Don't be fear of the darkness - 3º Ato II HIATUS escrita por ABNiterói


Capítulo 3
Capítulo 20 Parte 2


Notas iniciais do capítulo

E aqui está a segunda parte do capítulo! Boa leitura...



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No último capítulo...

– Pare Hermione. – Severus brigou fazendo com que eu prendesse a respiração e olhasse para baixo. Com o pouco que eu conhecia sobre o Bakant, eu sabia o quão difícil era para ele contradizer sua companheira. Se Severus estava dizendo isso agora, era claramente por que eu estava errada. – Você não está raciocinando. Você não quis desistir quando teve a oportunidade, agora vamos até o fim. Você sabe que não podemos matar todos os Weasley e a Ordem sem levantar suspeitas do resto do povo. Se fizermos isso, daremos oportunidade para o surgimento de mais rebeldes, e também teríamos que matá-los para manter a paz. Isso se tornaria um círculo vicioso até que todos estivessem mortos. E qual seria o intuito de tudo que estamos fazendo se não houver um povo para ser governado?

– Todos que estavam na Toca estão vivos. Eles vão estar em contato com vocês. Vão querer ter certeza de que vocês estão bem. Não podemos arriscar tudo o que alcançamos por que estamos com pressa. Siga o plano. Vigie Potter. Deixe com que ele declare a guerra. No fim, nós estaremos apenas nos defendendo e sairemos amados por todos


Capítulo 20 – Parte 2

POV Hermione Riddle

Não dormi naquela noite. Cada vez que eu fechava os olhos a decepção e a mágoa de meu pai apareciam em meu subconsciente, seguidos pela voz tensa e desapontada de Severus. Mesmo meu vício – a poção de sono sem sonhos especialmente preparada por meu companheiro – não conseguiu me abater por muito tempo. Logo eu estava tendo o terrível e costumeiro pesadelo, acordando com Potter me sacudindo.

O sol não havia nascido quando desisti de ficar deitada e fui até a cozinha começar a preparar algo para o desjejum. Fiz uma grande xícara de chá quente para mim e fui sorvendo o liquido enquanto cozinhava tentando me acalmar.

De fato, pouco depois que encerrei a chamada de flu com minha família, quando Potter e Weasley já vestiam pijamas e estavam espalhador nos sofás, recebemos um patrono do Sr. Weasley dizendo que eles estavam bem, mas sendo vigiados. O homem disse para ficarmos onde estávamos que alguém da Ordem nos acharia. Tranquilos com a notícia, os meninos dormiram.

Agora eu me culpava. Sozinha na pequena cozinha, depois de uma noite horrível, eu não queria nada mais que abraçar meus pais e me desculpar por minhas palavras. Infelizmente isso não seria possível. Não até que a batalha final acontecesse.

Potter e Weasley acordaram não muito depois que eu terminei de comer. Deixei-os e fui para a sala começar a organizar tudo o que eu havia colocado em minha bolsa. Eu estava com o braço até o cotovelo dentro da pequena bolsinha de contas quando duas batidas soaram na porta.

Levei um segundo para sentir a assinatura mágica da pessoa antes de fazer um feitiço sem varinha para que a porta se abrisse.

– Entre Gui! Os meninos estão na cozinha... ainda deve ter algum café se você quiser. – disse sem olhar para trás e voltei a procurar as poções que eu queria.

– Hermione – o ruivo cumprimentou. – Como você sabia que era eu?

– Senti sua assinatura mágica.

Ele me observou por um instante e sentou-se na minha frente.

– Não sabia que você era capaz disso. Feitiço indetectável de expansão? – perguntou indicando meu braço enterrado na bolsa. Acenei com a cabeça. – Gringotes ficaria feliz em te contratar. Se a situação fosse diferente, é claro.

Ri levemente. Era uma opção que eu nunca havia considerado para meu futuro.

– Gui! – chamou Potter ao entrar na sala com o outro Weasley atrás de si.

– Como estão mamãe e papai? – pediu Ronald com a boca cheia de torta.

– Estão bem. Estão todos bem. Quando os Comensais viram que você não estava lá Harry, eles foram embora. Papai foi trabalhar no Ministério hoje cedo e logo mandou uma carta dizendo que estava tudo bem. A Ordem chegou a conclusão que, por enquanto, é preferível que todos mantenham suas posições como se nada houvesse acontecido. Não fizeram nenhum anúncio, nenhuma mudança depois que Scrimgeour foi morto.

– Por que você não está trabalhando? – pediu Ronald terminando de comer sua torta.

– Depois... depois de Fleur – Gui respondeu com a voz pesada – eu pedi demissão. Eu não podia imaginar voltar lá, onde trabalhávamos juntos... Eu ia oferecer meus serviços à Ordem, então pensei que vocês poderiam usar de minha ajuda.

