Seddie, a história continua escrita por Nany Nogueira
Notas iniciais do capítulo
O que será???
O dia amanheceu nublado em Seattle, era domingo. Sam despertou com o movimento de Freddie na cama.
– Que horas são? - perguntou a loira, sonolenta.
– 6h15 – respondeu ele, olhando para o relógio no criado-mudo.
– Por que vai levantar tão cedo no domingo?
– Esqueceu que Jade e Beck devem vir buscar Richard? O vôo deles tá marcado pras 8h.
– É mesmo, tinha me esquecido. Então, entregue o menino pra eles, porque a mamãe aqui tem compromisso com o travesseiro no domingo de manhã.
Freddie estranhou ao entrar na sala e ver Isabelle sentada no sofá, vendo televisão.
– Teve pesadelo princesa? Veio pra sala no meio da noite? - perguntou ele.
– Não, perdi o sono. Eu precisava pensar na vida.
– Realmente, 6 anos é uma longa vida – ironizou Freddie, rindo e bagunçando o cabelo da filha – Aposto que está com fome.
– Na verdade não. Será que o Rick já acordou?
Nesse instante o garoto entrou na sala com os cabelos bagunçados e cara de sono:
– Meus pais já chegaram?
– Não, mas eles não devem demorar. Eu vou preparar o café da manhã. Quer algo especial Richard? - perguntou Freddie.
– Não – respondeu o garoto, sentando-se no sofá ao lado de Isabelle.
Freddie foi para a cozinha e Isabelle aproveitou o momento para conversar com o garoto:
– Rick, você vai voltar pra Los Angeles de mal comigo?
– Não estou de mal com você, você está de mal comigo.
– Eu não estou mais.
– Beleza.
– Você ainda acha que eu pareço um menino?
– Não, na maior parte do tempo.
– E você namoraria comigo?
– Claro que não! Isso é nojento! Namorados trocam saliva.
– É, você tem razão, isso e nojento.
Freddie voltou para a sala e as crianças se calaram.
Beck e Jade passaram para pegar Richard perto das 7h e ele se despediu de Isabelle e Mabel com um simples aceno.
Mabel comentou com Isabelle:
– Richard é legal.
– Ele é o meu melhor amigo e não o seu, você entendeu Bel? - perguntou Isabelle, irritada.
– Sim, eu entendi – respondeu Mabel, assustada.
Sam acordou perto do meio-dia, após Eddie e Nick pularem na cama:
– Mamãe! - chamou Eddie, enchendo-a de beijos.
– Acorda, mamã “minhoca” (dorminhoca) – chamou Nick, com menos delicadeza, puxando os cabelos dela.
Sam sentou-se na cama, desvencilhando-se dos gêmeos:
– Querem matar a mamãe desse jeito? Eu também sinto dor Nick! E não precisa me acordar com banho de baba Edidie – reclamou ele, segurando o coro cabeludo e enxugando a face com um lençol.
Freddie entrou no quarto, rindo e dizendo aos filhos:
– Bom trabalho garotos!
– Golpe baixo nerd – disse Sam.
– Levanta logo daí preguiçosa, Carly chamou a gente pra almoçar no apartamento dela.
– Agora você me deu um bom motivo para me levantar correndo.
No apartamento 8-C Carly tinha preparado macarronada com almondegas. Spencer só tinha olhos para Audrey e os dois ainda estavam em clima de lua-de-mel. Isabelle devorava a comida, se lambuzando toda, o que fez Freddie pegar o guardanapo e começar a limpá-la mesmo contra a vontade da pequena. Sam alimentava Eddie e Nick. Mabel comia pouco e mais revirava o macarrão. Carly e Brad mal se olhavam, comendo calados.
Sam quebrou o silêncio e o isolamento dos presentes:
– Carlynha, seu macarrão tá bom, mas, como sempre falta alho.
– Eu concordo Sam. Eu pedi à Carly para me deixar preparar o almoço, mas ela não quis. Como cozinheira é uma ótima jornalista – disse Brad.
– Você não se cansa de me criticar? Até na frente dos outros? - perguntou Carly, furiosa, jogando os talheres sobre o prato.
– Eu não disse que minha amiga é má cozinheira, ela cozinha muito bem pra quem não é profissional como nós Brad, eu só quis dar uma dica, não era pra você se comportar como um babaca e aproveitar a minha observação para magoar a sua mulher – repreendeu Sam.
– Deixa Sam, eu já estou acostumada – falou Carly.
– Você não pode se acostumar a ser tratada desse jeito Carlotta! - disse Sam, indignada.
– Sam, por que não se mete com a sua vida? Ninguém pediu a sua opinião – falou Brad.
– Acontece que ninguém maltrata a minha melhor amiga, a minha irmã do coração, na minha frente. Pede desculpa pra ela agora! - determinou Sam.
– Sam, não precisa – disse Carly.
