Nunca Durma escrita por Hunter Pri Rosen


Capítulo 12
Sete, oito, fique acordado até tarde...


Notas iniciais do capítulo

Olás!

Estou tentando postar a fic mais rapidinho, por isso estou aqui de novo com mais um capítulo e... Mais um pesadelo.

Bem, não vou dar nenhuma diquinha sobre o capítulo de hoje, mas espero que gostem e vejo vocês nas notas finais!

Lá vai...



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Henry tinha parado em uma lanchonete no meio de uma estrada e, naquele momento, estava sentado em uma das mesas, esperando Emily que havia ido ao toalete, jogar um pouco de água no rosto para espantar o sono que sentia.

Enquanto esperava, Henry pediu um café para ela e outro para ele. A garçonete entregou dois minutos depois, em copos que mantinham a bebida bem quente.

Enquanto observava as poucas pessoas no lugar, devido ao horário avançado, e ouvia a música Dream on do Aerosmith tocando num volume ambiente, Henry ficou pensando em Emily. Mais precisamente no pesadelo que a garota havia tido.

Henry ainda não conseguia acreditar que Freddy Krueger estava mesmo os cercando daquela forma. Se ele era mesmo um espírito vingativo, era o mais abusado com quem o caçador já havia topado.

Tudo o que o Winchester queria era acabar com a raça daquele desgraçado, mas, a ideia de que talvez ele não conseguisse fazer isso, antes de Emily ter outro pesadelo, o atormentava. O apavorava, na verdade.

Mais uma vez, Henry tinha que proteger Emily de um monstro. E, assim como quando ele era criança, Henry sentia que não suportaria se alguma coisa acontecesse com ela.

Ao pensar nessas coisas, o rapaz se deu conta de algo: ele estava preocupado demais com Emily. Não como um caçador preocupado em proteger uma potencial vítima do sobrenatural, mas sim por... Algo mais.

Henry sabia por que estava preocupado com Isabel e com Rachel. Uma era a sua melhor amiga e a outra, sua priminha linda. Mas, por que ele estava tão preocupado com Emily? Por que se importava tanto com ela? O que era aquilo que ele estava sentindo, afinal?

Confuso, Henry deu uma rápida olhada na direção do toalete feminino, mas não havia nem sinal da ruiva. Então, sentindo que aqueles questionamentos não o deixariam em paz e aproveitando que Emily não tinha retornado ainda, ele pegou o celular no bolso da jaqueta e procurou pelo número de seu pai nos contatos. Talvez, uma conversa de homem para homem fizesse bem para ele, certo?

Apesar de ser duas horas da madrugada, Dean Winchester atendeu no primeiro toque, possivelmente por ter visto quem era e porque devia estar em alguma caçada, e não no sossego do bunker dos Homens das Letras.

— Filho... — começou ele.

No entanto, com receio de que Emily saísse do toalete a qualquer momento, Henry despejou rapidamente:

— Como você sabia que era a mamãe?

— O quê? Como assim? — não entendeu o Winchester mais velho.

Depois de soltar um suspiro de impaciência, o mais novo explicou melhor:

— Como você sabia que a mamãe era a mulher certa para você? Aquela com quem você poderia dividir a sua vida?

— Por que você está me perguntando isso? — estranhou Dean. — Henry Jones Winchester, por acaso você andou bebendo? — repreendeu com a voz firme, fazendo o filho passar a mão pela testa, mais ansioso por uma resposta do que nunca. — E a menos que você esteja caçando, a essa hora você não devia estar na cama? Dormindo, de preferência? Você se alimentou hoje? Você sabe muito bem que para ser um guerreiro como o seu pai, você precisa de uma cota diária de tortas e no mínimo de quatro horas de sono...

— Apenas responda a pergunta, pai. Por favor. — insistiu o rapaz, tentando manter o foco da conversa. — Como você sabia que era a mamãe?

Após um longo momento de silêncio, Dean finalmente respondeu:

— Bem... Ela estava usando um short.

— O quê? — indagou Henry, sem entender qual era a importância daquele detalhe.

— Um pijama, só que a parte debaixo era um short bem curto, sabe? — explicou o pai. — Então, eu olhei para aquelas pernas pela primeira vez e pensei "essas pernas vão ser minhas."

— Pai! — repreendeu Henry.

— O que foi? Sua mãe sempre teve pernas lindas e eu não sou cego. — justificou-se Dean tranquilamente. — Aliás... Aquelas pernas me deixam louco até hoje. — confessou um tanto distraído.

