Presente de Natal - Dramione escrita por Beatrice Black Riddle


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Minha primeira fanfic publicada então, por favor, não me linchem!Espero que gostem, se sim, por favor, comentem! É uma two shot Dramione. Se não tiver idade para lê-la, pense bem antes de começar, coloquei classificação, mas eu sei que há como burlar, cada um deve ser responsável pelo conteúdo que busca.Espero que gostem!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/579830/chapter/1

Hogwarts estava vazia, como se era esperado para essa época do ano. Eu andava pelos corredores de cabeça baixa sem realmente olhar para onde estava indo. Estava realmente infeliz, de um jeito que eu não me via desde o começo da guerra. Via o salão comunal vazio, e o salão principal também, e não conseguia entrar no clima da época.

Durante as aulas, com todos aqui e meu amigos por perto, eu conseguia ver o castelo como ele foi durante tantos anos, uma escola diferente e totalmente mágica, o vi assim desde o momento que cheguei, do barquinho que levava os alunos do primeiro ano. Mas agora com tudo vazio, eu não conseguia vê-lo assim. Eu só via a batalha que havia acontecido ali e em cada canto eu me lembrava de uma morte, os rostos das pessoas não saiam da minha cabeça. Então continuava andando com a cabeça baixa, sem olhar para os lugares para que mais lembranças ruins não me invadissem.

Era época do natal, tudo estava enfeitado para as festividades, a neve caia linda, majestosa e branca lá fora. Tudo no castelo era preparado para mostrar ainda mais a magia que esses dias tinham por si só, mas eu não conseguia entrar nesse clima, era simplesmente doloroso demais me permitir invadir por esse sentimento, ele me trazia saudades de um tempo que seria para sempre uma lembrança, e uma lembrança solitária. As outras duas pessoas que sempre guardavam essas lembranças comigo, agora estavam felizes a muitos quilômetros de distancia.

Normalmente eu não passava o fim do ano na escola, porém dessa vez foi inevitável. Eu não havia conseguido trazer a memória dos meus pais de volta depois da guerra. A muito custo havia os encontrado em uma cidadezinha tranquila no extremo noroeste do Canadá, era uma cidade pequena e calma, onde falavam apenas francês. Havia os procurado no mundo todo, mas então me lembrei de que um dos sonhos de minha mãe antes de eu nascer era ir morar no Canadá, já que os Granger falavam francês fluente a muitas gerações, e era um país tranquilo.

Eles haviam construído um consultório, e moravam em uma casa grande, porém confortável, que tinha um jardim enorme nos fundos, com muito verde e um balanço, haviam realizado meu sonho de criança. Descobri que minha mãe estava grávida de uma menina, e que se chamaria Jean como meu nome do meio. Mais de uma vez fui ao seu consultório e tentei reverter o feitiço que usei para apagar suas memórias, mas não obtive sucesso, então os deixei para que pudessem ter uma vida feliz em paz, sem o mundo bruxo para atrapalhar.

Também não conseguiria passar a virada do ano na Toca, junto com Harry e Gina. Porque havia começado a namorar com o Ronald, mas alguns meses após a guerra, quando voltamos a Hogwarts para fazer nosso último ano, havia pegado ele aos beijos com a Brown no dormitório que eu dividia com ela. Havia até mesmo perdoado Lilá, já que não era ela quem estava me traindo e também porque parecia muito arrependida, já que eu a havia salvo na batalha final, e ela sentia que me devia por isso. Mas jamais perdoaria Ronald, e mesmo a senhora Weasley insistindo muito, eu não conseguiria ficar perto dele mais do que o necessário.

Então estava na escola, praticamente sozinha, já que com a derrota do Lord das trevas poucos alunos haviam ficado ali, andando pelos corredores, infeliz e pensando no que faria quando chegasse a hora de ir morar sozinha e arrumar um emprego após o fim das aulas.

Segundo a diretora Minerva eu poderia ficar com ela em sua casa até que o ano letivo em Hogwarts voltasse e ela estava me preparando para ir estudar pelo mundo todo para que eu me tornasse uma professora ali quando voltasse. Eu era muito grata pelo carinho que a professora tinha por mim, e tinha plena certeza que provavelmente aceitaria as sugestões dela, afinal de contas eu não me via no ministério depois de toda a corrupção que passou por ali, e gostaria muito de continuar estudando e depois ensinando, ainda mais ficando nesse lindo castelo depois de me formar.

