Seddie, a história continua escrita por Nany Nogueira


Capítulo 48
Em apuros


Notas iniciais do capítulo

E a confusão só aumenta...



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Sam e Freddie foram algemados e levados para a sala de segurança. O navio voltou para terra firme. Valerie e Robert foram encaminhados ao hospital, devido a fraturas da queda, enquanto Sam e Freddie foram conduzidos à Delegacia.
– Eu tenho direito a um advogado! - gritou Sam assim que entrou na sala do delegado.
– Vocês realmente vão precisar de um bom advogado. Pesa contra vocês suspeita de duas tentativas de homicídio - informou o delegado alto e moreno, aparentando 35 anos.
– Tentativas de homicídio?! - chocou-se Freddie - Meu Deus, vamos morrer na cadeia!
– Não é hora pra bancar o frouxo Benson! - ralhou Sam - Eu tenho direito a um telefonema.
– Pelo visto a senhora sabe todos os seus direitos - caçoou o delegado.
– Ela é exper... - começou Freddie.
– Cala a boca - disse Sam, pisando no pé do marido.
– Ai - gritou Freddie, calando-se.
Sam foi levada por um policial ao telefone e ligou para Carly.
Em Seattle, a morena ficou em estado de choque ao desligar o telefone:
– Ai meu Deus! Sam e Freddie foram presos!
– Mamãe e papai foram presos? - perguntou Isabelle, sentada ao lado de Spencer no sofá, assistindo televisão.
– Foram presos no trânsito. Nossa, lá no Caribe tem tantos carros, Belinha! Você não ideia! - disfarçou Carly - Agora vá ver se a sua avó está em casa e convide-a para jantar - disse abrindo a porta e pedindo para a menina tocar a campainha de Marissa.
Carly fechou a porta e falou:
– O que faremos para tirar Sam e Freddie da cadeia nas Bahamas?
– Eu posso ir até lá e fingir que sou advogado - propôs Spencer - Afinal, sei muito de leis...
– Claro, nos seus 3 dias de faculdade no curso de direito - ironizou Carly - Acho melhor chamarmos um advogado de verdade.
– Quem?
– O pai da Sam.
– Será que ela vai gostar?
– Ela não tem que gostar, está em apuros.
No dia seguinte, Charles chegou à delegacia e foi se inteirar da situação com o delegado. Depois disso, teve direito à visita aos seus clientes.
– Pai, o que faz aqui? - quis saber Sam.
– Eu sou o advogado de vocês, Carly me avisou. Oh minha filha, como isso foi acontecer?
– Longa história. Mas, boa parte da culpa é do Freddie que teve uma péssima ideia - acusou Sam.
– Que ideia rapaz? - perguntou Charles.
– Nâo me sinto confortável em contá-la para o senhor - respondeu Freddie, sem graça.
– Como advogados de vocês devo saber de tudo desde o princípio para poder elaborar a defesa e pedir um Habeas Corpus. Vocês estão bem encrencados, acusado de tentativas de homicídios.
– Sabemos disso, mas não tentamos matar a Valerie e o Robert - explicou Freddie.
– Eles caíram - completou Sam.
– Mas, o que aconteceu para eles caírem?
– Estavam brigando - contou Freddie.
– E nós tentamos separar - complementou Sam.
– E qual era a causa da briga?
– O Robert ficou com ciúme do Freddie - disse Sam.
– Por que?
– Porque pegou ele e a Valerie numa situação constrangedora - expôs Sam.
– Você traiu a minha filha? - perguntou Charles a Freddie, irritado.
– Claro que não. Foi tudo um mal entendido - desculpou-se Freddie.
– Tá, vamos logo ao que interessa. Qual a nossa chance de sairmos daqui? - perguntou Sam sem paciência.
– Torçam para que as vítimas, cujos depoimentos serão colhidos no hospital, inocentem os dois - falou Charles, de forma franca.
Naquela noite, Freddie contemplava as estrelas, enquanto Sam tentava dormir no colchão úmido.
– Se formos condenados não nos veremos mais. Seremos colocados em alas masculina e feminina - falou Freddie, ainda com o olhar fixo para fora da pequena janela com grades da cela.
– E não veremos mais a Belinha. Ela vai crescer, se tornar uma moça e terá vergonha de nós - disse Sam, deixando as lágrimas rolarem.
Freddie sentou-se no colchão, ao lado da esposa e a abraçou:
– Isso não vai acontecer.
Ali, juntos, abraçados, sentados no colchão úmido, encostados a parede, adormeceram. Foram acordados por uma voz masculina alta e grave:
– Acordem logo ou vão querer ficar aí por muito tempo? - abrindo a cela.
Sam e Freddie esfregaram os olhos e olharam para o carcereiro grandalhão, levantando-se rapidamente. Charles estava logo atrás:
– Venham logo para a liberdade!
– Eu ainda tô sonhando? - perguntou Sam, incrédula.
– Essa é a mais pura realidade filha. Estão livres!
Sam correu para fora da cela e abraçou o pai. Freddie saiu em seguida.
– O senhor conseguiu um Habeas Corpus? - perguntou Freddie.
– Melhor que isso. Consegui o arquivamento do caso. Valerie e Robert confirmaram que tudo não passou de um acidente provocado pelos dois durante uma discussão - explicou Charles.
Mais tarde, no táxi, Sam se deu conta de que faltava algo antes de voltarem para casa:
– Precisamos recuperar os pen drives Freddie!
– É mesmo, tinha me esquecido! - concordou o moreno.
– Que pen drives? - quis saber Charles.
– Faz parte daquela longa história pai, aquela que o senhor não precisa saber - falou Sam.
