Seddie, a história continua escrita por Nany Nogueira


Capítulo 86
Um presente para Carly


Notas iniciais do capítulo

O que será???



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O dia amanheceu nublado em Seattle, era domingo. Sam despertou com o movimento de Freddie na cama.

– Que horas são? - perguntou a loira, sonolenta.

– 6h15 – respondeu ele, olhando para o relógio no criado-mudo.

– Por que vai levantar tão cedo no domingo?

– Esqueceu que Jade e Beck devem vir buscar Richard? O vôo deles tá marcado pras 8h.

– É mesmo, tinha me esquecido. Então, entregue o menino pra eles, porque a mamãe aqui tem compromisso com o travesseiro no domingo de manhã.

Freddie estranhou ao entrar na sala e ver Isabelle sentada no sofá, vendo televisão.

– Teve pesadelo princesa? Veio pra sala no meio da noite? - perguntou ele.

– Não, perdi o sono. Eu precisava pensar na vida.

– Realmente, 6 anos é uma longa vida – ironizou Freddie, rindo e bagunçando o cabelo da filha – Aposto que está com fome.

– Na verdade não. Será que o Rick já acordou?

Nesse instante o garoto entrou na sala com os cabelos bagunçados e cara de sono:

– Meus pais já chegaram?

– Não, mas eles não devem demorar. Eu vou preparar o café da manhã. Quer algo especial Richard? - perguntou Freddie.

– Não – respondeu o garoto, sentando-se no sofá ao lado de Isabelle.

Freddie foi para a cozinha e Isabelle aproveitou o momento para conversar com o garoto:

– Rick, você vai voltar pra Los Angeles de mal comigo?

– Não estou de mal com você, você está de mal comigo.

– Eu não estou mais.

– Beleza.

– Você ainda acha que eu pareço um menino?

– Não, na maior parte do tempo.

– E você namoraria comigo?

– Claro que não! Isso é nojento! Namorados trocam saliva.

– É, você tem razão, isso e nojento.

Freddie voltou para a sala e as crianças se calaram.

Beck e Jade passaram para pegar Richard perto das 7h e ele se despediu de Isabelle e Mabel com um simples aceno.

Mabel comentou com Isabelle:

– Richard é legal.

– Ele é o meu melhor amigo e não o seu, você entendeu Bel? - perguntou Isabelle, irritada.

– Sim, eu entendi – respondeu Mabel, assustada.

Sam acordou perto do meio-dia, após Eddie e Nick pularem na cama:

– Mamãe! - chamou Eddie, enchendo-a de beijos.

– Acorda, mamã “minhoca” (dorminhoca) – chamou Nick, com menos delicadeza, puxando os cabelos dela.

Sam sentou-se na cama, desvencilhando-se dos gêmeos:

– Querem matar a mamãe desse jeito? Eu também sinto dor Nick! E não precisa me acordar com banho de baba Edidie – reclamou ele, segurando o coro cabeludo e enxugando a face com um lençol.

Freddie entrou no quarto, rindo e dizendo aos filhos:

– Bom trabalho garotos!

– Golpe baixo nerd – disse Sam.

– Levanta logo daí preguiçosa, Carly chamou a gente pra almoçar no apartamento dela.

– Agora você me deu um bom motivo para me levantar correndo.

No apartamento 8-C Carly tinha preparado macarronada com almondegas. Spencer só tinha olhos para Audrey e os dois ainda estavam em clima de lua-de-mel. Isabelle devorava a comida, se lambuzando toda, o que fez Freddie pegar o guardanapo e começar a limpá-la mesmo contra a vontade da pequena. Sam alimentava Eddie e Nick. Mabel comia pouco e mais revirava o macarrão. Carly e Brad mal se olhavam, comendo calados.

Sam quebrou o silêncio e o isolamento dos presentes:

– Carlynha, seu macarrão tá bom, mas, como sempre falta alho.

– Eu concordo Sam. Eu pedi à Carly para me deixar preparar o almoço, mas ela não quis. Como cozinheira é uma ótima jornalista – disse Brad.

– Você não se cansa de me criticar? Até na frente dos outros? - perguntou Carly, furiosa, jogando os talheres sobre o prato.

– Eu não disse que minha amiga é má cozinheira, ela cozinha muito bem pra quem não é profissional como nós Brad, eu só quis dar uma dica, não era pra você se comportar como um babaca e aproveitar a minha observação para magoar a sua mulher – repreendeu Sam.

– Deixa Sam, eu já estou acostumada – falou Carly.

– Você não pode se acostumar a ser tratada desse jeito Carlotta! - disse Sam, indignada.

– Sam, por que não se mete com a sua vida? Ninguém pediu a sua opinião – falou Brad.

– Acontece que ninguém maltrata a minha melhor amiga, a minha irmã do coração, na minha frente. Pede desculpa pra ela agora! - determinou Sam.

– Sam, não precisa – disse Carly.