Estava tão distraída que não percebi que havia ido parar em uma parte do castelo que eu conhecia muito pouco, as masmorras. Era um lugar mais escuro que a maior parte do castelo, e tinha muito mais o ar de castelo medieval do que as outras partes, mas era calma e silenciosa, uma brisa fresca passava pelos corredores, mostrando que em algum ponto devia haver uma janela. Me animei com a ideia de explorar o local, afinal de contas eu não tinha nada para fazer, já que todos os trabalhos eu já havia feito, e ali era um lugar que apesar de tudo me emanava tranquilidade.

✣ Draco Malfoy

Hoje era véspera de natal, e pela primeira vez eu estava em Hogwarts nessa época do ano. Meu pai havia recebido o beijo do dementador ontem à tarde e em seguida havia sido levado para uma ala especial de Azkaban, eu não o havia visto desde nosso julgamento e escolhi ficar na escola para não ver a sentença sendo cumprida. Eu o odiava, mas ele ainda era meu pai e eu não aguentaria ver isso.

Minha mãe ia passar o natal e o ano novo com a tia Andrômeda, depois da guerra elas fizeram as pazes e isso estava sendo muito bom para as duas, já que minha tia havia perdido a filha e o genro e parecia desolada. E a senhora Malfoy sempre dependeu do marido, mesmo que ele fosse um imbecil com ela, ela o amava e também não estava muito bem. Juntas elas estavam dando forças uma a outra, e eu não queria estar presente também.

No julgamento eu e minha mãe havíamos sido absolvidos. Já que no fim minha mãe ajudou o Potter e foi decidido que eu não havia tido escolha, já que meus pais haviam sido ameaçados. Então no começo do ano letivo, voltei para Hogwarts para fazer meu último ano com meus amigos. Eu buscava uma vida nova a partir daquele ano, sempre havia tido notas boas e resolvi me esforçar para seguir meu sonho de trabalhar como medibruxo. Meu pai sempre foi contra e sempre disse que eu seguiria com os negócios da família, mas aquilo não era para mim.

Estava passeando pelas masmorras quando vi que alguém estava apoiado na única janela que havia na masmorra, eu também gostava de ficar ali, era tudo calmo, silencioso, e o vento era gelado, mas fazia minha mente clarear. Havia ficado ali durante muitas horas, no sexto ano havia sido meu único refugio.

Ao me aproximar mais reparei que era uma garota quem estava ali debruçada olhando para fora. Sua saia era mais comprida do que a da maioria das alunas, estava sem a capa apenas com a camisa branca por fora da saia. Mesmo seu uniforme sendo provavelmente um número maior que o seu manequim, pude notar que ela tinha um corpo muito bonito, era magra e tinha as coxas e o quadril do tamanho certo. Mas o que me denunciou quem era a menina foi seu cabelo castanho comprido até a metade das costas com ondas, não mais armado como era na infância. Hermione Granger estava ali.

– Olá, Granger. – Ela olhou para trás e sorriu, um pouco assustada por ser pega e provavelmente com medo de que eu a delatasse já que estava fora da cama depois do toque de recolher e perto do salão comunal da Sonserina.

– Oi, Malfoy! Desculpe, eu sei que não deveria estar aqui, já estou de saída! – Disse ela rapidamente e saindo do batente da janela.

– Calma, não vou te entregar para o Filch, só queria uma companhia acho. – Sorri fraco, e ela parou onde estava. Pude ver sua indecisão, mas ela se apoiou na parede ao meu lado e ficou olhando para mim.

Eu e Hermione não éramos grandes amigos, mas não nos agredíamos mais verbalmente, ou fisicamente no caso dela, e como éramos os únicos a frequentar a biblioteca havíamos nos aproximado durante as aulas. Ela havia me ajudado a estudar e me mostrado vários feitiços e poções que eu nunca havia visto. Sabia sobre seus planos de estudar para se tornar professora e ela também sabia que eu buscava ir para a área da saúde. Aos poucos estávamos nos conhecendo mais, e no dia que ela descobriu a traição do Weasley, a escondi dos amigos para que pudesse ficar sozinha e pensar.

