Paixões Opostas escrita por Lua


Capítulo 11
Capítulo 10 – Festa, Brigadeiro e Estrelas


Notas iniciais do capítulo

HELLO MY STARS (sou muito fluente sim) õ/ Como vocês estão? Depois de 5 meses, cá estou de volta. Mais uma vez, me perdoem a demora. Essa humilde terceiranista que vos fala está fazendo de tudo para conseguir atualizar, pois detesto deixar vocês aguardando. Espero que entendam ♥
Quero dar as boas-vindas à Fofura, minha querida amiga que mora no meu coração e que agora faz parte da família de PO. Obrigada por todo o carinho, amore *-*
Fiquem com o 10° capítulo, nos vemos nas notas finais :3



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“So make a wish

I'll make it like your birthday everyday

I'll be your gift

Give you something good to celebrate” (Katy Perry – Birthday)

 

Após voltar para casa, almoçar e descansar resolvi estudar um pouco de História, visto que a prova já estava próxima. Estávamos estudando Grécia e Roma, assuntos dos quais gosto muito, por isso o tempo passou tão rápido que nem percebi. Quando dei por mim, já havia anoitecido. Guardei meus materiais e desci, em busca de algo para fazer. Chegando à cozinha, percebi que Dona Vanessa havia acabado de começar a preparar o jantar, e decidi ajudá-la.

— Oi mãe – cumprimentei, dando-lhe um beijo na bochecha – O que posso fazer para ajudar?

— Chegou em boa hora, Nanda. Você pode cortar a carne em pedaços bem pequenos? Decidi fazer um arroz tropeiro para comermos.

Assenti e logo iniciei o trabalho. Permanecemos em silêncio por algum tempo, até que minha mãe puxou assunto:

— Então... falta só 1 semana – disse, enquanto se virava para mim, sorrindo.

— Nossa, é mesmo... 18 anos nas costas, estou ficando velha – respondi, em tom de brincadeira, mas ainda focada na carne.

— Você não me parece muito animada... aconteceu alguma coisa? – Dona Vanessa, com seu típico radar materno, questionou.

— Não, nada... eu realmente não estou animada, mas não há nenhum motivo específico. – respondi, embora não tão verdadeiramente quanto gostaria.

— Entendo... de qualquer forma, diga o que quer ganhar de presente – pediu, retomando o sorriso anterior.

— Sapatilhas novas, as minhas estão bem gastas.

— Não vale, isso eu já ia comprar de qualquer jeito – retrucou, em um falso tom de bronca.

— Okay, a senhora venceu. Quero dois pingentes: um com sapatilhas e outro com um skate. Pode ser?

— Agora sim, um pedido digno. Pode sim, adorei a escolha.

Sorrimos uma para a outra e voltamos ao trabalho.

 

x-x-x-x-x

 

O domingo passou tedioso como sempre, e logo já era segunda-feira novamente. Incrivelmente, os três primeiros horários passaram rapidamente, e quando percebi já era intervalo. Enquanto as meninas foram comprar lanches na cantina, eu e Leo ficamos na sala conversando.

— O aniversário de um certo alguém está chegando – ele cantarolou, sorrindo.

— Parabéns para esse certo alguém – retruquei, brincando. Sabia que ele se referia ao meu aniversário, mas isso não mudou meu estado de total desânimo. Não haveria festa, então no máximo eu ganharia um “Com quem será que a Nanda vai casar?” e os presentes da minha mãe, nada que merecesse alarde.

— Nossa, quanta animação – Leo ironizou, olhando-me com incredulidade.

Expliquei meus motivos a ele, que sorriu e assentiu, mostrando que compreendera.

— Chega de tristeza, você tem Leo, o delícia na sua vida, o que já é motivo mais que suficiente para se alegrar – afirmou, fazendo-me cócegas até que eu me dobrasse de tanto rir.

— Obrigada – agradeci, quando finalmente consegui parar de gargalhar.

— Pelo que? – questionou, embora eu soubesse que era uma pergunta retórica. Ainda assim, respondi.

— Por tudo: me deixar feliz, ser essa pessoa alto-astral... – fiz uma pausa, olhando-o nos olhos – ... e por fazer parte da minha vida.

Ele apenas sorriu e se aproximou, beijando-me carinhosamente.

— Disponha – respondeu, ainda com a testa colada na minha.