— Ei! É da mamãe que nós estamos falando. Pega leve. — pediu Henry, incomodado com o tom sensual da conversa.

— Mas afinal, por que você está me perguntando isso? — quis entender Dean.

Henry hesitou e achou melhor desconversar:

— Eu preciso desligar.

— Henry... — balbuciou Dean em tom insistente.

— Eu ligo depois, ok? É uma longa história e eu não posso falar agora. — interrompeu, tentando encerrar a conversa.

E antes que Dean dissesse mais alguma coisa, Henry desligou e colocou o celular sobre a mesa. Então ele fechou os olhos e, enquanto pressionava as mãos sobre eles, tentando espantar o sono, refletiu sozinho:

— Será que as pernas da Emily são bonitas? Aposto que sim.

Alguém pigarreou, fazendo Henry tirar as mãos do rosto e erguer o olhar na direção daquele som gutural.

Ao ver Emily em pé, de frente para ele, com os braços cruzados e uma sobrancelha levemente arqueada enquanto o fitava, o rapaz engoliu em seco, sentindo um constrangimento profundo.

Henry não sabia se perguntava se ela tinha ouvido aquilo e tentava se explicar, ou se simplesmente parava de respirar e deixava a vergonha matá-lo de uma vez. E ainda tentava se decidir sobre isso, quando a ruiva puxou a cadeira de frente para ele e articulou enquanto se sentava:

— Bem, se nós sobrevivermos, eu prometo que deixo você dar uma olhada.

Henry engoliu em seco novamente, mas, desta vez, não era por vergonha e sim porque ele se sentiu tentado. Se ele queria saber como eram as pernas de Emily? Sim, ele queria.

Aliás, de repente, Henry se viu muito interessado nelas. No corpo inteiro, aliás. Não só no corpo, na verdade. Henry também estava interessado na garota por trás daqueles olhos tão doces, intensos e inquisitivos que o fitavam de volta. Estava muito interessado na pessoa incrível e determinada que esboçava um leve sorriso em sua direção.

Foi então que ele percebeu que Emily devia estar esperando uma resposta. E por isso, o rapaz decidiu dizer exatamente o que estava pensando naquele momento:

— Eu vou cobrar.

— Não precisa, eu não vou esquecer. — assegurou a ruiva, sorrindo mais abertamente, antes de indicar um dos copos de café sobre a mesa e indagar: — É para mim?

— Sim. — respondeu Henry. — Vai te ajudar a ficar acordada.

— Obrigada. — agradeceu Emily, tomando o primeiro gole. — E você? Está muito cansado?

Henry tomou um gole do café e, para não preocupar a garota, sorriu e achou melhor mentir:

— Não, eu estou ótimo.

Apesar de não ter acreditado muito no que ouviu, Emily assentiu com um meneio de cabeça e continuou tomando o café. Instantes depois, ela mudou de assunto:

— Eu preciso contar para o Tony sobre o meu pesadelo. Ele vai ficar preocupado, mas precisa saber o que está acontecendo.

— Tudo bem. — concordou Henry.

Então Emily decidiu que terminaria o café e depois ligaria para o irmão.

Enquanto isso em Springwood...

Rachel e Tony estavam na cozinha da pousada, já que o rapaz alegou que precisava de mais espaço e utensílios para cozinhar. Então, aproveitando que sabiam muito bem como arrombar uma porta e que os donos da pousada já haviam se recolhido há muito tempo, os dois invadiram a cozinha sem qualquer cerimônia e se instalaram.

Naquele momento, Rachel observava Tony atentamente, enquanto ele cortava alguns legumes em uma tábua sobre a pia e os colocava em uma panela, que estava no fogão e que continha pedaços de frango em cubos, que ele refogou no azeite com uma série de temperos e especiarias que Rachel nem sabia que existiam.

— Tudo bem, eu admito. Isso está com um cheiro muito bom. — elogiou ela, lambendo a boca e sentindo o seu estômago roncar um pouco.

Tony sorriu, satisfeito com o elogio, e ponderou:

— Viu só, Boneca? Bonito, inteligente, charmoso, faz uma performance do Elvis como ninguém e ainda por cima sabe cozinhar. Me diga, onde você vai encontrar um exemplar como eu?

— Estava demorando... — murmurou Rachel baixinho, revirando os olhos sutilmente.

— Ah! E, só para constar, eu também sou um excelente amante. — gabou-se ele.

