais lutar contra aquela força que parecia empurrar suas pálpebras para baixo, o levando a finalmente fechar os olhos. Respirou profundamente, mergulhando de vez em um sono pesado.

Um barulho metálico o fez abrir os olhos e se sentar rapidamente. Porém, preso no pesadelo, Henry não se viu mais no seu quarto na pousada e sim em uma espécie de fábrica abandonada. Mais especificamente, no que parecia ser uma sala de caldeira.

Confuso, Henry se levantou do chão rapidamente e olhou tudo em volta. O lugar era quente, abafado, tinha dutos e canos metálicos por toda a parte e era iluminado pelas chamas de várias caldeiras espalhadas por ali. Uma escada de ferro, a alguns metros de onde Henry estava, levava a uma espécie de plataforma bem em cima da sua cabeça.

E foi ao olhar nesta direção que Henry o viu pela primeira vez. E o reconheceu imediatamente, já que Rachel, Isabel e Emily, uma por vez, haviam descrito a aparência de Freddy Krueger com detalhes.

Por isso, Henry não tinha dúvidas. Lá estava ele. Apoiado em uma grade que cercava a plataforma, olhando para o caçador com um sorriso sádico no rosto deformado pelas chamas, enquanto movia os dedos rapidamente, fazendo um ruído metálico e irritante com as lâminas.

Sem se intimidar com aquela situação, Henry o encarou de volta com um olhar nada amigável e zombou em alto e bom tom:

— Você é mais feio do que eu imaginava, Freddy!

Henry sentiu certa satisfação ao dizer aquilo, mas no fundo sabia que estava em desvantagem ali. Enquanto estivesse dormindo, ele não era páreo para Freddy Krueger. Sabia que aquele era o mundo dele, onde as coisas aconteciam exatamente como ele queria. Mas, apesar de saber de tudo isso, Henry decidiu que não iria abaixar a cabeça. Se fosse para morrer, ele ia morrer com dignidade e lutando até o fim.

— Menino mal educado. — repreendeu Freddy, desmanchando o sorriso e balançando o dedo indicador negativamente.

Henry sentiu um ódio profundo se alastrar dentro de si, diante da forma cínica como Freddy se portava, principalmente quando se lembrou que aquele monstro estava ameaçando sua prima, Isabel e Emily. Aquilo tinha que acabar. Henry sabia que tinha que tentar algo, tinha que descobrir qual era a fraqueza daquela coisa feia.

Pensando desta forma, ele abriu os braços e desafiou:

— Qual é o problema, Freddy? Por que você não desce aqui? Por acaso você não está com medo de mim, está?

Henry riu sem humor, mas logo foi interrompido. Isso porque, quando ele piscou, Freddy estava diante dele e, sem dar qualquer chance ao caçador, o segurou pelo pescoço com uma força descomunal, fazendo-o arfar e se debater, enquanto o erguia do chão e dizia:

— Eu? Medo de uma coisinha insignificante como você? — e depois de observá-lo tentando se soltar, Freddy esclareceu com um prazer cruel no olhar: — Você pode ser muito corajoso no seu mundo, Henry Winchester, mas aqui... Eu mando. E eu sei exatamente do que você tem medo, então...

De repente, gritos começaram a ser ouvidos por todos os lados da sala da caldeira. Gritos femininos, pedidos de socorro. Primeiro de Rachel, depois de Isabel, de Emily e, por fim, das três juntas. Elas gritavam, choravam e chamavam por Henry desesperadamente. Pareciam feridas e com muito medo.

Henry tentou disfarçar o quanto ficou abalado com aquilo e, fazendo um esforço para respirar e para que as palavras saíssem de sua garganta, ele disse com dificuldade:

— Não é real...

Divertindo-se com o desespero do caçador, Krueger começou a passar uma das lâminas no rosto de Henry, porém sem pressão suficiente para ferí-lo, e prosseguiu com aquela tortura psicológica:

— Não importa. Você não vai poder salvá-las, quando elas gritarem de verdade. E acredite, Henry, eu farei elas gritarem muito.

Freddy gargalhou e Henry virou um pouco o rosto. Fechou os olhos com força, enquanto repetia para si mesmo que aqueles gritos não eram reais, mas Freddy tinha mesmo encontrado o seu ponto fraco.

Para piorar, Henry começou a ouvir outra pessoa pedindo socorro e, ao reconhecer a sua voz, abriu os olhos e murmurou aflito:

— Mãe?

Krueger riu ainda mais, enquanto Henry se debatia e tentava se soltar. Em vão. No quarto na pousada, ele também se mexia constantemente sobre a cama, murmurava sons indecifráveis e começava a suar, tamanho o desespero que estava sentindo naquele pesadelo. Freddy tinha entrado em sua mente, se aprofundado nela, e Henry não conseguia tirá-lo de lá, muito menos acordar.