 

x-x-x-x-x

 

Os dias passaram rapidamente, e quando me dei conta, já era sexta e faltava apenas um dia para o meu aniversário. Eu continuava não muito animada, ainda que fosse completar 18 anos, momento aguardado por muitos jovens. Para completar, meus amigos pareciam ter esquecido completamente da data. Eles sequer tocavam no assunto, e eu é que não iria cobrá-los. Mas calma, não comecem a pensar mal deles. Assim como eu, aposto que vocês não imaginavam a surpresa que me aguardava...

 

x-x-x-x-x

 

Acordei na manhã do meu aniversário em um estranho estado de humor, uma mistura de alegria e desânimo que me deixou bem confusa. Apesar de tudo que sentira durante a semana, eu estava completando anos, e isso não deixava de ser motivo para que a felicidade conseguisse se infiltrar em meio à amargura e me deixar mais contente, impedindo-me de desperdiçar completamente o meu dia. Sendo assim, levantei-me, decidida a não me deixar abater. Ainda que ninguém além da minha mãe e do Leo houvesse lembrado (ou assim eu pensava) da data, eu desfrutaria o máximo que pudesse.

 

x-x-x-x-x

 

Logo que desci para tomar café, minha mãe e Victoria me abraçaram e parabenizaram, o que só aumentou minha crescente (embora tardia) animação. Dona Vanessa me entregou os pingentes e, após agradecê-la, eu os coloquei, enquanto pensava no que faria primeiro. Resolvi me mimar um pouco, o que, para uma pessoa esfomeada como eu, significa comer algo saboroso e que não faça parte da sua alimentação diária, ou seja... sorvete. Como já passava das 11h (acordei tarde, me julguem), decidi sair para comprar o doce e retornar em seguida, pois a hora do almoço se aproximava e, como eu não havia comido nada no café, sabia que sentiria fome. Sendo assim, avisei que estava saindo e rumei para a sorveteria.

 

x-x-x-x-x

 

Eram exatas 14h e eu estava largada no sofá, descansando em meio à preguiça pós-almoço e pensando no que faria em seguida, enquanto minha mãe cochilava no outro sofá. Levantei-me para pegar um copo d´água, ao mesmo tempo em que a campainha tocou, despertando Dona Vanessa. Como já estava próxima à porta, atendi, e qual não foi a minha surpresa ao ver Mari e Mila paradas na soleira, sorridentes e parecendo entusiasmadas com algo.

— Hey! O que fazem aqui? – cumprimentei, sorrindo de forma atônita.

— Que pergunta! Viemos te buscar para fazer compras, é claro – Mari respondeu, enquanto ambas entravam.

— Não achou que havíamos esquecido o seu aniversário, né? – Mila questionou – Falando nisso, parabéns!

Elas me abraçaram, enquanto me felicitavam. Em seguida, começaram a me puxar para a porta, parecendo bastante apressadas.

— Keep calm, vocês duas. Preciso tomar um banho antes de qualquer coisa, e eu não tenho dinheiro, esqueceram?

— Não seja por isso – minha mãe retrucou, surgindo do meu lado rapidamente – Pode levar meu cartão, apenas gaste com moderação.

— Além disso, nós vamos te presentear também – Mari completou, enquanto Mila acenava positivamente com a cabeça.

— Okay, vocês venceram. Me deem meia hora, já volto. – afirmei, enquanto me dirigia ao banheiro.

 

x-x-x-x-x

 

Após chegarmos no shopping, as garotas me levaram em diversas lojas, onde cada uma me presenteou com algo: Mari me deu um vestido azul claro estilo tomara-que-caia, com renda no busto e saia rodada, enquanto Mila escolheu um salto preto. Em seguida, nos dirigimos à casa de Mari, onde elas iriam pintar minhas unhas, arrumar meu cabelo e me maquiar. Segundo elas, queriam me deixar ainda mais linda naquele dia tão especial para mim. Ainda imersa na recém-descoberta alegria pelo meu aniversário, nem desconfiei dos planos delas. Sendo assim, qual não foi a minha surpresa quando Mila, tendo terminado de pintar minhas unhas, anunciou que ia se arrumar, enquanto Mari concluía a maquiagem.

— Nós vamos a algum lugar? – questionei, confusa.

— É surpresa – cantarolou Mila, abrindo o guarda-roupa. – Mari, vou pegar o vestido vermelho emprestado, pode ser?

— Claro, amiga. Eu vou usar o conjunto branco, separa pra mim, por favor – ela respondeu, ainda concentrada em contornar meus lábios.

— Alguém pode me explicar o que está acontecendo? – pedi, observando Mila pegar as peças (cropped e saia) do armário.