— Ah... Eu aposto que sim. — ironizou a caçadora, dando alguns tapinhas no ombro de Tony, que sorriu mais uma vez.

— Tudo bem, você pode duvidar disso hoje, mas um dia, se permitir, eu vou provar que você está enganada, Boneca. Muito enganada. — insinuou o rapaz, enquanto continuava concentrado no preparo daquele prato.

Rachel sentiu-se um pouco desconfortável, afinal, aquela conversa estava começando a ir longe demais. Então, ela se afastou, caminhou até um balcão no lado oposto e retirou uma garrafa de dentro da sacola que eles trouxeram do mercado.

Ao ver o que a caçadora estava fazendo, Tony pediu:

— Isso, pegue o vinho e coloque na mesa, por favor. Deve ter taças em algum armário.

Rachel examinou a garrafa de vinho branco mais minuciosamente e questionou:

— Você não acha que vinho foi um pouco de exagero? Por mim, eu teria comprado Coca-Cola mesmo. — mas quando Tony olhou na direção dela um tanto ofendido, ela voltou atrás: — Ok, vinho está ótimo.

Em seguida, enquanto pegava guardanapos, pratos, talheres e duas taças em um armário e arrumava tudo sobre uma pequena mesa, a morena questionou:

— Quer dizer que além de ocupar a cozinha deles, nós vamos sujar a louça?

— Não se preocupe, depois eu dou um jeito nisso. — comprometeu-se Tony, e quando Rachel o fitou um tanto impressionada, ele se gabou mais uma vez: — Sim, porque além de todas as minhas qualidades, eu ainda lavo a louça.

— Uau! Cuidado, Estrupício. Deste jeito, eu corro mesmo um grande risco de me apaixonar perdidamente por você. — brincou ela, mas se arrependeu em seguida, quando o rapaz a fitou com uma nuance de esperança no olhar. — Desculpe, eu não devia ter dito isso. Eu só estava... Brincando. — lamentou, sentindo-se cruel, pois realmente não queria dar esperanças a Tony, muito menos zombar de qualquer sentimento que ele podia achar que tinha por ela.

A nuance de esperança se apagou e o rapaz voltou a se concentrar na finalização do prato. Logo, ele levou a panela até a mesa e serviu Rachel e depois a si próprio. Depois de abrir a garrafa de vinho e também serví-los, Tony se sentou e, sem olhar para Rachel, desejou sem emoção:

— Bom apetite.

A garota o observou dando as primeiras garfadas e remexeu a comida em seu prato, enquanto uma sensação estranha causava um aperto em seu peito. Rachel não queria magoar Tony, sentia-se péssima por ter magoado e, por isso, pediu sem graça:

— Desculpa.

O caçador ergueu o olhar na direção dela e não resistiu. Por algum motivo e apesar dos inúmeros foras, ele não conseguia ficar magoado com Rachel por muito tempo. Principalmente com ela fazendo aquela expressão de coitadinha e arrependida.

Sem conseguir conter um sorriso, Tony indagou:

— Onde você aprendeu esse truque?

— Que truque? — não entendeu ela.

— Essa carinha de cachorro na chuva. — explicou ele, rindo um pouco.

— Eu não faço essa... — de repente, Rachel se deteve, revirou os olhos e admitiu com um sorriso: — Certo, talvez eu tenha herdado isso do meu pai.

Os dois riram novamente e aos poucos relaxaram, enquanto seus olhares permaneciam fixos um no outro. Percebendo isso, Rachel voltou a ficar sem graça e decidiu provar os dotes culinários de Tony Carter.

— Humm... Está uma delícia. — murmurou ela entre uma garfada e outra, realmente impressionada por aquele sabor dos deuses.

— Viu só? Eu já posso casar. — brincou Tony, mas quando a morena arqueou uma sobrancelha e o fitou seriamente, ele ergueu as mãos em sinal de rendição e decidiu mudar de assunto: — Posso te perguntar uma coisa?

— Já perguntou. — observou Rachel divertida.

Tony lhe lançou um sorriso amarelo e resmungou:

— Engraçadinha. — e depois de comer mais um pouco, ele indagou: — Como foi o pesadelo com o Freddy? Pelo o que eu entendi, eles são desencadeados por medo, certo? Então, do que você ficou com medo exatamente para ter sonhado com ele, Boneca?