– Sua ajuda? Para quê? – perguntou Potter olhando de Gui para mim.

– Sabemos que Dumbledore te deixou uma missão Harry. Podemos não saber exatamente o que é isso, mas toda a Ordem tinha consciência que vocês três não voltariam para Hogwarts esse ano. Não importa o que é. Eu posso ajudar vocês.

– Eu... – Potter olhou novamente para mim, a dúvida brilhando em seus olhos.

– Nós estamos seguros aqui Harry – respondi – e, sinceramente, não sabemos por onde começar. Não sabemos o que vamos enfrentar. Se as coisas forem seguir como na caverna... Não sei se eu seria capaz de fazer tudo sozinha. – meus supostos amigos olharam indignados para mim – Por favor! Vocês podem ser ótimos em Defesa, mas não vai ser só isso que nos manterá vivos.

Manter Gui ao nosso lado poderia não ser a melhor escolha, entretanto eu o preferia ali que alguém com um treinamento de auror. Eu conhecia os Weasleys, seria mais fácil manipulá-lo que alguém como Lupin ou Kingsley.

– Tudo bem – falou Potter – Você pode ficar.

Pelo resto do dia Potter explicou a Gui o que estaríamos fazendo. O ruivo já havia ouvido falar sobre Horcrux, porém a perspectiva de Voldemort possuir sete delas o assustou. Enquanto ouvia os homens conversarem, arrumei as poções prontas que eu tinha. Fiz uma lista de possíveis poções que precisaríamos – apesar de eu não me importar se Potter ou Weasley perdessem um braço ou algo parecido, eu pretendia sair inteira dessa missão –, convoquei meu caldeirão e comecei a preparar mais poções enquanto recitava mentalmente os feitiços das trevas que Severus havia me ensinado e para que cada um deles servia.

Mais uma vez não consegui dormir a noite. Preparei uma xícara de chá e sentei na sala observando o céu escuro através da janela, tentando me convencer de que não era seguro tentar falar com meus pais e pedir desculpas por minhas palavras no dia anterior.

Era mais de meia noite quando ouvi passos e Gui sentou-se no chão, escorado ao sofá na minha frente.

– Pesadelo? – pedi ao perceber sua respiração acelerada. Ele acenou.

– Tenho tido-os todas as noites. Cada vez que fecho os olhos, não consigo parar de ver Fleur sendo atingida. Eu estava ali, atrás dela, e não fiz nada.

– Não havia nada que você pudesse fazer Gui. – tentei confortá-lo. Convoquei outra xícara de chá e entreguei a ele. O ruivo agradeceu e engoliu o liquido quente de uma vez.

– Eu não contei a ninguém, não queria assustá-los, mas depois disso – ele apontou para as cicatrizes em seu rosto deixadas por Greyback alguns meses atrás – minha fome de carne crua não foi a única coisa que mudou. Lupin me explicou o que estava acontecendo, mas eu o fiz prometer não contar a mais ninguém. Você sabia que cada lobisomem possui uma companheira Hermione? Eu posso não ser um lobisomem, mas essa característica passou para mim. Fleur era minha companheira. Você não pode imaginar o que eu senti quando sua vida foi tirada em frente aos meus olhos.

Um arrepio percorreu minha espinha. Sim, eu podia imaginar. Mas eu definitivamente não queria. Só o pensamento de perder Severus era o suficiente para fazer meu coração acelerar em dor. Isso por que ele nem havia me marcado ainda.

Sentei-me no chão ao lado do ruivo abraçando-o de lado.

– Você está certo. Mas imagino que é um sentimento horrível. – ele não disse nada por um longo minuto.

– Eu vou matá-lo. Não pude ver seu rosto, mas lembro-me de seu cheiro. Quando eu o sentir novamente, vou matá-lo.

Não havia nada que eu pudesse fazer. Não é como se eu quisesse dissuadi-lo. Eu faria a mesma coisa em seu lugar.

Não voltamos mais a esse assunto. Nas noites que se seguiram tornou-se comum eu e Gui passarmos horas conversando quando pesadelos e preocupações nos atormentavam. Durante o dia, ficávamos procurando o máximo que podíamos sobre Horcrux, o que as de Voldemort poderiam ser, onde poderiam estar e como poderíamos destruí-las.

Certa tarde Potter estava brincando com o falso medalhão que ele e Dumbledore haviam achado quando ele parou.

– Eu já vi isso antes.

– Claro Harry. Você não larga essa falsificação há meses – respondi distraidamente.

– Não. Você não entendeu. Eu vi esse medalhão antes... antes mesmo de Dumbledore me mostrar aquela memória.