— Apenas relaxe e aceite, okay? – disse Mari.

Resignada, apenas assenti com a cabeça e aguardei o término da sessão de beleza. Quando ambas já haviam se arrumado, entramos no carro do pai de Mila. Antes que ele desse a partida, senti meus olhos serem vendados.

— É sério isso? – perguntei, já indignada. Se tem uma coisa que eu detesto é ficar por fora das coisas.

— É por um bem maior – Mila afirmou, dando um nó na parte de trás da venda.

— Baixou Dumbledore e Grindewald em vocês agora? – retruquei.

— Pode ir, pai – ela continuou, me ignorando completamente.

Dito isso, o carro começou a se movimentar e todos se calaram. Após uma viagem curta, paramos novamente.

— Chegamos. Nanda, vou precisar que você colabore para que possamos te guiar, okay? – Mari perguntou, calmamente.

— Tenho opção? – devolvi a pergunta, mas aceitei a mão que ela me estendia.

Após descer do veículo com muito cuidado, fomos andando calmamente pela calçada, até que entramos em outro local e, pelos ruídos, percebi que estávamos diante de um elevador. Entramos e, alguns instantes depois, saímos. Caminhamos mais um pouco pelo corredor, até que as meninas me seguraram para que eu parasse. Elas tocaram a campainha e, assim que atenderam, fui guiada para o lado de dentro. Em seguida, senti que uma delas desamarrava a venda, e controlei a ansiedade que me consumia. Finalmente eu ia descobrir o motivo de tanto mistério e suspense.

— SURPRESA! – um grito coletivo me recebeu.

Percebi, então, que estávamos na minha casa, e que eu havia recebido uma festa surpresa. Virei-me para as meninas, sem conseguir conter o sorriso que tomava o meu rosto.

— Não acredito que vocês organizaram tudo isso – afirmei, abraçando-as.

— Pois trate de acreditar – Mila respondeu.

— Você merece isso e muito mais – Mari completou.

Soltei-as e me virei para os outros convidados, ainda radiante. Leo, minha mãe, Victoria e Eric estavam logo na frente, seguidos por toda a minha turma de ballet (e minha professora), os gêmeos e mais algumas pessoas. Fui abraçada e parabenizada por muitos deles ao mesmo tempo, mas só pude retribuir e sorrir, tamanho era o meu êxtase. Após alguns instantes, fui puxada de canto pelos gêmeos. Gabriela estava com um embrulho em mãos, e ambos sorriam para mim.

— Parabéns, Nanda! – Daniel desejou, me abraçando.

— Isso é pra você – sua irmã completou, entregando-me o pacote.

Abri com cuidado, sem querer rasgar o papel, e deparei-me com algo que me tirou o fôlego: uma caixinha de música. Era branca e dourada, com formato de piano e uma pequena bailarina empoleirada no tampo.

— É a coisa mais linda que já vi – afirmei, olhando para os dois. – Obrigada.

Assim que eles se afastaram, Leo se aproximou de mim, também segurando um embrulho em mãos, e me beijou.

— Feliz aniversário, meu amor – ele disse, me entregando o presente.

Dentro da pequena caixa repousavam dois colares: um com o símbolo yin e outro com o yang.

— Leo, eu adorei – disse, sorrindo para ele.

— É muito bom saber disso – respondeu, também sorridente – Vire-se, quero ver como fica em você.

Ele pegou o yin e colocou em meu pescoço, me provocando arrepios com o toque de suas mãos em minha pele. Em seguida, coloquei a caixinha em cima da estante e fiz o mesmo com ele.

— Perfeito – comentei, enquanto uníamos os símbolos.

— Combinou perfeitamente com nós dois. Afinal, somos almas ligadas pelo destino – Leo afirmou.

— Meu namorado é um poeta.

— Só aos domingos... e quando uma certa garota está envolvida.

Sorri para ele, dando-lhe um selinho. Em seguida, me dirigi às escadas.

— Preciso guardar esse presente – expliquei, referindo-me à caixinha de música - Vem comigo?

— Só se for agora.

 

x-x-x-x-x

 

Já fazia algum tempo que a festa estava rolando. Eu dançava com Leo, enquanto Mari e Mila se jogavam na pista (leia-se sala de casa com os móveis encostados nas paredes), acompanhadas por Gaby. Daniel apenas observava, ignorando as várias meninas que o encaravam, esperando um convite para dançar.

Então, a música parou de repente. Antes que as pessoas pudessem reclamar, minha mãe pediu a atenção.

