Seddie, a história continua escrita por Nany Nogueira


Capítulo 7
A visita da cegonha




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– Alô, Freddie?

– Não, o Freddie tá no banho, quer deixar recado? – perguntou uma voz feminina que Sam sabia não ser da Sra. Benson. Parecia de uma mulher bem mais jovem.

– Não, valeu – falou Sam apressada, desligando telefone, tensa.

Durante o restante do dia Sam não conseguia tirar esse evento da cabeça, perguntando-se quem seria a mulher com tanta intimidade a ponto de atender o telefone de Freddie. Concluiu que ele já deveria estar com outra e, assim, teria lhe esquecido de vez. Desistiu de contar a ele sobre a gravidez.

O tempo passou e Sam chegou ao nono mês da gestação. A barriga pesava, as costas doíam, e ela não via a hora da criança nascer.

Como o prometido, Carly desembarcou em Los Angeles na semana prevista para o bebê vir ao mundo. Ela chegou trazendo o enxoval completo.

– Eu não acredito nisso! Carly, você deve ter gasto uma fortuna! Seu pai vai ficar uma fera quando vir a fatura do cartão – observou Sam, rindo, depois que Carly abriu as malas e começou a colocar em cima da cama tudo o que havia comprado para o bebê.

– Que nada! Meu pai nem liga. Ele tá tão feliz com a minha companhia que nunca se importa com meus gastos no shopping – contou Carly, rindo.

– Valeu amiga – agradeceu Sam, abraçando Carly.

– Imagina, não fiz mais que a minha obrigação de madrinha – disse Carly, satisfeita.

Naquela noite, Sam não conseguia dormir, estava inquieta, não encontrava posição cômoda na cama, embora Carly tenha ido dormir com Cat para dar mais espaço à amiga com o barrigão.

O dia estava amanhecendo, quando Sam acordou as duas amigas aos berros:

– Socorro! O bebê vai nascer! A bolsa estourou! Aii!

Carly e Cat levantaram da cama num pulo.

– Fica calma Sam, respira – pediu Carly, ainda mais nervosa que Sam, e ela mesma começando uma respiração cachorrinho.

– O que faremos? O que faremos? – perguntou Cat, enquanto corria de um lado para o outro do quarto.

– Se vocês ficarem mais nervosas que eu, não vão me ajudar! Me levem para a maternidade, liguem para o meu médico – ordenou Sam.

Carly pegou o telefone e ligou para o médico, ligando em seguida para o táxi.

As três partiram para a maternidade, onde Carly entrou com Sam na sala de parto.

A enfermeira verificou que Sam estava em perfeitas condições para o parto normal e a encaminhou para o procedimento.

– Força Samantha – incentivava o médico, enquanto Sam juntava todas as forças que tinha, depois de muito sofrimento com as contrações, na tentativa de colocar seu bebê no mundo.

– Vai Sam, você consegue – incentivou Carly, cuja mão era apertada por Sam, quase quebrando seus dedos, mas a morena suportava com resignação, compreendendo que a dor de Sam nesse momento era bem maior que a dela.

– Tá quase lá, mais um pouco – disse o médico satisfeito.

– Aahhhh! – gritou Sam, enquanto se esforçava ao máximo, ouvindo logo em seguida o choro forte de seu bebê e deixando seu corpo cansado relaxar sobre a maca.

– Meus parabéns Samantha! É uma linda menina! – elogiou o médico, enquanto cortava o cordão umbilical.

– Ela é mesmo linda Sam! – elogiou Carly, sem conseguir conter as lágrimas de emoção.

Enquanto isso, em Seattle, Freddie tomava seu café da manhã na companhia de Sra. Benson e Costela, quando sentiu um aperto no peito, deixando sua colher do cereal cair no chão.

– O que houve meu filho? Está passando mal? – perguntou Sra. Benson, nervosa.

– O menino tá até branco – observou Costela.

– O que sente? Vou pegar meu kit de primeiros socorros – disse Sra. Benson, levantando-se.