Parei o que eu estava fazendo e encarei o moreno, assim como os dois ruivos fizeram. Papai havia ficado uma fera quando descobriu que sua Horcrux medalhão havia sido roubada. Não sabíamos se ela havia sido destruída, mas também não sabíamos onde ela poderia estar.

– Nas férias do nosso quinto ano, quando ficamos na Mansão Black com Sirius – começou Harry lentamente. – Vocês lembram que a Sra. Weasley nos fazia limpar aquela casa como se Merlin fosse aparecer a qualquer instante? – confirmamos. Não foi uma das minhas melhores férias, eu havia acabado de descobrir que era adotada. – Havia um armário. Um que estava trancado e ninguém, nem mesmo Sirius conseguia abrir. – Eu me lembrava daquele armário. E dentro dele...

– Dentro dele havia um medalhão – falei meus pensamentos.

– Mas não podemos ir até lá. – disse Gui antes que qualquer um sugerisse a ideia.

– Por que não? – pediu Ronald.

– Por que Snape tinha acesso à casa. Ele pode ter levado comensais para lá.

Não era verdade, mas não seria eu quem iria contradizê-lo. Se o medalhão estava mesmo na Mansão de meus ancestrais, papai poderia recuperá-lo.

– Mas não precisamos ir até lá, precisamos? – perguntou Ron. – Monstro pode trazer o medalhão para nós.

– Ótima ideia Ron! – respondeu Harry animado e logo em seguida chamou o elfo.

– Mestre. – o elfo quase rosnou ao aparecer na frente de Potter. – Traidores de sangue...

– Monstro! Tenho algo para te perguntar, e ordeno que me obedeça. – o elfo gemeu e acenou. Potter mostrou o falso medalhão e os olhos do elfo brilharam – Dois anos atrás, havia um medalhão igual a esse no Largo Grimmauld. Eu quero que você volte lá, pegue o medalhão e traga-o para mim.

– Monstro não pode – respondeu o elfo balançando a cabeça insistentemente.

– Como assim, não pode?

– Foi-se. Levaram o medalhão do senhor Regulus.

Passamos a hora seguinte ouvindo Monstro contar como o Lorde das Trevas havia solicitado um elfo doméstico e ele havia sido oferecido por sua senhora. Ele contou como Regulus foi atrás do medalhão e morreu dando sua última ordem para que Monstro destruísse o objeto. Monstro tentou fazê-lo, mas não conseguiu. Ele guardou o medalhão então. Até que Mundungus invadiu a casa e roubou tudo o que havia de valor ali, incluindo o medalhão de ouro.

Potter disse ao elfo que queríamos terminar a tarefa que Regulus deixou a ele, e pediu que o elfo fosse atrás de Mundungus. Com uma animação que eu nunca havia visto no velho elfo domestico, Monstro partiu, prometendo que só voltaria com o ladrão.

Não havia muito que fazer então além de esperar. Eu terminei de fazer as poções de minha lista, e lemos todos os livros que falavam sobre Horcrux. Nenhum de nós queria arriscar usar fogomaldito para destruir os objetos quanto os pegássemos, e presas de basilisco e a espada de Griffindor não estavam facilmente à disposição.

Lupin apareceu um dia para ver como estávamos e contar que Tonks estava grávida. Ele deixou um endereço dizendo que era a casa onde eles estavam se escondendo, se precisássemos de um lugar seguro estávamos convidados.

Uns três dias depois estávamos almoçando quando Monstro apareceu agarrado à cabeça de Mundungus que se debatia no chão.

– Monstro voltou com o ladrão Mundungus Fletcher, meu senhor.

Depois de Monstro acertar Mundungus algumas vezes com uma panela, não foi difícil descobrir que ele havia entregado o medalhão a alguém. Alguém insuportavelmente rosa.

Quando libertamos Mundungus, Potter deu o falso medalhão para Monstro em agradecimento. O elfo estava tão feliz que se ofereceu para ficar conosco e arrumar o apartamento e cozinhar para nós. Ninguém pensou em negar. Eu não aguentava mais cozinhar.

Infelizmente, o melhor plano que pudemos formular para obter o medalhão de volta era invadir o Ministério e chegar até Umbridge. Agradeci mais uma vez pela presença de Gui ali. Começamos então a estudar e arrumar tudo o que podíamos para a missão.

No dia seguinte comecei a preparar polissuco, mas levaria um mês para ela ficar pronta. Gui conseguiu ir ao Beco Diagonal e pegar os ingredientes que eu precisaria, então me pus a trabalhar, lembrando-me de cada dica de Severus.