Rachel engoliu em seco e sua expressão tornou-se um pouco sofrida, já que relembrar aquilo a incomodava. No entanto, depois de colocar os talheres ao lado do prato, ela decidiu se abrir:

— Eu acho que fiquei com medo de não conseguir impedí-lo. Porque eu nunca vi um espírito vingativo fazer algo assim antes. Então, quando nós fomos à casa de Annie Ryan e eu vi o estado em que o quarto dela ficou e ouvi as circunstâncias da sua morte, eu... — Rachel hesitou um tanto envergonhada, mas acabou confessando: — Eu acho que fiquei impressionada demais e... Fraquejei.

Depois de observá-la por alguns instantes, Tony arriscou e colocou uma mão sobre a da caçadora. Rachel observou o gesto com certo receio, mas, por algum motivo, não se opôs àquele toque. Na verdade, até que era bom. E lhe causava uma sensação engraçada no coração. Uma espécie de comichão.

Em seguida, ela voltou a olhar para o rosto do rapaz, que articulou a olhando firmemente:

— Não é vergonha nenhuma sentir medo, Boneca. Eu mesmo tenho medo de uma série de coisas.

Rachel sorriu com curiosidade e incentivou:

— Sério? Do quê, por exemplo?

Tony franziu o cenho e, com certo receio, decidiu arriscar:

— Que você nunca me leve à sério conta?

— Engraçadinho. — balbuciou Rachel, fazendo exatamente o que ele temia.

Então, depois de soltar um suspiro profundo, Tony revelou outro medo:

— Que o seu primo magoe a minha irmã.

— Ele não vai fazer isso. — assegurou Rachel.

— Eu espero que não. — reforçou o rapaz.

Esquecendo-se completamente de que Tony ainda estava com a mão sobre a dela, e sem se opor quando ele entrelaçou os seus dedos, Rachel sorriu e argumentou em defesa do primo:

— Ele gosta da Emily.

— E eu de você. — deixou escapar Tony, já que aquelas palavras simplesmente saíram de dentro dele com uma naturalidade absurda.

Surpresa e constrangida, Rachel desmanchou o sorriso e puxou a sua mão de volta. Disfarçou, a passando por sua nuca e depois, como se aquelas palavras não tivessem sido ditas, ela recomeçou:

— Do que mais você tem medo?

Tony encarou Rachel por um bom tempo, enquanto se perguntava até quando ela fugiria dele daquele jeito. Sem encontrar uma resposta e magoado com aquela situação, ele decidiu pensar sobre a pergunta que ela fez. Sobre os seus medos, além daquela preocupação que tinha em relação à sua irmã e Henry.

Automaticamente, Tony se lembrou da noite em que os seus pais morreram. Do acidente depois de uma festa, onde todos beberam e celebraram demais. E de quando acordou do coma, um mês depois, e descobriu que só ele e Emily tinham sobrevivido. Era disso que Tony tinha medo. De que outro acidente acontecesse e ele perdesse outra pessoa. Emily. Ou Rachel. Ou mesmo a si próprio.

Desde que se recuperou do coma, Tony enfrentou um período difícil de estresse pós-traumático e, por fim, acabou desenvolvendo uma certa neurose em relação a segurança no trânsito. Ele jamais dirigia sob efeito de álcool ou cansado, e jamais deixava que alguém dirigisse o seu carro assim. Jamais esquecia o cinto de segurança. Jamais brigava no trânsito. Sempre dirigia bem abaixo do limite de velocidade e com muita cautela. Nunca dirigia sob neblina ou em tempestades.

— Estrupício? — chamou Rachel, notando que ele estava com um olhar distante.

Tony voltou a se concentrar nela e percebeu que não queria conversar sobre aquilo com ninguém, nem mesmo com Rachel. Então, abrindo um sorriso e enterrando aquele trauma dentro de si, ele ergueu a sua taça e anunciou:

— Eu proponho um brinde!

Rachel o fitou com certa desconfiança, mas, percebendo que Tony não estava se sentindo à vontade com aquela conversa, ela achou melhor não insistir.

Então, depois de erguer a sua taça, a caçadora indagou:

— E à que nós vamos brindar?

— Eu não sei... Que tal ao Freddy Krueger por ter nos reunido de novo? — sugeriu Tony divertido.

— Não tem graça. — reprovou a morena.

Ele assentiu com um meneio de cabeça e fez outra sugestão:

— Ok, então que tal... À vida?

Rachel estreitou o olhar na direção dele e teve que se policiar para não fitá-lo de um jeito carinhoso demais. Mas é que havia alguma coisa em Tony que estava começando a mexer com ela. E Rachel estava começando a gostar daquela sensação.