– Não precisa mãe! – disse Freddie – Já tá passando. De repente me deu um aperto tão forte no peito.

– Infarto?! Ai meu Deus! – falou Sra. Benson em pânico.

– Não. Foi como uma tristeza e ao mesmo tempo como uma alegria, como se algo muito bom tivesse acontecido, mas eu não pudesse vivenciar – tentou explicar Freddie, sem ele mesmo compreender direito.

– Pobre menino – falou Sra. Benson levantando-se da mesa e acariciando a cabeça do filho – Anda estudando tanto pra faculdade que acabou com os nervos a flor da pele.

– A Senhora deve ter razão. Vou para o meu quarto descansar um pouco – falou Freddie, retirando-se.

No quarto, a imagem de Sam não saía de sua cabeça.

Na maternidade de Los Angeles, Sam tomou a filha em seus braços pela primeira vez, deixando as lágrimas rolarem de emoção:

– Como ela é linda! Minha filha, minha princesinha! – beijando a cabecinha loura do bebê.

A enfermeira se aproximou:

– Preciso leva-la agora para o banho e os exames, daqui a pouco ela volta pra mamar.

A contragosto, Sam entregou o bebê à enfermeira. Mais tarde, no quarto, Sam amamentava a filha, ladeada por Carly e Cat, que olhavam encantadas para a pequena.

– Ela se parece com você Sam – observou Carly.

– Também acho – concordou Cat.

– Ela tem os olhos dele – observou Sam, com uma certa melancolia.

Carly e Cat aproximaram-se da menina que havia acabado de mamar e fitaram seus olhinhos, podendo perceber o tom de mel característico dos olhos de Freddie, inclusive tendo as pálpebras e o contorno o mesmo formato, um tanto amendoados.

– Tem razão, são os olhos do Freddie – concordou Carly.

Sam sentiu uma pontada de tristeza, pois naquele momento queria realmente ter Freddie ao seu lado. Pensou no quanto ele ficaria orgulhoso e todo bobo com sua filha.

Carly percebeu e mudou de assunto:

– Que nome vai dar a ela?

– Ela é tão linda quanto uma princesa – falou Sam – Então pensei em colocar o nome de uma princesa loura, de um filme que eu assisti há tempos, que contava a vida de uma princesa da França, muito bela.

– Fala logo o nome – pediu Cat, impaciente.

– Isabelle – disse Sam.

– Gostei! É um nome tão lindo quanto ela – elogiou Carly.

Na sequência, Carly pediu para segurar sua afilhada no colo, e, em seguida Cat o fez.

As visitas à Isabelle foram muitas: Dice, Goomer, Nona, Jade, Back, Robbie, Tori, Trina e André.

A turma da Hollywood Arts chegou junta, mas o médico permitiu a entrada de apenas dois por vez, a fim de que o tumulto no quarto não agitasse o bebê.

No dia seguinte, Sam e Isabelle tiveram alta, podendo voltar para casa. A mãe pensava onde colocaria a filha para dormir, já que não havia sobrado dinheiro para o berço ou, ao menos, para o carrinho.

Sam entrou em casa com a filha nos braços, acompanhada de Carly. Estava tudo escuro. Quando Carly ascendeu a luz, ouviram:

– Surpresa!!!

Então, todos os amigos que foram visitar Isabelle na maternidade estavam ali, com cartazes de boas-vindas e sorrisos nos lábios.

– Sam, se prepara para a surpresa maior – disse Cat, empolgada, puxando Sam para uma porta que a loira desconhecia a existência até então. Ficava ao lado do banheiro, onde antes era uma parede – Fecha os olhos.

Sam fechou os olhos, Cat abriu a porta e conduziu a amiga até dentro do recinto, dizendo:

– Agora pode abrir.

Quando Sam abriu os olhos, ficou admirada com o que viu. Estava num quarto de bebê, todo lilás, com um berço (contendo um trocador de fralda), uma cama de casal, um armário e prateleiras com bichinhos de pelúcia e bonecas.

– Como surgiu esse quarto? – perguntou Sam, incrédula.

