Seddie, a história continua escrita por Nany Nogueira


Capítulo 70
Noivo em fuga


Notas iniciais do capítulo

O segundo capítulo do dia. Ando inspirada kkk



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Na igreja decorada especialmente para a ocasião, os padrinhos já aguardavam no altar, dentre eles Sam e Freddie, pelo lado do noivo. Spencer adentrou ao local trajando um smoking, segurando o braço de Carly, a qual trajava um longo vestido verde e tinha os cabelos escuros presos num coque. O sorriso feliz de Carly contrastava com a expressão fechada de Spencer.

Pouco depois, começou a tocar a marcha nupcial. Verônica entrou na igreja segurando o braço de Coronel Shay, já que seu pai havia falecido quando ela ainda era pequena. Ela estava visivelmente feliz. Isabelle caminhava na frente como dama de honra segurando uma pequena cesta com as alianças.

Coronel Shay entregou Verônica para Spencer e disse:

– Espero que sejam felizes. Eu pensei que não viveria para ver o Spencer se casando.

Spencer nada respondeu, pois sentia como se estivesse prestes a desmaiar. Verônica olhou para o noivo e disse:

– Você fica realmente lindo de smoking! Foi assim que eu me apaixonei por você.

As palavras dela ficaram ecoando na cabeça de Spencer. Ele se lembrou que, no início do relacionamento, Verônica só gostava de sair com ele quando estava de smoking.

Por outro lado, lembrou-se que usava pijama no dia em que conheceu Audrey nos corredores da universidade, no seu primeiro dia de aula no curso de direito, quando saia do dormitório a procura de um banheiro, e que a ruiva lhe sorriu e gostou dele mesmo assim. Lembrou-se que também estava de pijama quando foi procura-la no colégio recentemente, porque sabia que Audrey gostava dele pela essência e não pelos trajes.

– Pare agora! – gritou Spencer para o padre, surpreendendo todos os presentes.

– Está se sentindo mal rapaz? – perguntou o padre, percebendo que ele suava.

– Eu não posso me casar!

– O que? Vai ter coragem de me abandonar no altar Spencer? – perguntou Verônica, assustada.

– Você se casaria comigo se eu estivesse de pijama?

– Ora, ninguém se casa de pijama.

– Você só gosta do meu smoking não é mesmo?

– Do que está falando? Eu te acho lindo de smoking, mas eu te amo de qualquer jeito.

– Isso é mentira! Você acha que me ama e eu sei que não te amo. Não podemos continuar com isso, porque não seremos felizes se nos casarmos.

– Não pode me envergonhar desse jeito Spencer Shay!

– Eu não posso acabar com as nossas vidas desse jeito Verônica!

Spencer, até então de joelhos no altar, levantou-se e correu para fora da igreja. Os cochichos dos convidados surpresos com a atitude do noivo começaram a ecoar na igreja.

– E mais uma vez o Spencer me envergonha na frente dos outros! – lamentou Coronel Shay, no altar.

– Ele não quis envergonhar o senhor, só quis ser feliz – falou Isabelle.

– Belinha, bico fechado – disse Sam à filha.

De repente Spencer voltou pro altar e foi até Sam:

– Preciso da chave da sua moto!

– Pra que?

– A chave da moto! Por favor Sam, é urgente!

Sam abriu a bolsa e entregou a chave, dizendo:

– Está na garagem do Bushwell.

– Vou correndo pra lá.

– Aonde ele está indo com tanta pressa? – perguntou Freddie à esposa.

– Não faço ideia.

– Ele deve ter ido impedir o casamento da minha professora – falou Isabelle.

– Sua professora vai se casar hoje? – perguntou Sam.

– Sim.

– E disse isso ao Spencer? – perguntou Freddie à filha.

– Sim, um pouco antes dele entrar na igreja, quando eu estava lá fora esperando a Verônica.

– Isabelle! – falaram Sam e Freddie, repreendendo a filha.