Com um ódio profundo, mas também sentindo muito medo de que Freddy machucasse, para dizer o mínimo, aquelas pessoas se ele não estivesse lá para protegê-las, Henry o fuzilou com o olhar e tentou se soltar mais uma vez. Segurou a mão que apertava o seu pescoço e tentou afastá-la a todo custo. Porém, mais uma vez, não conseguiu.

Sentiu a tensão tomar conta do seu corpo, quando uma daquelas lâminas chegou bem perto do seu olho direito. E outra lâmina do esquerdo. Então Freddy foi aproximando os dedos pouco a pouco, a fim de atingir um olho com cada lâmina, perfurando assim a cabeça de Henry. No entanto, subitamente, ele parou e afastou a mão do rosto do caçador.

Henry não sabia se ficava aliviado por isso ou apreensivo, já que podia ser apenas um jogo daquele monstro. Porém, logo a explicação veio, quando Freddy se afastou mais um pouco e avisou empolgado:

— Veja só! Um dos seus amigos está aqui! Isso vai ser mais divertido do que eu imaginava! — e depois de finalmente soltar o pescoço de Henry e empurrá-lo na direção do chão, ele orientou com escárnio: — Seja um bom menino e espere aqui, tudo bem, Henry?

O Winchester ergueu o olhar na direção do monstro, mas Freddy já não estava mais lá. Ele tossia compulsivamente e massageava o pescoço, enquanto pensava no que fazer. Como ele ia vencer Freddy? E quem estava ali? Quem tinha dormido além de Henry?

XXX

Do outro lado da sala da caldeira, Tony caminhava visivelmente confuso e desnorteado, enquanto olhava tudo em volta, sem perceber que estava sendo seguido bem de perto por Freddy. Ele só se deu conta de que tinha algo errado, quando o Retalhador de Springwood moveu os dedos, causando um atrito constante entre as lâminas.

Então, Tony deteve o passo e, lentamente, se virou. Mas, para sua surpresa, não havia ninguém ali. Isso porque Freddy tinha se transportado para o outro lado sem que ele visse e agora estava bem atrás do rapaz. Há poucos centímetros... Suas lâminas quase encostando no ombro de Tony, que havia pegado no sono dentro do carro, esperando por Emily...


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Notas finais do capítulo

Well, well, well, vamos por partes, meu povo e minha pova!

Primeiramente, sim, agora o Erik sabe direitinho quem foi Samuel Colt. E foi bem tranquilo para ele assimilar tal informação. Mas será que quando a Isabelzinha contar que é uma nephilim, o moçoilo vai reagir tão bem? E principalmente, ela vai conseguir contar? Oi?

Sobre a sensação de déjà vu que o Erik teve, quando a Isabel contou sobre o caso do Slender Man, sobre ela correndo para a floresta e um homem tentando impedí-la, quem leu a primeira temporada sabe por que o Erik teve essa sensação... Quem não leu ou não lembra, até o final da fic eu explico melhor.

Sobre a participação do Bobby, foi só uma citação, uma coisinha bem singela, participação in off e minha intenção foi mostrar que quando a coisa aperta (cuma?) Henry, Rachel e Isabel costumam pedir a consultoria do velhote. Assim como Sam e Dean costumavam pedir na série... Snif.

Sobre Rachony... Eu amei escrever o momento entre eles no carro. É muito amor do Tony e muita teimosia da Rachel. Mas, aguardem e confiem, ok?

Well, agora sobre o rápido pesadelo da Emily, quando aquela mãozinha apareceu na banheira, me inspirei em cenas de A Hora do Pesadelo (original e remake). A moça da imagem não é a atriz que imagino como a Emily, mas decidi por no capítulo só para ilustrar bem como foi a coisa.

Sobre o pesadelo do Henry, o Freddy conseguiu identificar que o que mais apavora o hunter é não conseguir proteger as mulheres da sua vida. Desde o incidente envolvendo o Slender Man, o Henry ficou mais protetor em relação a prima, a Isabel, Emily etc etc. Mas, os gritos delas e da mamãe Natalie Jones não eram reais. Elas não estão dormindo e, portanto, não estão no mundo do Freddy. Aquilo tudo era o moçoilo queimado mexendo com a cabeça do Henry, manipulando o sonho do rapaz.

Agora em relação ao Tony... Este pegou no sono mesmo e está lá, no mundo do Frê. E agora?

Sobre o Freddy ter feito um pacto com demônios para virar quem ele é, me inspirei na biografia do personagem (http://pt.wikipedia.org/wiki/Freddy_Krueger), mas outras coisas estou inventando. Como por exemplo, o lance dele enviar as almas de suas vítimas para o inferno.

Well, well, well, acho que falei tudo kkkkkkkkkk

Os próximos dois capítulos serão beeeeeeeeem tensos porque é o clímax da fic, então... Cuidado e não durmam.

Bjs e inté mais!

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