– Está bem, desculpa Carly, não foi a minha intenção te magoar – desculpou-se Brad, enquanto Sam o fuzilava com o olhar.

Foi a vez de Spencer se manifestar:

– Brad, depois do almoço eu gostaria de ter uma conversinha com você, a sós.

– Pronto, agora todos vão me condenar? Vão me malhar como Judas em sábado de aleluia? Eu já pedi desculpas pra ela, não foi minha intenção magoá-la, de verdade. Já ouviram falar que em briga de marido e mulher ninguém mete a colher? - perguntou Brad, nervoso.

– Eu meto a colher, porque eu criei essa garota que hoje é a sua mulher. Eu dei todo o meu amor e o meu carinho para que ela crescesse com saúde e feliz, e eu não vou permitir que ninguém tire o sorriso do rosto da minha irmãzinha! - insurgiu-se Spencer, levantando-se da mesa, com uma fúria no olhar que nenhum dos presentes tinha visto antes, com exceção de Freddie e Carly naquela fatídica noite que passaram juntos bêbados.

– Calma meu bem – pediu Audrey, puxando a mão de Spencer.

O momento tenso foi quebrado pelo som da campainha. Isabelle correu para abrir e perguntou, ao ver um homem gordo de terno e gravata:

– Quem é você?

– Eu sou advogado e gostaria de falar com Carlotta Shay, é sua mãe?

– Não, é minha madrinha – explicou Isabelle - Dinda!!! - gritou a menina, chamando Carly.

Carly saiu da mesa e correu até a porta:

– Olá, o senhor que falar comigo?

– Sim, eu sou advogado, prazer, Louis – apertando a mão da morena - Infelizmente, tenho uma notícia triste para a senhora, se preferir pode se sentar.

Carly convidou Louis para entrar e sentou-se com ele no sofá. Os presentes se levantaram da mesa e foram ver do que se tratava na sala.

– Fala logo, o senhor já tá me deixando nervosa – pediu Carly.

– Eu sinto muito, mas seus tios Barry e Tess Dorfman, bem como seus primos Faye e Ozlottis Dorfman faleceram num acidente de carro enquanto iam para Fresno – contou o advogado.

– O que? Como assim? - perguntou Carly, nervosa.

– Mas eles faziam essa viagem todo ano, conheciam bem a estrada – observou Spencer.

– Não foi culpa deles, mas de um motorista de caminhão aparentemente drogado que pegou a contramão em trecho sem acostamento, então, o pior aconteceu – explicou o advogado.

– Eles não vinham nos visitar há anos, sumiram de repente, e quando temos notícias deles é de desse jeito – falou Spencer, começando a chorar.

As lágrimas também começaram a rolar pela face de Carly:

– Meus primos eram tão jovens ainda, tinham menos idade que eu, sempre pensei que poderiam morrer um dia daquelas alergias estranhas, mas nunca desse jeito estúpido.

– Eu realmente sinto muito, mas preciso cuidar da parte prática. Os Dorfman deixaram alguns bens e você é beneficiada no testamento Carlotta Shay, sendo a única beneficiária de tudo desde que aceite uma condição imposta. Na verdade, é mais um presente que uma condição. Sua prima Faye quis deixar a você o bem mais precioso que ela tinha. Ela devia confiar muito mesmo em você.

– Nossa! Sério? E eu nunca fui legal com ela – disse Carly, sentindo peso na consciência.

– E eu sempre fui legal com eles e não me deixaram nada! - queixou-se Spencer.

– Você precisa viajar para Fresno para receber o seu presente – falou o advogado.

– E do que se trata? - perguntou Carly, curiosa.

– Não posso dizer antes da abertura formal do testamento, que será feita em Fresno.

Carly combinou os detalhes da viagem com o advogado. Spencer iria acompanhá-la, pois Brad falou que não poderia em razão do restaurante e que nem conhecia os tais parentes da esposa para ter que se preocupar com isso.

O dia da viagem chegou. Sam e Freddie foram levar Carly e Spencer ao aeroporto.

– Boa sorte amiga! Espero que dê tudo certo e você volte montada na grana para Seattle – desejou Sam, abraçando Carly.

– E não se esqueça dos amigos quando ficar rica – brincou Freddie, abraçando a morena.

– É claro que não vou esquecer dos meus melhores amigos, nunca! Mas, eu tô mais preocupada com o tal presente do que com a herança. Nem consigo dormir direito de ansiedade, imaginando mil coisas. O que será?

– Agora falta pouco pra você descobrir – disse Sam.

– Vamos logo Carlynha, já fizeram a primeira chamada do nosso vôo – alertou Spencer.

Carly acompanhou Spencer até o portão de embarque, os dois voltaram-se para trás e acenaram para Sam e Freddie. Estavam ansiosos para chegar a Fresno.


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Notas finais do capítulo

Alguém tem um palpite do que se trata o presente?



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