– Ora, é aquele velho quarto atrás do cofre, que a gente ficou presa uma vez, lembra? – perguntou Cat.

– Claro que eu me lembro. Passei mal depois de comer aquelas frutas estragadas pra acalmar meu estômago. Mas, como aquele depósito de rato virou esse quarto lindo?

– Nós fomos os responsáveis por isso – disse Dice, apontando para todos os presentes.

– Nós queríamos dar um presente a você e a sua filha e pensamos no que mais seria útil, então a Cat contou que as duas não tinham um espaço para vocês e tivemos a ideia de juntar dinheiro e fazer essa reforma às pressas para fazer uma surpresa assim que saíssem da maternidade – explicou Tori, com sua habitual simpatia.

– Nossa, eu nem tenho como agradecer. Isso foi o máximo! Eu adorei! Valeu mesmo – agradeceu Sam.

Naquela noite, Sam sentia-se exausta e deitou-se para dormir, logo após amamentar Isabelle, que havia puxado o apetite acima da média da mãe, e deitá-la adormecida no berço.

Sam entrou num sono profundo, que foi interrompido por um choro alto e insistente, que, a princípio lhe parecia longe, mais foi se aproximando e ficando mais intenso, até ela se sentar sobressaltada, dando-se conta de que sua filha chorava no berço.

– É, parece que não é realmente fácil essa coisa de ser mãe – falou ela, pouco antes de se levantar, sonolenta e cambaleando, para atender a filha.

Os episódios de choro noturno repetiram-se nas outras noites e Sam nunca imaginou o quanto poderia sentir falta de dormir uma noite inteira, ao menos, já nem fazia mais questão dos cochilos da tarde de antes do nascimento da filha.

Sam levou à filha ao pediatra, preocupada com os ataques de choro sem fim durante a noite, mas ele falou que eram normais, pois as cólicas costumam atormentar os bebês nos primeiros meses de vida.

Carly e Cat ajudavam Sam durante o dia, trocando as fraldas de Isabelle, dando banho, ninando-a. As duas brigavam para executar as tarefas.

– É a minha vez de trocar a fralda da Belinha! – disse Cat, irritada, tentando pegar a pequena do colo de Carly.

– Você estava com ela no colo até agora. Minha vez de cuidar – rebateu Carly, mantendo Isabelle junto ao peito para evitar que Cat a pegasse.

– Você se acha demais Carly Shay! – provocou Cat.

– Eu sou a madrinha!

– Grandes coisas!

Enquanto as duas discutiam, Sam só fazia rir e aproveitava para se jogar no sofá na frente da televisão, satisfeita com alguns minutos de sossego.

Em Seattle, Gibby acessava as redes sociais no seu celular, deitado na cama de Freddie, que estava sentado no computador, olhando as atividades de Cálculo II do seu curso.

– Olha só cara! – exclamou Gibby.

– O que houve Gibby?

– A Carly atualizou as redes sociais.

– E daí?

– Advinha onde ela está?

– Na Itália. Ela está fazendo jornalismo lá.

– Errou redondamente. Ela está em Los Angeles!

– Ela foi visitar a Sam no meio do semestre letivo? Que estranho.

– Vamos para lá?

– O que está dizendo? Eu tenho aula.

– Mata uns dias, ora. Não vai reprovar por causa disso.

– Vou sim. Você não é capaz de avaliar a dificuldade de uma engenharia.

– Mas você me disse que a próxima semana será dedicada a seminários.

– Que são importantes para o meu aperfeiçoamento profissional.

– Pô cara, deixa de ser tão nerd! Quando poderemos ver a Carly de novo?

– Por que está tão desesperado para ver a Carly? Já faz um tempo que venho percebendo que você tem uma queda pela Carly.

– Está com ciúme? Você sempre teve uma queda pela Carly.

– Claro que não estou com ciúme.

– Está com medo de ver a Carly ou de ver a Sam?

– Nem uma coisa, nem outra.

– Se você não tem medo de rever as meninas, então vamos a Los Angeles?

– Vamos a Los Angeles – decidiu Freddie.


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