A alguns quilômetros dali, Spencer acelerava a moto de Sam em direção à igreja onde Isabelle havia dito que Audrey estaria se casando naquela tarde. Ele avistou a noiva descendo de um carro, amparada pelo pai. Não pensou duas vezes e direcionou a moto ao local, passando pela rampa de acesso da igreja e capturando Audrey. Todos gritaram, mas ele já se afastava com a noiva.

Naquela noite, Carly foi desesperada ao apartamento de Sam e Freddie:

– Vocês viram o que passou na televisão? – perguntou a morena aos amigos, nervosa.

– Não, ultimamente a programação da minha televisão envolve desenhos e vídeo-games – informou Sam, fechando a mamadeira de Eddie e pegando o filho no colo para alimentá-lo.

– Fizeram um vídeo do Spencer sequestrando a Audrey na entrada da igreja. Agora toda a polícia de Seattle está atrás dele! Estou com tanto medo pelo meu irmão – lamentou-se Carly.

– Vai ficar tudo bem Carly – disse Freddie, abraçando a amiga.

Sam lançou um olhar intimidador para Freddie e ele se afastou da morena rapidamente.

– Espero que não dê pra ver a placa da minha moto no vídeo. Não quero problemas com a polícia. Desde que atingi a maioridade sou ficha limpa – comentou Sam.

– Por que antes você era ficha suja mamãe? - perguntou Isabelle, após pausar o vídeo-game.

– Eu não disse isso. Você anda fazendo perguntas demais – disse a loira à filha – Ela está na fase insuportável dos “por quês” – explicou à Carly.

– Boa sorte pra vocês. Vou voltar para o meu apartamento e esperar qualquer contato do Spencer – falou Carly.

– Avise qualquer coisa – pediu Freddie.

Na manhã do dia seguinte, Spencer e Audrey tocaram a campainha de Carly.

– Eu não acredito! Você voltou Spencer! – disse Carly, feliz, abraçando o irmão – E não foi preso?

– Não. Audrey disse à polícia que fugiu comigo porque quis, então não há crime – explicou Spencer.

– Então você é a Audrey da qual o Spencer tanto fala – falou Carly, medindo a moça ruiva da cabeça aos pés.

– Sou sim. Spencer também sempre falou muito de você Carly.

As duas se cumprimentaram com um beijo no rosto. Carly convidou a moça para entrar e os três se sentaram no sofá da sala.

– Eu resolvi morar junto com Audrey, na casa dela. Vou me mudar ainda hoje. Já perdemos muito tempo separados – informou Spencer.

– Mas já??? Eu acho que seria mais prudente vocês namorarem um tempo e ver no que dá – aconselhou Carly.

– Não temos mais dúvidas de nossos sentimentos – disse Audrey.

Ela e Spencer deram um selinho.

– Eu tô muito feliz mana! Finalmente estarei junto da mulher que eu amo. Depois da Audrey, eu tentei muitas vezes, mas nunca consegui amar mais ninguém de verdade e isso me causava muita frustração – explicou Spencer.

– Eu sei. Bom maninho, se é para a sua felicidade, só me resta te apoiar nessa decisão – falou Carly.

– Valeu maninha – agradeceu Spencer abraçando Carly.

Mais tarde, Carly contava a Sam e Freddie o que tinha acontecido, no apartamento dos amigos.

– Que bom que tudo resolveu da melhor forma possível, que o Spencer está feliz e que tenho minha moto de volta em perfeito estado de conservação – disse Sam.

– É verdade. Mas, confesso que vou sentir falta do Spencer.

– Mas ele já ia sair de casa de qualquer jeito. Caso ele se casasse com Verônica iria morar com ela não é mesmo? – perguntou Freddie.

– É sim, mas eu estava triste por isso também. Às vezes não é fácil desapegar. Eu imagino o quanto ele deve ter sentido a minha falta quando eu fui pra Itália. Parece que a dor maior é para quem fica.

– Ele sofreu muito mesmo com a sua ausência. Eu mesmo o visitava todos os dias para dar uma força e lembra-lo de comer – contou Freddie.

– Mas, vocês têm razão. É por uma boa causa, afinal Spencer e Audrey se amam e querem viver juntos – conformou-se Carly.