– O que aprontaram? - indagou Charles.
– Isso vai conosco pro túmulo - afirmou Sam - Agora, moço, toca pro porto - determinou Sam ao motorista de táxi.
Sam e Freddie desceram correndo do táxi. Charles foi atrás, sem entender nada.
– Ah, que droga! - esbravejou Sam, chutando uma pedra, ao ver que o navio não estava mais atracado lá - Se esse vídeo for parar na internet eu juro que te mato! - agarrando Freddie pelo colarinho.
– Eu tenho culpa, mas você também tem. Eu fiz a proposta e você aceitou numa boa, até que com bastante empolgação - defendeu-se Freddie.
– O que faremos agora? - perguntou Sam, desesperada.
– Se me explicarem o que está acontecendo posso ajudar - falou Charles.
– Dispensamos, mas valeu - disse Sam.
– Vamos nos informar da rota do navio e verificar qual a próxima parada em porto, então vamos correndo pra lá e pedimos para pegar nossos pertences pessoais - propôs Freddie.
– Então faz isso logo! Tá esperando o que nerd? - perguntou Sam, nervosa.
– Calma - disse Freddie, pegando o celular.
Charles insistiu em acompanhar Sam e Freddie à viagem atrás do navio, mas o casal recusou, afirmando que alugariam um carro e preferiam terminar a lua de mel a sós. Charles voltou a Seattle, rezando para que a filha e o genro não se metessem em nova confusão.
Freddie já dirigia por horas e Sam questionou:
– Tem certeza de que pegou o caminho certo?
– Claro que sim, estou me guiando pelo GPS do celular. Não tem erro.
– Assim espero.
Horas depois:
– Talvez o GPS do celular não seja tão confiável!
– Eu sabia Benson! Estamos perdidos! - gritou Sam no ouvido dele, dando tapas em seguida.
– Para com isso Sam, vou bater o carro desse jeito! - reclamou Freddie - E ficar surdo! - apertando o ouvido.
– Para logo essa coisa e vamos pedir informação.
– Calma, vamos ver se encontramos um posto.
Antes que Freddie encontrasse um posto para pedir informações, despencou uma chuva que deixou tudo branco, sem possibilidade de enxergar a estrada a sua frente.
– Melhor encostar - aconselhou Sam.
– Eu sei, só vou procurar um lugar seguro.
Freddie colocou o carro no acostamento. Alguém bateu no vidro, Freddie abriu e viu uma arma apontada para si:
– É um assalto, desce do carro - determinou o bandido mascarado.
– Eu desço se eu quiser - disse Sam.
– Sam, não provoca, melhor descer - advertiu Freddie.
– Loira gostosa, vem aqui me dar um beijinho - provocou o bandido.
– Mais respeito com a minha mulher - disse Freddie, irritado.
O bandido engatilhou a arma e apontou para Freddie. Sam interveio, nervosa:
– Para com isso cara, a gente entrega o carro.
– Desçam logo! - determinou o ladrão.
Sam e Freddie desceram. O ladrão pegou os celulares do casal, entrou no carro, e saiu.
– Ainda vai se matar nessa chuva - observou Freddie.
– Nós vamos morrer nessa estrada perigosa! - disse Sam.
– Eu te protejo.
– Faz-me rir Benson, mais fácil eu proteger você.
Os dois começaram a caminhar, ensopados. Um caminhão passou e atirou lama nos dois.
– A sensação de dejavu foi forte agora - observou Sam, limpando a lama da face.
– Seja no Japão ou nas Bahamas acabamos sujos de lama perdidos numa estrada - disse Freddie.
– Por falar nisso, outra coisa veio a minha memória e me deu uma grande ideia.
– Sério? Sabe como vamos sair daqui?
– Não, mas sei como resolver o meu problema de cansaço, basta que me carregue no colo.
– Também estou cansado. Além disso, você prometeu que se eu e a Carly te carregássemos você nos carregaria da próxima vez que estivéssemos perdidos numa estrada. Então, agora é a senhora que tem que me carregar.
– Acontece que eu disse que carregaria vocês da próxima vez que estivéssemos perdidos numa estrada do Japão e certamente essa não é uma estrada do Japão, mas das Bahamas.
– Muito espertinha.
– Eu sei, agora me carrega!
– Sem chance, você tá bem mais pesada que aos treze anos.
– Tá me chamando de gorda?
– Eu não disse isso. E a Carly ainda me ajudou daquela vez.
– Você tem muito mais músculos que aos treze anos, então não tem desculpa amorzinho.
– Você não pode me obrigar.
– Está bem, vou fazer greve de sexo.
– O que? - perguntou Freddie, pegando Sam no colo.
Freddie estava exausto, andando com Sam em seus braços, quando ela avistou algo numa praia próxima:
– Olha lá, parece uma casa!
– Graças a Deus - comemorou Freddie, colocando Sam no chão - Você já pode ir andando até lá.
O casal se aproximou e verificou que se tratava de uma cabana. Havia redes e não estava em mal estado de conservação, porém, desocupada.
– Pelo menos podemos passar a noite aqui! - disse Sam, deitando-se numa das redes.
– Pelo menos - concordou Freddie, deitando-se na outra.
Na manhã seguinte, Sam acordou e viu que o marido já estava de pé:
– Parou de chover?
– Sim, podemos seguir viagem. Só tem um probleminha....
– Qual?
– Estamos perdidos.
– Deve ter um telefone aqui perto.
– Parece que nem há casas na redondeza.
– Era pra ser a viagem dos sonhos de lua de mel e tá virando um pesadelo! - reclamou Sam.


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