— Parei a música, mas foi por uma boa causa: está na hora de cortar o bolo.

Após isso, Eric surgiu segurando uma combinação perfeita de chocolate e coco, que me fez salivar imediatamente. Em cima do bolo, duas velas azul claro formavam o número 18. Ele colocou o doce cuidadosamente na mesa de centro, alguém apagou as luzes e todos se postaram ao meu redor, cantando a típica música do “Parabéns Pra Você”.

Enquanto todos estavam distraídos, Leo se aproximou de mim e sussurrou disfarçadamente:

— Faça um pedido. Prometo que farei o que puder para realizá-lo.

Sendo assim, fechei os olhos e pensei em algo simples, mas que eu realmente queria. E o melhor de tudo, Leo poderia realizá-lo sem problemas.

Assim que apaguei as velas, o coro de “Com quem será” se iniciou, seguido por todas as variantes de “Ô Nanda eu vou comer seu bolo”. Dividida entre a vergonha e o riso, dei uma de Pinguins de Madagascar e apenas sorri e acenei.

Lá pelas 22h, todos começaram a ir embora, incluindo as meninas e o casal de irmãos. Mari e Mila foram primeiro, sussurrando “juízo” em meu ouvido antes de me abraçarem e saírem. Revirei os olhos para elas e sorri, virando-me em seguida para os gêmeos. Daniel seguiu o exemplo das meninas (talvez com medo de causar ciúmes em Leo, não sei), mas Gaby beijou-me na bochecha e, em seguida, perguntou algo para alguém atrás de mim:

— Vem conosco, Leo? Já está tarde, com certeza você não vai demorar muito mais por aqui.

— Obrigado Gaby, mas acho que vou ficar mais um pouco – ele respondeu, abraçando-me por trás e passando os braços pela minha cintura.

Por instinto, olhei para o rosto de Gabriela e vislumbrei, por uma fração de segundo, uma expressão que era um misto de raiva, inveja e ciúmes. Em seguida, quase como se estivesse vestindo uma máscara, ela abriu um sorriso e assentiu.

— Okay então, até amanhã.

Após dizer essas palavras, ela saiu sem dizer mais nada. Daniel acenou para nós e seguiu a irmã. Tanto minha mãe quanto Eric já estavam dormindo, cansados após liderarem a organização da festa, e todos os outros convidados haviam ido embora, o que queria dizer que eu e Leo estávamos sozinhos. Virei-me para ele, sem quebrar o contato de seus braços com o meu corpo e sorri. Meu namorado retribuiu o gesto com um toque de malícia.

— Enfim sós – sussurrou em meu ouvido, fazendo-me arrepiar.

— No que está pensando? – questionei, embora já soubesse a resposta – Esqueça, não responda.

— Eu ia dizer “olhar as estrelas comendo brigadeiro com morangos” – respondeu, surpreendendo-me – O que achou que eu diria?

— Quer mesmo saber? – respondi.

Ao se dar conta do que eu queria dizer, Leo gargalhou e retrucou:

— Depois o safado sou eu.

— É você mesmo – dei um tapinha nele, acompanhando suas risadas.

— Mas sabe, suas ideias são bastante boas também – ele afirmou, voltando à sua expressão anterior.

— Ainda prefiro as suas. Eu pego o brigadeiro com os morangos e você abre a porta da varanda, okay?

Ele concordou e nos separamos, cada um indo para uma direção. Após passar na cozinha, subi para o meu quarto e encontrei-o sentado em um monte de almofadas, de frente para a sacada. Leo contemplava o céu, e ainda que não pudesse ver seu rosto, sabia que sua expressão era nostálgica. Afinal de contas, contar estrelas era mais que um simples gesto para nós: era um ato carregado de boas lembranças. Sorrindo, andei em sua direção e sentei-me ao seu lado.

A noite estava perfeita para o que pretendíamos fazer: tempo agradável, com pouco vento, sem calor excessivo e o céu completamente estrelado, embora sem lua. Leo também pareceu perceber isso, pois comentou:

— Escolhemos um ótimo dia para contar estrelas... ou deveria dizer noite? – indagou-se, em tom de brincadeira.

— Não faço a mínima idéia, só sei que esses morangos parecem estar uma delícia, e mergulhados no brigadeiro então... – não consegui terminar a frase, pois já estava provando uma daquelas maravilhas.