Os três se revezavam aparatando nas proximidades do Ministério com a capa de invisibilidade de Potter. Anotávamos todas as informações que conseguíamos, e a cada dia estávamos mais prontos para entrarmos despercebidos em um dos prédios mais bem vigiados do mundo bruxo.

Primeiro de setembro chegou e foi estranhíssimo não estar abordo do expresso de Hogwarts, ainda mais sabendo que se lá eu estivesse, eu veria Severus em algumas horas. As únicas informações que eu tinha de minha família era o que líamos no Profeta Diário, os ocasionais sentimentos que eu recebia de meu pai através da Marca Negra – que estava bem escondida por feitiços e maquiagem – e eventualmente quando Potter via alguma coisa através da ligação que ele e papai tinham.

A poção polissuco então ficou pronta e no dia seguinte acordamos cedo e nos dirigimos para o Ministério.

Gui foi na frente. Ele não precisava usar a polissuco, então entraria com a desculpa de que precisava falar com o pai. De fato, ele iria conversar com o Sr. Weasley para não levantar suspeitas, ele então tentaria achar Umbridge para que pudéssemos chegar a ela o mais rápida e discretamente possível.

Estuporamos nossas vítimas e logo eu era Mafalda Hopkirk, da Seção de Controle do Uso Indevido da Magia. Entrei no banheiro feminino e dei descarga em um vaso para entrar no Ministério. Levei uns minutos para encontrar Potter e Weasley.

– Trouxas – murmurei olhando para a estatua que ornava o centro do ministério – no lugar que realmente lhes cabe. Andem, vamos indo – disse mais alto e me dirigi ao elevador, seguida pelos dois.

Ronald teve que fazer parar de chover na sala de Yaxley. Dois andares abaixo, Umbridge entrou no elevador. Eu serviria de secretária para a sapa. Segui a mulher que não parava de falar até chegarmos em uma masmorra cheia de salas e Dementadores. Sentei-me ao lado da coisa cor de rosa e comecei a anotar o que ela mandava enquanto interrogava os nascidos trouxa.

Eu entendia por que precisávamos de um registro, mas o modo que aquela mulher fazia isso era horrendo. Eu não conseguia entender como meu pai podia delegar uma função tão importante para alguém como ela. Os preconceitos daquela mulher extrapolavam até a neura de meus pais. Eu ver o medalhão de papai em seu pescoço só serviu para me deixar com mais raiva ainda.

Umbridge estava interrogando a Sra. Cattermole quando Potter sussurrou em meu ouvido “Estou atrás de você” fazendo com que eu saltasse se susto e quase derrubasse as anotações que eu estava fazendo. A sapa havia acabado de se gabar sobre o medalhão pertencer aos Selwyn, seus parentes – o que eu sabia ser mentira já que Alexander Selwyn fazia parte dos Cavalheiros de Walpurgis e ele não era relacionado com Umbridge – quando Potter a estuporou por baixo da capa de invisibilidade.

Potter conjurou um patrono e foi libertar a Sra. Cattermole depois de estuporar Yaxley. Com cuidado, tirei o medalhão do pescoço da sapa e coloquei-o no meu. Conjurei então uma cópia e deixei a cópia no lugar do original. Apesar da minha cópia não emanar o poder do verdadeiro medalhão, da Horcrux que ele abrigava, eu tinha certeza que a mulher nunca notaria a diferença.

Corri para onde Potter e os prisioneiros estavam e terminei de ajudar o Eleito a libertá-los. Era uma pena ajudar essas pessoas a escapar, mas não havia nada que eu pudesse fazer. Levei um tempo para conseguir conjurar um patrono. De alguma forma, a presença da Marca Negra colidia com a execução desse feitiço, fazendo com que muitos Comensais não pudessem convocá-lo. Eu sabia que era um modo de prevenir que os seguidores de papai tentassem tomar seu lugar e só os mais fortes e fieis conseguiriam burlar essa face da Marca.

Estávamos esperando o elevador quando Ronald e Gui surgiram avisando que sabiam que haviam intrusos no Ministério. Ao chegarmos ao átrio o inferno havia se instalado. Conseguimos evacuar os nascidos trouxa. Ronald e Gui saíram por uma lareira e Harry me puxou para outra. Yaxley havia acabado de aparecer no banheiro atrás de nós quando agarrei Harry e Gui e senti a mão de Ronald segurar meu ombro.

Aparatei para o meu apartamento, mas só quando o mundo parou de rodar foi que percebi que Yaxley havia se segurado a um de nós. Sem pensar duas vezes, assim que o Comensal se soltou de Ronald, aparatei-nos novamente. A última coisa que senti antes de desmaiar foi o cheiro de terra contra meu nariz.


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Notas finais do capítulo

Até o próximo!
Kisses