– Duas pessoas que não são casadas podem morar juntas? – perguntou Isabelle, sentada na mesa da sala de jantar terminando mais um de seus deveres.

– Que coisa feia Isabelle, ouvindo a conversa dos adultos e ainda se metendo – falou Sam.

– Da sala de jantar dá pra ouvir o que se diz na sala de estar, eu não sou surda. Se não queriam que ouvisse deveriam ir conversar em outro lugar.

– Belinha tem razão. Respondendo a sua pergunta, há pessoas que decidem morar juntas sem se casar – explicou Carly.

– E por que?

– Por vários motivos Belinha – respondeu Carly.

– Mas o correto a se fazer é primeiro namorar, depois noivar, na sequência se casar e então morar juntos, para só depois ter filhos. Entendeu Isabelle? – perguntou Freddie.

– Entendi papai.

– Até porque nós dois seguimos essa ordem direitinho né Freddonho? – indagou Sam ao marido de forma irônica, rindo na sequência.

O celular de Sam tocou e ela informou aos presentes:

– É a Cat, vou atender.

Ela se afastou um pouco e foi conversar com a amiga ruiva. Carly, Freddie e Isabelle podiam ouvir as risadas. Pouco depois Sam voltou, contando:

– A Cat é uma figura! Tá ainda mais engraçada grávida. Vive me ligando para perguntar se é normal sentir isso ou aquilo, se tal situação já me aconteceu quando eu estava grávida. Agora me perguntou o que eu fazia quando sentia enjoo nos primeiros meses da gestação e eu respondi o óbvio: vomitava! Não tem o que fazer. Mas, de qualquer maneira, aconselhei a chupar limão que alivia um pouco as náuseas.

Carly ficou angustiada com a fala de Sam sobre gravidez. Nick correu até Sam e grudou nas pernas dela, falando:

– Mama, mamã.

Sam pegou o filho no colo e o encheu de beijos, dizendo:

– Amor da mamãe, vontade de morder essa barriguinha cheia de leite! – fazendo cócegas na barriga do pequeno, que soltava risadinhas.

Sam sentou-se no sofá, abriu a blusa e começou a amamenta-lo, pedindo ao marido:

– Pega o Eddie e dá a mamadeira com o leite especial pra ele.

– Claro – assentiu Freddie, indo para a cozinha preparar a mamadeira.

– Ele ainda mama? – perguntou Carly à Sam.

– Só para dormir. Vou tirar aos poucos, como fiz com a Belinha.

– Será que um dia eu vou saber o que é isso?

– Isso o que?

– Como é ser mãe?

– Carly, não começa com essa paranoia. Eu já te disse que o fato de você não engravidar é psicológico.

– Será? Às vezes eu acho que tenho algum problema. Sam, tenho muito medo de ser estéril.

– Eu acho que você está fazendo uma tempestade num copo d’água. Mas, porque não vai ao médico e faz exames? Assim você tira essas minhocas da cabeça de uma vez por todas.

– Se eu marcar você vai comigo? Não quero que o Brad desconfie que eu tenho problemas para gerar. É o sonho dele ser pai.

– Claro que eu vou. Mas aposto que o Brad ainda te amaria mesmo que você fosse incapaz de gerar.

– Eu não tenho tanta certeza.

– Se você não tem tanta certeza é porque não confia no amor dele. Se ele te rejeitar por causa disso, é porque ele não merece o seu amor.

Freddie voltou com Eddie no colo e a mamadeira na mão. Sentou-se no sofá ao lado da esposa e começou a dar mamadeira ao filho. Carly perguntou:

– Freddie, você amaria a Sam e ficaria com ela ainda que ela não pudesse te dar um filho?

– É claro que sim! Eu amo ser pai, mas não conseguiria escolher outra mulher apenas com esse objetivo. Se ela não pudesse me dar filhos biológicos, nós dois poderíamos adotar crianças juntos e teríamos uma família tão feliz quanto a que temos hoje.

– Viu só Carly – disse Sam.

– É, eu acho que vocês têm razão, eu devo estar fazendo mal juízo do Brad.


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