— À vida. — concordou por fim.

Então os dois brindaram, mas quando iam entornar as taças e beberem o vinho, o celular de Tony começou a tocar. Em seguida, ele pegou o aparelho no bolso, viu que era Emily, sorriu e atendeu carinhosamente:

— Eu já disse que você é a minha irmã favorita? — mas, instantes depois, sentindo certa tensão na voz dela, ele desmanchou o sorriso e perguntou preocupado: — O que aconteceu?

Rachel observou a cena apreensiva e curiosa.

XXX

Enquanto Emily contava para o irmão sobre o seu pesadelo com Freddy Krueger, Erik estava do lado de fora da pousada, sentado em um dos degraus da escada que ligava o prédio a calçada, esperando por Isabel, que tinha saído tão apressada de moto, que não ouviu quando ele a chamou e tentou alcançá-la.

Uma leve neblina percorria as ruas arborizadas de Springwood e o silêncio da madrugada imperava por todos os lados. Os únicos barulhos eram os sons de algumas corujas que ficavam entre as árvores e nos telhados das casas da região.

Sentindo um pouco de sono, Erik bocejou e passou as mãos pelo rosto. E o frio o fez se encolher um pouco e mover as pernas repetidamente, numa tentativa de se aquecer.

Mesmo assim, ele continuou ali. Exatamente onde queria estar quando Isabel voltasse, já que precisava entender o que estava acontecendo com ela e... Com eles.

Distraído, Erik começou a relembrar a forma como os dois se conheceram. A forma como Isabel o salvou daquele demônio. Mas, ao lembrar-se da sensação de estar possuído, Erik sentiu um arrepio percorrer o seu corpo e achou melhor parar de pensar naquilo e se concentrar na gratidão que sentia por Isabel. Não só na gratidão, mas principalmente em outro sentimento que a garota despertava nele.

Erik sorriu ao pensar nisso. Mas, como estava realmente cansado, acabou bocejando novamente e suas pálpebras pesaram um pouco. Então, ele as fechou por um instante. E depois por um tempo maior. Em seguida, ele abriu os olhos e fitou o outro lado da rua.

Logo depois, Erik estreitou o olhar, pensando que estava imaginando coisas, mas imediatamente se convenceu de que não. Havia mesmo um homem parado lá, com a cabeça baixa e protegida por um chapéu preto.

Em dado momento, ele ergueu o olhar na direção de Erik, que reparou melhor no sujeito. O cara não tinha as melhores das aparências. Aliás, apesar da escuridão, dava para notar que havia alguma coisa muito errada com a pele dele. Parecia... Derretida.

Queimada!

Erik se levantou rapidamente do degrau, deduzindo que aquele homem o observando era Freddy Krueger e que, portanto, ele tinha adormecido enquanto esperava por Isabel.

A teoria se confirmou quando Freddy ergueu a mão no ar e acenou para Erik, movendo os dedos lentamente. Consequentemente, as suas características lâminas bateram umas nas outras, causando um ruído irritante e intimidador.

Erik estava paralisado pela surpresa e pelo choque daquela situação. Não sabia como reagir e, por mais que tentasse acordar, não conseguia. Sabia que estava em perigo e isso fez o seu coração acelerar e a sua respiração ficar mais pesada.

De repente, Freddy sorriu para ele e, sem explicação aparente, foi se desfazendo no ar lentamente. Virando outra coisa, enquanto uma risada maligna se propagava no ar.

Quando percebeu que Freddy estava virando uma densa fumaça negra e demoníaca, Erik engoliu em seco. Lembrou-se de quando uma fumaça semelhante entrou pela janela do seu apartamento e o possuiu, mergulhando em sua garganta e lhe causando uma sensação atordoante e dolorosa.

Agora, aquela outra fumaça estava se erguendo no ar, cortando o espaço entre os dois lados da rua, vindo na direção de Erik, que sentiu aquela lembrança confusa e dolorosa paralisá-lo ainda mais.

Quando a fumaça negra estava prestes a chegar onde o rapaz estava, ele sentiu um toque suave em seu ombro e uma voz doce o chamando:

— Erik?

Imediatamente, ele acordou sobressaltado e Isabel deu um passo para trás, assustada com a reação abrupta.

Confuso, Erik olhou tudo em volta e percebeu que ainda estava no mesmo degrau, da mesma escada, em frente a pousada.