– Está bem, desculpa Carly, não foi a minha intenção te magoar – desculpou-se Brad, enquanto Sam o fuzilava com o olhar.
Foi a vez de Spencer se manifestar:
– Brad, depois do almoço eu gostaria de ter uma conversinha com você, a sós.
– Pronto, agora todos vão me condenar? Vão me malhar como Judas em sábado de aleluia? Eu já pedi desculpas pra ela, não foi minha intenção magoá-la, de verdade. Já ouviram falar que em briga de marido e mulher ninguém mete a colher? - perguntou Brad, nervoso.
– Eu meto a colher, porque eu criei essa garota que hoje é a sua mulher. Eu dei todo o meu amor e o meu carinho para que ela crescesse com saúde e feliz, e eu não vou permitir que ninguém tire o sorriso do rosto da minha irmãzinha! - insurgiu-se Spencer, levantando-se da mesa, com uma fúria no olhar que nenhum dos presentes tinha visto antes, com exceção de Freddie e Carly naquela fatídica noite que passaram juntos bêbados.
– Calma meu bem – pediu Audrey, puxando a mão de Spencer.
O momento tenso foi quebrado pelo som da campainha. Isabelle correu para abrir e perguntou, ao ver um homem gordo de terno e gravata:
– Quem é você?
– Eu sou advogado e gostaria de falar com Carlotta Shay, é sua mãe?
– Não, é minha madrinha – explicou Isabelle - Dinda!!! - gritou a menina, chamando Carly.
Carly saiu da mesa e correu até a porta:
– Olá, o senhor que falar comigo?
– Sim, eu sou advogado, prazer, Louis – apertando a mão da morena - Infelizmente, tenho uma notícia triste para a senhora, se preferir pode se sentar.
Carly convidou Louis para entrar e sentou-se com ele no sofá. Os presentes se levantaram da mesa e foram ver do que se tratava na sala.
– Fala logo, o senhor já tá me deixando nervosa – pediu Carly.
– Eu sinto muito, mas seus tios Barry e Tess Dorfman, bem como seus primos Faye e Ozlottis Dorfman faleceram num acidente de carro enquanto iam para Fresno – contou o advogado.
– O que? Como assim? - perguntou Carly, nervosa.
– Mas eles faziam essa viagem todo ano, conheciam bem a estrada – observou Spencer.
– Não foi culpa deles, mas de um motorista de caminhão aparentemente drogado que pegou a contramão em trecho sem acostamento, então, o pior aconteceu – explicou o advogado.
– Eles não vinham nos visitar há anos, sumiram de repente, e quando temos notícias deles é de desse jeito – falou Spencer, começando a chorar.
As lágrimas também começaram a rolar pela face de Carly:
– Meus primos eram tão jovens ainda, tinham menos idade que eu, sempre pensei que poderiam morrer um dia daquelas alergias estranhas, mas nunca desse jeito estúpido.
– Eu realmente sinto muito, mas preciso cuidar da parte prática. Os Dorfman deixaram alguns bens e você é beneficiada no testamento Carlotta Shay, sendo a única beneficiária de tudo desde que aceite uma condição imposta. Na verdade, é mais um presente que uma condição. Sua prima Faye quis deixar a você o bem mais precioso que ela tinha. Ela devia confiar muito mesmo em você.
– Nossa! Sério? E eu nunca fui legal com ela – disse Carly, sentindo peso na consciência.
– E eu sempre fui legal com eles e não me deixaram nada! - queixou-se Spencer.
– Você precisa viajar para Fresno para receber o seu presente – falou o advogado.
– E do que se trata? - perguntou Carly, curiosa.
– Não posso dizer antes da abertura formal do testamento, que será feita em Fresno.
Carly combinou os detalhes da viagem com o advogado. Spencer iria acompanhá-la, pois Brad falou que não poderia em razão do restaurante e que nem conhecia os tais parentes da esposa para ter que se preocupar com isso.
O dia da viagem chegou. Sam e Freddie foram levar Carly e Spencer ao aeroporto.
– Boa sorte amiga! Espero que dê tudo certo e você volte montada na grana para Seattle – desejou Sam, abraçando Carly.
– E não se esqueça dos amigos quando ficar rica – brincou Freddie, abraçando a morena.
– É claro que não vou esquecer dos meus melhores amigos, nunca! Mas, eu tô mais preocupada com o tal presente do que com a herança. Nem consigo dormir direito de ansiedade, imaginando mil coisas. O que será?
– Agora falta pouco pra você descobrir – disse Sam.
– Vamos logo Carlynha, já fizeram a primeira chamada do nosso vôo – alertou Spencer.
Carly acompanhou Spencer até o portão de embarque, os dois voltaram-se para trás e acenaram para Sam e Freddie. Estavam ansiosos para chegar a Fresno.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
Alguém tem um palpite do que se trata o presente?