Leo não tardou a me acompanhar, e passamos alguns minutos em silêncio, apenas comendo doce, admirando a noite e se deliciando com a companhia um do outro. Depois de um tempo, os hormônios falaram mais alto e começamos a nos beijar. Também pudera, com a proximidade em que nós encontrávamos (o monte de almofadas era estreito, então eu estava praticamente no colo do garoto), isso havia até demorado a acontecer.

— Sabe... você acaba de realizar o meu desejo – confessei, em meio aos beijos.

— Você facilitou as coisas para mim – ele retrucou, meio decepcionado com o fato.

— Eu me contento com pouco – provoquei.

— Obrigado pela parte que me toca, amor – Leo reclamou, fazendo uma expressão indignada.

— Você sabe que é brincadeira. O meu pedido só prova que o que eu mais desejo é você, e nada mais – afirmei, enquanto voltava a beijá-lo.

— Você acabou de me seduzir, sabia? – o garoto questionou, beijando delicadamente o meu pescoço.

— Na verdade, ainda não acabei.

Aproveitei que Leo havia se distraído e me levantei, já com um morango em mãos. Ele permaneceu atônito por alguns instantes, talvez uns 3 segundos, mas logo se recuperou e passou a me encarar, indagando em silêncio o significado daquilo tudo.

— Quer mais um morango? – perguntei, como quem não quer nada.

Ele assentiu e pude notar que sua expressão se desanuviou, talvez porque ele estivesse esperando outra resposta. Contudo, quando Leo se aproximou e tentou pegar a fruta, desviei de sua mão, ao mesmo tempo em que corria para a porta e dizia, provocativamente:

— Vem pegar.

Dito isto, saí em desabalada carreira pelo corredor e desci as escadas, enquanto sentia o garoto em meu encalço, determinado a alcançar seu objetivo: pegar o morango e, consequentemente, eu. Corremos silenciosamente, por incrível que pareça, por toda a casa, até que Leo me encurralou no fundo do corredor do primeiro andar, após termos subido as escadas novamente. Assim que percebi o fato, coloquei o morango entre meus dentes, encarando-o fixamente.

— Te peguei – disse, enquanto me prensava na parede e retirava o morango de minha boca.

— É, parece que sim – retruquei, arfando tanto pela correria quanto pela proximidade entre nossos corpos – Agora sim eu acabei de te seduzir – completei, mordendo levemente meu lábio inferior.

— E fez um ótimo trabalho, devo dizer – elogiou, enquanto olhava fixamente para os meus lábios.

Retribuí o gesto, ao mesmo tempo em que colocava a mão em sua nuca e puxava-o para um beijo. Continuamos imersos naquele momento, como se só existisse nós dois no mundo, até que um barulho nos despertou e voltamos para o meu quarto, silenciosamente.

— Agora eu fiquei com mais vontade de comer brigadeiro – disse Leo, enquanto sentávamos de novo nas almofadas.

— Deixa eu adivinhar: por conta do gosto da minha boca? – questionei, colocando a mão no queixo e olhando pensativamente para o teto.

— Que garota sagaz, gente.

— Eu tenho uma boa notícia pra você – afirmei, enquanto me aproximava lentamente dele.

— Mesmo? E qual é?

— Você não vai mais precisar do brigadeiro.

Acabamos adormecendo sobre as almofadas em meio aos beijos, mas em determinado momento da noite acordamos e Leo foi para o quarto de hóspedes. Minha mãe não se importava que ele dormisse lá, tinha total confiança em nós dois, então não haveria problema. Eu permaneci em meu quarto, pensando no quanto amava aquele garoto e em como era feliz ao lado dele. Mal sabia eu que em breve algo, ou melhor dizendo, alguém surgiria para tentar estragar nossa felicidade.

 

 

No próximo capítulo...

“Ofegante, desci do skate e segurei-o embaixo do braço, ainda sem acreditar no que acabara de fazer. Quando dei por mim, estava sendo aplaudida pela multidão, enquanto o locutor anunciava:

— Fernanda Macedo termina suas manobras! Vamos agora às notas dos jurados – a voz do apresentador soou por todo o local, tirando-me de meu estupor.

Olhei na direção dos responsáveis pela minha classificação na competição e aguardei.

— E a primeira nota é... – ele fez uma pausa para que a placa fosse levantada - ...10!”


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Notas finais do capítulo

Antes que essas mentes maliciosas imaginem coisas, eles só dormiram, nada mais u.u
Espero que tenham gostado, e que a demora tenha valido à pena. Vejo vocês nos reviews õ/
Beijos da Lua, até mais ♥



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