Rapidamente, se levantou e olhou para o outro lado da rua, mas não havia qualquer sinal de Freddy Krueger, o que indicava que ele tinha mesmo acordado. Então Erik voltou a fitar Isabel, enquanto sua respiração voltava ao normal e o seu coração acelerava por outro motivo. Por causa dela.

— O que aconteceu? — perguntou a nephilim, visivelmente preocupada. — Você está bem? — prosseguiu, temerosa diante da expressão tensa do rapaz. E, imaginando o motivo, ela pediu: — Por favor, não me diga que você pegou no sono e viu o Freddy?

— Eu o vi. — contou Erik sem rodeios.

Ainda mais preocupada, Isabel levou as mãos à cabeça e murmurou:

— Ai meu Deus... Não...

— E você me salvou. — afirmou ele, a interrompendo, enquanto o seu coração batia cada vez mais forte e a sensação ruim do pesadelo se dissipava.

— O quê? — não entendeu a nephilim, um tanto zonza. — Não... Não, Erik. Eu não te salvei. — discordou. — O que aconteceu com você foi minha culpa. Eu nunca deveria ter te trazido para Springwood, eu...

De repente, Isabel parou de falar, porque Erik deu um passo na direção dela, envolveu sua nuca com as mãos e, a poucos centímetros do seu rosto, insistiu:

— Você me salvou sim. E de novo.

A nephilim sentiu o seu corpo inteiro se arrepiar apenas pela sensação das mãos de Erik em sua nuca e pela respiração descompassada dele em seu rosto. Se perdeu nos olhos dele e, inevitavelmente, olhou para aquela boca tão convidativa. Seu coração palpitou. Acelerou.

— Eu salvei? — balbuciou ela, voltando a fitá-lo nos olhos.

Erik não respondeu. Ao invés disso, a encarou por um longo momento, como se quisesse ver algo além daqueles olhos, algo que o intrigava, algo que o levou a questionar:

— Quem é você, Isabel? Algum tipo de... Anjo da guarda?

— Algo assim. — assentiu ela, lembrando-se do que era na verdade, uma nephilim.

Erik se aproximou mais um pouco, fazendo os seus corpos ficarem colados um no outro, e suas mãos tomaram o rosto de Isabel completamente para si.

Embora a nephilim soubesse que eles tinham que conversar sobre o tal pesadelo e sobre os motivos que a levaram a sair da pousada daquele jeito, tudo isso pareceu completamente irrelevante naquele momento. Tudo isso podia esperar. Só uma coisa não podia mais.

Pensando da mesma forma que ela e sem querer adiar mais aquele momento, Erik começou a dizer:

— Olha, eu não sei se você está com vontade de me beijar agora, mas...

Erik não terminou a frase. Antes disso, Isabel fechou os olhos, trouxe o rosto dele para junto do seu e encaixou seus lábios nos dele com ímpeto, urgência e paixão, fazendo uma onda de calor percorrer os corpos de ambos e afastando de vez o frio daquela madrugada.

Instintivamente, o rapaz também fechou os olhos e se entregou de vez àquele momento, se desligando do mundo ao redor, envolvendo os lábios de Isabel com a mesma urgência e sentimento, encontrando a sua língua e aprofundando o beijo entre eles, de tal forma que os seus corações aceleraram ainda mais e uma sensação de felicidade plena inundou as suas mentes.


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Notas finais do capítulo

Eitchaaaaaaaaa que desta vez sim ninguém mais interrompeu Isaberik! Ufa! Já era hora desses dois se agarrem loucamente mesmo (oi?). E aí? Gostaram? Valeu a pena esperar? E agora? Como será entre esses dois? Namoro ou amizade? kkkkkkkkkk Lembrei do programa do Tio Sílvio.

E a ilustre participação do Dean? Curtiram? Eu ameiiiiiiiiii escrever! E para quem não leu meus devaneios anteriores, o Dean tem uma verdadeira paixão pelas pernas de Natalie Jones, sua baby.

Sobre o Tony, viram que eu coloquei algumas informações sobre o acidente que matou os pais do moçoilo? Sim, sociedade, ele e a Emily estavam lá... Triste.

E triste também a Rachel se esquivando do Estrupício, maaaaaaaaaas, em breve as coisas mudarão entre esses dois. Aguardem e confiem, ok?

Por fim, mais um pesadelo, Freddy atacando de novo... Vixe... Complicações a caminho.

Muito bem, espero que tenham gostado deste capítulo, aguardo vossos comentários e, provavelmente, sexta irei postar mais um.

Bjs e até lá!



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