– Está tudo bem, Draco? – Raramente nos chamávamos pelo primeiro nome. Era mais quando sabíamos que estávamos sozinhos.

– Está. Só tem sido tempos difíceis. – Eu estava cansado, e não me importava de demonstrar a ela, então só fiquei apoiado na parede olhando para o teto.

– Aconteceu alguma coisa? – Hermione olhava ansiosa para meu rosto.

– Ontem meu pai recebeu o beijo do dementador. - Eu não estava realmente me sentindo mal com isso, mas era bom falar com alguém sobre isso. - E eu decidi não estar lá para ver. - Hermione olhava para a janela enquanto eu falava.

– Sinto muito! Sua mãe está bem? - Ela afagava meu braço levemente, e parecia realmente preocupada.

– Está. Ela fez as pazes com minha tia Andrômeda e ia passar o natal com ela. - Era bom falar com ela, mas algo me estava parecendo faltar. - E você? Por que está na escola?

– Bem, ir para a Toca não era uma opção, e para casa também não então... - Ela parecia muito triste, de uma forma que eu nunca tinha visto antes, então preferi não continuar com o assunto mesmo estando curioso do porque ela não podia ir para casa, em nenhum dos anos soube que ela havia ficado em Hogwarts.

– Eu entendo. Pode passar o natal comigo se quiser. - Ela sorriu um pouco.

– Acho que pode ser uma boa ideia. - Não pude refrear minha expressão de surpresa por ela ter aceitado.

–-- ✣ ---

Eu estava no quarto do Draco, dentro do salão comunal da Sonserina. Esse era um dos lugares que eu tinha certeza que jamais estaria um dia e para completar a estranheza da situação nós estávamos rindo das aventuras amorosas do loiro.

– E então tem a Brown. Metade da Sonserina dormiu com ela durante a época que ela namorava com o Uon-Uon, no sexto ano. A outra metade é composta pelas meninas, que são 25%, e pelos rapazes que sabem pensar com a cabeça de cima. Fico muito feliz em dizer que faço parte desses rapazes! - Não conseguia parar de rir do jeito que ele falava da minha querida colega de quarto. - Já vi ela se atracando nos corredores e mais de uma vez ela já tentou vir para a minha cama, tentando me encurralar nas masmorras. Mas eu nunca ficaria com ela, e nenhuma garota esteve no meu quarto antes. - Não pude deixar de sorrir por ser a primeira a estar ali sabendo de toda sua fama e também por ele não ver nada demais na Brown.

– No começo pensava sobre o que eu tinha feito para merecer ser traída daquela forma, mas depois simplesmente superei. – Dei de ombros. - Percebi que eu não o amava dessa forma, e agora não somos nem mais amigos. - Eu estava sentada na cama de Draco encostada em seus travesseiros enquanto ele pegava comida em um armário.

Seu quarto era enorme e ele o dividia normalmente com o Zabini. Ao contrário da Grifinória, onde três alunos no mínimo dividiam o dormitório, aqui apenas dois dormiam em um quarto gigante. Tudo ali era verde, prata, preto, ou em madeira marrom bem escuro, desde sua cama até a decoração do enorme banheiro e do closet dos sonhos. O armário onde ele estava pegando comida era ligado à cozinha e tudo que ele desejava aparecia ali.

– Quando te vi naquela noite, achei que você não aguentaria. Nunca havia te visto tão triste. - Draco estava trazendo algumas travessas de doces, e duas cervejas amanteigadas.

– Aquele realmente foi um dos piores dias da minha vida. - Suspirei, Draco havia me ajudado muito desde aquele dia. - Draco, se eu te contasse algumas coisas, você só me ouviria? Sem contar a ninguém? - Era noite de Natal, eu queria falar com alguém e ele sabia ouvir.

– Ouviria. Sabe que sim, Hermione. E também sabe que não conto a ninguém. - Seu sorriso me encorajou.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Se você gostou, por favor, comente. Quero ter uma noção de como estou. Até o próximo capítulo!