Seddie, a história continua escrita por Nany Nogueira


Capítulo 43
A decisão de Sam




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– Quem era amor? Ouvi a campainha... – falou Freddie saindo do quarto de Isabelle.
– Sua mãe.
– O que ela queria aqui essa hora? Aconteceu alguma coisa?
– Não. Ela queria me encher a paciência, defendendo o Charles, dizendo o quanto fui injusta com ele.
– Só isso?
– Só isso – mentiu Sam.
– Sam, o que está me escondendo?
– Nada. Por quê?
– Desviou o olhar.
– Estou com sono. Vou me deitar, você não vem?
Freddie acompanhou Sam até a suíte do casal.
Na manhã seguinte, Gibby estava na cozinha do restaurante, conversando com Brad quando Sam chegou.
– Que bom que chegou Sam, eu tava comentando com o Brad o quanto nossos lucros estão aumentando... – contou Gibby, animado.
Sam interrompeu o sócio, agarrando-o pelo colarinho e colocando-o contra a parede.
– Você surtou Sam? – perguntou Gibby, assustado.
– Me responda você, será que tenho motivos pra surtar com você? – sacudindo-o e chocando-o contra a parede.
– Sam, solta o Gibby – pediu Brad, aproximando-se, mas Sam o afastou com um empurrão.
– Eu não sei do que está falando, apenas não quebre meus dedos de novo – pediu Gibby.
Sam começou a apertar o dedo indicar do sócio:
– Isso pode ser muito divertido caso você não confesse sua grande mentira sobre o dinheiro dessa sociedade!
– Eu já disse que o Nevel...
– É mentira! Eu já sei de tudo! Quanto mais você negar pior pra você!
Brad correu para chamar os garçons, mas Sam os derrubou um a um. Gibby preparava-se para correr, quando Sam fechou a porta na mão dele, fazendo-o soltar um grito.
– Confessa que o Charles te deu o dinheiro! – determinou Sam, irada.
– Não sei do que está falando.
Sam deu uma rasteira em Gibby e o jogou no chão, imobilizando-o ao se sentar em cima da barriga dele:


– Pensou que ia me enganar por quanto tempo sua baleia?
Sam fechou o punho prestes a dar um soco em Gibby, que assustado fechou os olhos, mas foi interrompida por Verônica:
– Sam, sua sogra acabou de ligar, a Belinha tá ardendo em febre!
– Isso não é caô pra eu poupar a pele desse mentiroso né?
– A Dona Marissa ainda está no telefone se quiser falar com ela – explicou Verônica, com o telefone sem fio na mão.
– Dessa vez você deu sorte, mas a conversa não acabou aqui – alertou Sam, saindo de cima de Gibby e saindo do local apressada.
Quando Sam chegou ao apartamento de Marissa, viu a senhora com Isabelle no colo sentada no sofá. A menina estava abatida e a mãe se desesperou ao sentir a temperatura dela:
– Ela tá muito quente.
– Sim, está com 39,5º C, eu já medi a temperatura. Dei banho gelado e a febre baixou por um momento, mas voltou a subir, temos que levá-la ao pediatra – informou Marissa, preocupada.
As duas pegaram um táxi e partiram para o hospital infantil. Sam avisou Freddie a caminho.
– Por que esse médico demora tanto a atender? – perguntou Sam, sem paciência, com a filha mole no colo.
– Fica calma Sam, eu sei que é difícil pra uma mãe, já me vi nessa situação muitas vezes e eu mesma estou aflita agora, mas temos que tentar manter o controle para o bem da nossa Belinha.
Por um momento, Sam e Marissa trocaram um olhar de entendimento.
O médico chamou e as duas entraram com a menina no consultório. Depois do exame o pediatra falou:
– A febre está alta e a menina tem machas avermelhadas na pele...
– É alguma alergia? – perguntou Sam.
– Não. Vou mandar fazer exame para confirmar o diagnóstico, mas tudo indica que sua filha está com uma doença bem comum em crianças, trata-se de rubéola.
– O Freddie já teve isso quando pequeno – informou Marissa.
– Isso é perigoso? – quis saber Sam, aflita.
– Não, basta esperar o ciclo viral terminar que a menina ficará bem. A senhora pode ficar sossegada, em uma semana ela estará curada, só alerto que a doença é contagiosa – explicou o médico.
Quando as duas mulheres saíram com Isabelle, encontraram Freddie na recepção, aflito:
– O que a minha filha tem? É grave?
– Ela deve ter pegado rubéola de algum coleguinha no colégio, foi assim com você também – contou Marissa.
– A febre tá muito alta, mas o pediatra já prescreveu os remédios e garantiu que vai abaixar – explicou Sam.
– Ela vai ficar boa logo? – perguntou Freddie, triste por ver a filha sempre tão ativa caidinha.
– Uma semana – respondeu Sam.
Foram para o apartamento da família Puckett Benson. Sam deu o remédio à filha e a febre da menina abaixou, mas a mãe percebeu que as machas vermelhas estavam aumentando.
– Mamãe, fica aqui comigo – murmurou Isabelle.
– A mamãe não vai ficar longe de você, meu amor – disse Sam, deitando-se ao lado da menina e a abraçando.
Mais tarde, Freddie já estava deitado quando Sam entrou no quarto e abriu o armário para pegar a camisola, dizendo:
– Vou dormir com a Belinha até ela ficar boa.
– Está bem. Sam, só uma pergunta: você brigou com o Gibby?
– Como soube?
– Ele me mandou uma mensagem no celular: “Pelo amor de Deus, impeça sua esposa de me matar”.
– Que dramático, eu nunca matei ninguém, no máximo mandei pro hospital.
– O que rolou Sam?
Sam sentou-se na cama ao lado marido e começou a contar.
– Eu não acredito que o Charles fez isso – disse Freddie, surpreso.
– Eu não acredito que o Charles fez isso e que o Gibby mentiu pra mim. Mas, isso não vai ficar assim.
– O que vai fazer?
– Não sei ainda. Agora só tenho cabeça pra Belinha. Enquanto a nossa filha não ficar bem não consigo resolver nada, depois vejo o que faço.
Os dias passaram e Isabelle foi se restabelecendo, e antes mesmo de terminar uma semana, a menina já estava cheia de energia como sempre. Sam que não se sentia muito bem.
– Sam, você está abatida, sente-se bem? – perguntou Freddie preocupado ao chegar em casa e ver o estado da esposa terminando o jantar.
– Ando com tanta moleza, acho que fiquei muito cansada cuidando da Belinha. Não dormi direito todas essas noites, deve ser falta de sono.
– Deve ser, você é acostumada a dormir muito. Faz o seguinte, janta e vai deitar, pode deixar que tiro a mesa, lavo a louça e fico com a Belinha essa noite.
– Valeu.
Mais tarde, Freddie entrou no quarto para vestir o seu pijama e viu Sam adormecida. Aproximou-se da cama e acariciou os cabelos dela, com carinho, tocou a face da loira e se assustou, sacudindo-a:
– Acorda Sam! Acorda! Você tá ardendo em febre!
– O que foi? – sussurrou ela, fraca.
Freddie pegou Sam no colo e a levou para debaixo do chuveiro.
– A água tá muito fria! – reclamou ela, tremendo.
– E você tá muito quente! É perigosa febre tão alta em adulto – explicou Freddie.
Depois disso, Freddie ajudou Sam a se secar e a se vestir e deu um comprimido antitérmico.
Sam olhou para os braços e viu que estava com manchas avermelhadas:
– Ah não, eu peguei a doença da Belinha.
– Nunca teve rubéola quando criança?
– Pelo visto não. Nunca fui de pegar doenças infantis, por comer muito sempre tive grande imunidade.
– Mas dormindo abraçada com a Belinha doente fica difícil não pegar.
– Quem vai cuidar da Belinha agora?
– Não se preocupa. Ela já tá quase boa. Eu vou cuidar dela e de você também. Peço uns dias de licença no trabalho.
Uma semana depois...
– Freddonho, cadê o meu frango frito? – gritou Sam, da sua suíte.
– Eu já pedi amor, mas ainda não chegou – informou Freddie, correndo até lá – Tô terminando de preparar sua vitamina.
– Tá fazendo de morango?
– Você tinha me pedido de banana.
– Mudei de ideia, agora quero morango.
– Sam, quer saber? Chega! Fiz todas as suas vontades durante uma semana e você já me parece ótima! Que tal levantar daí e fazer sua própria vitamina? – disse ele, irritado, saindo.
– Estressado – falou Sam para si mesma, levantando-se da cama, totalmente restabelecida.
15 dias haviam se passado desde a briga com Gibby no restaurante. Sam teve tempo o suficiente para pensar a respeito e tomar uma decisão.
Charles estava na sua sala, na direção do colégio, quando Sam entrou abruptamente:
– Nós precisamos conversar.
– Minha filha, que bom te ver por aqui – disse Charles levantando-se e tentando abraçá-la em vão.
– Vim tratar de negócios – informou Sam, afastando-se.
– Eu não entendi.
– Já sei que deu o dinheiro para o Gibby abrir o restaurante em sociedade comigo.
– Como soube?
– Não importa.
– Sam, pense bem no que vai fazer, não vale a pena se desfazer de um restaurante de tanto sucesso...
– Claro que não vou me desfazer. Todo esse sucesso é devido ao meu trabalho e não ao seu dinheiro. Mas, é claro que sem ele eu não poderia ter o restaurante. Sendo assim, tive tempo suficiente para refletir e chegar à conclusão que o mais acertado a se fazer é tomar esse investimento inicial como um empréstimo.
– Empréstimo? Não emprestei, eu dei esse dinheiro à minha filha Sam e ao marido da minha filha Melanie.
– Mas eu só o aceito nessas condições. O que quer dizer que vou devolver tudo o que investiu em parcelas descontadas do meu lucro.
– Isso não é necessário...
– É sim, pra mim! Caso não aceite, serei obrigada a entregar a administração do restaurante pra você. Então, o que vai ser?
– Está bem, se vai se sentir melhor assim, eu aceito. Mas, deixo claro que quero parcelas suaves ao longo tempo, não tenho a menor pressa, nem quero que sacrifique seus lucros para me pagar.
– Está bem. Negócio fechado – concordou Sam, apertando a mão de Charles.


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